Escola Bíblica Dominical
LIÇÃO 4 – 26 de julho de 2015 – Editora BETEL
O milagre da filha de Jairo
VÍDEO
TEXTO AUREO
“E o que vivo e fui morto, mas
eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do
inferno.” Ap 1.18
Comentarista: Pastor Dr. Abner
de Cássio Ferreira
VERDADE APLICADA
Jesus entrou na casa de Jairo
para ressuscitar o que estava morto. Essa é a proposta do Evangelho: dar vida
com abundância a todo o que nEle crer.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
• Informar quem era Jairo e o que
implicava ele ir até Jesus;
• Mostrar a qualidade da fé que
Cristo almeja ver em nossas vidas;
• Ensinar que Jesus age no tempo
certo e que Ele é tão surpreendente quanto poderoso.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Mc 5.22 - E eis que chegou um dos
principais da sinagoga, por nome Jairo, e, vendo-o, prostrou-se aos seus pés,
Mc 5.23 - E rogava-lhe muito,
dizendo: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos,
para que sare, e viva.
Mc 5.24 - E foi com ele, e seguia-o
uma grande multidão, que o apertava.
Mc 5.35 - Estando ele ainda
falando, chegaram alguns do principal da sinagoga, a quem disseram: A tua filha
está morta; para que enfadas mais o Mestre?
Mc 5.36 - E Jesus, tendo ouvido
estas palavras, disse ao principal da sinagoga: Não temas, crê somente.
Introdução
Jairo era líder de uma sinagoga. Foi um homem
que abandonou tudo, até mesmo seus conceitos religiosos e se dispôs a ir até
Jesus em busca de uma solução para a enfermidade de sua filha (Mc 5.22)
1. Jairo, o líder de uma sinagoga
Ao chegar
diante de Jesus, Jairo lhe faz um pedido de socorro que comove o coração de
Jesus. Ele diz: “Minha
filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos, para que sare,
e viva” (Mc 5.23). Sua afirmação revela a fé pelo qual foi até Jesus
em busca de um milagre.
1.1. Deixando de lado a religiosidade
Pedir ajuda a
Jesus publicamente não foi para Jairo uma fácil tarefa, visto que os líderes
religiosos que se opunham a Cristo certamente não aprovariam essa atitude, nem
mesmo os líderes da sinagoga. Aquilo que Jesus havia feito e ensinado na
sinagoga havia provocado a ira dos escribas e fariseus, alguns dos quais
provavelmente eram amigos de Jairo. Porém, como tantas outras pessoas que se
aproximam de Jesus, Jairo estava desesperado. Preferia perder os amigos a
perder sua filha (Mc 5.23).
Chame a atenção dos alunos para
o fato de que Jairo era um homem influente e importante na sinagoga. Explique para eles que abandonar a sinagoga
e ir pessoalmente ao encontro de Jesus era não somente uma atitude de fé, mas
uma afronta para aqueles que consideravam a Jesus como um homem herege e
perigoso (Jo 9.22). Comente com os alunos que Jesus era alguém para quem
estavam fechadas as portas da sinagoga e, qualquer pessoa que apreciasse Seus
ensinamentos, seria tão ignorado quanto Ele (Jo 12.42). Ir até Jesus
significava para Jairo um caminho sem volta, era desconsiderar seus amigos e
peitar todo o sistema religioso do qual fazia parte (Jo 16.12, 13).
A palavra portuguesa religião
vem do latim, religare, (religar), (atar).
Em um sentido secundário, a denominação
religiosa de alguém também exerce poderes sobre o indivíduo. E, como é
natural, também estamos obrigados por consciência, visto que o homem,
por natureza, é um ser religioso.
O homem tem forças, dentro de
si, que o forçam a assumir e a seguir certas religiosas e éticas, embora ele
não as compreenda bem, levando-o a pôr em ação essas imposições.
