A
pureza do louvor na adoração
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TEXTO ÁUREO
Comentarista: Pastor
José Elias Croce
“Eu te
louvarei, SENHOR, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas.” Sl 9.1
VERDADE APLICADA
Louvar ao Senhor não é apenas a
emissão de sons, mas a entrega incondicional de tudo aquilo que somos em
tributo ao Seu nome.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
● Aprofundar o entendimento das dimensões do genuíno louvor;
● Discutir os rumos do louvor na atualidade;
● Preservar o puro louvor.
GLOSSÁRIO
Dilema: Situação embaraçosa entre duas soluções fatais, ambas
difíceis ou penosas;
Hodierna: Relativo ao dia de hoje; moderno; de agora mesmo; de
nosso tempo;
Medíocre: Mediano, sofrível, vulga; aquele que tem pouco talento,
pouco espírito, pouco merecimento.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Sl
22.22 - Então declararei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio
da congregação.
Sl
22.23 - Vós que temeis ao SENHOR, louvai-o; todos vós, descendência de
Jacó, glorificai-o; e temei-o todos vós, descendência de Israel.
Sl
22.24 - Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem
escondeu dele o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu.
Sl
22.25 - O meu louvor virá de ti na grande congregação; pagarei os meus
votos perante os que o temem.
Sl
22.26 - Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao SENHOR os que o
buscam; o vosso coração viverá eternamente.
HINOS SUGERIDOS
♫ 25,
126 e 454.
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Louve a Deus pelos
jovens de nosso país que têm se dedicado fielmente a Ele.
Introdução
A Bíblia, a Palavra de Deus, é um livro
de louvores e, no contexto da espiritualidade, revela ângulos magistrais da
natureza relacional do Eterno Deus – o Deus das melodias perfeitas (2Cr 20.19-20).
O louvor da alma
Já somos bem
cientes das particularidades da sociedade moderna, de sua tendência voluntária
para destruir e reduzir a níveis irrisórios todo o tipo de arte nobre, como a
música, as artes plásticas, o teatro, o cinema, etc.
Isso se passa dentro do mundo
secularizado, muito longe do verdadeiro Reino, onde se reúnem os filhos de
Deus, a Igreja do Senhor. Será que só “lá fora” mesmo?
Na primeira metade do século passado,
os meios de comunicação estavam incipientes, a televisão engatinhava, a
internet nem existia ainda, o rádio dominava os lares, mas de forma tímida.
Os jornais impressos eram os mais
confiáveis veículos de informação, informação essa aprofundada para um digerir mais
consciente e bem embasado.
Dentro deste contexto, a Igreja
do Senhor desenvolvia seu trabalho evangelístico e missionário, aparteada das
vaidades mundanas, e todos os seus diversos ministérios eram exercidos tão
somente para a honra e a glória de Deus.
Não que antes disso não
houvessem acontecido dissenções, reformas, cismas. Desde o primeiro século a
Igreja tem passado por transformações necessárias até para o bom andamento de
seu trabalho na Seara do Senhor.
O louvor, a música dentro da
congregação, tem sido através de toda a história do Antigo e do Novo Testamento,
um alicerce essencial para a devida adoração a Deus. Martinho Lutero escreveu “Castelo
Forte” um hino que até hoje faz parte de nossa Harpa Cristã.
Duzentos anos mais tarde Johann
Sebastian Bach (luterano), deixou uma obra magnífica e monumental que mudou os
rumos da música para sempre. Tudo para a honra e glória do Senhor, como ele
mesmo grafava ao terminar suas partituras (Soli Deo Gloria).
Agora, porém, com os
instrumentos de marketing e o consumismo irracional de uma sociedade cada vez
mais ignorante e alienada, alguns de nossos levitas (uma boa parte), que
adquirem certa notoriedade, estão se esquecendo de seu ministério primevo e
começam a se lançar no mercado fonográfico, igualando-se, ao rés-do-chão, aos
artistas seculares.
Esse assunto machuca a todos
nós os crentes, pois vemos verdadeiros talentos com pura unção do Espírito,
tornando-se meros instrumentos nas mãos do inimigo de nossas almas, tão somente
por fama e dinheiro.
Urge que retornemos às nossas
origens cristãs mais puras e verdadeiras, contidas na Palavra de Deus, e
comecemos a salmodiar assim como Davi no Salmo 51.1: “Tem misericórdia de mim,
ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões segundo a
multidão de suas misericórdias”. Esse é o verdadeiro louvor da alma.
