Lição 04 – 26 de julho de 2020 – Editora BETEL
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Sobre a livro de
Rute
Além de narrar uma boa história, Rute contém também instrução
moral acerca de Deus e da capacidade das mulheres de superar dificuldades por
meio do trabalho solidário. Apesar de ter sido escrita numa sociedade
patriarcal, a narrativa retrata mulheres usando as estruturas patriarcais em benefício
próprio na luta pela sobrevivência.
A história trata da relação entre mulheres, entre
homens e mulheres, e entre uma mulher estrangeira e Davi, o rei de Israel. Como
o estilo da narração deixa claro, essa é uma história que já existia na forma
oral antes de ser escrita.
O final de cada capítulo, por exemplo, introduz o
que será tratado no capítulo seguinte, gerando expectativa nos ouvintes.
Alguns estudiosos argumentam que a história de Rute não
é baseada em acontecimentos históricos, pois os nomes das personagens correspondem
aos seus atos ou caráter. Malom significa “enfermidade"; Quiliom,
“fracasso”; Orfa, “aquela que volta”; Noemi, “doçura”; Boaz, “nele há força”; e
Rute, “amizade ou companheirismo feminino”.
Não sabemos quem escreveu o livro de Rute. Alguns
estudiosos da Bíblia sugerem que o texto pode ter sido escrito por uma mulher,
pois apresenta personagens femininas de maneira incomum na sociedade patriarcal
judaica. O título do livro é o nome de uma mulher, e seu relato traz experiências
e iniciativas de duas mulheres. Além de Rute, o único livro da Bíblia hebraica
com o nome de uma mulher é Ester. Também chama a atenção o fato de Rute ser o
único livro da Bíblia no qual as mulheres falam mais que os homens. Suas
palavras constituem trinta e três dos cinquenta e dois versículos com falas de
personagens.
Outros estudiosos discordam da argumentação em favor
da autoria feminina alegando que, na época da redação de Rute, as mulheres que
sabiam escrever não tinham proeminência suficiente para serem autoras de um livro.
Há quem explique a predominância de personagens femininas afirmando que, apesar
de o autor ser um homem, a voz do narrador é feminina. Em outras palavras, o
autor da história e a personagem que a relata são seres independentes.
Sem dúvida, as mulheres são apresentadas de forma
incomum, até mesmo no tocante à linguagem empregada. Em 1:8, por exemplo, Noemi
instruiu suas noras a voltar para a casa da mãe, e não para a casa do pai, como
seria de esperar numa sociedade patriarcal. As mulheres de Belém dizem a Noemi
que Rute é mais valiosa do que sete filhos, apesar de elas viverem numa
sociedade na qual os filhos eram mais valorizados que as filhas. Alguns servos tiram
água do poço para Rute beber (2:9), gentileza incomum direcionada a uma mulher
naquela sociedade patriarcal.
Quando Obede nasce, seu nome é escolhido pelas mulheres,
que se referem ao menino como pertencente a Noemi, e não como continuação da
linhagem de Elimeleque, o objetivo de um casamento de levirato.
De acordo com 1:1, a história se passa no período em
que os juízes governavam sobre Israel. Alguns estudiosos questionam essa data,
argumentando que os acontecimentos se desenrolam durante um período de paz
política, sem nenhum sinal dos males descritos no livro de juízes. Também
argumentam que a necessidade de explicar os motivos legais para tirar o calçado
em 4:7 sugere um público leitor que estava começando a esquecer as leis
mosaicas, indicando uma data de redação consideravelmente posterior ao tempo
dos juízes. Ademais, a genealogia no final do capítulo 4 sugere que o livro foi
escrito depois de Davi ter-se tornado rei. Assim, para alguns, o livro deve ser
datado do período pós-exílio.
É importante lembrar que, apesar de o registro
escrito ser talvez posterior ao exílio, o conteúdo pode ser muito mais antigo.
Assim, o período no qual a Bíblia situa o relato pode corresponder aos
acontecimentos narrados, e não à ocasião em que foram escritos. A ausência de guerras
pode indicar que a história se passa em período durante o qual os hebreus
desfrutaram descanso das incursões inimigas. Uma análise da vida pessoal dos
juízes mostra que Deus os identificou como pessoas boas vivendo em meio à
perversidade. Assim, é preciso evitar afirmações generalizadas que negam a
existência de períodos de tranquilidade no tempo dos juízes. A história de Rute
pode ter-se passado no meio de um grupo de pessoas boas durante esse período de
perversidade.
Os estudiosos da Bíblia sugerem vários motivos
possíveis para a existência do livro de Rute. Um deles é simplesmente contar
uma boa história. Outros alegam que, além disso, o relato visava exaltar as
mulheres em uma sociedade patriarcal. Outros ainda mencionam a necessidade de
contar uma história que melhorasse a imagem do povo hebreu em relação a como
eram tratados aqueles que não adoravam a Deus. Esdras 10 e Neemias 13.23-27
mostram a oposição de Deus ao casamento de homens hebreus com mulheres
estrangeiras, mas no livro de Rute Deus é retratado abençoando uma mulher estrangeira
e permitindo-a conceber um filho que viria a ser o avô de Davi, rei de Israel.
Também há quem argumente que o propósito do livro é mostrar a bondade de Deus
para com pessoas que creem nele, não obstante o sexo, a raça ou as origens
étnicas e religiosas.
No livro de Rute, vemos um Deus preocupado com as questões
do dia a dia de pessoas comuns. Ele orquestra o encontro “fortuito” entre Rute
e Boaz no campo e leva Rute, uma mulher simples, a respigar nos campos do
parente resgatador de Elimeleque. Deus também está por trás do hábito “casual”
de Boaz de dormir afastado de todos, fato que permitiu a Rute entrar e sair
furtivamente da eira sem ser vista pelos outros homens. Também tem parte na
união de Boaz com Rute e na concepção imediata de um filho chamado Obede, que
viria a ser o avô do rei Davi. Deus permitiu a uma mulher estrangeira simples e
fiel fazer parte da linhagem real de Israel e, portanto, ser uma ancestral de
Jesus Cristo.
Apesar de, inicialmente, Noemi culpar Deus pela
perda de seu marido e dois filhos, no final ela experimenta a provisão divina
por intermédio de Rute e Boaz. É Deus quem protege as viúvas, recompensa a
fidelidade com bondade e se mostra generoso até mesmo para com os gentios.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e
na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 2º
Trimestre de 2020, ano 30 nº 115 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – A família natural segundo os valores e princípios cristãos –Salmos
– Uma referência para a vida de adoração e oração do cristão – Pr. Adriel
Gonçalves do Nascimento.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
muito interessante e relevante essas informações, trás enriquecimento para a aula
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