Lição 10 –
08 de Setembro de 2013 - CPAD
A Alegria do Salvo em Cristo
TEXTO
ÁUREO
"Regozijai-vos, sempre,
no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos" (Fp
4.4).
VERDADE
PRÁTICA
Em tempos trabalhosos e
difíceis, somente a alegria do Senhor pode apaziguar a nossa alma.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Deuteronômio 11.18-21
18 - Ponde,
pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por
sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos,
19 - e
ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e deitando-te, e levantando-te;
20 - e
escreve-as nos umbrais de tua casa e nas tuas portas,
21 - para
que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o SENHOR
jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra.
2 Timóteo 3.14-17
14 - Tu,
porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de
quem o tens aprendido.
15 - E que,
desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a
salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
16 - Toda
Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para
corrigir, para instruir em justiça,
17 - para
que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A
bênção ou a maldição (11.8-32). O tema que percorre todo o livro é proeminente ao
final desta subdivisão: a obediência traz bênção, e a desobediência traz maldição
(cf. cap. 28). Aqui, este tema está especialmente relacionado com a terra. Se os
mandamentos forem observados, Israel possuirá a terra (8) e ali prolongará seus
dias (9). O Egito é notoriamente uma terra seca onde a irrigação é um grande problema.
E a regavas com o teu pé (10) se refere à formação de sulcos de água com o pé, ou
ao uso do pé para fazer funcionar o mecanismo de irrigação. Canaã, com seus montes
(11), em contraste com as planícies do Egito, tem chuvas abundantes. A chuva temporã
(“as primeiras” chuvas, ARA) cai em outubro e novembro, logo depois da plantação
das sementes. A chuva serôdia (“as últimas” chuvas, ARA) ocorre em março e abril
para fazer crescer os grãos (11,12,14,15).
Temos um esboço sobre “A Terra de Canaã”:
1) Terra de abundância, 9; 2) Terra com uma diferença, 10; 3) Terra sob o favor
dos céus, 11,12.
A declaração de que as chuvas são condicionais
à obediência (13-17) causa certa dificuldade. Em primeiro lugar, Jesus declarou
que Deus envia o sol e a chuva sobre justos e injustos (Mt 5.45). Há também o fato
de que bons fazendeiros cristãos sofrem por causa da seca. Talvez Deus tenha usado
métodos especiais na educação da raça eleita. A maioria dos estudiosos admite que
a obediência e o bem-estar têm relação entre si, e que até a natureza trabalha a
favor de propósitos morais. A fé afirma que a bênção vem depois da obediência, e
se a prosperidade material é detida, serve somente para que a bênção seja dada de
forma mais profunda e duradoura (cf. comentários em 7.12-15).
Pela razão de as leis de Deus serem as
leis da sobrevivência, todos os meios devem ser envidados para garantir que não
sejam esquecidas (18-20; cf. comentários em 6.7-9). Se fossem obedecidas, onde quer
que os israelitas colocassem os pés seria possessão deles, e as fronteiras seriam
suficientemente amplas para desafiar a fé (24; cf. comentários em 1.7).
Nos versículos 22 a 25, vemos o tema
“Tomar Posse da Terra”. 1) A condição para a conquista bem-sucedida é a obediência
a Deus, 22,23; 2) Obediência incessante significa posse permanente, 24; 3) Aqueles
que se identificam com Deus são o terror dos inimigos. A resistência se derrete
na presença divina, 25 (G. B. Williamson).
Para fazer cumprir a alternativa de bênção
e maldição, tinha de ser encenada uma peça dramática nacional, com o monte Gerizim
representando a bênção e o monte Ebal, a maldição (29; cf. comentários em 27.11-26).
