Lição 02 – 12 de julho de 2020 – Editora BETEL
As adversidades geram oportunidades
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Sobre a vida de
José
No capítulo 37 do livro de Gênesis encontramos o
início a história de José, que, até o final deste livro, em todos os capítulos
exceto um, é o personagem principal. Ele era o filho mais velho de Jacó com a
sua amada esposa Raquel, nascido, como muitos homens eminentes, de uma mulher
que tinha sido estéril por muito tempo. A sua história é tão notavelmente
dividida entre a sua humilhação e a sua exaltação, que podemos ver nela alguma
semelhança com Cristo, que primeiro foi humilhado e depois exaltado. Em muitos
casos, José tipificou o Senhor Jesus. Ela também mostra a sorte dos cristãos,
que devem, passando por muitas tribulações, entrar no Reino de Deus.
Embora ele fosse o favorito do seu pai, ainda assim
não foi criado em ociosidade ou regalias. Não amam verdadeiramente a seus
filhos aqueles que não os acostumam aos negócios, e ao trabalho, e à
mortificação da carne pecaminosa. Mimar os filhos é, com justa razão, chamado
de estragá-los. Aqueles que não são treinados para fazer nada, não servirão
para nada. José era amado do seu pai parcialmente por causa de sua querida mãe,
que estava morta, e parcialmente por sua própria causa, porque ele era o maior
consolo na sua velhice. Ele provavelmente o servia, e o obedecia mais do que os
outros filhos. José era o filho querido, um filho maduro, segundo alguns. Isto
é, quando era criança, era tão grave e discreto como se fosse mais velho.
Mesmo sendo uma criança, não era infantil. Jacó
proclamou o seu afeto por ele, vestindo-o de maneira mais elegante do que os
seus outros filhos: Ele lhe fez “uma túnica de várias cores”, que provavelmente
representava as honras futuras destinadas a ele. Observe que embora sejam
felizes aqueles filhos que possuem o que, com razão, os recomenda ao amor
especial dos seus pais, ainda assim é prudente que os pais não façam diferença
entre um filho e outro, a menos que haja uma causa grande e manifesta, dada
pela obediência ou desobediência dos filhos - o governo paterno deve ser
imparcial, e controlado com mão firme.
José foi odiado pelos seus irmãos: “Porque o seu pai
o amava”. Quando os pais fazem diferença, os filhos logo percebem, e isto frequentemente
ocasiona rixas e brigas nas famílias. Porque
ele “trazia uma má fama deles a seu pai”. Os filhos de Jacó, quando não estavam
sob a sua vigilância, faziam o que não teriam feito, se estivessem em casa com
ele. Mas José fazia ao seu pai um relato do seu mau comportamento, para que ele
pudesse repreendê-los e reprimi-los. Não como um maldoso mexeriqueiro, para
semear discórdia, mas como um irmão fiel, que, não ousando ele mesmo
admoestá-los, apresentava os seus erros a alguém que tinha autoridade para
fazê-lo. Observe que: É comum que observadores amistosos sejam considerados
como inimigos. Aqueles que odeiam ser transformados, odeiam aqueles que desejam
transformá-los, (Pv 9.8). É comum que aqueles que são amados por Deus sejam
odiados pelo mundo.
Aquele a quem o Céu abençoa, o inferno amaldiçoa.
Aqueles a quem Deus fala de modo consolador, os homens ímpios não irão falar
pacificamente. Aqui está escrito que José estava com os filhos de Bila. Alguns
interpretam que ele era servo deles, eles o tornaram seu escravo.
A partir do capítulo 12, lemos sobre a gentil visita
que José, obedecendo à ordem de seu pai, fez a seus irmãos, que estavam
apascentando o rebanho junto de Siquém, a muitos quilômetros dali. Alguns
sugerem que eles foram para lá propositadamente, esperando que José fosse
enviado para visitá-los, quando teriam uma oportunidade de prejudicá-lo. No
entanto, José e seu pai tinham, ambos, mais da inocência e simplicidade da
pomba do que da prudência da serpente, caso contrário ele nunca teria caído
desta maneira nas mãos daqueles que o odiavam: mas Deus destinou tudo isto para
o bem. Veja em José um exemplo: 1. De obediência ao seu pai. Embora fosse o
favorito do seu pai, ainda assim ele era, e estava disposto a ser, um servo do
seu pai. Com que prontidão ele espera as ordens de seu pai! “Eis- me aqui”, (vers.
