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Lição 06 - Um chamado ao arrependimento

Lição 06 – 10 de maio de 2020 – Editora BETEL

Um chamado ao arrependimento

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Sobre o arrependimento
O Salmo 51 é o quarto dos “salmos penitentes”, e por meio dele o AT chega à análise mais real e genuína sobre o pecado e seu remédio. Perowne diz de maneira incisiva: “Este Salmo é uma oração, primeiramente, por perdão, com uma confissão humilde de atos pecaminosos provenientes de uma natureza pecaminosa como sua raiz amarga; e, depois, por renovação e santificação através do Espírito Santo”. O título indica a autoria de Davi e associa o salmo à confissão do seu pecado com Bate-Seba. Este episódio trágico na vida de Davi parece ter dado a ele uma profunda compreensão da verdadeira natureza do mal. Por trás da culpa da sua transgressão ele encontra a mancha mais profunda de uma natureza pecaminosa com a qual ele nasceu
Por esse motivo, ele expressa essa oração dupla em busca de uma cura duplicada. O salmo é todo ele dirigido a Deus. Morgan escreve: “A alma penitente clamava por perdão com base na confissão. Subitamente, a intensidade da convicção se aprofunda à medida que o ato pecaminoso é rastreado até chegar à causa na contaminação da natureza. Isso leva a um clamor mais profundo. Enquanto o primeiro clamor é por perdão, o segundo é por pureza, por limpeza de coração e renovação de espírito. A oração continua na busca das coisas que seguem essa purificação, a manutenção da comunhão e a percepção da alegria. Olhando para o futuro com esperança, o cântico antevê o tipo de culto de ações de graça e louvor que provém desse perdão e purificação”. Oesterley descreve esse salmo como aquele que entre os salmos de penitência é “o que mais profundamente examina o coração” e afirma: “Não existe outro salmo no Saltério com a mesma compreensão do sentido do pecado, apresentado com tamanha transparência e integridade”.
1. Perdão (51.1-4)
Este salmo não é um estudo teológico bem elaborado, mas um clamor apaixonado de um coração profundamente atribulado. Portanto, não existe nenhuma análise cuidadosa das diferenças entre atos pecaminosos e a natureza pecaminosa, entre a necessidade de perdão e o apelo por pureza. No entanto, existe um movimento natural de pensamento, que inicia com um clamor por perdão, e segue com a percepção mais profunda do problema, depois com a oração por pureza e a promessa de louvor e serviço. A misericórdia e benignidade de Deus são a base do seu clamor: apaga as minhas transgressões. Davi sentiu uma culpa profunda por sua conivência, mentira, adultério e, finalmente, assassinato. Por trás dessas transgressões ele consegue enxergar a raiz e causa e ora para que o Senhor o lave completamente da sua iniquidade e o purifique do seu pecado.  Ele não procura encobrir ou desculpar a profundidade da sua necessidade. Embora outros tivessem sido tremendamente injustiçados, na essência todo pecado é visto como sendo contra Deus, e Deus será o Juiz. A última parte do versículo 4 pode ser corretamente entendida da seguinte forma: “Sim, tu és justo em tua acusação e justa é a tua sentença” (Moffatt).
2. Problema (51.5-9)
A convicção se aprofunda ao incluir não somente o que o salmista fez, mas o que ele era por natureza: Em iniquidade fui formado; concebido em pecado. As tendências e disposições pecaminosas têm sua origem na contaminação da raça humana, parte da dívida do homem como nascido de uma raça caída. Deus deseja a verdade (“emeth”, autenticidade, fidelidade, integridade) no íntimo. No oculto me fazes conhecer a sabedoria tem sido traduzido como: “Portanto, ensina-me a sabedoria no secreto do meu coração” (RSV).