Estes montes seriam bem visíveis de onde Moisés falava. Eles ocupavam uma posição
central na terra defronte de Gilgal
(30; claro que não a Gilgal perto de
Jericó, mas a Gilgal nas proximidades de Siquém) junto aos carvalhais de Moré. Foi
aqui que Deus disse a Abraão: “A tua semente darei esta terra” (Gn 12.7). A campina
seria uma região plana e aberta (cf. ARA; NTLH).
Fonte: Comentários Bíblicos Beacon
2 Timóteo 3.14-17
Permanece
na Palavra de Deus (2 Tm 3:13-17)
A única maneira de derrotar as mentiras
de Satanás é por meio da verdade de Deus. "Assim diz o Senhor!" é a resposta
conclusiva a todas as controvérsias. Os homens perversos e os enganadores se tornarão
cada vez piores. Enganarão cada vez mais, pois estão sendo enganados por Satanás.
Nos últimos dias, haverá mais dissimulação e imitação, e o cristão só poderá discernir
entre o verdadeiro e o falso por meio da Palavra de Deus.
Timóteo havia aprendido a Palavra de
Deus desde a infância. A tendência de algumas pessoas é pensar que precisavam da
Bíblia quando eram mais jovens, mas que, depois de adquirirem certa maturidade,
são capazes de viver sem ela. Q u e grande engano! Os adultos precisam muito mais
da orientação da Palavra do que as crianças, pois os adultos enfrentam muito mais
tentações e tomam mais decisões. A avó e a mãe de Timóteo lhe ensinaram fielmente
as Escrituras do Antigo Testamento (o pronome "quem", em 2 Tm 3:14, é
plural, referindo-se a essas duas mulheres; ver 2 Tm 1:5). Timóteo deveria permanecer
no que havia sido ensinado. Não devemos nos considerar maduros demais para precisar
da Palavra de Deus.
Esta é uma boa ocasião para admoestar
os pais cristãos a ensinar a Bíblia a seus filhos. Felizmente, nossa escola dominical
oferecia um programa de memorização da Bíblia. Assim que nossos filhos nasciam,
nós os cercávamos com a Palavra de Deus e de orações. Depois que os filhos crescem
não temos mais esse tipo de oportunidade.
Neste parágrafo, Paulo faz algumas declarações
importantes acerca das Escrituras:
As
Escrituras são sagradas (v. 15a). A expressão "As sagradas letras"
é uma tradução literal. Fica subentendido que Timóteo aprendeu o alfabeto hebraico
por meio das Escrituras do Antigo Testamento. O termo "sagrado" significa
"dedicado para uso santificado". A Bíblia é diferente de todos os outros
livros - inclusive dos livros sobre a
Bíblia pois foi separada por Deus para
um uso sagrado especial. A Bíblia é um livro extraordinário e deve ser tratada com
o tal.
A maneira de tratarmos a Bíblia mostra
aos outros quanto a respeitam os ou não. Não quero parecer esquisito, mas devo confessar
que detesto ver uma Bíblia jogada no chão. Quando estamos carregando a Bíblia com
outros livros, ela deve ficar em cima dos demais. Há uma diferença entre marcar
a Bíblia de modo apropriado, enquanto a estudamos, e borrá-la com marcas descuidadas.
Vi pessoas usarem a Bíblia como apoio para uma xícara de café! Paulo mostra a atitude
correta em relação à Palavra de Deus (1 Ts 2:13).
As
Escrituras nos conduzem à salvação (v. 15b). Não somos salvos por crer
na Bíblia (ver Jo 5:39), mas sim pela fé no Cristo que é revelado na Bíblia. Satanás
conhece a Bíblia, mas não é salvo. Timóteo foi educado nas Sagradas Escrituras em
um lar piedoso. No entanto, só foi salvo quando Paulo o levou a Cristo.
Qual é a relação entre a Bíblia e a salvação?
Em primeiro lugar, a Bíblia revela a necessidade de salvação. É um espelho que mostra
como somos imundos aos olhos de Deus. A Bíblia explica que todo pecador perdido
é condenado agora (Jo 3:18-21) e precisa de um Salvador agora. Também deixa claro
que o pecador não pode salvar a si mesmo.
