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Lição 09 - A soberania de Deus em meio às crises

Lição 09 – 30 de agosto de 2020 – Editora BETEL

A soberania de Deus em meio às crises

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Sobre Ester e a paz de Deus

Ester relata acontecimentos que ocorreram no período entre Esdras 6 e 7. O ano 483 a.C. foi o "terceiro ano" de Assuero. "Assuero" é o título do governante persa, como faraó é o título do governante egípcio. O livro não faz nenhuma menção ao nome de Deus; no entanto, menciona o nome do rei, pelo menos, 29 vezes! Os rabis judeus encontraram o nome "Jeová" escondido em cinco versículos diferentes no original hebraico (1.20; 5.4,13; 7.5,7). Vemos a providência poderosa de Jeová em todos os capítulos do livro, embora seu nome não seja mencionado. "Ester" significa "estrela"; "Hadassa", seu nome judeu, significa "murta" (2:7).

Ester relata como a nação judia foi salva do extermínio. Isso explica um dos feriados mais importantes dos judeus, a Festa do Purim. A palavra "Purim" significa "sortes" e refere-se ao sorteio que Hamã faz para decidir o dia do massacre dos judeus (9.26- 31; 3.7). Comemora-se o Purim no 14a e 15a dias do último mês do calendário judaico (fevereiro-março). Em geral, os judeus jejuam no 13a dia anterior à celebração em memória do jejum de Ester (4.16). Na noite do Purim, leem o livro de Ester, em público, na sinagoga. Os judeus, cada vez que é lido o nome de Hamã, batem o pé no chão, assobiam e gritam: "Que seu nome seja destruído!". No dia seguinte, eles encontram-se de novo na sinagoga para orar e ler a Lei. O resto do dia e o dia seguinte são devotados a uma grande e alegre celebração e troca de presentes. O Antigo Testamento não traz nenhuma autorização do Senhor para essa festa, mas os judeus a guardam fielmente há séculos.

Em Ester, vemos mais uma vez o ódio de Satanás pelos judeus. A nação judaica teria sido exterminada se o complô de Hamã desse certo. Imagine o que isso significaria para a aliança graciosa de Deus com Abraão. Todos os homens e as nações que tentaram eliminar os judeus fracassaram, assim como Hamã. Veja Gn 12.1-3. Desde que Deus declarou guerra contra Satanás (Gn 3.15), Satanás e sua semente lutam contra Cristo e sua semente: Caim matou Abel; o faraó tentou suprimir os judeus; Hamã tramou para destruir Israel; Herodes tentou matar Cristo. Aqui, temos também uma ilustração do combate entre a carne e o Espírito (Gl 5.16-23). Hamã era descendente dos amalequitas, arqui-inimigos dos judeus (compare Et 3.1 com Dt 25.17-19; Êx 17.8-16; e 1Sm 15). Amaleque simboliza a carne, e Hamã, sendo da família, retrata a hostilidade da carne contra o Espírito, como também os filhos de Satanás versus os filhos de Deus.

O nome de Deus não aparece em lugar algum desse livro, mas sua mão está presente em todo ele! Ele está firme em algum lugar na obscuridade governando e dominando. Ao estudar o livro, observe estas evidências da obra providencial de Deus: (1) a escolha de Ester para ser rainha entre todas as outras candidatas (2.15-18); (2) a descoberta de Mordecai do complô para matar o rei (2.21-23); (3) o sorteio do dia para matar os judeus resultar em uma data bem posterior, o que deu tempo para que Mordecai e Ester agissem (3.7-15); (4) as boas-vindas do rei a Ester após ignorá-Ia por mais de um mês (5.2); (5) a paciência do rei com Ester ao permitir-lhe fazer outro banquete (5.8); (6) a insônia do rei que trouxe à luz o feito bondoso de Mordecai (6.1); (7) o aparente lapso de memória do rei que o levou a honrar um dos judeus que havia concordado em matar (6.10-14); (8) a profunda preocupação do rei com o bem-estar de Ester quando tinha um harém à disposição dele (7.5).