Em tudo isso, não podemos
duvidar do poder mandatário do Espírito de Deus, o que assegura que nenhum ser
humano consegue escapar de sua própria consciência religiosa.
Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai
enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o
que eu lhes disse. João
14:26
Paulo argumentou com base na
religião natural; no primeiro capitulo de Romanos, dando a entender que, devido
ao próprio testemunho da natureza, embora sem contar com a revelação divina, o
homem está obrigado, por sua própria consciência, a crer em certas realidades.
Enquanto a religiosidade, é a pessoa não ter um
compromisso verdadeiro, é estar ali apenas por estar e movida apenas por uma
rotina.
Freud argumentava que a religiosidade
é apenas uma maneira de pensar esperançosa, outros vincula a religiosidade aos sentimentos
de dependência.
Pedir ajuda a Jesus significava
abrir mão da religiosidade e religar e atar a Deus através da adoração verdadeira, sem depender de
aprovação de A ou de B quanto a essa atitude, nem mesmo de líderes da sinagoga.
1.2. Jairo, o principal da sinagoga
Jairo era o chefe administrativo da sinagoga.
Ele era responsável pela direção dos serviços, presidia a junta de anciãos e
zelava pelo bom funcionamento da sinagoga. Era responsável pela atribuição de
obrigações e de cuidar que fossem levados a cabo com toda correção e em ordem.
O principal da sinagoga era um dos homens mais importantes e mais respeitados
da comunidade (Lc 8.41). Jairo nos chama a atenção porque prostrar-se aos pés
de Jesus diante de uma multidão representava um significativo ato de adoração e
respeito. Era um público pedido de ajuda e uma declaração de que somente Jesus
tinha a solução (Mt 21.22; Mc 1.15; 5.22,23).
Explique para os alunos que afilha de Jairo tinha doze anos e
que, segundo o costume judeu, aos doze anos e um dia, uma menina judia se
convertia em mulher. E bem possível que a essa idade poderia ter estado por
casar-se. Esclareça para eles o que significava morrer exatamente em meio a
esse período de transição e como essa fatalidade se consolidava em uma dupla
tragédia para sua família. Comunique a eles que essa menina era filha única e
faça-os compreender que o amor de um pai é capaz de tudo para socorrer um
filho, até mesmo implorar de joelhos e humilhar-se diante de uma multidão sem
importar-se com posição ou nome importante (2Cr 7.14; Tg 4.10).
Jairo era chefe da sinagoga, um
líder na comunidade. A sinagoga era o lugar onde os judeus se reuniam para ler
o livro da Lei, os Salmos e os Profetas, aprendendo e ensinando a seus filhos o
caminho do Senhor.
Jairo era o responsável pelos
serviços religiosos no centro da cidade no sábado e pela escola e tribunal de
justiça durante o restante da semana. Ele supervisionava o culto, cuidava dos
rolos da Escritura, distribuía as ofertas, e administrava e cuidava do edifício
onde funcionava a sinagoga. O líder da sinagoga era um dos homens mais
importantes e respeitados da comunidade.
1.3. Duas grandes realidades
E lhe implorou insistentemente: "Minha
filhinha está morrendo! Vem, por favor, e impõe as mãos sobre ela, para que
seja curada e viva". Marcos
5:23
Sou aquele que vive. Estive morto mas agora
estou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do Hades. Apocalipse 1:18
Estes versículos nos ensinam duas grandes
realidades.
A posição de autoridade não isenta ninguém de
ser atingido pela tristeza. Jairo era um “dos principais da sinagoga”.
A posição religiosa, social e
econômica de um homem não o livra do sofrimento.
Jairo era líder, rico,
influente, mas a enfermidade chegou à sua casa.
Seu dinheiro e sua influência
não puderam manter a morte do lado de fora da sua casa.
Os filhos dos ricos ficam
doentes e morrem também.
A morte vem aos casebres e aos
palácios, aos chefes e aos servos, aos ricos e aos pobres.
