Lição 11 – 16 de dezembro
de 2018
– Editora BETEL
O
desafio da reorganização social
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Sobre a
reorganização social
Qual função desempenha a lista
de repovoamento de Jerusalém de Neemias 11? Neemias faz parte da Obra
Historiográfica Cronista, que tem predileção pelo gênero literário de textos
genealógicos e listas. Só quem tem interesse especial na pesquisa de árvores
genealógicas vai deter-se na leitura dessas partes do AT (1 Cr 1-9: lista
genealógica de Adão a Davi; Ed 2: lista dos repatriados; Ne 7: lista dos
imigrantes e repatriados da Babilônia; Ne 11 e 12: lista dos moradores de
Jerusalém com destaque para os profissionais do templo). Aliás, já na epístola
pastoral de 1Tm 1.4 adverte-se para que ninguém se ocupe com “fábulas e
genealogias sem fim”. Portanto, para reler essa lista como palavra de Deus em
pleno culto, é necessário que se façam algumas observações preliminares de
ordem histórico-literária e histórico.
Não é indiferente quem povoa
essa cidade, quem a administra e ocupa seus cargos de mando, quem é o sumo
sacerdote no templo, quem é o responsável pela vida de culto nas suas mais
diferentes expressões (nos sacrifícios com sua diversidade, no louvor por meio
de voz e instrumentos musicais); não é irrelevante quem pode ler e ensinar a
lei para a comunidade, quem cuida das contribuições, dos dízimos e outras
ofertas para a casa de Deus, quem zela pela segurança do templo e da cidade.
Em resumo, não é indiferente
quem são os agentes designados para que a cidade continue santa, continue sinal
do reino de Deus na terra e fonte irradiadora da vontade divina por intermédio
da lei.
A lista do povoamento da “cidade santa” reflete algo da dinâmica
interna de uma comunidade chamada para ser sinal do reinado de Deus ou, para
usar a expressão do próprio cronista, ser a cidade que abriga a “casa de Deus”
na terra. Para não deixar dúvida de que Deus estava privilegiando o templo como
ponto de contato entre céus e terra, o próprio sumo sacerdote é designado com o
título naguid (líder, chefe, príncipe) da casa de Deus (Ne
11.11).
Nos primórdios da monarquia,
Davi recebe o título naguid do povo de Israel (2Sm 7.8); aqui
o sumo sacerdote cresce em importância, chegando a ocupar uma função similar.
Será que o cronista, com sua teologia da presença “parcial” do reinado de
Yahveh, não está abdicando da esperança messiânica ao atribuir uma titulação
davídica ao ocupante do cargo de sumo sacerdote?
As funções seculares e
político-militares necessárias para a cidade não são ignoradas (Ne 11.6b, 9,
14, 24); é mencionado especificamente um homem de nome Petaías, que
representava os interesses do rei estrangeiro (persa ou seu sucessor?) junto à
província de Judá e vice-versa. Apesar de ocupar um cargo equivalente ao de
Neemias, nenhuma legitimação de ordem teológica lhe é acrescentada (v. 24). O
secular e político parecem estar a serviço do teocrático que se configura a
partir da casa de Deus.
O capítulo 11 de Neemias representa
muito mais do que uma simples relação, um documento burocrático descrevendo e
enumerando os judeus que habitariam Jerusalém, como também suas cercanias, e
suas respectivas responsabilidades perante a comunidade.
É uma indelével prova da
capacidade administrativa e estratégica do protagonista do livro, Neemias, que
de copeiro do rei Artaxerxes no primeiro capítulo, com o desenrolar de sua
história, revelou-se como grande administrador público, reconstruindo os muros
e as portas de Jerusalém, reavivando a fé do povo através de suas atitudes
proativas, reorganizando socialmente e espiritualmente o povo de Deus,
preocupado apenas em contribuir para a Obra do Senhor, olhando para frente,
para a restituição da cidade santa como centro de adoração ao Deus Vivo e para
o reavivamento da fé do povo judeu.
O capítulo 11 de Neemias serve
como marco estratégico de seu trabalho. A distribuição dos habitantes por uma
Jerusalém até então pouco habitada e a designação das tarefas de cada um, de
cada família, de cada obreiro da Casa do Senhor nos fala de um homem que
trabalhou sob a orientação divina o tempo todo, o que só foi possível pelo zelo
que ele tinha pela Palavra do Senhor e pela sua constante atitude de oração
perante o Senhor. Só assim conseguimos desempenhar as diversas tarefas e
transpor os desafios que a vida nos oferece.
Sigamos o exemplo de Neemias,
trabalhando com oração, perseverança e zelo pela Palavra do Senhor!
Uma
semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º
Trimestre de 2018, ano 28 nº 109 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor –Neemias – Enfrentando desafios com oração, ação e
perseverança – Pastor Adalberto Alves.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução:
Gordon Chown.
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