Lição 10 – 07 de junho de 2020 – Editora BETEL
Rendendo graças ao Senhor
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Sobre o Salmo
118
O último dos salmos do grupo “Hallel” é um dos mais
magníficos do Saltério. O texto-chave e o esboço, se podemos chamá-los dessa
forma, são encontrados no versículo 14 desse salmo notável: “O Senhor é a minha
força e o meu cântico, porque ele me salvou”. McCullough o descreve como “uma
litania de ações de graça”. Ele ressalta: “Este salmo é um dos maiores hinos do
Saltério. Ele era um dos salmos favoritos de Lutero, que escreveu o seguinte a
seu respeito: ‘Este é o salmo que eu amo [...] porque muitas vezes tem feito
bem à minha alma e me ajudado a sair de sérias dificuldades, quando nem
imperadores, reis, homens sábios e inteligentes, nem mesmo santos poderiam ter
me ajudado’”.
Um aspecto singular é o uso de um refrão duplo: “Sua
misericórdia é para sempre” (1-4,29), e “no nome do Senhor as despedacei”
(10-12) — uma evidência clara do uso do hino na adoração do Templo. Esdras
3.11, em que “a revezes” (ARC; “alternadamente”, ARA, “responsivamente”, NVI),
é literalmente “um ao outro”, indica o uso provável desse tipo de salmo na
adoração. Um solista cantava a primeira linha de um versículo e o coral cantava
a segunda; ou, um coral cantava a primeira linha e um segundo coral respondia
com a segunda.
1. “O
Senhor é a minha Força” (118.1-14)
A benignidade (chesed) é o amor “imutável” da
aliança; graça; cf. comentário em 17.7. Este é o tema dos versículos 1-4.
Depois de uma convocação geral para “dar graças ao Senhor” (1, NVI), cada um
dos três grupos enumerados nos Salmos 115.9-11 (cf. comentário) é convidado a
cantar o refrão: o povo de Israel em geral (2), os sacerdotes ou casa de Arão
(3) e todos os que temem ao Senhor (4), homens devotos de toda parte.
Os versículos 5-13 apresentam o testemunho do poeta
acerca das formas em que Deus provou ser sua Força e a Força do seu povo. Na
angústia, ele invocou o Senhor e Ele o ouviu e o pôs em um lugar largo (5),
isto é, “libertou” (Moffatt). Com o Senhor do seu lado, ele não precisa temer
(6). Nada que o homem pode fazer vai permanentemente causar-lhe dano. O Senhor
está comigo entre aqueles que me ajudam (7) é uma construção difícil. O significado
é que o Senhor é o comandante entre aqueles que estão junto com o salmista para
ajudá-lo. A versão Berkeley traduz o versículo 7 da seguinte forma: “O Senhor
está comigo. Ele é a minha ajuda, e olho em triunfo sobre os que me odeiam”.
Confiar no Senhor é melhor do que confiar no homem
(8) ou mesmo nos príncipes (9). O salmista escreve em Salmos 60.1: “Dá-nos
auxílio na angústia, porque vão é o socorro do homem”. O significado e o tempo
do verbo do versículo 10 não estão claros. O me e o eu dos versículos
10-12 são personificações da nação. O verbo hebraico na tradução: as despedacei
(10,11,12), está na forma de um “imperfeito gráfico”, e pode significar tanto
presente como futuro. Com base nos versículos 5 e 13, parece que a crise já
passou e, portanto, a tradução de quase todas as versões mais recentes é
justificável: “em nome do Senhor eu os derrotei” (NVI), ou “eu os destruí,
confiando no Eterno” (Moffatt). A figura como abelhas (12) sugere que os
inimigos estavam incitados e furiosos. Apagaram-se como fogo de espinhos
refere-se a um fogo que forma grandes chamas mas que logo se apaga. Com força
me impeliste para me fazeres cair (13) é dirigido aos inimigos do poeta. A
ajuda do Senhor foi providencial para que não caísse diante do inimigo. O Senhor
é a minha força e o meu cântico, porque ele me salvou (14; “Ele é a minha
salvação”, NVI) vem do “Cântico de Moisés” em Êxodo 15.2 e é usado novamente em
Isaías 12.2. Moffatt interpreta este versículo da seguinte maneira: “O Eterno é
a minha força, de quem eu canto. Ele verdadeiramente me salvou”. O povo de Deus
tem provado essa verdade em todas as épocas. O próprio Senhor é a nossa
salvação: “Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por
Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1Co 1.30). Não
encontramos nossa força, cântico e salvação naquilo que Ele dá mas nele
próprio.