Mais Jesus nos levará para um
lugar que a morte não pode entrar. A morte é
o rei dos terrores, mas Jesus é mais poderoso do que a morte. As chaves da
morte estão na sua mão. Um dia Ele tragará a morte para sempre (Is
25.8).
A confiança na presença, na
promessa e no poder de Jesus é a única resposta plausível para a nossa
esperança.
A segunda foi dita pelo próprio por Jairo em
sua súplica: “Jesus pode dar vida, pois somente Ele tem a chave da morte” (Mc
5.23; Ap 1.18).
Leia com seus alunos o versículo 23 do evangelho de Marcos e
comente com eles acerca da afirmação de fé de Jairo. Mostre para eles como era
profunda a convicção que Jairo tinha acerca de Jesus quando disse: “Venha,
imponha as mãos sobre ela, e ela ficará curada”. Ele afirma para Jesus que
apenas com um toque de Suas mãos Ele poderia curá-la e dar-lhe vida. Ele viu
que o poder de Jesus se estende além da vida e da morte e que, assim como
despertamos alguém que dorme com a nossa voz, Jesus tem autoridade sobre
aqueles que a morte os venceu (Ap 1.18).
2. Alcançando milagres
Enquanto Jairo
se aproxima de Jesus e relata o que estava acontecendo com sua filha, a
multidão começou a apertá-los e, durante o tempo em que Jesus socorria a
mulher do fluxo de sangue, Jairo é informado que sua filha havia morrido e que
deveria parar de incomodar o Mestre (Mc 5.35).
2.1. Quando tudo parece contrário
Ao recorrer a
Jesus, a situação da filha de Jairo era descrita como uma grave enfermidade,
mas a notícia de sua morte acontece no momento em que Jesus está prestes a
atendê-lo. Primeiro, a multidão; depois, o tempo gasto na cura da mulher; e,
agora que parecia tudo caminhar para a solução, essa indesejável notícia. Os
acontecimentos nos levam a crer que Jesus permitiu que o tempo acabasse para
Jairo. Mas, por que o fez? O que esperava ver em Jairo? O mesmo que espera ver
em nós para que milagres se tornem coisas normais em nossos dias: uma esperança
que se estenda além dos portais da morte e que ultrapasse o limite da
desesperança (Rm 4.17, 18).
Explique para os alunos que todo grande milagre passa por etapas
de preparação até que se concretize em nossas vidas. Ressalte para eles que
Jesus não nos convocou para viver o óbvio. A vida cristã nasce no sobrenatural
e deve permanecer nele, senão, não passará de apenas mais uma religião
governada por conceitos humanos (Hb 10.38).
Quando Jesus vai conosco
podemos ter a certeza que Ele se importa com a nossa dor. Jesus
sempre se importa com as pessoas:
Ele fez uma viagem pelo mar
revolto à região de Gadara para libertar um homem louco e possesso.
Agora, Ele caminha espremido
pela multidão para ir à casa do líder da sinagoga. Contudo, no meio do caminho
pára para conversar com uma mulher anônima e libertá-la do seu mal.
Jesus se importa com
você. Sua causa toca-lhe o coração.
A palavra da fé. “Não temas, crê somente” (5.36).
Era fácil para Jairo crer em
Jesus enquanto sua filha estava viva, mas agora a desesperança bateu à porta do
seu coração.
Quando as circunstâncias fogem
do nosso controle, também somos levados a desistir de crer.
Quando Jesus vai conosco
os imprevistos humanos não podem frustrar os propósitos divinos.
Enquanto a mulher hemorrágica
recebia graça, o pai da menina moribunda vivia o “inferno” em agonia.
Jairo deve ter ficado aflito
quando Jesus interrompeu a caminhada à sua casa para atender uma mulher anônima
no meio da multidão.
Seu caso requeria urgência.
Ele não podia esperar. Jesus
não estava tratando apenas da mulher enferma, mas também de Jairo. A demora de
Jesus é pedagógica.
