Lição 06 – 09 de fevereiro
de 2020
– Editora BETEL
A
necessidade de um planejamento financeiro
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Sobre o
planejamento financeiro familiar
Sem dúvida, muitos leitores estarão bastante
interessados no presente tópico. A palavra “orçamento” ¹ vem do francês
bougette, que significa “bolsa de dinheiro” ou “carteira”, e a experiência
provou que sempre que nossa carteira é objeto de discussão, todos estamos
profundamente envolvidos e vitalmente interessados. Uma das principais
atividades da vida é o ganho e o gasto de dinheiro, e nossa riqueza e pobreza
financeira é uma grande preocupação para cada um de nós.
Neste artigo, não quero lidar com dinheiro ou
orçamentos em geral, mas com o orçamento da família cristã especificamente. Uma
família cristã tem um orçamento diferente do que uma família não-cristã. Pelo
menos, será o objetivo deste artigo demonstrar essa diferença.
Parece ser uma triste realidade que a maioria dos
cristãos dificilmente mostra um padrão diferente de consumo do que os
não-cristãos. Quase todos os consumidores no mundo ocidental gastam todo o
dinheiro da mesma maneira e nas mesmas coisas: comida, eletrodomésticos,
habitação, transporte e férias. Não há, realmente, um perfil reconhecido como
consumidor cristão. ²
Por esta razão, as famílias cristãs também estão
sujeitas a vários problemas e dificuldades financeiras. Muitas não estão
administrando suas finanças como deveriam e, subsequentemente, não podem
cumprir seus compromissos. Isso, por sua vez, leva a uma série de outros
problemas. As estatísticas podem variar de tempos em tempos, mas pode bem ser
esperado que os problemas com dinheiro estejam na raiz de 50-70% dos conflitos
conjugais. ³ Isso é especialmente verdadeiro para jovens casais que ainda não
acumularam muitos bens e têm pouca experiência para tomar decisões financeiras
responsáveis. Existe um padrão de gastos crônicos excessivos e uma incapacidade
de distinguir entre necessidades e ostentação. Na maioria desses casos, não há
a atuação de um orçamento cristão!
Por conseguinte, é necessário que as famílias
cristãs estabeleçam um orçamento que esteja de acordo com a Palavra de Deus,
que defina as prioridades certas e determine os objetivos adequados.
Uma pergunta precisa ser feita: sobre qual base uma
família cristã constrói seu orçamento? Certamente não pode haver outra base
além daquela ordenada na Lei de Deus: o amor ao Senhor e ao próximo!
Um cristão não faz orçamento para se enriquecer. A
Bíblia é clara e explícita em sua advertência sobre o lutar por riquezas. Somos
lembrados pelo ensino apostólico:
“Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos
contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em
muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na
ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males…” (1
Timóteo 6.8-10).
Um cristão faz um orçamento para servir ao Senhor e
atender às suas necessidades. A Bíblia não nos proíbe de obter lucros, e
podemos, em nosso orçamento, se possível, também dar lugar ao aumento de nossas
posses, como veremos mais tarde. Mas não podemos ser motivados pela ganância,
pois assim, nossas saudáveis questões econômicas tornam-se idolatria.
O orçamento familiar cristão, portanto, mostrará uma
boa medida de sobriedade e um forte senso de prioridade. Não devemos viver com
extravagâncias, mas colocar as primeiras coisas em primeiro lugar. Também em
nosso orçamento, devemos buscar primeiro o reino dos céus, crendo que todas as
outras coisas também serão nossas.
Há sempre a dúvida quando se trata de saber se
devemos primeiro determinar o que precisamos para nós mesmos e para nossa
família e só depois dar o que “sobrou” ao Senhor, ou se devemos primeiro dar ao
Senhor e então viver do “resto”. A mesma pergunta foi muitas vezes levantada em
conexão com os gastos no ensino cristão. Posso colocar as despesas da igreja e
da escola no topo do orçamento da minha família, ou isso vem em último lugar,
depois que todos os outros itens foram atendidos?
Não é difícil responder a esta pergunta. Tudo o que
recebemos, recebemos do Senhor. Nós somos apenas mordomos de Suas múltiplas
dádivas. Nosso primeiro propósito na vida é glorificar o Senhor e adorá-Lo.