Um excelente estudo e uma
semana abençoadíssima, na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso - Colaborador
É interessante notar
o quanto os poetas utilizam a música para revelar o que ocorre nas sombras de
sua intimidade. O salmista Davi escreve: “Sara a minha alma, porque pequei
contra Ti.” (Sl 41.4). O mesmo Davi também
exclama: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor.” (103.1).
O louvor é utilizado (seja em poesia ou em lágrimas) como expressão da
profundidade da alma.
1.1. Alegria: presença de Deus gerando festa na alma
Muitas pessoas associam o louvor somente à
alegria. Poucos conseguem compreender o louvor que nasce da crise. Contudo, é
realmente bom louvar na alegria (Tg 5.13). A
alegria, que o apóstolo Paulo coloca na esplêndida lista do fruto do Espírito (Gl 5.22), é o ingrediente mais incentivador do
louvor. É ótimo poder louvar na alegria, pela alegria, com alegria e para gerar
alegria. A alegria é, na realidade, o que deve distinguir a vida cristã das
outras que não conhecem Deus.
Alguns usam recursos como metáforas, gestos, gritos, danças;
outros louvam na comunhão da igreja, amparados pela coletividade. Mas, uma
coisa é certa: o homem não vive sem expressar o que habita na sua alma. Embora
vivendo num mundo caído, onde a tristeza é parte fundamental dos dias, a
alegria do cristão está firmada numa esperança: o retorno de Cristo. Essa
esperança é que nos mantém sempre com “um novo cântico” (Sl 40.3). O louvor que
flui da alegria é, em si mesmo, a alegria de poder louvar.
1.2. Quando o louvor enfrenta a dor
O hino 126 da Harpa Cristã, de autoria de
Frida Vingren, “Bem-aventurança do crente”, tem uma frase emblemática: “Os mais
belos hinos e poesias foram escritos em tribulação e do céu lindas melodias se
ouviram na escuridão”. O louvor que enfrenta a dor parece rasgar a alma. Ele vem das profundezas de uma interioridade
inflamada, e, na contramão da alegria, produz salmos. Vivemos numa sociedade (e
igreja) viciada em sucesso, que conspira contra a ideia da dor. Parece ser
proibido sofrer, na atualidade. Contudo, são nessas crises, noites
assustadoras, que o louvor se levanta como triunfo. Por isso é que o apóstolo
Paulo louvou de forma tão bela: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente.” (2Co 4.17).
É
difícil definir o que é louvor. Por se tratar de uma experiência pessoal,
individual, cada ser tem sua definição, sua forma de olhar. Contudo, o louvor é
o culto da alma, expressão íntima, profunda, ora alegre, ora triste, é a alma
utilizando silêncio, sons e gestos como ponte entre o humano e o sagrado. A
música parece ser o dom de nos aproximar das realidades espirituais mais
agudas.
No texto bíblico de
Atos 4.32, há um detalhe interessante: “E era um o coração e a alma da multidão
dos que criam.”. A mesma alma, mesmo sentimento, mesma motivação, mesma
direção. Quando isso acontece, o louvor se transforma num poderoso testemunho
da ação e das grandezas de Deus. Principalmente hoje, nessa sociedade do
egoísmo, onde o individualismo cega e acirra o processo doentio das
competições, ter a mesma alma é quebrar padrões, apregoar a verdade do Deus que
nos une, mantém e sustenta em Seu amor. Uma das mais poderosas formas de louvor
a Deus é a comunhão honesta, sincera, desinteressada e plena. As festas de Israel
tinham esse alvo: louvar a Deus em comunidade, gratos por Sua atuação e
cuidado.
Os salmos de Davi são exemplos máximos de louvor a Deus. Em alguns
de seus salmos, denominados descritivos, o rei Davi exalta a pessoa de Deus,
Seus atributos, ou seja, expressa em palavras a sua visão da divindade. Em outros,
conhecidos como “declarativos”, Davi nos oferece algumas características do que
poderíamos definir como “louvor bíblico”, uma vez que, nestes salmos, a ênfase
é no que Deus fez para Seu povo. Estes salmos declaram, de forma artística e
poética, a majestade e a glória de Deus. Através destes salmos, descobrimos que
não pode existir um louvor verdadeiro sem um relacionamento íntimo com Deus,
assim como um relacionamento com Deus não pode existir sem louvor. O louvor a
Deus requer uma vida de envolvimento com Ele. Não há uma maneira impessoal de
expressar louvor ao Todo Poderoso. O louvor sempre é pessoal – apesar de (e
poder) ser realizado coletivamente. Ninguém pode expressar o louvor de outro. Cada
um tem suas próprias experiências com Deus, pelas quais deva agradecer e
expressar o seu louvor. Louvor significa “falar bem de”, “exaltar”, ou “magnificar
as virtudes”. No livro de Salmos, esses significados da palavra louvor são
direcionados ao Eterno Senhor Deus, principalmente levando em conta Suas obras
e Seu cuidado pelo Seu povo.
