Lição 5 – 04 de Agosto
de 2013 - CPAD
As Virtudes dos Salvos em Cristo
TEXTO ÁUREO
"Porque
Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa
vontade" (Fp 2.13).
VERDADE PRÁTICA
A salvação é obra da graça de Deus,
garantida à humanidade mediante a morte expiatória de Jesus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 2.12-18
12 - De sorte que, meus amados, assim como
sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha
ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor;
13 - porque Deus é o que opera em vós tanto
o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
14 - Fazei todas as coisas sem
murmurações nem contendas;
15 - para que sejais irrepreensíveis e
sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e
perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo;
16 - retendo a palavra da vida, para que, no
Dia de Cristo, possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão.
17 - E, ainda que seja oferecido por libação
sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós.
18 - E vós também regozijai-vos e
alegrai-vos comigo por isto mesmo.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Ele os exorta à diligência e
seriedade na jornada cristã: “...operai a vossa salvação”. É a salvação da
nossa alma (1 Pe 1.9), e a nossa salvação eterna (Hb 5.9) e contém libertação
de todos os males que o pecado trouxe sobre nós, e a possessão de todo o bem e
tudo que é necessário para a nossa felicidade completa e final. Observe: Acima
de qualquer coisa estamos preocupados com o bem-estar da nossa alma:
independentemente do que acontece com as outras coisas, precisamos cuidar dos
nossos melhores interesses. E a nossa própria salvação, a salvação da nossa
alma. Não cabe a nós julgar as outras pessoas; precisamos olhar para nós
mesmos; e, embora devamos fomentar a salvação comum (Jd 3) tanto quanto
possível, não podemos negligenciar a nossa própria. É nos dito que devemos
operar a nossa salvação, katergazesthe. A palavra significa operando
completamente ou perfeitamente em algo, e suportando verdadeiras dores. Observe:
Devemos ser diligentes no uso de todos os recursos que conduzem à nossa
salvação.
Não devemos apenas trabalhar para a nossa salvação, ao
fazer algo de tempos em tempos acerca dela; mas devemos operar a nossa
salvação, ao fazer tudo que precisa ser feito e perseverar nisso até o fim. A
salvação é a grande coisa que deveria nos importar, e nela deveríamos colocar o
nosso coração; e não podemos obter a salvação sem o máximo de cuidado e
diligência. Ele acrescenta: “...com temor e tremor”, isto é, com grande cuidado
e prudência: “Tremendo de medo para não fracassarem e ficarem para trás. Sejam
cuidadosos para fazer tudo na melhor maneira, e temam para que diante de todos
os nossos benefícios não venhamos a ficar para trás” (Hb 4.1). O medo é um
grande vigia e protetor contra o mal.
Ele ressalta isso depois de elogiar a prontidão deles em
sempre obedecer ao evangelho: “...assim como sempre obedecestes, não só na
minha presença, mas muito mais agora na minha ausência(v. 12). Vós sempre
estivestes dispostos a concordar com cada descoberta da verdade, tanto na minha
ausência quanto na minha presença. Vós deixastes claro que a estima por Cristo
e o cuidado pela vossa alma tem maior importância do que qualquer outra coisa”.
Eles não estavam tementes meramente com a presença do apóstolo, continuavam
tementes muito mais na sua ausência. “E uma vez que Deus é o que opera em vós,
operai a vossa salvação. Operai, porque Ele operou”. Isso deveria encorajar-nos
a fazer o nosso máximo, para que o nosso trabalho não venha a ser inútil. Deus
está pronto a contribuir com sua graça e auxiliar nos nossos esforços fiéis.
