Lição 04 – 28 de abril de
2019
– Editora BETEL
A
história da Igreja até a Reforma Protestante
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Sobre a história da Igreja até a Reforma Protestante
Nunca
faremos uma justa apreciação das conquistas da Igreja ao longo dos séculos se
esquecermo-nos que elas foram alcançadas em meio à mais feroz perseguição. A
partir de Nero (54-68 d.C.), o governo romano hostilizou tremendamente o
Cristianismo. É que, apesar do governo permitir a livre prática de diferentes
religiões, o cristianismo não era considerado uma religião, já que os cristãos
devotavam suprema fidelidade a Jesus Cristo, e só secundariamente às
autoridades. Isso era mal aos olhos dos imperadores que impunham o Estado
imperial como poder supremo e tinham a religião como uma forma de patriotismo.
Os
deuses reconhecidos pelo Estado imperial eram cultuados com o objetivo de
beneficiarem o governo e a nação. Assim, qualquer adepto de outra religião
deveria prestar reverência aos deuses nacionais ao mesmo tempo em que observava
o seu próprio culto. Mas, neste particular, o cristianismo era exclusivista,
isto é, era a religião de um só Deus, e submisso a um só Senhor. Por isso mesmo
não prestava culto a outra divindade que não fosse o Senhor Jesus Cristo. Além
disso os cristãos declaravam a inutilidade dos deuses adorados pelo povo do
Império e pelos próprios imperadores. De modo algum adoravam aos deuses
romanos, apesar das ordens do Estado. Jamais colocariam César em igual posição,
ou acima de Cristo.
Diante
disso podemos entender porque aos olhos do governo romano o cristianismo
abraçava um ensino desleal e perigoso para o Estado e para a sociedade. Por
isso, os cristãos foram acusados de anarquistas, sacrílegos, ateus e traidores.
As
autoridades usavam de todos os meios para pôr à prova a lealdade dos cristãos,
os quais eram trazidos a juízo e obrigados a participar das cerimônias da
religião do Estado, da adoração das estátuas de Roma e dos imperadores. Quando
os cristãos se recusavam a prestar esse culto, as autoridades os consideravam
traidores. Era bastante alguém confessar: “sou cristão”, para tal testemunho
constituir uma desobediência ao Estado.
Diante
desse quadro desastroso, mais tarde confessou Tertuliano que os cristãos foram
perseguidos pelo Império não por adorarem a Cristo, mas por adorarem só a
Cristo.
Entre o
ano 100 d.C. e o reinado de Constantino, o cristianismo alcançou considerável
progresso. É certo que nem tudo nos tem sido dado conhecer a respeito desse
período, principalmente por ter sido essa a época em que a Igreja sofreu
intensa perseguição, pelos motivos acima abordados. Além do mais, boa parte da
expansão do cristianismo durante esse tempo teve lugar não só através da obra
de missionários dedicados exclusivamente à tarefa da evangelização, como também
através de testemunhos de comerciantes, soldados e escravos que por uma ou
outra razão viajavam pelas mais diferentes regiões do Império.
O
cristianismo chegava a cada província de maneira humilde e obscura, mas logo
crescia, tornava-se forte, e acabava por se impor como um organismo vivo em
todos os segmentos da vastidão do Império. Em 313 d.C., o cristianismo já era
religião dominante na Ásia, região muito importante do mundo de então, como também
na Trácia e na longínqua Armênia. A Igreja se constituíra numa influência
civilizadora muito poderosa em Antioquia da Síria, na costa da Grécia e
Macedônia, nas ilhas gregas, no norte do Egito, na província da África, na
Itália, no sul da Gália e na Espanha.
Era
menos forte em outras partes do Império, inclusive a Britânia. Era fraco,
naturalmente, nas regiões mais distantes, como a Gália central e do norte.
Em todas
as regiões a Igreja alcançou e conquistou para suas fileiras povos das mais
variadas línguas, civilizações e costumes, que não faziam parte da civilização
greco-romana. O cristianismo já se mostrava mais envolvente e abrangente do que
qualquer outra tradição cultural. Não só os limites do Império foram alcançados
pelo cristianismo, mas até o leste da Síria e a Mesopotâmia receberam a
influência poderosa do Evangelho.
O diabo,
maior inimigo da Igreja, lançou mão de duas armas aparentemente infalíveis com
o propósito de destruí-la: a primeira, a fúria incontida dos judeus incrédulos,
e, posteriormente, a perseguição movida pelas autoridades do Império Romano. O
sangue derramado pelos cristãos era tal qual semente lançada em terra fértil.
Quanto mais a Igreja era perseguida, mais crescia e se fortalecia. O diabo
lançou mão de segunda arma: a proliferação de ensinos heréticos, visando minar
a fé dos crentes e a doutrina das Escrituras.
