Lição 11 – 15 de março de
2020
– Editora BETEL
Aperfeiçoando
o relacionamento conjugal
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Sobre relacionamento
conjugal
A lição de hoje trata de alguns princípios básicos
para o aperfeiçoamento conjugal e deve seguir algumas premissas:
1. Casamentos são realizados com a previsão de
durarem a vida toda.
2. Os casamentos não duram a vida toda naturalmente,
sem algum esforço e cuidado.
3. Devemos descobrir e tomar atitudes claras e
eficazes para que o casamento seja durável.
O estudo da lição não tem a intenção de acusar ou
trazer um peso ainda maior aos que experimentaram o divórcio. O fato é que
mesmo as pessoas que passaram por divórcio entendem que o casamento é feito para
durar toda a vida. Também não teremos segredos garantidos e fáceis para as
pessoas permanecerem casadas, mas alguns princípios que tenham fundamento na
palavra de Deus, e que poderão ajudar na construção de casamentos mais
saudáveis e mais duráveis.
Quando alguém assume um grande compromisso,
geralmente, espera que logo acabe. Do outro lado, quando alguém aceita um
compromisso de longa duração, espera que o valor do compromisso esteja diluído
de tal maneira que se torne bastante pequeno, aceitável. No casamento, as duas
dimensões estão presentes: trata-se de um compromisso intenso e, ao mesmo
tempo, um compromisso extenso, para toda a vida. Nossa lição evitará o trabalho
de defesa da durabilidade do casamento, e se dedicará a oferecer orientações
básicas que ajudem as pessoas “na arte de permanecerem casadas”.
I. Casamentos duráveis demonstram presença
equilibrada de amor e compromisso (Mc 10.7-8)
Aqueles que são casados há muitos anos, geralmente,
testemunham que “só o amor não sustenta uma relação”. Aqueles que se separaram
um dia demonstram na prática que “só o compromisso não sustenta uma relação”.
Ainda assim, ambos concordarão que uma relação duradoura depende tanto de amor
como de compromisso – muito amor, e compromisso firme!
A maneira bíblica de descrever compromisso no
casamento está na célebre frase proferida em Gênesis (2.24-25) e pelo próprio
Senhor Jesus: “Por isso, deixará o homem a seu pai e mãe e unir-se-á a sua
mulher, e, com sua mulher, serão os dois uma só carne” (Mc 10.7-8). Duas expressões
são especialmente contundentes ao ensinarem a intensidade do compromisso:
“unir-se” e “uma só carne”. Segundo os estudiosos, “unir-se” tem o significado
de um elo forte que não será jamais quebrado, envolvendo duas características:
lealdade inabalável e amor ativo, permanente, que não desiste. Do outro lado,
tornar-se uma só carne (que inclui relação sexual e todas as dimensões
adicionais afetivas e físicas) significa uma natureza de união tão forte que
seria impossível desunir (separar, cortar, dividir) sem que marcas profundas
sejam manifestas. Para se ter uma ideia da natureza desse modelo de união, a
Bíblia o chama de mistério e declara ser essa a representação mais completa do
relacionamento entre Cristo e Sua igreja (Ef 5.31-32).
Um compromisso de tamanha magnitude e com tamanhas
implicações não é assumido com facilidade. Por isso, alguns chegam a temer o
casamento. A base do comprometimento tem que ser o amor, pois ele expulsa o
medo (1Jo 4.18 NVI). Desse modo, enquanto o compromisso dá sustentação para o
sentimento de amor, o amor torna possível a manutenção do compromisso.
II. Casamentos duráveis pedem manutenção sistemática
A atitude própria de todas as pessoas que adquirem
um bem durável é programar-se para o natural cuidado de sua manutenção. Assim
fazemos quando adquirimos uma casa, um carro ou mesmo algum eletrodoméstico. Na
verdade, até mesmo a garantia da maioria dos bens depende de sua manutenção
adequada. O mesmo acontece quando se deseja construir um casamento durável. Sem
manutenção adequada, os casamentos se tornam vulneráveis e frágeis.
Entre
as diversas formas de se cuidar da manutenção de um casamento, duas serão
destacadas aqui.
1. Disposição e capacidade de lidar com conflitos
Podemos evitar muitos dos conflitos que surgem no
casamento bastando para isso uma atitude mais cuidadosa por parte de cada um de
nós. A disposição para aceitar as diferenças, por exemplo, diminui de modo
decisivo o potencial de um casal para se envolver em conflito – homens são
diferentes de mulheres (que bom!), pessoas criadas na família “A” são
diferentes de pessoas criadas na família “B”, e assim por diante. Nossas
diferenças se manifestam na maneira como reagimos aos problemas, na escala de
valores da família, no gosto por alimentos, ambientes, humor e de tantas outras
maneiras. Há casais que não conseguem conviver porque um dos cônjuges deseja
mudar o outro e fazê-lo ser exatamente igual a ele. Há casos em que a
disposição para “implicar” com o outro e com a maneira de ele ser e perceber as
coisas acaba por tornar insustentável a vida comum.
O texto de 1 Pedro 3.1-7 (NVI) oferece exemplo de
postura favorável para lidarmos com as diferenças quando orienta as mulheres
cristãs a tratarem até mesmo com um marido que não obedece à Palavra: “Do mesmo
modo, mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, a fim de que, se ele não
obedece à palavra, seja ganho sem palavras, pelo procedimento de sua mulher,
observando a conduta honesta e respeitosa de vocês” (v.1-2). O ensino alcança
diversas áreas da vida familiar, e orienta também os homens a serem sábios no
convívio com a própria esposa… “e tratem-nas com honra, como parte mais frágil
e coerdeiras do dom da graça da vida…” (v.7).