Observe: Embora devamos usar todos os nossos esforços em operar a nossa
salvação, devemos continuar dependendo da graça de Deus. Sua graça trabalha em
nós de acordo com a nossa natureza, e em colaboração com os nossos esforços; e
as operações da graça de Deus em nós tem a intenção de acelerar e intensificar
os nossos esforços. “E operai a vossa salvação com temor e tremor porque Ele
opera em vós”. Todo o nosso operar depende do operar dele em nós. “Não zombem
de Deus com negligências e protelações, para não provocá-lo a retirar a sua
ajuda, e todos os seus esforços acabem sendo em vão. Operem com temor, porque
Ele opera de acordo com a sua boa vontade”. “...tanto o querer como o efetuar”:
Ele dá toda a capacitação. E a graça de Deus que inclina a vontade para aquilo
que é bom, e então nos capacita a realizá-lo e a agir de acordo com os
princípios bíblicos. “Tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras” (Is
26.12). “...segundo a sua boa vontade”. Uma vez que não há força em nós, também
não há mérito em nós. Uma vez que não podemos agir sem a graça de Deus, também
não podemos reivindicá-la, nem achar que a merecemos. A boa vontade de Deus
para conosco é a causa da sua boa obra em nós; e Ele não tem nenhuma obrigação
em relação às suas criaturas, além de suas graciosas promessas.
O apóstolo os exorta nesses versículos a adornar a
profissão de fé cristã deles por meio da disposição e da conduta adequadas, com
diversos exemplos. 1. Por meio de uma obediência alegre às ordens de Deus (v.
14): “Fazei todas as coisas, fazei vosso dever em cada parte dele, sem
murmurações...”. Fazei, e não busqueis encontrar qualquer defeito. Ocupai-vos
de vosso trabalho sem brigas”. As ordens de Deus foram dadas para serem
obedecidas, não para serem discutidas. Isso adorna grandemente a nossa
profissão de fé e mostra que servimos a um bom Mestre, cujo serviço é liberdade
e cujo trabalho é a sua recompensa. 2. Por meio de paz e amor mútuo. “Façam
todas as coisas sem contendas, brigas, e discussões entre vocês; porque a luz
da verdade e a luz da religião muitas vezes se perdem no calor da discussão”.
3. Por meio de uma atitude irrepreensível (v. 15): “Para que sejais
irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis; para que não sejais
injuriosos em palavras ou ação, e não deis ocasião justa para escândalo”.
Deveríamos nos esforçar não somente em sermos sinceros, mas
também irrepreensíveis; não somente em não causar dano, mas nem ao menos causar
suspeita de alguma ofensa. Irrepreensíveis e sinceros; irrepreensíveis diante
dos homens e sinceros para com Deus. Os filhos de Deus. Tornam-se
irrepreensíveis e sinceros aqueles que têm esse relacionamento e são
favorecidos com tal privilégio. Os filhos de Deus deveriam diferir dos filhos dos
homens. Inculpáveis - amometa. Momus era uma divindade crítica entre os gregos,
mencionada por Hesíodo e Luciano; essa divindade não fazia nada e encontrava
defeitos em tudo e em todos. Assim, todos os críticos e censuradores eram
chamados de Momi. O sentido da expressão é: “Andem tão prudentemente para que nem
mesmo Momus tenha motivo para criticar vocês, que o censurador não encontre
falta em vocês”. Deveríamos nos esforçar não somente para chegar ao céu, mas em
chegar lá sem mancha; e, semelhantemente a Demétrio, ter um bom testemunho, até
da própria verdade (veja 3 Jo 12). “...no meio duma geração corrompida e
perversa”; isto é, entre os pagãos e aqueles que estão do lado de fora.
Observe: Onde não há religião verdadeira, pouco se pode esperar a não ser
desonestidade e perversão; e quanto mais desonestos e perversos os outros são
no meio das pessoas onde vivemos, e quanto mais hábeis para criticar, tanto
mais cuidadosos deveríamos ser para manter-nos irrepreensíveis e sinceros.
Abraão e Ló não deveriam contender, porque “...os cananeus e os ferezeus
habitavam na terra” (Gn 13.7). “...entre a qual resplandeceis como astros no mundo”.
Cristo é a luz do mundo, e um cristão genuíno é uma luz no mundo. Quando Deus
levanta um bom homem em algum lugar, Ele institui uma luz naquele lugar. Ou,
podemos ler essa expressão de forma imperativa: Entre a qual resplandecei como
astros. Compare com Mateus 5.16: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens”.
