LIÇÃO 11 – 14 de setembro
de 2014
– Editora Betel
Pecados capitais de uma liderança
TEXTO AUREO
“Ai
deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se
precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Corá”. Jd v.ll
VERDADE APLICADA
A
vigilância e a prudência são ingredientes essenciais na vida de todo aquele que
milita na obra do Senhor.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
►Apontar
alguns tipos de pecados principais ligados à liderança;
►Descrever
concisamente as consequências principais desses pecados;
►Oferecer
uma chance para uma constante autoanálise.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Ne 5.14 -
Também desde o dia em que fui nomeado seu governador na terra de Judá, desde o
vigésimo ano até ao trigésimo segundo ano do rei Artaxerxes, doze anos, nem eu
nem meus irmãos comemos o pão devido ao governador.
Ne 5.15 -
Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim, oprimiram o povo e lhe
tomaram pão e vinho, além de quarenta siclos de prata; até os seus moços
dominavam sobre o povo, porém eu assim não fiz, por causa do temor de Deus.
Ne 5.16 -
Antes, também na obra deste muro fiz reparação, e terra nenhuma compramos; e
todos os meus moços se ajuntaram ali para a obra.
Ne 5.17 -
Também cento e cinquenta homens dos judeus e dos magistrados e os que vinham a
nós, dentre as gentes que estavam ao nosso redor, eram meus hóspedes.
Introdução
A definição básica de pecado no grego é
“hamartia”, e significa: “errar o alvo”. Pecar é desvincular-se do propósito
original de Deus, que é alcançar determinado objetivo. Com o pecado não se
brinca, e aquele que está ativo no exercício de liderança deve trabalhar preventivamente
vigiando. Quem está sob a pressão da tentação deve se resguardar orando,
resistindo ou até mesmo fugindo (ICo 6.18), dependendo da natureza da tentação.
Portanto, é imprescindível conhecermos os principais pecados ligados à
liderança e algumas de suas consequências.
1. Pecados
emocionais
Assim como alguém definiu que há virtudes
ligadas à emoção tais como o amor, a alegria e a paz interior, há logicamente
seus contrapontos e contrastes em sentido pecaminoso. Nossa lista está longe de
ser perfeita, e até sabemos que todos os pecados têm algum peso emocional, mas
destacaremos aqueles que precisam ser considerados no estudo desta lição.
1.1.
Soberba
De todos os pecados enumerados na Palavra
de Deus, a soberba é provavelmente o mais sutil e mais perigoso. Ela tem origem
no próprio Satanás (lTm 3.6), e é usado por ele como uma armadilha no coração
humano para desfigurar a imagem daqueles que galgam posições elevadas. O que
começa a ser uma obra para a glória de Deus pode, de forma rápida e fácil,
converter-se em glória para si mesmo. A soberba faz com que seu possuidor tenha
um elevado conceito de si mesmo, colocando-se acima das demais (Pv 21.24).
Geralmente, as pessoas que possuem tal sentimento costumam não ouvir os outros,
acham que sabem tudo, eles dispensam bons conselhos porque acreditam que os
outros não sabem de nada. A soberba é tida como a mãe de todos os outros
pecados. Quem age assim cometerá sérios erros em sua liderança e trará sérios
riscos e prejuízos a sua organização. A Bíblia é clara quando afirma que a
soberba precede à ruína (Pv 16.18).
Humildade vem da palavra “húmus” que
significa terra fértil, solo sobre nós. É a qualidade das pessoas que se
procuram manter com os “pés na terra”, no nível dos outros. Ninguém é
pior.; ou melhor; todos estamos no mesmo nível, porque somente Deus está
acima, por isso devemos manter dignidade, cordialidade, respeito, simplicidade
e honestidade com todos, se quisermos alcançar a Deus. Humildade é assumir seus
direitos e obrigações, erros e culpas sem resistir. Agir diferente disto é uma
arrogância, e uma negação da sua origem.
1.2. Mau
humor
O relacionamento interpessoal é, sem sombra
de dúvida, um dos fatores que influenciam no dia a dia e no desempenho de um
grupo, daí surge à necessidade de trocar informações sobre o trabalho e de
cooperar com a equipe, o que, sem um bom relacionamento, fatalmente prejudicará
a organização. E importante saber conviver com as pessoas, primeiro porque a
Bíblia ordena, e também, porque necessitamos de uma intensa interação devido às
mudanças que ocorrem em todos os seguimentos da sociedade, da cultura ou até
mesmo diante de troca de lideranças. O líder pode ser o motivo das pessoas
entrarem e também de saírem das organizações. Disse Oscar Wilde: “algumas
pessoas proporcionam felicidade aonde vão, outras proporcionam felicidade
quando se vão”. Algumas fontes estimam que 65 por cento das pessoas abandonem
as empresas por causa de seus gestores.
1.3.