2.2. Ele tem a última palavra
Jesus não era tão fácil como oferecemos hoje
em dia para as pessoas. Não era qualquer pessoa que o convencia a entrar em sua
vida (casa) e Jairo teve que ir até as últimas para alcançar o bem que
desejava. Alguns teólogos afirmam que as palavras de Jairo soavam como uma
ordem, visto que era um líder conceituado e, talvez, por isso, tenha chegado a
tais circunstâncias (Mc 5.22, 23). Jairo era o contraste, um nobre em meio à
plebe, porque não eram os nobres e afortunados que rodeavam Jesus em busca de
um milagre. Quando se acabam as esperanças, Jairo não tem mais motivos para
dirigir os passos de Jesus. Então, o Mestre é quem se oferece, dizendo: “Não
tenha medo, apenas acredite.” (Mc 5.39).
Leve os alunos à percepção de que Jairo era um homem de posição
elevada e não era comum a um homem de sua estatura estar entre a plebe buscando
a Jesus. Comente com eles que também agimos como Jairo. Quantas vezes não nos
humilhamos e pedimos ajuda a Jesus? Porém, quase sempre queremos lhe impor
ordens, achando que deve nos atender sem se importar com o que pensa ser melhor
para nós. Até aquele momento era Jairo que estava tomando Jesus pela mão e
querendo levá-lo. Agora era Jesus que tomava Jairo pela mão e o levava para
onde desejava (Jo 21.18).
O desespero de Jairo
levou-o a Jesus com um senso de urgência (5.35).
Jairo tinha uma causa urgente
para levar a Jesus. Sua filhinha estava à morte.
Lucas nos informa que ela era
filha única e tinha uns doze anos (Lc 8.42). Dessa maneira, a linhagem de Jairo
estava se extinguindo.
Segundo o costume da época, uma
menina judia se convertia em mulher aos doze anos. Essa menina estava
precisamente no umbral dessa experiência. Era como uma flor que estava secando
antes mesmo de desabrochar plenamente.
Todos os outros recursos para
salvar sua filha haviam chegado ao fim.
Jairo, então, busca a Jesus com
um profundo senso de urgência.
O sofrimento muitas
vezes pavimenta o nosso caminho a Deus.
As aflições tornam-se fontes de
bênçãos quando elas nos trazem a Jesus.
Jairo crê que se Jesus for com
ele e impor as mãos sobre sua filhinha ela será salva e viverá. Jairo crê na
eficácia do toque das mãos de Jesus.
Ele confia que Jesus é a
esperança para a sua urgente necessidade.
2.3. Ela apenas dorme
Jairo recebeu uma notícia definitiva que
acabava de vez com todas as suas esperanças: “Estando ele ainda falando, chegou
um dos do príncipe da sinagoga, dizendo: A tua filha já está morta, não
incomodes o Mestre.” (Lc 8.49). Quantas vezes, quando estamos perto de Jesus e
prestes a alcançar um milagre pelo qual tanto lutamos e nos humilhamos, não
recebemos tristes notícias como essa? “O teu ministério morreu, acabou; o teu
filho morreu; seu casamento acabou. Acabaram suas esperanças, foi melhor
assim”. Entenda que Jesus nunca desiste das nossas vidas. Tenha em mente que
todas essas palavras não significam absolutamente nada para Jesus. Ele é a vida
ressurreta para tudo aquilo que achamos estar morto (Mc 5.36).
E interessante perceber que as palavras de Jesus para Jairo são
as mesmas que Ele fala para todos os que partem ao Seu encontro: “Não temas,
crê somente”. O mundo diz o contrário: “Não tem jeito, já está morta a tua
causa”. Quando nos entregamos à vontade do mundo, que urge com boca maldita,
matamos o agir de Deus para nós. Porque a fé não se baseia em vista nem em
sentimentos, mas na Palavra de Deus. Não esqueça de ressaltar para os alunos o
quão foi incrível a atitude de Jairo! Ele simplesmente se “desamarrou” das
lisonjas daqueles que procuravam confortá-lo festejando a morte. Se queremos
transformar os ambientes de morte, fazer calar os instrumentos de pranto e os
lábios inflamados pelo inferno, olhemos sempre para Jesus (Hb 12.2).