Os cristãos devem esforçar-se não somente para ser aprovados por Deus, mas para
recomendar-se aos outros, para que também glorifiquem a Deus. Eles devem
brilhar e precisam ser sinceros, “...retendo a palavra da vida” (v. 16). O
evangelho é chamado de a palavra da vida porque revela e propõe a nós vida
eterna por meio de Jesus Cristo. A vida e a incorrupção foram trazidas à luz,
pelo evangelho (2 Tm 1.10). E nosso dever não só reter, mas entregar a palavra
da vida; não somente retê-la ou preservá-la para o nosso próprio benefício, mas
entregá-la para o benefício de outros; retê-la como um castiçal sustenta a vela
e a torna útil para todos, ou como os corpos luminosos dos céus, que irradiam
sua influência por toda parte. Essa seria a sua alegria, diz Paulo: “...para
que, no Dia de Cristo, possa gloriar-me; não somente gloriar-me da sua
constância e firmeza, mas da sua utilidade”. Ele gostaria que pensassem que seu
trabalho tinha sido uma dádiva, e que não tinha “...corrido nem trabalhado em
vão”. Observe: (1) A obra do ministério requer empregar o homem todo: tudo que
está em nós é muito pouco para ser empregado nele; semelhantemente a correr e
trabalhar. Correr denota paixão e vigor e um prosseguir contínuo; trabalhar
requer constância e uma dedicação rigorosa. (2) E uma grande alegria para os
ministros quando percebem que não correram nem trabalharam em vão; e será a
glória deles no Dia de Cristo, quando seus convertidos serão a sua coroa. “Qual
é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura, não o sois vós
também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em sua vinda? Na verdade, vós sois a
nossa glória e gozo” (1 Ts 2.19,20). O apóstolo não somente correu e trabalhou
por eles com satisfação, mas mostra que estava pronto para sofrer pelo bem
deles (v. 17): “Ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e
serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós”. Ele se considerava
feliz se podia promover a honra de Cristo, a edificação da igreja e o bem-estar
da alma dos homens; não somente correndo riscos, mas mesmo estando disposto a
sacrificar a sua vida. Ele estava pronto para ser um sacrifício no altar deles,
para servir a fé dos eleitos de Deus. Se Paulo achava que valia a pena derramar
seu sangue pelo serviço da igreja, será que não deveríamos também estar
dispostos a sofrer um pouco pela obra do ministério? Será que não vale a pena despender
o nosso esforço naquilo por que ele estava disposto a entregar a sua vida?
Ainda que seja oferecido, ou derramado como o vinho das libações. 2 Timóteo
4.6: “Eu já estou sendo oferecido”. Ele podia regozijar-se em selar sua
doutrina com seu sangue (v. 18): “E vós também regozijai-vos e alegrai-vos
comigo por isto mesmo”. É a vontade de Deus que os cristãos genuínos se
regozijem muito; e aqueles que estão felizes no seu ministério têm muitos
motivos para alegrar-se e regozijar-se com eles. Se o ministro ama o povo e
está disposto a consumir e ser consumido para o bem-estar deles, o povo tem
motivos para amar o ministro e regozijar-se e alegrar-se com ele.
INTERAÇÃO
Há muitos significados que poderíamos tomar emprestado para
conceituar o termo "obediência". Como, por exemplo,
"sujeitar-se a vontade de", "estar sob autoridade de" e
"estar sujeito". Estes manifestam o sentido estrito e real da
expressão obediência. Há de se destacar, porém, que o apóstolo Paulo quando
fala de obediência, refere-se à virtude - uma disposição firme para praticar
o bem - de uma pessoa que abraçou a fé mediante o Evangelho de Cristo. Aqui,
obedecê-lo é encarnar os valores do Reino de Deus numa perspectiva de se
espalhar o bem no mundo. Para Paulo, a melhor forma de fazer isso é semeando
o Evangelho, a mais bela das notícias para a humanidade.
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Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer a dinâmica da
salvação.
Analisar a operação da
salvação.
Saber que a salvação opera
alegria e contentamento no crente.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, reproduza o esquema abaixo para os alunos. Faça-o
de acordo com as suas possibilidades. Esta atividade vai auxiliá-lo na
introdução do tópico I, cujo assunto é a "dinâmica da salvação".