2. A atualidade e a crise do louvor
Infelizmente, a atualidade enfrenta uma séria
crise no louvor. Deslizes teológicos, pobreza artística, hermenêutica frágil,
ausência de vida com Deus. Louvar não é apenas misturar rimas e sons, é o
produto do caráter, da autêntica vida com Deus, da verdadeira espiritualidade.
2.1. O perigo da sedução da grandeza
A maioria das pessoas hoje vive um dilema: o
louvor também pode acontecer no anonimato? A ideia que impera é de que o
chamado “ministro de louvor” é aquele que lidera um grande “ministério”, com
orquestra profissional, badalação e mídia suficiente para lotar estádios. É a
adoração corporativista. Aquele irmão da congregação na periferia, com um
violão inferior e uma voz pouco privilegiada, do ponto de vista dessa geração
corporativista, não é um ministro de louvor. Essa sedução da grandeza é
perigosa porque tira o foco de Deus dos nossos olhos.
O mercado de louvor vende muito e, com isso, muitos se perdem
nessa encruzilhada ética entre o louvor a Deus e o ramo musical que agrade à
mídia. A era do marketing definitivamente invadiu a musicalidade cristã. O
Senhor Deus gosta de coisas grandes, profissionais e arrojadas? Obviamente que
sim! Mas Ele não faz acepção de pessoas (Rm 2.11), até porque no céu não entra
nada errado, portanto, até mesmo os desafinados, quando louvam de alma, Deus
conserta a melodia e a recebe no céu como uma sinfonia perfeita.
2.2. Culto ou show?
A ideia secularizada dos templos/shoppings e
dos cultos/shows tem sido altamente negativa para a espiritualidade hodierna.
Muitos vão aos “cultos” em busca de entretenimento religioso e não de uma
oportunidade para prestar (e não assistir) um culto ao Senhor. Ao invés de
adoradores, temos consumidores, gente atrás da antiga política dos romanos (pão
e circo), ao invés das grandes realidades da graça. Uma espiritualidade
sacrificada no altar do sucesso está mais próxima dos ideais de certo querubim (Ez 28.14,15), do que de um carpinteiro que
pregava a humildade.
Os adeptos desse tipo de movimento detestam ler essas verdades e
esse ódio teológico acaba comprovando essa mesma verdade: a falta de humildade
alimenta uma religiosidade elitista, onde o show deixa a plateia com o ego cada
vez mais cheio. Que Deus nos livre desses altares.
2.3. Celebridades ou servos?
Algumas pessoas costuma atribuir esse
crescimento dos tais “ministérios de louvor” a um avivamento, contudo, não há
avivamento sem três coisas fundamentais: humildade, quebrantamento e renúncia.
O número de “celebridades” cristãs aumentou imensamente Nossos “artistas”
disputam espaço na mídia, convivem como iguais entre os artistas seculares,
que, por sua vez, quando começam a cair no esquecimento, correm para o meio “gospel”.
É questionável esse nome de “artista”, pois artista é quem produz arte, e, no
meio evangélico atual, há uma pobreza artística gritante. Letras medíocres,
coreografias tristes e repetitivas, teatro sempre procurando incutir medo ao
invés de amor.
Deus não procura celebridades, mas servos. Gente que se gaste
pela causa da cruz. Paulo, um homem de grandiosos feitos, em várias cartas,
inicia dizendo: “Paulo, servo de Jesus Cristo.” (Rm 1.1; Fp 1.1; Tt 1.1). Servo
não tem nome, autoridade, camarote, vontades ou mídia, mas tem “as marcas de
Cristo” (Gl 6.17).
Por incrível que pareça, vivemos um tempo
onde a presença de Deus é pouco desejada (quando não é descartada). O louvor,
seja ele na música ou na oração, celebra a presença santa do Eterno e
Maravilhoso Deus.