Assim, o sustento do ministério e da igreja é, de fato, uma prioridade. E se
somos pais, nossa primeira tarefa é ensinar aos nossos filhos o temor do
Senhor. Desse modo, o sustento das escolas também é de grande importância para
uma família cristã. As necessidades espirituais nunca devem ser relegadas para
um lugar de menor importância do que as necessidades materiais. Nosso Senhor
nos advertiu para não vivermos somente de pão, mas pela Palavra de Deus.
O ouro também pertence a Deus e deve ser usado para
o Seu serviço e para a instrução das gerações da Aliança. Tudo o que damos a
Deus, damos do que veio de Sua mão. O SENHOR repreendia a Israel quando não
queriam dar ou quando davam erroneamente para Seu serviço. Também é evidente
que a falta de vontade em dar significa que as bênçãos do Senhor estarão
retidas. Muitas vezes, há uma relação entre pobreza material e deformação
espiritual!
Igrejas e escolas foram construídas apenas porque as
pessoas viram as tais como uma prioridade. Os cristãos eram preparados para
viver do que restava, e foram abençoados imensamente com a crescente
prosperidade. O apóstolo Paulo escreveu sobre isso:
“Aquele que semeia
pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também
ceifará.” (2Co 9.6)
Portanto, no topo do orçamento, a família cristã
colocará a igreja e a escola como itens necessários para a verdadeira vida
cristã. Todas as semanas ou todos os meses, esses assuntos serão os primeiros;
é o distintivo de um orçamento cristão!
Neste ponto é necessário fazer algumas observações
sobre como devemos dar para igreja, escola e outras causas importantes ou
instituições de caridade. Se não estivermos oferecendo alegre e
voluntariamente, nossas doações serão vãs.
A chave para dar é o amor. Quem ama, dá com prazer.
Quem ama, dá o máximo, mesmo o último centavo, se necessário. Quem não ama, dá
de má vontade, e terá que ser lembrado de tempo em tempos. Foi corretamente
dito que nossa doação é o barômetro da nossa fé.
Portanto, não devemos dar relutantemente, como se o
dinheiro estivesse sendo desperdiçado, ou sob compulsão, por temermos as
consequências de não dar. Mas devemos dar com alegria porque o Senhor nos
permitiu ser frutíferos para o Seu reino (2Co 9.7).
O orçamento familiar cristão baseia-se na fé de que
o Senhor continuará a prover para nós e que podemos esperar por Sua benção sobre
o trabalho de nossas mãos.
Existem várias formas de criar um orçamento cristão
responsável. Podemos distinguir entre orçamentos de longo e curto prazo. Neste
último, costuma se livrar de dívidas imediatas; o primeiro, muitas vezes é
aplicado para atingir metas específicas. Os dois podem até ser combinados para
enfrentar as situações em que a família se encontra.
Acima de cada orçamento, devemos escrever um
lembrete importante: controle seus gastos! A maior causa de falências
familiares é o gasto descontrolado e a compra por impulso. Conectado a este,
está outro ponto importante: conheça as suas necessidades! A falta de distinção
entre o que é realmente necessário e o que não é, tem contribuído para muita
dificuldade financeira em muitas casas. Combine os dois: gaste seu dinheiro
apenas naquilo que você realmente precisa. Este é o princípio básico da
mordomia cristã.
Algumas pessoas têm um orçamento interno. Elas sabem
exatamente o que está entrando e saindo. Outros terão que criar um orçamento
escrito e manter registros precisos. Para muitos, esta é a única maneira de
supervisionar sua situação financeira adequadamente.
Tanto o marido quanto a esposa devem estar
envolvidos no planejamento do orçamento familiar. O marido deve, contudo, ser o
chefe da família, limitar os gastos e manter o controle das contas de cobrança.
Esta observação é importante em vista do fato de que, a maioria das despesas é
feita pelas mulheres, às vezes de forma responsável, às vezes não. Marido e
esposa se comunicam livre e abertamente um com o outro sobre os gastos do
dinheiro, mas deve haver uma pessoa com a última palavra. E de acordo com a Bíblia,
esta pessoa é o marido.
No que diz respeito às nossas “necessidades”,
podemos distinguir entre necessidades de rotina, necessidades especiais e as de
emergência. Para lidar com isso, muitas famílias possuem três contas bancárias:
uma conta corrente, uma conta poupança e um fundo de emergência. Algumas
combinam as duas últimas em uma: uma conta para compras especiais ou situações
emergenciais. Sugere-se que esta conta contenha pelo menos três meses de
salário. Pode levar algum tempo para estabelecê-la, mas certamente será útil
para manter a família fora da pobreza.