2. Habilidade de lidar com mudanças necessárias e
inevitáveis
Além das questões que podem ser vistas como
“diferenças”, o casamento inclui enganos, erros e pecados por parte dos membros
da família. O fato é que somos pecadores! A maneira como lidamos com os nossos
próprios erros e com os erros do cônjuge será fundamental para definir a
continuidade saudável do casamento. Isso significa aprender a pedir perdão
(embora os exemplos bíblicos sejam tantos, temos a tendência de achar que é
humilhante pedir perdão, e acabamos optando por atitudes prejudiciais ao
casamento, como negar, “deixar o tempo passar”, ficar irritado quando
confrontado, culpar o outro, etc.), ter capacidade para entrar em acordo com o
outro e disposição para perdoar. A Bíblia nos ensina que devemos ser “uns para
com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também
Deus, em Cristo, vos perdoou” (Ef 4.32). Do outro lado, se existe um lugar em
que deve ser aplicado o ensinamento de Jesus a Pedro segundo o qual devemos
perdoar nossos irmãos até “setenta vezes sete”, esse lugar é no casamento.
A atitude de perdão, segundo a Bíblia, é antecedida
por uma cuidadosa advertência contra os pecados relacionais que nos dividem e
fazem nascer conflito. Em Efésios 4.25-31, somos exortados a ser cuidadosos
para “não mentir uns aos outros (v.25), não nos entregar à raiva de uns para
com os outros (v.26-27), não roubar uns dos outros (v.28), não dizer palavras
que machuquem uns aos outros (v.29), e viver (inclusive em casa) de maneira que
permaneça “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e
blasfêmias, e bem assim toda malícia” (v.31).
III. Casamentos duráveis recebem investimentos
constantes
Um
casamento saudável não se sustenta “naturalmente”, sem investimento.
1. De natureza física
Resumidamente,
o investimento no casamento inclui o cuidado com o corpo (higiene, saúde,
aparência…) e o uso de todas as potencialidades do corpo, incluindo as
expressões físicas de carinho (de caráter sexual ou não).
2.
De natureza emocional
Podemos
investir no casamento também por meio do uso adequado das emoções,
especialmente quando oferecemos ao outro a segurança de que é importante,
especial, alvo de amor. O livro de Cantares tem sido usado como um verdadeiro
manual de investimento físico e emocional no casamento.
3. De natureza espiritual
Felizes
são os casais que oram um pelo outro e juntos, que leem a Bíblia e cultuam
juntos e que, especialmente, são capazes de aplicar os ensinamentos da palavra
de Deus nas atitudes diárias e em todas as dimensões do relacionamento conjugal
(veja Tg 1.22).
Eclesiastes 4.9-12 registra que “Melhor é serem dois
do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta
o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o
levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se
aquentará?”
Provérbios 31 apresenta uma mulher chamada de
virtuosa e diz que a vida em família é muito agradável, entre outras razões,
porque o marido confia na mulher (v.11), e “ela lhe faz bem e não mal, todos os
dias da sua vida” (v.12).
1 Coríntios 13 lembra-nos ainda que, havendo amor, há
paciência nos momentos de sofrimento, confiança, e disposição para esperar e
suportar as eventuais lutas da vida (v.7).
Vale a pena observar alguns conselhos apresentados
pelo Dr. Ed Wheat no livro O Amor que não se Apaga.
a. Nada é tão essencial qual a saúde de seu
casamento e o desenvolvimento de união entre vocês.
b. Concentrar-se no conhecimento mútuo e em
construir um relacionamento íntimo agrada ao Senhor.
c. É necessário tempos juntos para lançar
adequadamente os alicerces do casamento.
d. É essencial que o marido aprenda a satisfazer às
necessidades da esposa.
e. O conhecimento do cônjuge é necessário a fim de
ver segundo os padrões bíblicos. Você deve conhecê-lo em profundidade se quiser
amá-lo, compreendê-lo e encorajá lo.
f. Os cônjuges devem ser companheiros de equipe
unidos para servirem a Deus eficazmente. Para vocês se tornarem uma equipe, é
preciso tempo e colaboração numa atmosfera tão livre de distrações quanto é
possível.
g. De acordo com a sabedoria de Criador, o primeiro
ano é crucial em todo casamento, devendo ser vivido com cuidado e prudência.
Nesta lição estudamos sobre a arte de permanecer
casados – um casamento durável, para a vida toda. Dois lembretes são
importantes. Primeiro, que a vida é curta, e devemos gozá-la com discernimento
e alegria, sempre que possível, na companhia da pessoa com quem nos casamos.
Segundo, que não basta ter um casamento duradouro. É preciso viver bem, com
alegria e felicidade.
Mais do que aparências e convenções sociais, é
preciso construir relacionamento saudável e feliz, de modo que permanecer
casados seja um privilégio, uma alegria, e não um dever enfadonho e sofrido.
Estudo publicado
originalmente pela Editora Cristã Evangélica.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e
na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 1º
Trimestre de 2020, ano 30 nº 114 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – A família natural segundo os valores e princípios
cristãos – Instituição idealizada por Deus para a perpetuação de
relacionamentos harmoniosos e uma Igreja sadia – Bispo Abner Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
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