V - ORIENTAÇÕES GERAIS AOS DISCIPULADORES
1. Solteiros não devem acompanhar casados
em seus problemas.
Os problemas de casais só devem ser
tratados por quem é casado e tem experiência na esfera familiar. Os problemas
sexuais, principalmente, são os mais difíceis para um solteiro resolver. É
claro que podem ocorrer exceções, mas estou convencido de que elas são
extremamente raras.
2. Rapazes não devem discipular moças (e
vice-versa).
Embora um rapaz possa levar uma moça a
Cristo, e vice-versa, não deve ser ele o seu discipulador. Também não é
prudente uma moça acompanhar um rapaz nos primeiros passos da sua vida cristã.
Os riscos de um envolvimento sentimental estão sempre presentes, e a relação
pode acabar se desvirtuando.
3. Homens casados não devem acompanhar
moças e mulheres casadas e mulheres casadas não devem acompanhar rapazes e
homens casados, em relacionamento de discipulado.
Você nunca deverá acompanhar uma mulher
recém-convertida casada, a menos que sua esposa participe diretamente com você.
Isto significa que você só fará o acompanhamento de uma mulher (caso não exista
ninguém mais para fazê-lo) se e somente se sua esposa estiver presente em todos
os encontros do relacionamento. Jamais visite uma mulher casada para
aconselhamento, sem que seu marido esteja presente, e sem que você esteja
acompanhado pela sua esposa. Se você for casado, faça-se acompanhar por duas
irmãs líderes, ou, de preferência, por um casal (marido e mulher) de líderes.
4. É melhor que haja uma razoável diferença
de idade entre discipulador e discípulo.
Quando o novo convertido é muito mais
velho ou muito mais experiente que o discipulador há o risco de, em vez de
“salgar”, o discipulador venha a ser “salgado” pelo outro; ou seja, em vez de
influenciar, acabe sendo influenciado.
5. Não manipule seu discípulo.
A Palavra diz para “guardarmos o rebanho
de Deus que há entre nós, não como constrangidos, mas espontaneamente, como
Deus quer...; não como dominadores dos que nos foram confiados; antes
tornando-nos modelos do rebanho” (I Pe 5:2,3). O ato de “seguir” deve ser
decorrência do exemplo, e não de manipulação. Não obrigue o novo convertido a
obedecê-lo! “Tal como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para
servir...”, assim o discipulador deve servir o discípulo, e não se servir dele!
(Mt 20:28).
6. Não tenha pressa quanto aos ensinos da
Palavra.
Não dê alimento demais ao seu discípulo,
porque você poderá lhe produzir uma intoxicação espiritual. Você pode fazer
observações e esclarecer dúvidas, durante a leitura, mas nunca forçar o
discípulo a “comer” mais do que seu “estômago” é capaz de suportar. Não tenha
pressa! O mais importante é que o seu discípulo desenvolva com você uma relação
de amizade, a ponto de gostar da Palavra de Deus e tomar a decisão de se
batizar. E é através de você que ele conseguirá isso!
7. Não seja legalista.
Não tente mudar nenhuma pessoa, tendo
por base seu preconceito pessoal. Não queira mudar o exterior, se o interior
ainda não foi mudado. Não se prenda a coisas exteriores, mas leve o novo
discípulo a ter uma experiência íntima e profunda com Deus. Não comece a fazer
uma lista de usos e costumes que pesará como uma carga ao discípulo. Aos poucos
o Espírito Santo o convencerá do que não agrada a Deus.
8. Cuidado com a negligência e indiscrição.
Não seja negligente com a pontualidade,
e também não desmarque um encontro na última hora, a não ser que haja um motivo
realmente forte para isso. Os novos convertidos se ressentem dessas atitudes,
que eles interpretam como sendo indisposição, má vontade ou mesmo rejeição.
Lembre-se de que, para ele, você é o padrão de cristão; portanto, cuidado para
não decepcioná-lo com atitudes como falta de pontualidade, inconfidências, etc.
Não deixe de orar pelo seu discípulo, e nem o abandone aos cuidados de outros,
durante as primeiras semanas após o novo nascimento. Sugira que ele adquira
produtos necessários ao seu crescimento espiritual e jamais revele a outros o
que ele confidenciar a você. SEJA CONFIÁVEL!
9. Cuidado com o horário.
Não ultrapasse o horário com o seu discípulo.
Evite tomar o tempo dele desnecessariamente. Seja cuidadoso para não ter
encontros em horários impróprios - como muito tarde da noite - e nem em lugares
muito movimentados, onde não seja possível a privacidade.