Esclareça ao aluno que o propósito de explicar a dinâmica da salvação
é meramente didático, pois nos é impossível catalogar um assunto da natureza
do mistério da salvação. Seria muita pretensão nossa pensar que podemos dar
conta de tão importante aspecto da salvação através de um instrumento
didático. Boa aula!
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A DINÂMICA DA SALVAÇÃO
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1. Obra realizada e consumada na cruz. O brado de Cristo na cruz - "Está consumado!"- representa o
significado atemporal da salvação. Nele, somos salvos do passado, guardados
do presente, mas esperançosos no futuro. O pecado não tem mais poder sobre a
vida do discípulo de Cristo: "Portanto, agora, nenhuma condenação há
para os que estão em Cristo Jesus" (Rm
8.1).
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2. O progresso da operação da salvação. É bem verdade que não estamos plenamente redimidos porque habitamos
num corpo corrompido. Mas as palavras de Agostinho de Hipona têm muito a nos
dizer sobre como devemos lidar com essa tensão: "A permanência da
concupiscência em nós, é uma maneira de provarmos a Deus o nosso amor a Ele,
lutando contra o pecado por amor ao Senhor; é, sobretudo, no rompimento
radical com o pecado que damos a Deus a prova real do nosso amor."
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3. A plenitude da salvação. Vivemos a vida cristã numa tensão entre o "já' e o "ainda
não". Isto é, o reino de Deus está entre nós, mas não se manifestou
plenamente. Temos a esperança de uma transformação gloriosa que permeará toda
a terra quando da vinda de Jesus: "Porque a ardente expectação da
criatura espera a manifestação dos filhos de Deus" (Rm 8.19).
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PALAVRA-CHAVE
Virtude: Na lição é a disposição firme e
constante para prática do bem.
Na lição de hoje, aprenderemos que a obediência a Deus é uma virtude
que deve ser buscada por todos aqueles que são salvos em Cristo. O apóstolo
Paulo não duvidava da obediência dos irmãos filipenses, contudo, ele reafirma
aos crentes a verdade de que a submissão ao Evangelho de Cristo é uma das
principais virtudes dos salvos. Assim, a intenção do apóstolo é estimular os
cristãos de Filipos a continuar perseverando na obediência ao Santo Evangelho.
1. O caráter dinâmico da salvação. No texto de Filipenses 2.12,
podemos destacar três aspectos da salvação operada em nossa vida pelo Senhor
Jesus. O primeiro refere-se à obra realizada e consumada de forma suficiente na
cruz do Calvário. É a salvação da pena do pecado. Não somos mais escravos, e
sim libertos em Cristo (Rm 8.1 Portanto, agora, nenhuma condenação
há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas
segundo o espírito.). O segundo
aspecto diz respeito ao caráter progressivo da salvação na vida do crente.
Mesmo que o nosso corpo ainda não tenha sido transformado, resistimos ao pecado
e este não mais nos domina (Rm 8.9 Vós, porém, não estais na carne, mas
no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem
o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.; cf. 1 Jo 2.1,2).
Não obstante o fato de a salvação eterna vir de Deus, Paulo diz que o
Senhor nos chama a zelar e a "desenvolvê-la" em nosso cotidiano. Por
último, o texto trata da plenitude da salvação, quando finalmente o nosso corpo
receberá uma redenção gloriosa e não mais teremos dor, angústia ou lágrima,
pois estaremos para sempre com o Senhor (1 Ts
4.14-17 Porque, se cremos que Jesus morreu e
ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com
ele. Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos
vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo
Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de
Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que
ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar
o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.).
2. Deus é a fonte da vida. Por si só o crente não pode ser salvo (Fp
2.13), pois é o Espírito Santo quem "opera" no homem a
salvação (Jo 16.8-11 E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do
juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai,
e não me vereis mais; e odo juízo, porque já o príncipe deste mundo está
julgado.). Sem o Senhor, a humanidade está cega, morta no
pecado e carente da iluminação do Espírito para o arrependimento. Se na vida
dos ímpios Satanás opera instigando-os à prática das obras más (2 Ts 2.9 a esse cuja vinda é
segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de
mentira,), é o Espírito de Deus quem opera nos crentes a vida
eterna (Jo 16.7-12 Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não
for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei. E, quando
ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo: do pecado,
porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis
mais; e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado. Ainda tenho
muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.; cf. Rm 8.9,14). Dessa forma, o salvo torna-se um instrumento de justiça
num mundo corrompido.