Mas a Bíblia também revela o plano maravilhoso
de Deus para a salvação: Cristo morreu por nossos pecados! Se crermos nele, ele
nos salvará (Jo 3:16-18). A Bíblia também ajuda a ter a certeza da salvação (ver
1 Jo 5:9-13). Assim, ela se torna o alimento espiritual que nutre nossa vida, a
fim de crescermos na graça e de servirmos a Cristo. É nossa espada na luta contra
Satanás e na vitória contra a tentação.
As
Escrituras são verdadeiras e confiáveis (v. 16a). "Toda a Escritura é inspirada
por Deus." A doutrina da inspiração das Escrituras é de importância vital e
também é uma doutrina que Satanás tem atacado desde o princípio ("É assim que
Deus disse...?" [Gn 3:1]). É inconcebível que Deus desse a seu povo um livro
no qual não pudessem confiar. Ele é o Deus da verdade (Dt 32:4); Jesus Cristo é
"a verdade" (Jo 14:6); e "o Espírito é a verdade" (1 Jo 5:6).
Jesus afirmou acerca das Escrituras: "a tua palavra é a verdade" (Jo 17:17).
O Espírito Santo de Deus usou homens
de Deus para escrever a Palavra de Deus (2 Pe 1:20, 21). O Espírito não apagou as
características naturais dos escritores. Antes, em sua providência, Deus preparou
escritores para a tarefa de redigir as Escrituras. Cada um deles tem seu estilo
e vocabulário próprios. Cada livro da Bíblia originou-se de um conjunto específico
de circunstâncias. Ao preparar os homens, ao conduzir a história e ao operar por
meio do Espírito, Deus realizou o milagre das Escrituras.
Não se deve pensar no termo "inspiração"
da forma que o mundo o entende hoje, quando diz: "sem dúvida, Shakespeare foi
um escritor inspirado". A inspiração bíblica refere-se à influência sobrenatural
do Espírito Santo sobre os escritores, garantindo que as palavras que escreveram
seriam precisas e fidedignas. A revelação é a comunicação da verdade ao ser humano
por Deus; a inspiração é relacionada ao registro dessa comunicação de maneira confiável.
Tudo o que a Bíblia afirma a respeito
de si mesma, do ser humano, de Deus, da vida, da morte, da história, da ciência
e de qualquer outro assunto é verdade. Isso não significa que todas as declarações
encontradas na Bíblia sejam verdadeiras, pois ela registra as mentiras dos homens
e de Satanás. Mas o registro é verdadeiro.
As
Escrituras são úteis (v. 16b). São úteis para o ensino (aquilo que é certo), para
a repreensão (aquilo que é errado), para a correção (como fazer o que é certo) e
para a educação na justiça (como permanecer no caminho certo). O cristão que estuda
a Bíblia e que aplica o que aprende cresce em santidade e evita muitas ciladas deste
mundo.
As
Escrituras capacitam-nos para o serviço (v. 17). Em uma passagem anterior, Paulo
chama Timóteo de "homem de Deus" (1 Tm 6:11); mas aqui o apóstolo diz
que qualquer cristão pode tornar-se uma pessoa "de Deus". De que maneira?
Estudando a Palavra de Deus, obedecendo ao que ela diz e deixando que controle sua
vida. Convém observar que todos os "homens de Deus" citados nas Escrituras
- inclusive Moisés, Samuel, Elias, Eliseu, Davi e Timóteo - foram homens que se
dedicaram à Palavra de Deus.
Duas palavras neste versículo são especialmente
importantes: perfeito e habilitado.
O termo traduzido por "perfeito"
significa completo, em boa forma ou bom estado. Não sugere, de modo algum, uma perfeição
impecável. Antes, implica a adequação para o uso.