Coração impiedoso
Só quem nunca ofendeu alguém é que nunca
precisou de perdão. Todos os seres humanos, de alguma maneira, ofenderam
alguém, principalmente o próximo a quem se ama. Um líder deve antecipadamente
ter o seu coração tratado e curado pela graça de Deus, afim de que sua vida
dentro de uma organização cristã seja a mais sadia possível (Mt 12.35). Quem
não experimenta graça não pode dispensar graça, senão acusações, rancor e
sentimento de vingança (Lc 6.45). E imprescindível que um líder tenha um
coração misericordioso e perdoador, principalmente quando alguém diz compor uma
organização cristã. Jesus não especificou um limite para o perdão, mas deixou
claro que devemos perdoar quantas vezes se fizer necessário (Mt 18.21 e 22).
A vida é recíproca. Se nos relacionarmos
bem com as pessoas, elas também se relacionarão bem conosco. Às vezes, não
entendemos bem o significado da palavra “humildade”. A humildade que Jesus
nos ensinou é ser como se não fossemos, e ter como se nada tivéssemos. Uma
pessoa mansa e humilde de coração sabe conviver de forma amável com as demais.
Embora esteja passando por momentos difíceis e de grande provação, não
descarrega seu mau humor nas pessoas. Tal pessoa jamais se orgulha da posição
que ocupa; do contrário, é capaz de perder para ver o Reino de Deus progredir.
2. Pecados
relacionais
Como já dissemos acima, a soberba é a mãe
de todos os demais pecados. Os pecados a serem comentados a seguir não fogem a
regra. Veremos como um líder pode pecar tão seriamente contra Cristo, contra si
mesmo e a organização a qual pertence.
2.1. Centralização
excessiva
A princípio não há nada de errado em ser
centralizador, o problema está em centralizar as coisas por orgulho. Existem
líderes que são excessivamente centralizadores com o fim de impedir ou sonegar
determinadas informações aos seus liderados. Esse é um tipo inseguro, que teme
ser superado e perder sua posição. Na verdade, não podemos generalizar. Mas
aqueles que agem assim não são democráticos quanto ao conhecimento, e quando se
trata de Reino de Deus, podemos dizer que tais atitudes impedem a chegada de
novos valores, desestimulam aqueles que sonham e almejam desenvolver uma visão
dada por Deus, e impedem que outras ideias sejam colocadas, as quais poderiam
até ser melhores e mais eficazes que a do atual líder.
Não raro se vê líderes omitindo
títulos de livros que leem, desestimulam o aprendizado em seminários
teológicos, impedindo membros de participar de palestras, etc., por serem
inseguros, tudo tem que se iniciar neles. E como se sempre estivessem
maquinando passar-lhe a perna e derrubá-lo de sua liderança. A consequência
dessa centralização excessiva é que, quando as coisas não vão indo bem, a culpa
recai sobre ele. Na verdade esse tipo de postura faz com que os liderados
fiquem desmotivados e até torçam para que as coisas deem errado.
2.2. A
cobiça pelo reconhecimento
Ligado à soberba está a sede pelo
reconhecimento. Também não há nada errado em fazer as coisas pensando em ter
reconhecimento alheio. O perigo reside quando uma pessoa está possuída desse
desejo de reconhecimento como foi o caso de Caim, que, dando lugar à ira, matou
seu próprio irmão (Gn 4.6-8). A cobiça é como uma bola de neve, ou seja, começa
como algo muito pequeno e termina como uma grande avalanche, algo que pode
causar grande destruição. Afinal de contas, não são as grandes raposas que
destroem as vinhas, e sim as pequenas (Ct 2.15). Temos exímio cuidado com as
grandes rochas, porém, são as pequenas pedras que sempre nos fazem tropeçar.
Muitos caem nos laços da cobiça, simplesmente porque os ignoram. Sansão é um
exemplo clássico daqueles que acham que sempre se livrarão de cordas frágeis.
Ainda que algo pareça muito insignificante não devem ser ignoradas. A Bíblia
nos adverte: “não deis lugar ao diabo” (Ef 4.26).
2.3.
Agressividade
A agressividade é mais uma consequência de outros
pecados sérios como a soberba, o ser cobiçoso de vanglorias e a inveja, como
dissemos acima. A agressividade costuma ser na maioria das vezes de natureza
verbal através de humilhações a alguém, o desprezo à ideia de outro, ofensas
verbais, assédio moral, etc. Seu mau humor bem como a sua agressividade faz com
que este indivíduo não permaneça muito tempo na organização. Todo líder vive
exposto a grande pressões, por isso deve exercitar a longanimidade e a
paciência (2Tm 3.10, Hb 12.1) para evitar a agressividade. Observe o que nos
ensina a Escritura: “Assim como as moscas mortas fazem exalar mau cheiro e
inutilizar o unguento do perfumador, assim é, para o famoso em sabedoria e em
honra, um pouco de estultícia” (Ec 10.1).