A palavra da esperança. “A
criança não está morta, mas dorme” (5.39).
Para o cristão, a morte é um sono
passageiro, quando o corpo descansa e o espírito sai do corpo (Tg 2.26), para
habitar com o Senhor (2Co 5.8) e estar com Cristo (Fp 1.20-23). Não é a alma
que dorme, mas o corpo que aguarda a ressurreição na segunda vinda de Cristo
(1Co 15.51-58).
Algumas vezes parece que Jesus está atrasado.
Os discípulos já tinham
esgotado todos os seus recursos, jogados de um lado para o outro por uma
terrível tempestade no Mar da Galileia.
Era a quarta vigília da noite e
o naufrágio parecia inevitável. Mas quando a desesperança parecia
vencer, Jesus apareceu andando sobre as águas, trazendo vitória para seus
discípulos.
Quando Jesus chegou à aldeia de
Betânia, Lázaro já estava sepultado havia quatro dias. Marta pensou que Jesus
estava atrasado, mas Jesus levantou Lázaro da sepultura.
Nada apanha Jesus de surpresa. Os imprevistos dos homens não
frustram os propósitos divinos. Os impossíveis dos homens são possíveis para
Ele.
Quando Ele parece atrasado é
porque está fazendo algo melhor e maior para nós.
3 Desafiando o poder da morte
Quando tudo
parecia perdido, Jesus se dispõe a ir à casa de Jairo, dizendo-lhe que a menina
apenas estava dormindo. Naquele dia, Jairo e toda sua família iriam presenciar
algo maior que a cura da enfermidade de sua filha. Eles a veriam retornar de
entre os mortos (Mc 5.41).
3.1. Ele (Jesus) ouviu toda a conversa
“E Jesus,
tendo ouvido estas palavras, disse ao principal da sinagoga: Não temas, crê
somente.” (Mc 5.36). Jesus estava atento ao que acontecia com Jairo e, antes
que a desesperança tomasse conta de todo o seu ser, Ele resolveu entrar em sua
história e mudar todo o veredito contrário de sua vida. Isso também acontece em
nossos dias. Nossa vida não difere muita da de Jairo, principalmente quando as
coisas resolvem fugir de nosso controle, quando parece que Jesus ouve a todos,
menos a nós. No entanto, devemos crer que Ele não mudou e que, com esse mesmo
poder, virá em nosso auxílio (SI 46.1).
Considere o modo como Jesus agiu diante da notícia da morte e
mostre para os alunos que o pior desastre humano pode ser enfrentado com
coragem e galhardia quando o enfrentamos com Deus. Eles riram de Jesus porque
pensavam que Sua esperança era infundada e Sua calma equivocada. Mas a grande
realidade da vida cristã é que aquilo que do ponto de vista humano é muito bom
para ser verdade, torna-se felizmente verdade quando Deus está presente. O fim
do riso foi o assombro quando viram o que Deus pode fazer (Mc 5.40-42).
Quando Jesus vai conosco
não precisamos temer más notícias (5.36).
Jairo recebe um recado de sua
casa: sua filha já morreu. Agora é tarde, não adianta mais incomodar o mestre.
Na visão daqueles amigos as
esperanças haviam se esgotado. Eles pensaram: “há esperança para os vivos;
nenhuma para os mortos”.
A causa parecia perdida.
Jairo está atordoado e abatido.
A última faísca de esperança é arrancada do coração de Jairo. O mundo desabou
sobre a sua cabeça. Uma solidão incomensurável abraçou a sua alma.