O adjetivo "habilitado" tem
um significado parecido: "preparado para o serviço", ou seja, a
Palavra de Deus equipa e capacita o cristão para que viva de maneira agradável
a Deus e realize a obra da qual Deus o incumbiu. Quanto melhor conhecermos a
Palavra de Deus, mais capazes seremos de viver e de trabalhar para Deus.
O objeto do estudo bíblico é apenas
compreender as doutrinas nem ser capaz de defender a fé, por mais importantes
que essas coisas sejam. O objetivo maior é equipar o cristão que lê a Bíblia. É
a Palavra de Deus que prepara o povo de Deus para realizar a obra de Deus.
As coisas não vão melhorar, mas nós,
cristãos, podemos nos tornar pessoas melhores, mesmo em tempos difíceis.
Devemos nos separar do que é falso, dedicar-nos ao que é verdadeiro e
prosseguir no estudo da Palavra de Deus, Então, Deus vai nos equipar para o
ministério nestes tempos difíceis, e teremos a alegria de ver outros conhecerem
a verdade.
Fonte: Comentários Bíblicos Warren W.
Wiersbe
INTERAÇÃO
Paulo enfrentou
muitas dificuldades e humilhações no serviço do Mestre. Em 2 Coríntios 11.23-29 ele faz uma pequena relação de
algumas das dores e perigos que teve que encarar por amor a Cristo. Todavia,
o apóstolo não se deixou abater pelas dificuldades. Ele não permitiu que as
aflições roubassem sua alegria. O contentamento de Paulo não dependia das
circunstâncias, pois advinha da sua comunhão com Cristo. Quem tem a Jesus tem
a alegria da salvação e pode se regozijar em toda e qualquer situação. Na
obra do Senhor enfrentamos momentos ruins, mas a alegria concedida pelo
Eterno nos dá forças para seguirmos em frente. Talvez professor, você esteja
enfrentando momentos difíceis em seu ministério de ensino ou em sua família,
porém não perca a força nem o ânimo. Confie no Senhor e permita que a alegria
dEle inunde sua alma trazendo paz e esperança.
|
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
Exortar a
respeito da alegria e firmeza da fé.
Compreender que
a alegria divina sustenta a vida cristã.
Conscientizar-se a
respeito da singularidade da paz de Deus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor para
introduzir a lição reproduza o quadro abaixo de maneira que cada aluno tenha
uma cópia. Em classe, leia juntamente
com os alunos, o texto bíblico de 2 Coríntios 11.23-29.
Enfatize as muitas provações enfrentadas por Paulo. Depois faça a seguinte
indagação: "Como ter alegria em meio à tribulação?" Ouça os alunos
com atenção e explique que a nossa alegria independe das circunstâncias
externas. Ela é fruto de Cristo em
nós, faz parte da nossa salvação. Em
seguida leia o quadro com os alunos explicando os ensinos bíblicos a respeito
da alegria.
|
OS
ENSINOS BÍBLICOS A RESPEITO DA ALEGRIA INCLUEM
|
(1)
A alegria está associada à salvação que Deus concede em Cristo (1 Pe 1.3-6; cf. Sl
5.11; Is 35.10).
|
(2)
A alegria flui de Deus como um dos aspectos do fruto do Espírito (Sl 16.11; Rm
15.13; Gl 5.22). Logo,
ela não nos vem automaticamente. Nós a experimentamos somente à medida que
permanecemos em Cristo (Jo 15.1-11).
Nossa alegria se torna maior quando o Espírito Santo nos transmite um
profundo senso da presença e do contato de Deus em nossa vida (cf. Jo 14.15-21).
|
(3)
A alegria, como deleite na presença de Deus e nas bênçãos da redenção, não
pode ser destruída pela dor, pelo sofrimento, pela fraqueza nem por
circunstâncias difíceis (Mt 5.12; 2 Co 12.9).
|
PALAVRA-CHAVE
Alegria: Estado de viva satisfação, de vivo contentamento;
regozijo, júbilo.