3. A bondade divina. A ideia
que a salvação tem um caráter seletivo não é bíblica. Todos têm o direito de
recebê-la. O querer e o efetuar de Deus não anulam esse direito, pelo
contrário, a operação do Eterno habilita qualquer pessoa à salvação através da
iluminação do Evangelho (Jo 1.9 Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo,), tornando-se posteriormente útil ao Corpo de Cristo
(Ef 4.11-16 E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos
santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que
todos cheguemos à unidade da fé e o conhecimento do Filho de Deus, varão
perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais
meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano
dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade
em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o
corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa
operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.; 1 Co 12.7).
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
Por si só o crente não pode ser salvo, pois é o Espírito Santo quem
"opera" no homem o desejo de salvação.
REFLEXÃO
“A pessoa sincera pauta-se pela lealdade, a lisura e
a boa fé. Nada menos que isso é o que o Eterno espera do seu povo.” Elienai
Cabral
1. "Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas". No versículo 14,
o apóstolo Paulo destaca duas posturas nocivas à predisposição dos filipenses:
a) Murmurações. O Antigo
Testamento descreve a murmuração dos judeus como uma atitude de rebelião.
Quando os israelitas atravessaram o deserto, sob a liderança de Moisés, passaram
a reclamar da pessoa do líder hebreu. Para eles, Moisés jamais deveria ter
estimulado a saída do povo judeu do Egito (Nm 11.1 E aconteceu que,
queixando-se o povo, era mal aos ouvidos do SENHOR; porque o SENHOR ouviu-o, e
a sua ira se acendeu, e o fogo do SENHOR ardeu entre eles e consumiu os que estavam
na última parte do arraial.; 14.1-4; 20.2-5).
Esse ato constrangeu o homem mais manso da face da terra, e os israelitas
receberam dele a alcunha de "geração perversa e rebelde" (Dt 32.5 Corromperam-se contra
ele; seus filhos eles não são, e a sua mancha é deles; geração perversa e
torcida é. 20 e disse: Esconderei o meu rosto deles e verei qual será o seu fim;
porque são geração de perversidade, filhos em quem não há lealdade.). Tal "titulação" não se aplicava aos
filipenses, pois eles não eram rebeldes nem murmuradores, ainda assim o
apóstolo Paulo os exortou a fazer todas e quaisquer coisas sem murmurações ou
queixas, tal como convém aos mansos.
b) Contendas. Em o Novo
Testamento, a expressão grega para contendas é dialogismos. Essa expressão
descreve as disputas e os debates inúteis que geram dúvidas e separações na
igreja local. É o mesmo que discussões, litígios e dissensões. Infelizmente,
muitos hoje as promovem levando, inclusive, seus irmãos aos tribunais (1 Co 6.1-8 Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo
perante os injustos e não perante os santos? Não sabeis vós que os santos hão
de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois, porventura,
indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?
Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida? Então, se tiverdes negócios em
juízo, pertencentes a esta vida, pondes na cadeira aos que são de menos estima
na igreja? Para vos envergonhar o digo: Não há, pois, entre vós sábios, nem
mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos? Mas o irmão vai a juízo com o
irmão, e isso perante infiéis. Na verdade, é já realmente uma falta entre vós
terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por
que não sofreis, antes, o dano? Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o
dano e isso aos irmãos.). Esta,
definitivamente, não é a vontade de Deus para a sua Igreja.
2. "Sejais irrepreensíveis e sinceros". O apóstolo apela aos filipenses para que se achem irrepreensíveis
e sinceros. Ser irrepreensível significa conduzir-se de forma correta e
moralmente pura, não necessitando de repreensão. É alguém que dominou a carne,
pois anda no Espírito (Gl 5.16,17 Digo, porém: Andai
em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra
o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para
que não façais o que quereis.). A
sinceridade é outra virtude que se opõe ao mal, ao dolo, ao engano e à má fé. A
pessoa sincera pauta-se pela lealdade, a lisura e a boa fé. Nada menos que isso
é o que o Eterno espera do seu povo.