As
multidões que se convertiam ao cristianismo não aderiam à fé cristã livres de
bagagem cultural. Pelo contrário, cada qual trazia para dentro da Igreja suas
próprias experiências e seus próprios conhecimentos. Esta variedade cultural
num certo sentido foi de grande valor para a Igreja e, em todos os casos era
sinal da universalidade do Evangelho. Mas, por outro lado, esta situação
sugeria a liberdade para que alguns começassem a oferecer suas próprias
interpretações da fé cristã. Este perigo era ainda maior diante do fato de que
o mundo da época era acentuadamente sincretista, isto é, havia uma grande
mistura de cultos oferecidos a uma mesma divindade.
À medida
que o tempo passava, foi possível verificar que muitas pessoas buscavam não uma
doutrina única, mas um sistema que, de algum modo, combinasse todas as
doutrinas, tomando um pouco de cada uma. Dessa miscelânea surgiu aquilo que
hoje é a monolítica igreja católica romana, com suas cerimônias, ora a
identifica-la com o cristianismo, ora com o paganismo.
Esse
período, até a chegada de Constantino ao poder, é chamado de período
apologético, aonde a feroz defesa do Evangelho puro e simples era contra
pontuada pelo surgimento das mais absurdas correntes heréticas, o que deixou a
Igreja enfraquecida momentaneamente em seus mais lapidares princípios.
Mas,
mesmo assim, o cristianismo constituía indubitavelmente um elemento
importantíssimo no processo de unificação do Império Romano. Havia uma só lei,
um só imperador e uma única cidadania para todos os homens livres. Assim,
mister se fazia que houvesse uma só religião. Constantino não hesitou em fazer
do cristianismo a religião oficial do Império, o que contribuiu para grandes
prejuízos, principalmente doutrinários, que a Igreja sofreria nos anos
posteriores.
Em
decorrência disso, a Igreja entrou numa das fases mais difíceis de sua
história. Constituiu-se em uma verdadeira foça política. O papa tornou-se
senhor absoluto da Igreja, esta que antes dependia só de Deus através da
fidelidade de seus líderes e membros, era agora um grande rebanho sem pastor,
com as ovelhas em dispersão.
Apesar e
todos os conflitos que envolviam a Igreja, Deus trouxe à luz homens cujo
compromisso único era pregar e viver o Evangelho de Jesus, na simplicidade que
tinha no princípio. Foram esses homens que no final da Idade Média prepararam
as veredas pelas quais os movimentos reformistas haveriam de trilhar,
libertando a Igreja outra vez.
Muitos
homens santos, verdadeiros apóstolos da verdade, como John Wycliffe e John
Huss, que apareceram na longa trajetória de quinze séculos da Igreja, por ordem
dos líderes eclesiásticos foram perseguidos, encarcerados, despojados dos seus
direitos e mortos. Mas a morte desses não foi em vão, os livros que escreveram,
as mensagens que proferiram e o seu sangue derramado, Deus os fez sementes que,
semeadas em terra fértil, a seu tempo nasceram, cresceram e frutificaram. O sol
da realidade do Evangelho precisava nascer. Enquanto isso, nos campos
ressequidos pelo desespero e ignorância espiritual, a esperança reverdecia: um
novo tempo viria sobre o mundo.
Sentenciado
por ordem papal a morrer queimado, John Huss, um dos mais famosos precursores
da Reforma, no momento da sua execução, disse em alto e bom som: “Podem matar o ganso (na sua língua “huss” é
ganso), mas daqui a cem anos surgirá um cisne que não poderão queimar”. Cem
anos após ditas essas palavras, isto é, a 10 de novembro de 1483, em Eisleben,
na Saxônia, nascia Martinho Lutero.
Foi no
início do ano de 1512, enquanto lia a epístola de Paulo aos romanos, que Lutero
encontrou a declaração revolucionária: “O
justo viverá pela fé.” (Rm 1.17). Estas palavras como labaredas de Deus,
incendiaram-lhe a mente com vislumbres da verdade que procurava há tanto tempo.
Descobriu que a salvação lhe pertencia, simples e unicamente por fé na obra que
Cristo consumou na cruz. E foi com o intuito de melhor compreender esta
verdade, que empreendeu cuidadoso estudo da Escrituras e das obras de grandes
mestres cristãos como Agostinho e Anselmo. Pelo estudo dos Salmos e das
epístolas de Paulo ele afirmou, nas suas preleções com suficiente clareza e
certeza que Deus salva os pecadores mediante a fé no Seu amor revelado em Jesus
Cristo. Essa é a verdade da justificação pela fé.
Foi
assim que, em 31 de outubro de 1517, na porta da igreja do castelo de
Wittenberg, Lutero afixou as suas 95 teses.
Ele
jamais pôde imaginar a repercussão que suas teses teriam. Foi através de sua
real e inegável crença na verdade das Escrituras e suas ousadas atitudes,
fazendo oposição corajosa à Igreja institucionalizada da época, confrontando
seus líderes e o próprio papa, que nasceu a Reforma Protestante, um marco
divisório entre a verdadeira fé e a validade da Palavra de Deus e o
mercantilismo vil da igreja estabelecida de então.
Uma
semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 1º
Trimestre de 2019, ano 29 nº 110 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – Enfermidades da Alma II – Buscando orientações divinas
e bíblicas para o tratamento de distúrbios emocionais e outros transtornos - Pastor
Israel Maia.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
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