Alegria, regozijo
e contentamento são expressões comuns ao longo da Epístola de Paulo aos
Filipenses. Paradoxalmente, elas revelam o coração do apóstolo na prisão de
Roma. Paulo não se desesperou com o seu cativeiro, mas alegrou-se no Senhor.
Ele sabia que estava nas mãos de Deus e contentava-se com as notícias de que a
igreja de Filipos, fruto do seu árduo ministério, caminhava muito bem. O
apóstolo não deixou se abater com as tribulações do seu ministério, pois nelas,
ele via a providência amorosa do Altíssimo.
I. EXORTAÇÃO À
ALEGRIA E FIRMEZA DA FÉ (4.1-3 Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa,
estai assim firmes no Senhor, amados. Rogo a Evódia e rogo a Síntique que
sintam o mesmo no Senhor. E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro,
que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente,
e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.)
1. A alegria de
Paulo. O primeiro versículo do capítulo 4 de Filipenses
inicia-se com um "portanto", justamente por ser continuação do
capítulo 3, quando o apóstolo tratara do perigo dos "inimigos da
cruz". Aqui, Paulo diz que os crentes de Filipos são a sua "alegria e
coroa" e aconselha-os a continuarem firmes no Senhor (v.1 Portanto, meus amados e mui queridos irmãos,
minha alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados.). A
permanência dos filipenses em Cristo bastava para encher o coração do apóstolo
de alegria. Por isso, ele manifestou o seu orgulho e os mais íntimos
sentimentos de amor e carinho para com os irmãos de Filipos.
2. A alegria nas
relações fraternas. Nem tudo, porém, era maravilhoso e perfeito
na igreja de Filipos. Ali, estava ocorrendo um grande problema de
relacionamento entre duas importantes mulheres que cooperaram na implantação da
igreja filipense: Evódia e Síntique (v.2 Rogo a Evódia e rogo a Síntique que
sintam o mesmo no Senhor.). Esse problema estava perturbando a
comunhão da igreja e expondo a saúde espiritual do rebanho.
A fim de resolver
a questão, Paulo se dirige a um obreiro local (Timóteo ou Tito, não sabemos)
que, com Clemente e os demais cooperadores, procuraria despertar e restabelecer
o relacionamento harmônico e fraterno entre Evódia e Síntique. Como verdadeiro pastor,
o apóstolo tratou as duas mulheres com o devido cuidado e respeito, pois as
tinha em grande estima pelo fato de ambas terem contribuído muito para o seu
apostolado.
3. A alegria de
ter os nomes escritos no Livro da Vida. O versículo 3 demonstra algo muito precioso para o
cristão: a alegria de ter o nome escrito no livro da vida. Paulo menciona tal
certeza, objetivando reafirmar a felicidade e a glória de se pertencer
exclusivamente ao Reino de Deus.
Os filipenses
tinham cidadania romana porque eram originários de uma colônia do império. Mas
quando o apóstolo escreve sobre cidadania refere-se a uma muito mais importante
que a de Roma. Nossa verdadeira cidadania vem do céu, e o "mesmo Espírito
testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rm 8.16 O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que
somos filhos de Deus.). Você tem convicção de que o seu nome está
arrolado no Livro da Vida? Você
compreende o valor disso?
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O apóstolo não
deixou se abater com as tribulações do seu ministério, antes procurou servir ao
Senhor com alegria.
II. A ALEGRIA
DIVINA SUSTENTA A VIDA CRISTÃ (4.4,5 Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos. Seja a
vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.)