3. "Retendo a palavra da vida". Para o apóstolo, reter a Palavra de Deus não é apenas assimilá-la, mas,
sobretudo praticá-la, pois o poder da Palavra gera vida (Hb 4.12 Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que
qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito,
e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do
coração.). Por isso, Paulo encoraja
os filipenses a guardarem a Palavra, pois além de promover a vida no presente,
ela ainda nos garante esperança e vida eterna para o futuro próximo.
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
De acordo com o ensino do apóstolo Paulo, quem guarda a Palavra não
murmura, não cria contendas e vive em sinceridade.
REFLEXÃO
“O apóstolo está ciente das privações que impôs a si
mesmo para edificar o Corpo de Cristo em Filipos. Ele, porém, se regozija e
alegra-se pelo privilégio de servir os filipenses.” Elienai Cabral
1. O contentamento da salvação operada. O apóstolo Paulo reporta-se ao Antigo Testamento para mostrar aos
filipenses como, a fim de servi-los, ele entregou sua vida: "ainda que
seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé" (v.17). O apóstolo está ciente das privações que
impôs a si mesmo para edificar o Corpo de Cristo em Filipos. Ele, porém, se
regozija e alegra-se pelo privilégio de servir aos filipenses. Em outras
palavras, a essa altura, o sacrifício e os desgastes do apóstolo são superados
pela alegria de contemplar, naquela comunidade, o fruto da sua vocação dada por
Cristo Jesus: a salvação operada em sua vida também operou na dos filipenses.
2. A alegria do povo de Deus. O apóstolo estimula os filipenses a celebrarem juntamente com ele esta
tão grande salvação (Hb 2.3 como escaparemos nós, se
não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada
pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram;). O apelo de Paulo é contagiante:
"regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isto mesmo" (v.18). A alegria de Paulo é proveniente do fato de
que uma vez que Jesus nos salvou mediante o seu sacrifício no Calvário, agora o
Mestre nos chama para testemunharmos a verdade desta mesma salvação operada em
nós (v.13). Portanto, alegremo-nos e regozijemo-nos nisto.
A salvação opera no povo de Deus a alegria e o contentamento.
O Evangelho nos convoca a desenvolvermos a salvação recebida por Deus
através de Cristo Jesus. Devemos ser santos, como santo é o Senhor nosso Deus.
Para isso, precisamos nos afastar de todas as murmurações e contendas e
abrigarmo-nos no Senhor, vivendo uma vida irrepreensível, sincera e que retenha
a palavra da vida (Fp 2.16). Somente assim a
alegria do Senhor inundará a nossa alma e testemunharemos do seu poder salvador
para toda a humanidade.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Filosófico Cristão
"Que é virtude?
A Bíblia dá maior importância à virtude moral e ao caráter, do que às
regras de conduta. O homem justo e o puro de coração são eternamente
bem-aventurados. E o fruto do Espírito Santo descrito em Gálatas 5 são as
virtudes [...].
Que é virtude? Há pouco me referi aos motivos, intenções e
disposições subjacentes, o que têm em comum, visto que são estados interiores
e não comportamentos visíveis; e porque são estados afetivos e não puramente
cognitivos. Virtude é uma disposição interior para o bem, e disposição é uma
tendência a agir de acordo com certos padrões. A disposição é mais básica,
duradoura e penetrante do que o motivo ou intenção existente por trás de uma
certa ação. É diferente de um impulso momentâneo, por ser um hábito mental
estabelecido, um traço interior e muitas vezes reflexivo. As virtudes são
traços gerais do caráter que formulam sanções interiores sobre nossos
motivos, intenções e conduta exterior" (HOLMES, Arthur F. Ética: As
decisões Morais à Luz da Bíblia.1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000,
pp.138-39).