3.1. Louvando sem palavras
Quando a presença de Deus é real em nosso
meio, as palavras somem. Ficamos numa dimensão sagrada, flutuando na graça,
deixando o vento do Espírito nos levar. Em João 3.8, Jesus diz a Nicodemos: “o
vento assopra onde quer.”. Essa capacidade do Espírito de Deus de ser livre, de
soprar sem pedir licença, na vida dos que estão dentro e fora dos “padrões”
oficiais, alegra nossa alma e é o combustível máximo da espiritualidade. É o
vento que vem para nos levar às alturas, ao encontro do Pai.
Quando a experiência do louvor é real, somos transportados à
realidade da presença de Deus e essa realidade se encarrega de produzir os mais
intensos louvores. Esse ciclo abençoado precisa ser resgatado. A tragédia de
muita gente hoje é não ter mais a experiência transformadora dessa presença que
a tudo abraça. Diante da presença de Deus, o profeta Isaías não conseguiu achar
palavras para descrever o momento, então se resumiu a dizer: “e o seu séquito
enchia o templo.” (Is 6.1). Diante de Deus, lágrimas louvam muito mais do que
meras palavras (1Sm 1.13).
3.2. Refletindo Deus no louvor
Uma das dimensões
mais tremendas da presença de Deus é que ela pode se manifestar através de nós.
O irmão pode ver Deus em meu rosto e eu posso sentir os braços do Pai ao
abraçar o irmão (Rm 8.29). Quando louvamos
com sinceridade de coração, refletimos Deus ao mundo; pregamos um Evangelho sem
palavras, gesticulamos a graça para uma sociedade surda.
O
Eterno Senhor Deus se manifesta em nós, para que nosso louvor o manifeste aos
outros. Essa vocação missionária do louvor precisa ser resgatada urgentemente.
Os estudiosos classificam os salmos em vários gêneros literários, dentre os
quais estão os “salmos de ações de graças”. Curiosamente, poucos são os salmos
que podem ser classificados nesse gênero. Isso porque nosso conceito de
gratidão talvez não condiga com a mentalidade dos autores bíblicos. “Entrai
pelas portas dele com louvor, e em seus átrios, com hinos; louvai-o e bendizei
o seu nome.” (Sl 100.4). O verbo traduzido por “render graça” é o termo
hebraico “yadah”. Essa palavra significa essencialmente um reconhecimento
(confissão pública) dos atos de Deus na história.
3.3. Uma presença que não abandona
Outras presenças se cansam. No entanto, Deus
nos garante um presença fiel e constante: “todos os dias” (Mt 18.20). Não é uma
presença que aparece somente no domingo ou no “louvorzão”. É uma presença que
nos faz louvar na hora da agonia, da cruz. É a presença que desafia o caos. Na
passagem bíblica de 2 Reis 13.20,21, há um acontecimento magistral: o profeta
Eliseu foi sepultado; quando um grupo de invasores chega, alguém lança um
cadáver na sepultura de Eliseu e a Palavra de Deus diz “E, caindo nela o homem
e tocando os ossos de Eliseu, reviveu, e se levantou sobre os seus pés.” Até
mesmo na morte, na sepultura fria, a presença que não abandona produz motivos
de louvor.
Assim como “os céus declaram a glória de Deus” (Sl 19.1), somos
chamados a declarar eternamente o poder e a magnificência de Deus (1Cr 29.10-14).
Quando o louvor da Igreja, a Noiva de Cristo, for inteiramente, e somente para
Deus, o avivamento virá e nos auxiliará no resgate necessário das grandes
certezas da fé.
O louvor verdadeiro está muito além de
verbalizações musicais, de danças e coreografia rasas, gritos e convites a
demonstrações de poderio numérico. O louvor verdadeiro nos conduz à intimidade
com Deus, a uma espiritualidade sem máscaras, onde, face a face, louvamos ao
Deus Onisciente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º
Trimestre de 2016, ano 26 nº 101 – Jovens e Adultos – Edição Histórica -
Professor – Adoração & Louvor – A excelência e o propósito de uma vida
inteiramente dedicada a Deus.
A profundidade de um louvor a Deus vai muito mais além do movimento externo, produzido muitas das vezes pela emoção da carne, sendo que o verdadeiro louvor é aquele que aviva o espírito para que alma sinta o toque da santidade e misericórdia de Deus Oh! Glória!
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