Lição 04 – 27 de outubro de
2019
– Editora BETEL
Deus é
o Criador e se relaciona
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Sobre Deus, o Criador
Qual
é a importância prática e teológica da doutrina da criação? Há muitos pontos
que poderiam ser desenvolvidos, mas pelo menos três reflexões são apropriadas.
Primeira,
a doutrina da criação identifica para nós o nosso Deus glorioso. A criação nos
lembra que o Deus que criou não é uma deidade pequena e insignificante. Não,
ele é o Senhor sobre tudo, a fonte de tudo que existe e aquele que é o único
soberano. Além disso, a criação nos lembra que ele não é uma deidade distante.
Antes, Deus é o “Senhor da aliança”, aquele que é o Deus vivo e ativo,
envolvido intimamente em e com a sua criação, sustentando, mantendo e
governando constantemente a sua criação e entrando num relacionamento de
aliança com seu povo. O nosso Deus é verdadeiramente grande, cheio de
majestade, glória, sabedoria, força e poder, devido ao fato de que ele é o Deus
criador.
Segunda,
a doutrina da criação nos diz algo sobre nós mesmos, como criaturas de Deus. É
precisamente porque somos criaturas de Deus, feitos à sua imagem, que os seres
humanos desfrutam de um papel singular na criação. Ironicamente, quando as
pessoas tentam viver à parte de Deus e negam seu Criador tanto em sua vida como
em seu pensamento, elas descobrem que não podem entender a si mesmas
corretamente. Assim, acabam vendo a si mesmas como menos do que são, ou seja,
como animais ou máquinas humanas, que têm pouca ou nenhuma importância e valor.
Mas o ponto de vista cristão sobre os seres humanos, vinculado à doutrina da
criação, nos diz que Deus nos fez com dignidade e valor e que isto, em última
análise, é a única base para um entendimento apropriado dos seres humanos. Além
disso, o fato de que fomos criados por Deus também serve como fundamento para
toda a ética, para a responsabilidade humana e para um entendimento correto de
nosso lugar, em sujeição a Deus, na sua criação. Mas, outra vez, devido à nossa
rejeição intencional de nosso Senhor e Criador, temos nos posicionado contra
ele e, assim, somos necessitados de redenção, uma redenção que somente Deus
pode realizar e consumar soberanamente.
Terceira,
a doutrina da criação nos diz algo sobre o nosso mundo em pelo menos duas áreas
importantes. A primeira área está relacionada a como devemos ver este mundo em
termos de valores. Visto que Deus criou este mundo, é importante enfatizar que
ele tem valor. Isto é evidenciado em Gênesis 1 pelo julgamento de valor “era
bom” (vv. 4, 10, 12, 18, 21, 25), da parte de Deus, e pela sua avaliação
conclusiva “era muito bom” (v. 31). Neste contexto, “bom” indica que o mundo
era não somente o que Deus planejara e tencionara, mas também que ele tinha
grande valor. Deus falou “Sim!” para o que havia criado. Uma implicação
importante disto para a teologia cristã é não elevarmos, em nosso pensamento e
em nossa prática, o “espiritual” acima do “físico”. Isto foi um problema no
passado e produziu vários entendimentos errados na igreja. Ao criar este mundo,
Deus valoriza tanto a realidade física como a espiritual. Infelizmente, como
resultado da Queda, ambas estão agora corrompidas. Mas, na redenção, Deus fez
uma obra em Cristo que salva não somente a nossa alma, mas também o nosso
corpo. Por isso, há nas Escrituras a ênfase sobre a ressurreição de nosso
corpo, para vivermos em novos céus e uma nova terra, na presença de Deus, para
sempre (ver 1Co 15; Ap 21-22).
A
segunda área está relacionada ao entendimento cristão da relação e envolvimento
contínuo de Deus com seu universo e das implicações disto para um ponto de
vista cristão quanto à ciência. É claro que muito poderia ser dito neste
assunto. Entretanto, basta dizer que, uma vez que a ordem criada é o resultado
da decisão espontânea do Senhor soberano e pessoal, ela é também planejada,
ordenada, estruturada e governada por leis. Mas, em sua estrutura, a criação
nunca deve ser vista meramente em termos mecânicos. A teologia cristã rejeita
qualquer noção ou de um universo “aberto” ou de um universo “fechado”. Um
universo “aberto” é o ponto de vista representado pelo animismo. O animismo não
entende o universo como que estando sob o controle soberano de Deus, mas, em
vez disso, ele é controlado por forças e espíritos caprichosos. Um ponto de
vista de universo “fechado” é aquele representado pela ciência moderna. Neste
ponto de vista, o universo é concebido como que estando unicamente sob o
controle de leis mecânicas, independentes da vontade e do plano de Deus; e, por
isso, este ponto de vista concebe aquilo que é miraculoso como impossível. As
Escrituras, porém, rejeitam esses dois pontos de vista. Em vez disso, as
Escrituras nos apresentam um universo “controlado”. O ponto de vista bíblico vê
este mundo como ordeiro e previsível devido à sua relação com o Deus de criação
e providencia. Mas também afirma que este mundo não é independente de Deus e
que, se Deus quiser, pode agir neste mundo e realizar seus planos e propósitos
de maneiras miraculosas e extraordinárias. Por conseguinte, o ponto de vista
cristão sobre o mundo, unido à nossa doutrina de criação, nos permite ver o
mundo em um padrão ordeiro e previsível, possibilitando assim a ciência.
Enquanto o problema de milagres não é realmente um problema devido ao fato de
que o Deus de criação é também o Deus de providência que sustenta o mundo
continuamente e age nele.
Com base
nesta breve consideração, não é difícil perceber que a doutrina da criação e a
afirmação de que Deus é o Criador têm importância crucial para a teologia
cristã. Como já disse, sem o Deus de criação e providência não há cristianismo
como a Bíblia o descreve. Todas as outras doutrinas, incluindo a doutrina da
salvação, estão arraigadas e alicerçadas no fato de que Deus é o criador soberano
e Senhor de seu universo. Na verdade, a doutrina da criação é também
fundamental à teologia cristã em outro sentido – ela é o começo da história que
leva à redenção. Ao insistir no fato de que a criação original de Deus era boa,
a Bíblia prepara o cenário para o que sai errado – o pecado, a morte, a
destruição – e para o desenvolvimento da linha histórica da Escritura que
culmina na vinda de um Redentor para corrigir as coisas. Em última análise,
todo o drama da história de redenção prenuncia a restauração – a transformação
numa glória ainda maior (Rm 8.1-27) – daquela bondade do universo que se tornou
corrompido e chega por fim ao alvorecer de um novo céu e uma nova terra (Ap
21-22), o lar da justiça (2Pe 3.13).
Texto de
Stephen J. Wellum (PhD, Trinity Evangelical Divinity School), professor de
Teologia Cristã no Southern Baptist Theological Seminary e editor do Jornal de
Teologia Southern Baptist.
Uma semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do
Senhor Jesus!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º
Trimestre de 2019, ano 29 nº 113 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – Apologética Cristã – A importância da defesa da fé
diante dos desafios da sociedade atual – Pr. Joabes Rodrigues do Rosário.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
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