10. Cuidado com a aparência
Não há nada de errado com roupas
informais, como bermudas e camisetas (claro que no padrão da decência), mas
seja cuidadoso com a higiene pessoal: limpeza, odores e aparência geral. Se o
encontro ocorrer na casa do discípulo, seja ainda mais criterioso ainda com a
sua aparência.
11. Não tente resolver problemas complexos.
Pessoas com problemas na área de drogas,
alcoolismo, homossexualismo, prostituição, depressão profunda, envolvimento
severo em satanismo e outras dificuldades semelhantemente graves, exigem um
acompanhamento especializado. Procure o seu Pastor. Seja humilde e não tente
fazer algo que está além de sua capacidade e maturidade.
12. Cuidado com o zelo excessivo.
Ficar guardando o discípulo o tempo todo
compromete a vida espiritual dele. Os crentes superprotegidos são inseguros e
necessitam constantemente de “mamadeira espiritual”. Não faça tudo por ele.
Deixe que ele se esforce um pouco também. Por exemplo, você não tem que
buscá-lo de carro para todas as reuniões da igreja ou do pequeno grupo. Assim
como as crianças podem ficar mimadas, crianças na fé também ficam. Deixe que o
seu discípulo ande com as próprias pernas!
13. Não sufoque o seu discípulo.
O cuidado exagerado pode ser perigoso. A
consequência disso será que o discípulo se cansará de você e da igreja. Se ele
se sentir sufocado, poderá fugir, e o inimigo acabará encontrando brechas para
arrastá-los de volta para o mundo. Essa prática é mais comum entre os jovens;
por isso, se você é discipulador jovem, atente para a orientação de Paulo a
Tito: “ ... exorta os jovens a que sejam moderados” (Tt 2:6). Tenha equilíbrio.
Respeite a privacidade do outro e não o sobrecarregue com excesso de atenção.
14. Fuja da superdependêneia.
Há discípulos pegajosos. O novo
convertido, ávido por aprender, toma a ideia de “ter comunhão” de uma forma
extrema. Com isso, transforma-se em “perseguidor” do seu discipulador, a ponto
de não fazer nada sem que ele o saiba primeiro. E louvável por parte de o
discípulo querer ser tratado e orientado, mas essa dependência não pode ser
transportada para os atos do cotidiano, e até mesmo os afazeres mínimos. Não
permita que o novo convertido tenha uma dependência doentia de você!
15. Não viole a privacidade.
O bom discipulador tem plena consciência
de que Deus é um ser nobre; o que quer dizer que Seu caráter manso, moderado e
prudente respeita o livre-arbítrio do homem. Não ultrapasse os limites da
privacidade do seu discípulo, tanto a nível pessoal quanto familiar. Uma coisa
é o novo convertido espontaneamente contar, confessar, confidenciar algo de sua
intimidade; outra bem diferente é o discipulador “forçar a entrada” e invadir
sua privacidade e intimidade. Quando a convicção de pecado provém da atuação do
Espírito Santo, naturalmente o novo convertido buscará a sua ajuda como irmão
em quem confia e abrirá o coração pra você. Espere o sinal de Deus!
16. Não faça negócios.
Durante o período do discipulado, você
não deve fazer qualquer tipo de negócio com o seu discípulo. Principalmente por
que ele ainda não tem maturidade e se escandaliza com coisas muito pequenas.
Não dê e nem empreste ao seu discípulo. Evidentemente, o contrário está
valendo. Se você sentir uma direção de Deus para ajudá-lo, procure o seu Pastor
e faça-o de maneira anônima. Não queremos novos discípulos transformados em
sanguessugas dentro da igreja!
17. Evite fazer críticas
Julgar não ajuda em nada. Censurar e
“pegar no pé” nunca mudaram ninguém. Você como irmão mais velho deve ser o
motivador do mais novo. Tenha sempre uma palavra positiva e de fé, para
levantar o ânimo do seu discípulo! Você um consolidador de alicerces e não um
dinamitador de auto-estima! Não transfira os seus problemas para o discípulo.
Poupe-o do seu mau humor!
FONTE: Manual do Discipulador - Pr Josenildo Oliveira da Silva
gostaria de aprender mais sobre esse estudo
ResponderExcluirEsse estudo está completo, basta você clicar no link MANUAL DO DISCIPULADO, no canto superior direito.
ExcluirUm abraço.
estou numa mudança de aluno para professor e estou um pouco perdido como devo me portar
ResponderExcluirA paz do Senhor Jesus, meu irmão
ExcluirSua preocupação é muito importante, pois revela em você comprometimento.
No entanto, não é razão para se preocupar, basta estudar o assunto, tire suas próprias dúvidas que surgirem no estudo, pois se ficar claro para você, há uma grande possibilidade de também você passar isso com clareza e domínio sobre o assunto.
Um abraço.