Título: As Sete
Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja
Comentarista: Claudionor de
Andrade
Lição 5: Pérgamo, a
igreja casada com o mundo
Data: 29 de
Abril de 2012
TEXTO ÁUREO
“Não ameis o mundo, nem o que no
mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que
há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba
da vida, não é do Pai, mas do mundo” (1 Jo 2.15,16).
VERDADE PRÁTICA
Só há um modo de a Igreja de Cristo
destronar a Satanás: manter a Deus no trono e combater a apostasia com a espada
do Espírito.
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Apocalipse 2.12-17.
12 - E
ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada
aguda de dois fios:
13 - Eu
sei as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs
o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel
testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
14 - Mas
umas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de
Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel
para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem.
15 - Assim,
tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu aborreço.
16 - Arrepende-te,
pois; quando não, em breve virei a ti e contra eles batalharei com a espada da
minha boca.
17 - Quem
tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei eu a
comer do maná escondido e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome
escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.
INTERAÇÃO
Professor, nesta lição estudaremos a
respeito da terceira carta de Jesus enviada ao pastor da igreja de Pérgamo.
Esta encontrava-se inserida numa cidade marcada pela idolatria, onde o trono de
Satanás estava estabelecido (Ap 2.12). Manter-se santo e fiel ao Senhor em meio
àquela sociedade idólatra não era nada fácil. Porém, os crentes de Pérgamo eram
fiéis e não negaram a fé em Jesus. Mesmo passando por muitas perseguições. Os
crentes tinham fé, mas parece que lhes faltavam o discernimento bíblico e
espiritual para combater os falsos ensinos. Havia um grupo de pessoas que
tolerava os pseudomestres e práticas contrárias à Palavra de Deus. O povo do
Senhor corrompia-se ao aceitar as doutrinas de Balaão. A Igreja do Altíssimo
deve conhecer mais a Palavra de Deus a fim de que ensine a sã doutrina.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
· Conhecer o contexto geográfico e histórico da
cidade de Pérgamo.
· Elencar as principais características da igreja de
Pérgamo.
· Explicar quais eram as heresias encontradas em
Pérgamo.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor, para introduzir o tópico
IV da lição, providencie cópias do quadro abaixo para os alunos. Distribua as
cópias e explique à classe que na igreja de Pérgamo havia um grupo de pessoas
que ensinava heresias e tolerava a doutrina de Balaão. Em seguida pergunte à
turma: “Quem foi Balaão?”; “Qual era a sua doutrina?”. Ouça com atenção os
alunos e responda as questões lendo o quadro abaixo.
QUEM FOI BALAÃO
• Falso profeta
gentio, filho de Beor, que vendeu seus serviços a um rei pagão, e que o
aconselhou a seduzir Israel a comprometer sua fé por meio da idolatria e
imoralidade (Nm 22-24).
A DOUTRINA DE BALAÃO
• A doutrina de
Balaão refere-se, a mestres e pregadores corruptos que, em Pérgamo, que levavam
suas congregações à transigência fatal com a imoralidade, o mundanismo e as
falsas ideologias.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Heresia: Rejeição
voluntária aos ensinos da Palavra de Deus.
Primeiro, vieram os discípulos de
Balaão que, sob o manto de uma espiritualidade afetada e exótica, logo acharam
guarida na igreja em Pérgamo. Depois, chegaram os nicolaítas que, embora
atrevidos e afoitos, também não encontraram dificuldades para se acomodar entre
as pobres e desprotegidas ovelhas. Quando o ministério local deu por si, já não
havia mais nada a fazer: o terreno já estava tomado pelo inimigo. E o pastor da
igreja? Ele sabia que a situação era grave, mas não ignorava o que acontecera
ao seu antecessor. Ao reagir, o destemido Antipas foi assassinado pelo grupo
que sustentava o trono de Satanás naquela igreja.
As coisas, porém, não haveriam de
continuar daquele jeito. Já enojado, Jesus, através de João, envia uma carta ao
anjo de Pérgamo, urgindo-o a retomar o cajado e apascentar o rebanho de
conformidade com a sã doutrina. Caso contrário, o próprio Senhor batalharia
contra aqueles iníquos com a espada que sai de sua boca.
Como estão nossas igrejas? Será que,
de alguma forma, não permitimos que o Diabo se entronizasse entre nós e não o
percebemos? É hora de reagir contra o império das trevas.
I. PÉRGAMO, O TRONO DE SATANÁS
1. Pérgamo, a cidade dos livros e da
ignorância espiritual. Situada às
margens do Caíco e distante trinta quilômetros do Mar Egeu, Pérgamo era a mais
importante metrópole da Mísia. Cidade antiga e rica, fizera-se afamada por sua
biblioteca, cujo acervo chegou a ser estimado em duzentos mil volumes. De tal
forma ela se achava ligada aos livros, que o seu nome tornou-se sinônimo
destes: pergaminho. Seus operários sabiam como industriar a pele animal como
suporte à escrita.
Como uma cidade tão rica em livros
podia ser tão pobre quanto ao conhecimento do verdadeiro Deus? Faltava-lhe a
sabedoria do Livro dos livros (Pv 1.7).
2. A Igreja em Pérgamo. Pérgamo, em grego, significa casado. É bem
provável que a Igreja de Cristo haja sido implantada em Pérgamo quando da
estadia de Paulo em Éfeso (At 20.31). Apesar de a cidade ser a guardiã do trono
do próprio demônio, o Reino de Deus prevaleceu em seus termos. Se o trono era
do Diabo, o cetro estava nas mãos de Cristo (Is 9.6).