1. Alegria
permanente no Senhor. A versão bíblica ARC emprega a palavra
"regozijar" no lugar de "alegria" (v.4 Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo:
regozijai-vos.). O que é regozijar-se? É alegrar-se plenamente. A
declaração paulina afirma que a fonte da alegria cristã é o Senhor Jesus, que
promoveu a nossa reconciliação com Deus (Rm 5.1,11 1 Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por
nosso Senhor Jesus Cristo; 11 E não somente isto, mas também nos gloriamos em
Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.).
Através dEle somos estimulados a permanecer firmes na fé (Rm 5.2 pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na
qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.).
Que alegria!
É a presença viva
do Espírito Santo em nós que produz essa certeza (Jo
16.7 Todavia,
digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o
Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei.; Rm 14.17; 15.13).
Nada neste mundo é capaz de superar as vicissitudes da vida como a alegria
produzida em nosso coração pelo Senhor (Tg 1.2-4 Meus irmãos, tende grande gozo
quando cairdes em várias tentações, sabendo que a prova da vossa fé produz a
paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais
perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.; Rm 5.3). O apóstolo sabia da batalha que os
filipenses enfrentavam contra os falsos mestres. Estes fomentavam heresias
capazes de criar dúvidas quanto à fé. E, por isso, Paulo imperativamente
reitera aos filipenses: "Regozijai-vos sempre, no Senhor; outra vez digo:
regozijai-vos".
2. Uma alegria
cuja fonte é Cristo. A alegria cristã tem como fonte a pessoa
bendita do Senhor Jesus. É por isso que, mesmo em meio às adversidades sofridas
em Filipos, o apóstolo teve grandes experiências de alegrias espirituais (At 16; cf. 1 Ts
2.2 mas, havendo
primeiro padecido e sido agravados em Filipos, como sabeis, tornamo-nos ousados
em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus com grande combate.).
Isso só foi possível pelo fato de ele conhecer pessoalmente Jesus de Nazaré.
Quando o apóstolo foi confrontado interiormente e pediu a Deus para que fosse
tirado o "espinho de sua carne", o Senhor lhe respondeu: "A
minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Co 12.9a E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na
fraqueza.). Após esse episódio, Paulo então pôde afirmar:
"De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim
habite o poder de Cristo" (2 Co 12.9b De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas
fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.).
3. Uma alegria
que produz moderação. O texto bíblico recomenda que a nossa
"equidade [deve ser] notória a todos os homens", pois "perto
está o Senhor" (v.5 Seja a vossa equidade notória a
todos os homens. Perto está o Senhor.). Na versão ARA,
o termo "equidade" é traduzido como "moderação". Ambas as
palavras são sinônimas porque dizem respeito à amabilidade, benignidade e
brandura. Levando em conta o contexto de Filipenses, os termos referem-se à
pessoa que nunca usa de retaliação quando é provada ou ameaçada por causa de
sua fé.
O apóstolo Paulo
espera dos filipenses autocontrole e não um comportamento explosivo, próprio de
pessoas destemperadas ou sem domínio próprio. Ele assim o faz, por saber que,
aquele que tem a alegria do Senhor no coração, possui uma disposição amável e
honesta para com outras pessoas, particularmente em relação àquelas inamistosas
e más. William Barcklay escreve que "o homem que tem moderação é aquele
que sabe quando não deve aplicar a letra estrita da lei, quando deve deixar a
justiça e introduzir a misericórdia".
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
Nada neste mundo
é capaz de superar as vicissitudes da vida como a alegria produzida em nosso
coração pelo Senhor.
III. A
SINGULARIDADE DA PAZ DE DEUS (4.6,7 Não estejais inquietos por coisa
alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela
oração e súplicas, com ação de graças. 7
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e
os vossos sentimentos em Cristo Jesus.)
1. A alegria
desfaz a ansiedade e produz a paz. Além de gerar
equidade, a alegria do Senhor desfaz a ansiedade, pois esta contraria a
confiança que afirmamos ter em Deus. Nada pode tirar a nossa paz,
perturbando-nos a mente e o coração. As nossas petições devem ser feitas
humildemente, com ação de graças em reconhecimento à misericórdia do Senhor (v.6 Não estejais inquietos por coisa
alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela
oração e súplicas, com ação de graças.), ao mesmo tempo
em que confiamos na providência do Pai Celeste.