Esta percepção leva a uma oração renovada por purificação. Hissopo era o ramo do arbusto do deserto usado para borrifar o sangue sobre um leproso para sua purificação e cura (Lv 14.4; cf. Hb 9.13-14; 1Jo 1.7). Lava-me é uma expressão impressionante no original. Lawrence Toombs explica: “A língua hebraica emprega duas palavras para se referir a ‘lavar’. A primeira é aplicada para lavar o corpo, a louça de cozinha e, em geral, qualquer objeto que possa ser mergulhado em água ou sobre o qual se possa derramar água. A segunda é uma palavra quase que específica para lavar vestimentas ao batê-las com uma vara ou ao batê-las enquanto estão estendidas sobre uma pedra plana submersa em água. O salmista escolhe deliberadamente a segunda palavra, rejeitando, por implicação, a metáfora de um banho quente em que o sabão tira agradavelmente a sujeira enquanto o banhista se deleita. Ele sabe que o pecado está tão profundamente entrincheirado em sua natureza que Deus literalmente precisa tirá-lo com batidas”. Mais alvo do que a neve, ou seja, sem nenhuma partícula de poeira ou fuligem nos flocos de neve (cf. Is 1.18).
A convicção de pecado era tão profunda, que era semelhante à dor de ossos quebrados. Perowne escreve: “Os ossos constituem a força e estrutura do corpo. Por isso o esmagar dos ossos [é] uma figura muito forte, que denota uma prostração completa, tanto mental como corporal”. A intervenção e a ação de Deus são a única esperança do salmista.
3. Pureza (51.10-13)
Os resultados da purificação e do lavar serão a criação de um coração puro e o renovar de um espírito reto. Cria “é usado na operação criativa de Deus, trazendo à existência o que não existia antes. [...] O salmista não deseja uma restauração do que existia antes, mas uma mudança radical do coração e do espírito”.85 Espírito reto é um “espírito estável” (NVI), ou “espírito inabalável” (ARA), “firme e resoluto em sua lealdade a Deus, inabalável diante dos ataques da tentação. Esse tipo de coração limpo e espírito estável, a condição para a comunhão com Deus, o emergir de uma vida santa, só pode vir do poder doador de vida e criativo de Deus”.
Esta purificação assegurará a presença de Deus e a plenitude do seu Espírito Santo. Esta é uma das três vezes em que o AT fala do Espírito Santo com essa exata fraseologia. As outras duas são encontradas em um contexto similar em Isaías 63.10-11. A pureza também resultará na alegria da sua salvação, e a manutenção de um espírito voluntário ou “pronto a obedecer” (NVI). Mais um resultado será o ensino dos caminhos de Deus aos transgressores e a conversão dos pecadores (13; cf. Jo 16.7-11; At 1.8).
4. Promessa (51.14-19)
O salmo conclui, como os salmos penitentes normalmente fazem, com uma promessa de louvor e ações de graça. Deus não pode ser satisfeito com sacrifícios e holocaustos. Seus sacrifícios são o espírito quebrantado. Um coração quebrantado e contrito Ele não desprezará. No versículo 18, o interesse se amplia para incluir Sião e Jerusalém. O versículo 19 mostra que não era o ritual em si que era ofensivo a Deus, mas o ritual sem justiça. Agrada-se a Deus com holocaustos e com sacrifícios de novilhos quando o ritual vem da motivação correta e é a expressão de um coração amoroso e obediente.
Alguém disse certa vez que a melodia desse hino de oração é composta por cinco notas. 1) A nota pesarosa do pecado, versículos 1-2. 2) A nota séria da responsabilidade. Davi não culpou ninguém, nem mesmo Bate-Seba. Os pronomes pessoais abundantes na oração indicam a completa honestidade de Davi na confissão, versículos 3-6. 3) A nota decisiva de arrependimento. Davi renunciou ao pecado para sempre, versículos 3-6. 4) A nota alegre do perdão e limpeza, versículos 7-14. 5) A nota certa do testemunho, versículos 12-13,15. A graça de Deus pode transformar o mais vil pecador em uma testemunha ardente dele (Earl C. Wolf).
Extraído do Comentário Bíblico Beacon – volume 3.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 2º Trimestre de 2020, ano 30 nº 115 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos – Professor – A família natural segundo os valores e princípios cristãos –Salmos – Uma referência para a vida de adoração e oração do cristão – Pr. Adriel Gonçalves do Nascimento.
Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.
Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.
Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.
Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.


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