SINOPSE DO TÓPICO (I)
Pérgamo era uma cidade onde o mal
reinava, porém o Reino de Deus, manifestado por intermédio da igreja,
prevaleceu em seus termos.

II. A ESPADA DE DOIS GUMES
1. A espada afiada de dois gumes. A uma igreja casada com o mundo e que já se
havia acomodado a duas ardilosas heresias, apresenta-se Jesus como “aquele que
tem a espada aguda de dois fios” (Ap 2.12). Sim, contra as apostasias, só
existe uma arma realmente poderosa: a Bíblia Sagrada — a espada do Espírito
Santo (Ef 6.17; Hb 4.12).
2. Manejando bem a espada do
Espírito. Se temos semelhante arma,
combatamos as mentiras que nos chegam aos arraiais como verdades. Cortemos pela
raiz as heresias, misticismos e modismos que teimam brotar em nossos campos.
Nessa luta, porém, saibamos como manejar a Palavra de Deus: “Procura
apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15).
Guerreemos contra as inverdades
doutrinárias que o Diabo, velada e abertamente, vem semeando na seara do Mestre
(2 Pe 2.1).

SINOPSE DO TÓPICO (II)
A Bíblia Sagrada é uma arma poderosa no
combate à apostasia.

III. O DESTINATÁRIO
1. Um anjo numa cidade infernal. Não era nada fácil ao anjo de Pérgamo habitar
nessa cidade. Se por um lado, era coagido pelos pagãos a incensar o altar no
qual César era divinizado; por outro, era constrangido a conviver com o
paganismo que, a princípio sutil, ameaçava agora o remanescente fiel da igreja.
Mas o Senhor Jesus estava de tudo ciente: “Eu sei as tuas obras, e onde
habitas, que é onde está o trono de Satanás” (Ap 2.13). Denota-se, pois, que os
crentes infiéis e casados com o mundo, haviam entronizado Satanás na casa de
Deus.
Pérgamo era uma cidade infernal, mas
o Senhor queria o seu anjo ali, para que ali fosse manifestado o Reino dos
Céus.
O paganismo não ficou restrito a
Pérgamo. Nestes últimos dias, o Diabo vem repaganizando o mundo através dos
meios de comunicação. Há um panteão em cada praça.
2. O testemunho e a perseverança de
um anjo. Embora habitasse num lugar
espiritual e moralmente hostil, o anjo da igreja em Pérgamo porfiava em manter
o seu testemunho, como realça o próprio Senhor. “[...] reténs o meu nome e não
negaste a minha fé” (Ap 2.13). Ele mantinha uma postura impecável como servo de
Deus. Se parte de sua igreja achava-se casada com o mundo, ele e o remanescente
fiel encontravam-se aliançados com o Cordeiro de Deus.
3. Antipas, a fiel testemunha. Mui provavelmente, Antipas havia precedido o
destinatário da carta no pastorado de Pérgamo. E pelo que depreendemos das
palavras do Senhor, o fiel Antipas, cujo nome em grego significa “contra
todos”, levantara-se para combater os apóstatas que haviam entronizado o Diabo naquela
igreja. Por isso, ajuntaram-se todos para tirar-lhe a vida, conforme denuncia
Jesus: “o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita” (Ap 2.13).
Sim, Antipas não foi morto pelas
autoridades romanas. Ele foi morto pelos que se diziam irmãos. Por conseguinte,
caberia ao atual anjo de Pérgamo continuar a luta de Antipas. Levantar-se-ia
ele contra os que detinham a doutrina de Balaão e sustentavam o ensino dos
nicolaítas.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
O pastor da igreja em Pérgamo manteve
uma postura impecável como servo de Deus, mesmo vivendo em uma cidade idólatra
e maligna.

IV. AS HERESIAS DE PÉRGAMO
1. Doutrina de Balaão. Ensino pseudobíblico que, torcendo as
Sagradas Escrituras através de artifícios teológicos e hermenêuticos, corrompia
a graça de Deus, apresentando aos santos uma teologia permissiva e eticamente
tolerante (Jd 4). O objetivo dessa doutrina era levar o povo de Deus à
prostituição e à idolatria, a fim de, enfraquecendo-os moral e espiritualmente,
extorquir-lhes os bens materiais. Era a teologia dos ladrões.
O patrono desta doutrina era Balaão,
filho de Beor que, embora profeta e teólogo, utilizou-se da profecia e da
teologia para levar a maldição ao arraial hebreu (Nm 25). Subornado por
Balaque, rei de Moabe, ensinou-lhe como levar a maldição às tendas hebreias.
Por isso, o apóstolo Pedro taxa-o de louco (2 Pe 2.15,16). E Judas acusa-o de
venalidade (Jd 11).
Balaão tinha os seus discípulos em
Pérgamo. Estimulados pela ganância, utilizavam-se de sua influência teológica
sobre a igreja, a fim de levá-la a noivar-se com o mundo.
2. A doutrina dos nicolaítas. Não sabemos muita coisa acerca dos
nicolaítas. O que sabemos é que a sua doutrina não destoava quase nada do
ensino de Balaão. Pelo menos quanto ao conteúdo.
Se Balaão era dissimulado, sutil e
teológico, os nicolaítas, fazendo abertamente comércio dos santos, publicamente
apregoavam a repaganização da igreja, afirmando ser possível servir a Deus e
aos ídolos. Utilizando-se de um linguajar bem elaborado, levaram muitos fiéis a
se desviarem pelos caminhos da fornicação, do adultério e da idolatria.

SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Na igreja de Pérgamo havia falsos
mestres que seguiam e ensinavam a doutrina de Balaão, cujo objetivo era levar o
povo de Deus à prostituição e à idolatria.

CONCLUSÃO
Escrevendo aos filipenses, o apóstolo
Paulo afirmou: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o
Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20). Embora o cristão não tenha como
evitar o lado “temporal” da vida, seu olhar deve fixar-se em sua redenção
eterna. Jesus sabia da sedução que os bens terrenos podem exercer sobre nós e
por isso advertiu: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o
vosso coração” (Mt 6.21). Por esse motivo, coloquemos o Senhor Jesus sempre em
primeiro lugar.
VOCABULÁRIO
Afetada: Exagerada,
aparente.
Brandi-la: Empunhá-la (a arma); prepará-la para o disparo.
Panteão: Conjunto de deuses de um povo.
Propositura: Ato ou efeito de propor; proposição.
Venalidade: Condição ou qualidade do que pode ser vendido. No caso de Balaão, tal postura é inaceitável, pois ele negociava “profecias”.
Brandi-la: Empunhá-la (a arma); prepará-la para o disparo.
Panteão: Conjunto de deuses de um povo.
Propositura: Ato ou efeito de propor; proposição.
Venalidade: Condição ou qualidade do que pode ser vendido. No caso de Balaão, tal postura é inaceitável, pois ele negociava “profecias”.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
LAWSON, S. J. As Sete Igrejas do
Apocalipse: O alerta final de Cristo para o seu povo. 5.ed.,
RJ: CPAD, 2004.
EXERCÍCIOS
1. Qual
era a situação espiritual da igreja em Pérgamo?
R. Uma igreja casada com o mundo e que já se havia acomodado a duas
ardilosas heresias.
2. O
que representa a espada do Espírito?
R. A Bíblia Sagrada.
3. Quem
foi Antipas de acordo com a lição?
R. Fiel testemunha. Mui provavelmente, havia precedido o destinatário da
carta no pastorado de Pérgamo. E pelo que depreendemos das palavras do Senhor,
o fiel Antipas, cujo nome em grego significa “contra todos”, levantara-se para
combater os apóstatas.
4. O
que era a doutrina de Balaão?
R. Ensino pseudobíblico que, torcendo as Sagradas Escrituras através de
artifícios teológicos e hermenêuticos, corrompia a graça de Deus, apresentando
aos santos uma teologia permissiva e eticamente tolerante.
5. Como
devemos portar-nos diante de uma sociedade pagã e permissiva?
R. Resposta pessoal.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
“Pérgamo é chamada ao arrependimento
Apesar de a igreja em Pérgamo, como
um todo, ser fiel a Cristo e às verdades do Evangelho, alguns dentre eles
faziam-se passíveis da repreensão do Senhor. Os tais estavam comprometendo sua
fé com os baixos padrões morais e costumes pagãos daqueles dias. Tinham um
comportamento idêntico aos dos israelitas nos dias de Moisés. Seguindo os
conselhos de Balaão, um vidente e falso profeta, Balaque, rei de Moabe, usou
belas jovens de seu reino para seduzir os israelitas, e induzi-los a
participarem de suas festas idólatras, nas quais a imoralidade era praticada em
nome da religião (ver Número 25.1-5; 31.15,16). Jesus chama a isto de
prostituição (Ap 2.14). Deus não aceita ritos e cerimônias como desculpa para
se quebrar os seus mandamentos (Ver 2 Pedro 2.15,16, onde por dinheiro, Balaão
tenta manipular Deus para que amaldiçoasse a Israel).
Alguns estudiosos veem no nome hebreu
de Balaão (Ap 2.14) um equivalente no grego Nikolaos, identificando os balaamitas como os
nicolaítas do versículo 15. Entretanto, pelo contexto parecem ser dois grupos
diferentes. Pode ser que os nicolaítas encorajassem o mesmo tipo de
desregramento desenfreado que os balaamitas, mas sem envolver idolatria. É
claro que ambos os grupos possuíam perspectivas erradas acerca do amor e da
liberdade do cristão” (HORTON, S. M. Apocalipse: As coisas
que brevemente devem acontecer. 2.ed., RJ: CPAD, 2001. pp.35,36).
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