Mas Jesus, sem atentar às
palavras dos mensageiros que vinham da casa de Jairo, não reconhece a palavra da morte como palavra final,
contrapõe-lhe a palavra da fé e diz-lhe: “Não temas, crê somente”.
Adolf Pohl diz que no Evangelho de Marcos a fé não
resulta dos milagres, mas os milagres vêm da fé, sim, do milagre da fé.
Exatamente quando a fé se torna ridícula é que se torna séria.
Na hora que os nossos
recursos acabam, Jesus nos encoraja a crer somente.
As más notícias podem nos abalar, mas não abalam o nosso Senhor. Elas
podem pôr um fim aos nossos recursos, mas não nos recursos de Jesus. Jesus
disse para Marta: “Se
creres verás a glória de Deus”. As
nossas causas irremediáveis e perdidas têm solução nas mãos de Jesus.
3.2. Menina, a ti te digo, levanta-te
Segundo o relato do Dr. Lightfoot, descrito
por William Barclay, somos informados que era costume dos médicos, ao
ministrarem remédios para alguém, dizer: “Levante-se desta doença”. Em outras
palavras, era como se dissessem: “Nós desejamos que você consiga se levantar.”.
A diferença entre a medicina humana e a divina
é que Jesus curava apenas pela palavra proferida.
E, não somente isso, Sua autoridade era tão
poderosa e efetiva que até dos mortos uma pessoa voltava à vida. Jairo esperou,
mas não voltou para casa sem trazer consigo a solução (Mc 5.36-42).
Explique para os alunos que Jesus opera enquanto ordena e opera
através de Suas ordens. E por isso que Ele pode ordenar o que desejar, até
mesmo que os mortos ressuscitem. Assim é o chamado do Evangelho para aqueles
que, por natureza, estão “mortos em ofensas e pecados” e não podem ressuscitar
da morte pelas suas próprias forças, como essa menina (Rm 6.9; ICo 15.55-57).
Quando Jesus vai
conosco, a morte não tem a última palavra (5.40-42).
Os mensageiros que foram a
Jairo e a multidão que estava em sua casa pensaram que a morte era o fim da
linha, uma causa perdida, uma situação irremediável, mas a morte também precisa
bater em retirada diante da autoridade de Jesus. “Tomando-a pela mão, disse: Talita cumi, que quer dizer: Menina,
eu te mando, levanta-te! Imediatamente, a menina se levantou e pôs-se a
andar...” (5.41,42). “Talita cumi”
era uma expressão em aramaico, que a
pequena menina podia entender, pois o aramaico era a sua língua nativa.
Diante da voz do onipotente
Filho de Deus, a morte curva sua fronte altiva, dobra seus joelhos e
prostra-se, vencida, perante o Criador!
Para Jesus não tem causa perdida. Ele
dá vista aos cegos, levanta os paralíticos, purifica os leprosos, liberta os
possessos, ressuscita os mortos, quebra as cadeias dos cativos e levanta os que
estão caídos.
Hoje, Ele dá vida aos que estão mortos em seus delitos e pecados. Ele
arranca os escravos do diabo do império das trevas e faz deles embaixadores da
vida.
Ele arranca um ébrio, um
drogado, um criminoso do porão de uma cadeia e faz dele um arauto do céu.
Ele apanha uma vida na lama da
imoralidade e faz dela um facho de luz.
Ele apanha uma família quebrada
e faz dela um jardim engrinaldado de harmonia, paz e felicidade.
3.3. Ação antes do milagre
O problema era convencer as pessoas que
estavam na casa de Jairo. Aqueles homens e mulheres pensavam que Jesus não
sabia o que estava fazendo, quando Ele lhes pediu calma, ao dizer que a situação
estava sob controle (Mc 5.39). É preciso compreender que os risos representam a
incredulidade. Por esta razão, Jesus expulsou a todos. O Mestre permitiu que
ficasse no ambiente somente aqueles que estavam no mesmo nível de fé que Ele
estava (Mc 5.40).