2. O
Senhor é o meu Cântico (118.15-20)
A voz de júbilo e de salvação (15) é o tema dessa
estrofe do poema. A expressão tendas dos justos refere-se ao lugar “onde os
justos moram” (Harrison). A destra do Senhor se exalta (16) é o tema do
cântico. A destra (“a mão direita”) é uma expressão que se refere ao poder e
força de determinada pessoa.
O poema novamente retorna à primeira pessoa nos
versículos 17-19, e a forma singular é outra vez uma personificação de todo o
povo. Israel não morrerá, mas viverá e cantará as obras do Senhor (17), embora
tenha sido castigado por meio do exílio e dispersão. As portas da justiça (19)
e esta [...] porta do Senhor (20) são as portas do Templo, por meio das quais o
povo do Senhor entra para louvá-lo. Moffatt considera o versículo 19 como o
grito dos peregrinos que se aproximam das portas do Templo e o versículo 20
como uma resposta do interior dele:
Abram as portas da Vitória para mim,
Para que eu possa entrar e agradecer o Eterno.
“Esta é a porta do Eterno; pela qual somente os
justos podem entrar”.
3. O
Senhor é a minha Salvação (118.21-29)
Além das limitações do dia e das vitórias políticas
e militares celebradas nesse poema encontramos a forte mensagem messiânica na
última estrofe. O poeta agora dirige- se ao Senhor: Louvar-te-ei porque [...]
me salvaste (21). Os versículos 22-23 são citados quatro vezes no NT
relacionados à rejeição de Cristo pela sua geração e relacionada à sua subsequente
exaltação (Mt 21.42; Mc 12.10-11; Lc 20.17; 1Pe 2.7).
Somente Deus, por meio da maravilhosa operação de
sua providência, pode produzir vitória a partir da derrota, vida a partir da
morte, ressurreição a partir da cruz e transformar a ira do homem em sua glória
(23). As nuanças messiânicas do texto sugerem que o dia que fez o Senhor (24) é
o dia da salvação, o dia de Cristo, no qual o seu povo deve se regozijar e se
alegrar. Há, no entanto, uma aplicação geral. Cada dia vem da mão de Deus de
uma maneira nova, e é para nós um dia de regozijo e alegria. Com esse tipo de
fé, nenhum filho de Deus precisa temer o alvorecer de um novo dia.
Oração, bênção, louvor e promessa se misturam nos
últimos cinco versículos. O salmista ora por libertação e prosperidade
(“sucesso”, Harrison; 25) e anuncia uma bênção sobre aqueles que vêm à Casa do
Senhor em seu nome (26). Deus [...] o Senhor é a Fonte de luz (27). O
significado exato da última parte do versículo 27 é obscuro. Os ângulos do
altar eram pontas viradas para cima do altar do Templo e eram considerados
muito sagrados. O sangue sacrifical era borrifado ali (Lv 4.7; 8.15; 9.9), e a
pessoa cuja vida estava correndo perigo encontrava refúgio naquele lugar (1 Rs
1.50). O AT nunca se refere à prática de amarrar vítimas sacrificais ali. Das
várias sugestões que foram oferecidas, a Bíblia Amplificada apresenta uma das
mais razoáveis: “Decorem a festa com ramos frondosos e amarrem os sacrifícios a
serem ofertados com cordas grossas [por todo átrio do sacerdote] às pontas do
altar”.
O poeta promete seu louvor e exaltação a Deus, e
conclui com a mesma nota com a qual começou, uma convocação para dar “graças ao
Senhor” (29, NVI) pela sua bondade e sua benignidade permanentes. “Com essas
palavras somos trazidos de volta ao ponto inicial e o círculo de louvor volta a
se repetir”.
Extraído do
Comentário Bíblico Beacon, volume 3.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e
na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 2º
Trimestre de 2020, ano 30 nº 115 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – A família natural segundo os valores e princípios cristãos –Salmos
– Uma referência para a vida de adoração e oração do cristão – Pr. Adriel
Gonçalves do Nascimento.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
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