13). Observe que os filhos que são amados por seus pais devem ser obedientes a
eles. E então este amor estará sendo bem concedido, e bem retribuído. 2. De
bondade com seus irmãos. Embora soubesse que eles o odiavam e invejavam, ainda
assim ele não fez qualquer objeção às ordens do seu pai, fosse pela distância
do lugar, ou pelo perigo da jornada, mas alegremente aceitou a oportunidade de mostrar
seu respeito a seus irmãos. Observe que é uma lição muito boa, embora aprendida
com dificuldade, e raramente praticada, a de amar àqueles que nos odeiam.
Se nos nossos parentes não cumprem o seu dever para
conosco, ainda assim não devemos estar em falta no nosso dever para com eles.
Isto é digno de gratidão. José foi enviado por seu pai a Siquém, para ver se
seus irmãos estavam bem ali, e se a região não tinha se revoltado contra eles,
destruindo-os, como vingança por terem assassinado barbaramente os siquemitas,
alguns anos antes. Mas José, não os encontrando ali, foi para Dotã, o que
mostrava que ele havia empreendido esta viagem não somente em obediência ao seu
pai (pois então poderia ter retornado quando não os encontrou em Siquém, tendo
feito aquilo que seu pai tinha lhe dito), mas por amor a seus irmãos, e por
isto os procurou diligentemente até que os encontrou. Que o amor fraternal seja
contínuo, e que possamos dar provas dele.
Ao chegar junto a seus irmãos, José sofreu a
consequência do plano arquitetado por eles para se vingarem. Eles o despiram,
cada um deles procurando apoderar-se da invejada túnica de várias cores. Na sua
imaginação, assim eles o privavam do direito de primogenitura, do qual talvez
esta túnica fosse o emblema, causando- lhe sofrimento, ofendendo a seu pai, e
divertindo-se enquanto o insultavam. ‘Agora, José, onde está a fina túnica...”
Da mesma maneira, o nosso Senhor Jesus foi despido da sua túnica sem costura, e
da mesma maneira os seus santos sofredores foram, em primeiro lugar,
persistentemente despidos dos seus privilégios e das suas honras, e depois,
tornados a escória de todas as coisas. Eles prosseguiram, fazendo-o passar
fome, lançando-o em uma cova sem água, para perecer ali de fome e frio, tão
cruel era o tratamento que lhe dispensaram.
Observe que onde reina a inveja, a piedade é
expulsa, e a própria humanidade é esquecida (Pv 27.4). Tão cheia de veneno
mortal é a maldade, que, quanto mais bárbara a coisa for, mais satisfatória
será. Agora José implorava pela sua vida, na angústia da sua alma, convencido,
por todo o carinho imaginável, que eles ficariam satisfeitos com a sua túnica e
poupariam a sua vida.
Ele apela à inocência, ao parentesco, ao afeto, à
submissão. Ele chora e suplica, mas é tudo em vão. Somente Ruben demonstra
piedade, e intercede por ele. Mas ele não consegue salvar José da horrível cova
na qual eles decidiram que ele morreria gradualmente, e seria enterrado vivo. É
este a quem os seus irmãos devem prestar honras? Observe que as providências de
Deus frequentemente parecem contradizer os seus propósitos, até mesmo quando os
servem, e trabalham, à distância, contribuindo para cumpri-los.
Eles o desprezaram quando ele estava em aflição, e
não se emocionaram pelo seu sofrimento. Pois enquanto ele estava desfalecendo
na cova, lamentando a sua própria infelicidade e com um clamor débil implorando
a sua piedade, eles “assentaram-se a comer pão”.
Eles não sentiam nenhuma dor de consciência pelo
pecado. Se sentissem, isto teria arruinado o seu apetite e o sabor da refeição.