Assim como uma mosca pode estragar todo o
aroma de um bom perfume, uma atitude errada por parte de um líder pode colocar
uma organização em sérias dificuldades.
3. Pecados
laborais
Agora trataremos de alguns pecados que se
relacionam diretamente com o trabalho: a luxúria, a negligência e a preguiça.
3.1.
Luxúria
Olhando rapidamente, parece que a luxúria
não tem a ver com o trabalho. Ela é definida como “comportamento desregrado
quanto aos prazeres do sexo”, seu sinônimo é lascívia, que, de igual modo,
refere-se à incontinência, dissolução, corrupção. Todavia, aqueles que dão
vazão à luxúria, sejam ocasionalmente ou como um estilo de vida acabam, por
fim, afetando a sua vida em varias esferas, incluindo a profissional e como
líder. Para sustentar a luxúria ou lascívia, o indivíduo se vê obrigado a tomar
algumas atitudes, que certamente vão gerar consequências desastrosas. A maneira
como alguns encontram para isso é laborando mais, o que talvez seja uma mínima
minoria. O mais comum é a prática da exploração alheia em todos os sentidos, a
prática da corrupção e improbidade administrativa. E também caracterizada por
assédio a funcionário (a) ou membro de equipe, gerando o escândalo dentro da
organização, seu enfraquecimento e até mesmo a sua dissolução.
Fomos alertados que, nos últimos dias,
haveria homens amantes de si mesmos, blasfemos, enganadores, e que fariam do
evangelho uma causa de ganhos. O que Paulo disse a Timóteo como recomendação é
uma verdade que, em nossos dias, deve ser confrontada pela veracidade da
Escritura.
3.2.
Negligência
Enquanto a diligência é fazer as coisas com
zelo, dedicação e amor, a negligência é a negação de tudo isso. Enfim, podemos
dizer que a negligência é a maneira relaxada, desleixada e preguiçosa de fazer
as coisas. Em qualquer organização eclesiástica ou secular, isso é percebido
pela falta de comprometimento, pela falta de entusiasmo, pela falta de energia.
Quem é negligente tende a desperdiçar oportunidades e o próprio crescimento na
igreja ou outra organização a que pertença (Pv l8.9). Nunca planeje metas se
não está disposto a tomar atitudes para realizá-las. Veja a parábola do servo
que recebeu um único talento sem nada produzir. E por que não o fez? Porque era
negligente e mau. Note que seu fim não foi dos melhores (Mt 25.24-29).
3.3.
Falta de ética (no falar)
A principal falta de ética no falar se chama
fofoca ou mexerico. E a atitude de maldizer com base em inverdade sobre
determinada coisa ou sobre alguém. Tal estilo prejudica a organização como um
todo. Há pessoas que fazem isso procurando logicamente obter alguma vantagem,
mas por ser um comportamento que cedo ou tarde será descoberto, acaba se
voltando contra a própria pessoa. Em nossos dias, isso já se tornou um padrão
de vida para muitos, até mesmo líderes, os quais se envolvem em fofocas, e
causam intrigas ao levantar questões da vida alheia, as quais muitas vezes
visam destituir alguém de sua posição, seja por inveja ou falta de afinidade.
Líderes que agem assim apenas geram desrespeito, estresse e má vontade em seus
liderados.
Mesmo
que alguém possa encontrar alguma coisa de positivo em alguns desses
comportamentos, isso não passa de engano pueril. Os prejuízos são muitos diante
de si mesmo, da igreja, e diante de Deus. O pecado sempre deve ser visto de
maneira séria, com efeito regressivo. Daí haver uma maneira própria de encarar
tais pecados.
Conclusão
Enfim, existem algumas atitudes que são
fundamentais para que o líder possa encarar tais pecados e evitá-los, a saber:
prudência na conduta pessoal sempre, orar, vigiar e ter um momento devocional
consistente para resistir as astutas ciladas do diabo (Ef 6.11).
QUESTIONÁRIO
1. Onde reside o perigo de ser um líder
dado a centralização?
R. Em centralizar as coisas por orgulho.
2. O que é a soberba em relação aos outros
pecados?
R. É a mãe de todos os outros pecados.
3. Quando não existe um bom relacionamento,
o que o corre à organização?
R. Muito prejuízo.
4. Qual é a prática comum de quem costuma
dá vazão à luxúria?
R. A prática da exploração alheia em
todos os sentidos.
5. Como se chama a principal falta de ética
no falar?
R. Fofoca ou mexerico.
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º Trimestre de 2014, ano 24 nº 92 – Jovens e Adultos - “Dominical”
Professor – LIDERANÇA CRISTÃ Conhecendo
os segredos da liderança eficaz
Pastor Dr. Abner
de Cássio Ferreira
Nenhum comentário:
Postar um comentário