2. Uma paz que
excede todo o entendimento. No versículo 7,
o apóstolo fala acerca da "paz de Deus, que excede todo o
entendimento". Ficando claro que a alegria e a paz são recíprocas entre
si. Não há alegria sem paz interior. Esta é decorrência daquela. Essa paz vem
do próprio Jesus: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou
como o mundo a dá" (Jo 14.27 Deixo-vos a paz, a minha paz vos
dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se
atemorize.).
Em síntese, a paz
de Deus transcende qualquer compreensão humana, pois não há como discuti- la
filosófica ou psicologicamente. Há casos em que somente a paz de Deus acalma os
corações perturbados. É a paz divina que excede - ultrapassa ou transcende - a
todo o entendimento, pois não depende das circunstâncias.
3. Uma paz que
guarda o coração e os sentimentos do crente. Ainda no
versículo 7, lemos que essa paz, dada por Cristo, "guardará os vossos
corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus". O texto fala de
"coração e sentimento", cidadelas dos pensamentos e das emoções que
experimentamos no cotidiano.
A paz de Deus é
uma espécie de muro em torno de uma casa, objetivando protegê-la dos perigos
externos. Ela torna-se um guarda fiel para o crente. Que saibamos, em Cristo,
ouvir o belo conselho do sábio: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda
o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida" (Pv 4.23 Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração,
porque dele procedem as saídas da vida.).
A paz divina que
o Senhor nos concede excede a todo o entendimento, pois não depende das
circunstâncias.
REFLEXÃO
“Em questões que sejam dispensáveis, os crentes filipenses não devem
ir a extremos, mas evitar o fanatismo e a hostilidade, julgando uns aos outros
com indulgência. (...) Qual é o propósito das rivalidades? Sedes tolerantes uns
com os outros para que Deus seja tolerante convosco quando o Senhor vier.” John
A. Knight
A Carta aos
Filipenses, em sua completude, destaca a alegria do Senhor como uma virtude de
sustentação da vida cristã. Não se trata de alegria passageira ou meramente
emocional. A alegria do Senhor alimenta a nossa alma e produz paz e segurança,
porque essa "paz é como uma sentinela celestial" que nos guarda do
mal. Ora, a alegria também é "fruto do Espírito" (Gl 5.22 Mas o fruto do Espírito é: caridade,
gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.),
pois a presença dela em nós produz uma vida interior que supera todas as nossas
vicissitudes.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
I
Subsídio
Teológico
"Seja a
vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor. O termo grego epieikes, equidade,
descreve restrição de paixões, sobriedade ou aquilo que é apropriado. Pode
significar boa disposição para com as pessoas (cf. Rm 14). Em 1 Timóteo 3.3
e Tito 3.2, a palavra é usada com
um adjetivo que significa 'não propenso a brigar'. A ideia é de ser
tolerante, não insistindo em direitos próprios, mas agindo com consideração
uns com os outros. Em questões que sejam dispensáveis, os crentes filipenses
não devem ir a extremos, mas evitar o fanatismo e a hostilidade, julgando uns
aos outros com indulgência. Perto está o Senhor pode ser aviso que a igreja
primitiva costumava usar. Neste caso, Paulo está dizendo: 'Qual é o propósito
das rivalidades? Sede tolerantes uns com os outros para que Deus seja
tolerante convosco quando o Senhor vier'. A frase também era entendida como
promessa da proximidade do Senhor, e interpretada com relação ao versículo
seguinte. Não estejais inquietos por coisa alguma [...] Embora possamos
planejar o futuro (1 Tm 5.8), não
devemos ficar ansiosos quanto a nada (Mt 6.25).