Um orçamento cristão dará atenção a três áreas
principais: nossas necessidades espirituais, materiais e sociais. Em
necessidades espirituais, podemos incluir igreja e escola. Em necessidades
materiais, devemos listar alimentos, roupas, habitação, custos médicos, seguros
e também algumas economias. E como necessidades sociais, nós colocamos impostos
e caridades. Um orçamento que está em falta com qualquer uma dessas áreas
vitais, não é um orçamento cristão verdadeiro.
A maior parte do orçamento terá que ver com as
nossas necessidades materiais. Alguns números calculam até 60%. É importante
que procuremos um equilíbrio adequado.
É na ideia de um orçamento que equilibramos receitas
e despesas. Na verdade, é importante até mesmo tentar economizar. Não há nada
de errado em buscar alguma segurança financeira, mesmo para o futuro. Isso também
pertence à mordomia cristã.
A economia começa com pequenas quantidades e deve
ser planejada durante um longo período. Economia deve ser ensinada em casa, por
exemplo, abrindo contas para cada criança e encorajando-as a depositar algum
dinheiro regularmente. Desta forma, um sentimento de responsabilidade e orgulho
é instilado nas crianças.
Lembre-se das pequenas quantidades regulares!
Aqueles que desejam poupar muito de uma vez só, facilmente desanimam-se e desistem
completamente.
O tempo é um fator importante no orçamento familiar.
Nós não vivemos para nossas riquezas, e nosso objetivo como cristãos não é
ganhar grande riqueza. Não precisamos acumular todos os nossos bens em alguns
anos. Não precisamos ter tudo de imediato. Se o Senhor nos conceder a Sua
benção, vamos com o tempo acumular muitas dádivas.
O Senhor abençoa a fidelidade. Fidelidade em
trabalhar, em dar, em economizar. Vamos descobrir que somos capazes de atender
às nossas necessidades e compromissos, e ainda ter algo sobrando. Essa é a
experiência de famílias que temem a Deus.
As famílias cristãs também terão problemas
financeiros em algum tempo. Há frequentemente tantas coisas que precisam ser
pagas: financiamento da casa, transporte, educação, etc. Não é sempre fácil
equilibrar o orçamento, especialmente quando igreja e escola também devem ser
mantidas. Exige constante diligência e gestão cuidadosa, para manter as
prioridades sempre de pé. Não há saída fácil. Às vezes, há anos magros. Às
vezes, precisaremos da ajuda de parentes ou da comunhão dos santos. O Senhor
também fez conhecida a Sua vontade a este respeito, isto é, nós devemos cuidar
uns dos outros.
A maioria dos problemas financeiros, no entanto, não
são causados pelos custos de nossas necessidades espirituais. Nossas igrejas e
as escolas funcionam com orçamentos cuidadosamente planejados, e o custo é
mantido o mínimo possível. Se todas as famílias participassem plenamente, o
custo seria ainda menor por família. Nenhuma família faliu por causa dos custos
do Reino!
Quase sempre, os problemas financeiros em casa são
consequências de uma má administração. Gastos excessivos e cobranças de uma
conta de crédito são os principais culpados por causar a falência nas famílias.
É precisamente por nossos maiores compromissos que nós, como cristãos, devemos
viver com sobriedade e cuidado, tendo o cuidado de ficar longe tanto quanto
possível de complicações financeiras. Apenas um orçamento cristão não resolverá
os problemas. Ir com o nosso dinheiro e posses de maneira cristã é o início de
uma solução duradoura. Simplesmente ter um orçamento cristão não nos isenta de
dificuldades; é preciso usar nosso dinheiro e nossas posses de maneira cristã.
Outra sugestão: Não somente nosso orçamento deve ser
cristão, mas também nossa maneira de usar o dinheiro e posses deve ser cristã.
Este é o único caminho.
Notas:
1. Em inglês é “budget” que tem sua origem na palavra
francesa bougette. [N. do E.]
2. J. Douma, Vrede
in de Maatschappij, Kampen, 1985, p. 154.
3. Carole Gift Page, Let Not Money Put Asunder, B/P Publications, Denver, 1974, p. 14ff.
Artigo publicado originalmente na Clarion Magazine,
1987.
Tradução: Gabriel Reis.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e
na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 1º
Trimestre de 2020, ano 30 nº 114 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – A família natural segundo os valores e princípios
cristãos – Instituição idealizada por Deus para a perpetuação de
relacionamentos harmoniosos e uma Igreja sadia – Bispo Abner Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
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