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AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Bibliológico
"O ALCANCE DA OBRA SALVÍFICA DE CRISTO
Há entre cristãos uma diferença significativa de opiniões quanto à
extensão da obra salvífica de Cristo. Por quem Ele morreu? Os evangélicos, de
modo global, rejeitam a doutrina do universalismo absoluto (isto é, o amor
divino não permitirá que nenhum ser humano ou mesmo o diabo e os anjos caídos
permaneçam eternamente separados dEle). O universalismo postula que a obra
salvífica de Cristo abrange todas as pessoas, sem exceção. Além dos textos
bíblicos que demonstram ser a natureza de Deus de amor e de misericórdia, o
versículo chave do universalismo é Atos 3.21, onde Pedro diz que Jesus deve
permanecer no Céu 'até aos tempos da restauração de tudo'. Alguns entendem
que a expressão grega apokastaseõs pantõn ('restauração de todas as coisas')
tem significado absoluto, ao invés de simplesmente 'todas as coisas, das
quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas'. Embora as
Escrituras realmente se refiram a uma restauração futura (Rm 8.18-15; 1
Co 15.24-26; 2 Pe 3.13),
não podemos, à luz dos ensinos bíblicos sobre o destino eterno dos seres
humanos e dos anjos, usar esse versículo para apoiar o universalismo. Fazer
assim seria uma violência exegética contra o que a Bíblia tem a dizer deste
assunto.
Entre os evangélicos, a diferença acha-se na escolha entre o
particularismo, ou expiação limitada (Cristo morreu somente pelas pessoas
soberanamente eleitas por Deus), e o universalismo qualificado (Cristo morreu
por todos, mas sua obra salvífica é levada a efeito somente naqueles que se
arrependem e creem). O fato de existir uma nítida diferença de opinião entre
crentes bíblicos igualmente devotos aconselha-nos a evitar a dogmatização
extrema que temos visto no passado e ainda hoje. Os dois pontos de vista,
cada um pertencente a uma doutrina específica da eleição, têm sua base na
Bíblia e na lógica. Nem todos serão salvos. Os dois concordam que, direta ou
indiretamente, todas as pessoas receberão benefícios da obra salvífica de
Cristo. O ponto de discórdia está na intenção divina: tornar a salvação
possível a todos ou somente para os eleitos?" (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2007, pp.358-59).
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VOCABULÁRIO
Alcunha: Cognome
depreciativo que se põe a alguém; apelido.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HOLMES, Arthur F. Ética: As decisões Morais à Luz da Bíblia.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico
Pentecostal: Novo Testamento. 4.ed. Vol. 2, Rio de Janeiro: CPAD, 2009
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 55, p.38.
EXERCÍCIOS
1. Quais são os três aspectos da salvação operada pelo Senhor Jesus?
R. O primeiro refere-se a obra realizada e consumada de forma
suficiente na cruz do Calvário. O segundo diz respeito ao caráter progressivo
da salvação na vida do crente. E por último a redenção gloriosa quando da
vinda do Senhor Jesus..
2. Quem opera a nossa salvação?
R. O Senhor Jesus Cristo
3. O que significa ser irrepreensível?
R. Sem a presença dos pais, as
crianças ficam desorientadas
4. Transcreva o texto bíblico que mostra como Paulo entregou sua vida
para servir aos filipenses.
R.Significa conduzir-se de forma correta e moralmente pura, não
necessitando de repreensão. É alguém que dominou a carne, pois anda no
Espírito (Gl 5.16,17).
5. Você tem se regozijado em Cristo pela sua salvação?
R. Resposta pessoal.
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REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Comentário Bíblico Expositivo – Warrem W. Wiersbe
Antigo e Novo Testamento Interpretado Versículo Por
Versículo - Russell Norman Champlin
Comentário Esperança - Novo Testamento
Comentário Bíblico Matthew Henry - Novo Testamento
Bíblia – THOMPSON (Digital)
Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital)
Dicionário Teológico – Edição revista e ampliada e um
Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores – CPAD - Claudionor
Corrêa de Andrade
Meu querido, boa noite. Su leigo ainda em alguns assuntos, mas indo pela interpretação do texto, algumas coisas me parecem confusas:
ResponderExcluirAi diz que o homem por si só não pode ser salvo. Mas um pouco mais acima, diz que a salvação seletiva não é bìblica. Só que (penso eu), nemm todos serão salvos, certo? Logo, o Espirito Santo não irá gerar desejo de salvação em todos, logo, não se torna seletiva?