O segredo desta qualidade de vida é a oração e as súplicas. 'Cuidado e oração
[...] são mais opostos entre si que fogo e água'. Oração é geral e baseia-se
nas promessas divinas, envolvendo devoção ou adoração. Súplicas são rogos
especiais em tempos de necessidade pessoal e apelam para a misericórdia de
Deus" (Comentário Bíblico
Beacon.1.ed. Vol. 9. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.277).
|
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
II
Subsídio
Teológico
"Pessoal (4.2,3)
A advertência
de Paulo nestes dois versos marca uma ocorrência incomum em suas cartas. É
comum o apóstolo enfrentar os problemas, as objeções ou as falsas doutrinas
dentro de suas igrejas. Porém, esta é uma das poucas ocasiões onde ele
realmente nomeia as pessoas envolvidas (1 Tm
1.20). Na maioria das vezes, Paulo prefere manter os envolvidos em
controvérsias no anonimato. O fato de mencionar aqui estes indivíduos reflete
a seriedade da situação, seu relacionamento íntimo com os filipenses e sua
alta consideração para com as duas irmãs a quem fez este sincero apelo.
Obviamente ele considera estas mulheres, bem como o restante da congregação,
como suficientemente maduros para lidarem com este assunto publicamente.
Paulo propõe um
sério apelo às duas mulheres na congregação em Filipos, Evódia e Síntique
(possivelmente diaconisas naquela igreja). As mulheres desempenharam um papel
muito importante na fundação daquela igreja na macedônia (veja At 16.14).
[...] Paulo
fala com cada uma das mulheres separadamente, possivelmente para mostrar sua
imparcialidade na situação.
[...] Estas
mulheres, juntamente com Clemente e outros cooperadores, têm combatido com
Paulo como se estivessem em um combate de gladiadores (1.27), por amor ao
evangelho. Agora, nestas ocasiões em que existem relacionamentos hostis,
Paulo pede a este 'verdadeiro companheiro' que seja um parceiro para estas
duas senhoras, a fim de trazer uma solução. É significativo que os termos
'cooperadores', 'contender' e 'ajudar' contenham a preposição 'com' (syn),
enfatizando o papel vital da comunidade cristã e do trabalho em equipe, no
pensamento de Paulo" (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento.
4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.505).
|
VOCABULÁRIO
Arrolado: Relacionado
em listagem.
ARC: Almeida
Revista e Corrigida.
Vicissitude: Instabilidade
dos acontecimentos. Eventualidade, revés.
Inamistosas: Hostis,
adversárias.
Cidadela: Local
seguro.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy B. Teologia
do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
RICHARDS,
Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador
Cristão
CPAD, nº 55,
p.41.
EXERCÍCIOS
1. A quem o
apóstolo Paulo se refere como sua "alegria e coroa"?
R. Os crentes
de Filipos.
2. Entre quais
mulheres estava ocorrendo um problema de relacionamento na igreja de Filipos?
R. Evódia e
Síntique.
3. Qual era a
cidadania dos filipenses? Mas a qual devemos valorizar?
R. Os filipenses tinham cidadania romana. A cidadania que vem do céu.
4. Em sua
completude, o que a Carta aos Filipenses destaca sobre a alegria?
R. A alegria
divina sustenta a vida cristã.
5. De acordo
com a lição o que a alegria divina é capaz de desfazer e produzir?
R. A alegria
desfaz a ansiedade e produz a paz.
|
REFERÊCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
Comentário Bíblico Expositivo –
Warrem W. Wiersbe
Antigo e Novo Testamento
Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
Comentário Esperança - Novo
Testamento
Comentário Bíblico Matthew Henry -
Novo Testamento
Bíblia – THOMPSON (Digital)
Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP
(Digital)
Dicionário Teológico – Edição
revista e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores
– CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade
Nenhum comentário:
Postar um comentário