Observe que uma grande força sobre a consciência normalmente a deixa
estupefata, e, durante algum tempo, remove os seus sentidos e a sua fala. Os
pecadores ousados são seguros. Mas as consciências dos irmãos de José, embora
adormecidas agora, despertaram muito tempo depois. Agora eles se alegravam ao
pensar como tinham se libertado do medo do domínio do seu irmão sobre eles, e
que, ao contrário, tinham girado a sorte contra ele. Eles se regozijaram sobre
ele, como os perseguidores sobre as duas testemunhas que os tinham atormentado
(Ap 11.10). Observe que aqueles que se opõem aos conselhos de Deus
possivelmente podem vencer até o ponto de pensar que alcançaram o seu objetivo,
e ainda assim estarão enganados. Eles o venderam. Uma caravana de comerciantes
muito oportunamente passou por ali (algo que foi preparado pela Providência
divina), e Judá propôs que eles vendessem José aos comerciantes, para que fosse
levado até o Egito, onde, com toda probabilidade, ele se perderia, e nunca mais
se ouviria falar dele. Judá propôs isto por compaixão por José: “Que proveito
haverá em que matemos a nosso irmão?” A culpa será menor, e teremos mais
vantagens, se o vendermos. Observe que quando somos tentados a pecar, devemos
considerar o pouco proveito que o pecado nos trará. Não se consegue nada de bom
e duradouro através do pecado. Eles concordaram, porque pensaram que se ele
fosse vendido como escravo, nunca seria um senhor, e se fosse vendido ao Egito,
nunca seria o seu senhor. Mas tudo se encaminhava em direção a isto. Observe
que a cólera do homem redundará em louvor a Deus, e o restante da cólera, Ele o
restringirá, (Sl 76.10).
Os irmãos de José foram maravilhosamente impedidos
de matá-lo, e o fato de que o vendessem voltava-se maravilhosamente ao louvor
de Deus. Assim como José foi vendido graças à ideia de Judá, por vinte moedas
de prata, também o nosso Senhor Jesus foi vendido por trinta, e por alguém do
mesmo nome, Judas. Ruben (aparentemente) tinha se afastado dos seus irmãos,
quando eles venderam José, pretendendo chegar à cova de alguma outra maneira,
para ajudar José a sair dali, e devolvê-lo em segurança ao seu pai. Este era um
bom plano, mas, se tivesse sido realizado, o que teria sido do propósito de
Deus sobre a primazia de José no Egito? Observe que existem muitos planos, no
coração do homem, muitos planos nos inimigos do povo de Deus, para destruí-los
e nos corações dos seus amigos, para ajudá-los, que talvez sejam todos
desapontados, como foram estes. Mas o conselho do Senhor prevalecerá. Ruben
julgou-se perdido, porque o rapaz tinha sido vendido: “E, eu, aonde irei?” Sendo
ele o mais velho, seu pai esperaria dele alguma notícia de José. Mas, como foi
provado, todos eles teriam sido destruídos, se ele não tivesse sido vendido.
Como os ismaelitas e midianitas tinham comprado José
somente para negociá-lo, a partir daqui nós o vemos vendido novamente (sem
dúvida, com suficiente lucro para os comerciantes) a Potifar.
José foi comprado, e aquele que o comprou, independentemente
do que tenha dado por ele, fez um bom negócio. Foi melhor do que o comércio de
prata. Os judeus têm um ditado: “Se o mundo somente conhecesse o valor dos
homens bons, o cercariam de pérolas”. Ele foi vendido a um funcionário do
Faraó, com quem ele podia conhecer pessoas públicas e negócios, adequando- se,
desta maneira, à honra para a qual estava designado. Observe que: 1. Deus com
certeza qualificará os homens - de uma maneira ou de outra - para o plano que
Ele tem para cada um deles. 2. A Providência deve ser reconhecida na disposição
até mesmo de pobres servos e os pagamentos por eles, e nisto pode, talvez,
estar trabalhando em direção a algo grandioso e importante.
A história de José é por demais extensa e
maravilhosa, e importa que tenhamos contato com seu primeiros capítulos nesse
apanhado extraído do Comentário Bíblico Mathew Henry. Para termos conhecimento
do restante de sua história, convém abrirmos as Sagradas Escrituras no livro de
Gênesis, capítulo 37 a seguir para nos encantarmos com as ricas providências
que o Senhor despejou sobre a vida desse verdadeiro servo de Deus e herói da
fé.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e
na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 2º
Trimestre de 2020, ano 30 nº 115 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – A família natural segundo os valores e princípios cristãos –Salmos
– Uma referência para a vida de adoração e oração do cristão – Pr. Adriel
Gonçalves do Nascimento.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
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