Lição 11 – 14 de junho de 2020 – Editora BETEL
Celebrando a Palavra de Deus
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Sobre o Salmo
119
Esse é um salmo por si mesmo, distinto de todos os
outros; ele supera todos os outros e destaca-se por seu brilho nessa
constelação. É muito mais longo que os outros, duas vezes mais longo que os
outros. Não era o fazer longas orações que Jesus censurava, mas fazê-las como
pretexto, o que deixa entender que elas são boas e recomendáveis em si mesmas.
Parece-me que esse salmo é uma coletânea de brados piedosos e devotos de Davi,
a curta e repentina respiração e a elevação de sua alma a Deus, o que ele
escreveu enquanto ocorria e, perto do final de sua vida, reuniu-as de seu
diário, no qual elas permaneciam dispersas, e acrescentou muitas palavras
semelhantes e compilou-as nesse salmo em que é raro encontrar alguma coerência
entre os versículos, mas que, como os provérbios de Salomão, é um cofre com
anéis de ouro, não uma corrente de elos de ouro.
E não só podemos aprender com o exemplo do salmista
a nos acostumarmos a dar esses brados piedosos, que são um excelente meio de
manter comunhão constante com Deus e de manter o coração ajustado para o
exercício mais solene da religião, mas também devemos usar as palavras do
salmista para estimular e para expressar nossa inclinação devota; é verdade o
que alguns disseram a respeito desse salmo: “Aquele que o ler bastante,
perceberá que o salmo o confortará ou o envergonhará”.
A composição dele é singular e muito precisa. Ele é
dividido em vinte e duas partes, de acordo com o número de letras do alfabeto
hebraico, e cada parte consiste de oito versículos, todos os versículos da
primeira parte começam com alef; todos os versículos do segundo, com bete e
assim por diante, sem nenhuma falha em todo o salmo. O arcebispo Tillotson diz
que parece haver mais habilidade poética e numérica nele do que podemos
entender com facilidade a essa distância. Alguns chamaram-no de alfabeto de
santos; e seria desejável que tivéssemos o salmo na memória com a mesma
prontidão que temos as exatas letras do alfabeto, com a mesma prontidão que
nosso ABC vem a nossa lembrança.
Talvez o escritor tenha achado útil para ele mesmo
usar esse método, como se este o obrigasse a buscar pensamentos e pesquisá-los
para que pudesse preencher a cota de cada parte; e a letra com que devia
começar o versículo o podia levar a encontrar a palavra que pudesse sugerir uma
boa sentença; e tudo muito pouco para levantar alguma coisa boa no solo estéril
de nosso coração. Contudo, seria útil para os aprendizes, uma ajuda para que
eles o memorizassem e o trouxessem à mente oportunamente; pegar-se-ia a letra
da primeira palavra, e ela traria todo o versículo à mente, assim, os jovens o
aprenderiam com mais facilidade de memória e o reteriam melhor até uma idade
avançada. Se alguém censurar isso por considerar infantil e uma brincadeira,
pois, hoje, os acrósticos estão fora de moda, diga-lhes que o salmista real
despreza a censura deles; ele é professor de bebês, e se esse método for
benéfico para eles, ele não tem nenhuma dificuldade em favorecê-lo; se é para
ser ruim, ele será ainda mais ruim.
I. O escopo e desígnio geral desse salmo é exaltar a
lei e torná-la honorável; apresentar a excelência e a utilidade da revelação
divina, e recomendá-la a nós não só para entretenimento, mas para o governo de
nós mesmos por meio do exemplo do próprio salmista que fala, por experiência
própria, do benefício da revelação e da boa impressão que esta exerceu sobre
ele, pelo que ele louva a Deus e ora fervorosamente, do começo ao fim, para que
a graça de Deus continue com ele, guie-o e estimule-o no caminho de sua
obrigação.
Esse salmo refere-se à revelação divina com dez
palavras diferentes e sinônimas, cada uma delas expressa o domínio e alcance
completo da revelação (de que Deus nos diz o que espera de nós e do que podemos
esperar dele) e do sistema da religião que é fundamentado na revelação e
orientado por ela. As coisas contidas na Escritura e extraídas dela são, aqui,
chamadas:
1. Lei de Deus, pois são decretadas por Ele como
nosso Soberano.
2. Seu caminho, pois elas são as leis da providência
dele e da nossa obediência.
3. Seus testemunhos, pois as leis são declaradas
solenemente para o mundo e são incontestáveis e não contraditórias.
4. Seus mandamentos, pois foram dados com autoridade
e (conforme o sentido da palavra) entregue a nós em custódia, para cuidarmos
dela.
5. Seus
preceitos, pois fora prescritos para nós, e não para ser deixados de lado.
6. Sua palavra, ou dito, pois é a declaração de sua
mente, e Cristo, a Palavra eterna essencial, é tudo em tudo nela.
7. Seus julgamentos, pois foram estruturados em
infinita sabedoria, e, por meio deles, devemos julgar e ser julgados.
8. Sua justiça, pois ela é toda santa, justa e boa,
e a regra e o padrão de justiça.
9. Seus estatutos, pois eles são fixos e
determinados e devem ser obedecidos para sempre.
Sua verdade, ou fidelidade, pois os princípios sobre
os quais a lei divina é edificada são verdades eternas. E acho que há apenas um
versículo (v. 122) nesse longo salmo em que não há uma nem outra dessas dez
palavras; apenas em três ou quatro, elas são usadas com referência à
providência de Deus ou à prática de Davi (conforme vers. 75, 84,121); e no
versículo 132, elas são usadas para chamar o nome de Deus.
A grande estima e afeto que Davi tinha pela palavra
de Deus é ainda mais admirável quando consideramos como ele tinha pouco da
palavra de Deus em comparação com o que temos, talvez não tivesse mais que os
cinco primeiros livros escritos por Moisés, que eram apenas o alvorecer desse
dia, o que pode envergonhar a nós que desfrutamos de todas as descobertas da
revelação divina e, todavia, somos tão indiferentes em relação a ela. Ao cantar
esse salmo, há trabalho para todos os afetos devotos da alma santificada, tão
copioso e tão variado é o assunto dele.
Aqui, encontramos em que devemos dar glória a Deus
como nosso governante e grande benfeitor, o que devemos ensinar e admoestar a
nós mesmos e uns aos outros (tantas são as instruções que encontramos sobre a
vida religiosa) e em que devemos confortar e encorajar a nós mesmos e uns aos
outros, tantas são as doces experiências de quem leva uma vida assim. Há uma ou
outra coisa que se encaixa na vida de cada cristão.
Alguém está aflito? Alguém está alegre? Ambos
encontram aqui o que é apropriado para o seu caso. E o salmo está distante de
ser uma repetição tediosa da mesma coisa, como pode parecer para os que apenas
fazem uma leitura superficial; se meditarmos convenientemente a respeito dele,
descobrimos que quase todo versículo traz um novo pensamento e algo muito
vívido. E esse, como muitos outros salmos de Davi, ensina-nos a ser judiciosos
em nossa devoção privada e pública; pois as afeições, em geral, especialmente
as dos cristãos mais fracos, são mais prováveis de ser levantadas e mantidas
por expressões breves cujo sentido repousa em um espaço curto, e não em
períodos longos e elaborados.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e
na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 2º
Trimestre de 2020, ano 30 nº 115 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – A família natural segundo os valores e princípios cristãos –Salmos
– Uma referência para a vida de adoração e oração do cristão – Pr. Adriel
Gonçalves do Nascimento.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
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