Lição 10 - Como ajudar os que sofrem com o narcisismo

Lição 10 – 10 de março de 2019 – Editora BETEL

Como ajudar os que sofrem com o narcisismo

SLIDES / VISUALIZAR / BAIXAR

HINOS SUGERIDOS

♫ Hino 124 ♫

♫ Hino 154 ♫

♫ Hino 545 ♫

VÍDEO

Sobre o narcisismo

A palavra “narcisismo” tem origem no mito grego de Narciso, rapaz jovem e orgulhoso cuja beleza era admirada por todos. Em uma caminhada ao lado de um rio (ou lago, conforme as diversas versões), Narciso vê seu reflexo na água pela primeira vez. Apaixonado pela própria imagem, ele se mantém junto à margem para melhor apreciá-la. Por se recusar a abandoná-la, Narciso morre no local, admirando a si mesmo. Outras fontes de pesquisa referenciam que, ao tentar tocar a sua imagem refletida nas águas, Narciso cai e se afoga.

O pai da psicanálise, Sigmund Freud (1914), é comumente referido como o pioneiro na produção de uma versão teórica coerente para o narcisismo, quando liga o termo ao desenvolvimento psicossexual da criança.

A pessoa que exibe traços narcisistas de forma patológica possui um transtorno de personalidade: é o Transtorno de Personalidade Narcisista.

Alguns traços de comportamento são característicos de pessoas portadores deste transtorno:

● Precisa ser o centro das atenções.

● Tem baixa autoestima.

● É obcecado consigo mesmo e acredita ser merecedor de tratamento diferenciado.

● Exagera a importância de tudo o que faz, como de habilidades e conquistas.

● É incapaz de se colocar no lugar dos outros expressando compaixão pelo sofrimento alheio.

● Tem grande dificuldade para controlar sua raiva, culpa, vergonha ou insatisfação.

● Acredita que tudo deva funcionar de acordo com o que pensa ou deseja.

● Possui ideais perfeccionistas, inflexíveis e superficiais.

● Tem dificuldades em manter relacionamentos saudáveis.

● Vê tudo e a todos como instrumentos par obter seus fins egoístas e egocêntricos.

● Tem inveja doentia do sucesso dos outros, ou acha que todos os outros o invejam.

● Não tem respeito por pessoas que considere inferiores e as trata de modo arrogante.

● Se vê facilmente deslumbrado pelo que seja belo, caro, grandioso ou sofisticado.

Embora as causas do narcisismo permaneçam desconhecidas, um grande número de estudos científicos publicados recentemente tem ajudado a revelar os fatores, que são tanto genéticos quanto ambientais.

Pais e mães com tendência a tratarem os filhos com apreciação e dedicação exageradas, como se fossem merecedores de tratamento especial, contribuem com o desenvolvimento de traços de personalidade narcisista na criança.

Por outro lado, atitudes inflexíveis de pais e mães que não toleram erros ou vulnerabilidade estão relacionadas à manutenção de uma tendência comportamental de constante admiração. Neste contexto familiar de negligência afetiva e emocional, sobretudo de sentimentos antagônicos, a criança aprende a cultivar um falso senso de autoestima e amor-próprio, tornando-se dependente de afirmação externa para se sentir aceita e amada.

Além disso, existem os fatores genéticos, corroborados por inúmeras pesquisas científicas, determinantes como causa hereditária do transtorno, chegando-se ao percentual de 64% de pessoas com personalidade narcisista que tenham tido histórico desse mesmo problema em seus ascendentes.

O comportamento narcisista é definido por um sentimento de autoestima elevado, auto absorvido, com fantasias de ilimitado sucesso, poder, inteligência, beleza e amor ideal; além da crença de ser “especial” frente aos outros. O narcisista costuma explorar relacionamentos interpessoais e tem uma grande necessidade de ser admirado. Guarda sempre fantasias de grandeza e possui dificuldades de empatia. Para um narcisista, a realidade é concebida apenas dentro de seu universo fechado e egoísta.

A internet tem proporcionado uma infinidade de recursos que promovem o exibicionismo e os falsos relacionamentos. Isso tem mudado o comportamento das crianças e dos jovens. Nesses espaços, enquanto muitos se orgulham dos milhares de “seguidores” em sites de relacionamento, outros têm a oportunidade de tornarem-se celebridades. A nudez, seja das emoções ou do corpo, pode ser exibida para quem quiser ver. Tudo isso eleva o senso de importância e o valor que cada indivíduo acredita ter.

No mundo religioso não é diferente. Líderes precisam ter “seu” ministério, a “sua” visão, o “seu” projeto. É comum encontrarmos pastores frustrados porque a igreja não comprou a “sua visão”. Para alguns, a identidade cristã ganha mais credibilidade quando vinculada a uma igreja ou ministério que leva o nome de alguém famoso.

Vaidade é inutilidade, falsidade, arrogância. O vaidoso coloca sua confiança em coisas ocas, que não têm valor. Ele dá mais valor à sua aparência, sua importância, seu estatuto, do que a Deus. A vaidade antecede a humilhação. As coisas em que o vaidoso confiam falham. O contrário da vaidade é a humildade. Deus abençoa com a humildade. O humilde coloca a vontade de Deus em primeiro lugar em sua vida e entende que tudo vem de Deus. O humilde dá valor a si mesmo mas não se coloca acima de Deus.

Podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que o narcisismo, enquanto traço de personalidade, não passa de uma forma exacerbada de vaidade acrescentada de inveja. É inegável, porém, que, enquanto transtorno devidamente diagnosticado, verificados todos os fatores ambientais e genéticos de forma consistente, é realmente doença da alma, devendo ser tratada pelos métodos convencionais estipulados pela medicina psiquiátrica e pela psicologia clínica.

Mas, sempre há a necessidade do tratamento espiritual, altamente competente e eficaz na maioria dos transtornos visitados pelas lições da revista desse trimestre.

Terminemos esse pequeno estudo sobre o Transtorno de Personalidade Narcisista deixando um versículo apropriado para nossa reflexão:

“Pois tudo o que há no mundo - a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens - não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” 1Jo 2.16-17.

Uma semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 1º Trimestre de 2019, ano 29 nº 110 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens e Adultos – Professor – Enfermidades da Alma II – Buscando orientações divinas e bíblicas para o tratamento de distúrbios emocionais e outros transtornos - Pastor Israel Maia.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.