Explique para os alunos que é preciso selecionar muito bem as
pessoas que nos acompanham na obra de Deus. Pessoas incrédulas são um muro
diante do operar de Deus (Mt 13.58). Ressalte para eles que, antes de operar o
milagre, Jesus limpou o ambiente (Jo 20.27; Mc 9.23).
Quando as coisas parecem totalmente perdidas, com Jesus elas
ainda não estão perdidas.
Deus providenciou um cordeiro para
Abraão no Monte Moriá, abriu o Mar Vermelho para o povo de Israel passar quando
este estava encurralado pelos egípcios.
A palavra de Jesus ainda deve
ecoar em nossos ouvidos: “Não temas, crê somente!”.
No meio da crise, a fé tem de
sobrepor às emoções. C. S. Lewis diz
que “o grande inimigo da fé não é a razão, mas as nossas emoções”.
Tanto Marcos quanto Lucas falam
do temor sentido por Jairo. Há algo temível na morte. Ela nos infunde pavor (Hb
2.15).
Quando Jairo recebeu o recado
da morte da sua filha seu coração quase parou, seu rosto empalideceu e Jesus
viu a desesperança tomando conta do seu coração.
Jesus, então, o encoraja a
crer, pois a fé ignora os rumores de que a esperança morreu.
Jesus já havia preparado o espírito de Jairo
para crer, quando expôs publicamente a cura da mulher do fluxo de sangue.
Conclusão
Aprendemos nesta lição que nosso Senhor Jesus
entrou na casa de Jairo para dar vida.
Quem sabe não estejamos precisando de uma
visita como essa em nossos lares? Existem muitas coisas em nossas casas que
morreram com o passar dos tempos e que precisam ressuscitar outra vez (Jo
11.25).
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Escola
Bíblica Dominical
Editora
Betel 3º Trimestre de 2015, ano 25 nº 96 – Jovens e Adultos - “Dominical”
Professor – SINAIS, MILAGRES E LIVRAMENTOS DO NOVO TESTAMENTO – O poder de
Jesus Cristo e o segredo do sucesso apostólico.
Marcos - O Evangelho dos
Milagres
Comentário Warren W. Wiersbe
Comentário Bíblico Matthew
Henry
Enciclopédia bíblica R. N.
Champlin
Bible Chronos
Não tem como colocar o conteudo completo? eu preciso para me ajudar no conhecimento
ResponderExcluirOk, conforme solicitado.
ExcluirFico admirado em observar a maneira de Deus agir, revelando a sua grandeza de forma surpreendente, como ocorreu nesta passagem bíblica, na cura da filha de Jairo, que por ser ele religioso, precisou colocar a prova sua posição que ali representava na sinagoga, como principais dos sacerdotes, colocando toda religiosidade de lado, para alcançar o milagre de Deus para a sua filha que estava morta; aprendo que nesta passagem, Deus requer de nós uma atitude de fé. Dou um exemplo, comparando atitude de Abraão com a de Jairo, quando o patriarca Abraão foi provado, e teve uma atitude fé, quando Deus pediu seu filho Isaque; sendo que Abraão estava debaixo das suas promessas, mas quebrando assim Deus, todo protocolo e religiosidade, como foi também com Jairo. Nisto em resumo digo que, sempre Deus quer algo a mais de nós, para assim agradá-lo, por meio da fé; porque sem fé é impossível agradar a Deus, e digo que, a vida religiosa, e protocolada, não nos isentará de sermos provados pelo Senhor, testando assim nossa fé, como diz a Bíblia: que a fé será provada como ouro, e se resistirmos à ação do fogo, seremos considerados cristãos autênticos. Porque a justificação vem pela fé, e não pelas obras. Entendo que todos nós, independente da posição em que estivermos, seremos provados, para que alcancemos as bênçãos do Senhor pela fé, como esta escrito, que o justo vivera da fé, e se ele recuar minha não tem prazer nele.
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