No relato de Ester, o rei é Xerxes, filho de Dario I ou Dario, o Grande. Ele governou o Império Persa de 486 a 465 a.C. Vasti foi destronada no terceiro ano de seu reinado (1.3), que seria o ano 483. A história relata que, naquele ano, Xerxes fez uma grande celebração para a sua princesa em preparação à invasão da Grécia. A campanha durou até 479 e foi um desastre. Provavelmente, foi a vergonha e a derrota que levaram Xerxes a desejar não estar casado com Vasti. Em 479, o sétimo ano de seu reinado, Ester tornou-se rainha (2.16). Em 474, 12º ano de seu reinado, Hamã idealizou o complô (3.7), portanto Ester era rainha havia cinco anos quando Hamã pôs mãos à obra. Xerxes foi assassinado em 465.

Há um paralelo interessante entre alguns versículos de Provérbios e os acontecimentos de Ester. Veja estas referências: Provérbios 16.33 paralelo a Ester 3.7; Provérbios 16.18 paralelo a Ester 5.9-14; Provérbios 11.8 paralelo a Ester 7.10; Provérbios 21.2 paralelo a Ester 5.1-4.

Muitos estudiosos bíblicos veem em Hamã um retrato do futuro anticristo que perseguirá os judeus e tentará eliminá-los. Em Ester 7.6, a expressão "este mau Hamã" aparece 666 vezes no original hebraico, e esse é o número da besta (Ap 13.18). Em segredo, Hamã trama os assassinatos, ao mesmo tempo que, em público, era amigável com os judeus; o anti-cristo fará uma aliança de sete anos com Israel, mas a quebrará na metade do prazo. O rei deu muito poder a Hamã; Satanás dará muito poder à besta. O orgulho de Hamã é patente, pois queria que todos os homens se curvassem diante dele; a besta fará com que todos os homens a adorem e à sua imagem. Hamã odiava os judeus, e o anticristo odiará os judeus. Contudo, Hamã foi condenado, embora, por um tempo, parecesse ter poder. A besta, a obra-prima de Satanás, parecerá indestrutível, porém Cristo, quando retornar, a destruirá e aos seus seguidores.

Alguns criticaram Ester por sua aparente falta de preocupação com a situação dos judeus. É verdade que Ester tentou mudar a mente de Mordecai quando ele começou a jejuar e a clamar (4.1-4). Contudo, devemos nos lembrar de que Ester ficava muito isolada dos verdadeiros assuntos da corte e havia um mês não via o rei. A partir do momento em que soube do perigo que rondava os judeus, ela dispôs-se a cooperar com Mordecai. Com certeza, ela punha sua vida em risco, pois Xerxes era uma pessoa de humor variável e poderia matar Ester com a mesma facilidade com que depusera Vasti! Embora Ester, no início, não demonstrasse a mesma fé na aliança de Deus que Mordecai, ela, com o correr dos acontecimentos, tornou-se uma mulher corajosa, cuja fé no Senhor era firme. É interessante observar que, enquanto Ester não tinha contato com Mordecai, as coisas corriam mal para os judeus, mas, quando ela começou a obedecer a Mordecai, tudo redundou em benefício dos judeus.

Ester e Mordecai eram primos, e ele a criara como filha. Mordecai era conhecido no palácio e, provavelmente, tinha um posto inferior, pois o vemos sentado ao portão. Ele aconselha Ester a participar do "torneio", mas a não permitir que soubessem que era judia. Isso significava que, provavelmente, Ester teve de comer alimento impuro e quebrar algumas regras legais do Antigo Testamento, pois, de outra forma, não poderia estar no meio das competidoras gentias. (No entanto, em Dn 1, veja a experiência de Daniel.) Isso significa que "o fim justifica os meios"? É claro que essas prescrições eram temporárias, e não leis eternas fundamentais que envolvem salvação, mas ainda eram a Palavra do Senhor. No entanto, não estamos aqui para julgar, pois Ester provou ser uma mulher de coragem. Após um ano de preparação especial (2.12), Ester foi levada diante do rei — e escolhida! O versículo 15 afirma que ela "nada pediu"; isto é, não quis enfeitar-se com joias vistosas como fizeram as outras mulheres. Ela dependia de sua beleza e caráter; veja 1 Pedro 3.3-4.

Em 479, ela tornou-se rainha, e houve uma grande festa em sua honra. Os capítulos 21-23 relatam o que parece ser um incidente menor, mas que mais tarde assume muita importância. Talvez esses homens tentassem matar o rei, porque desaprovavam a forma como ele tratou Vasti.

Passam-se cinco anos (3.7), e Satanás começa a trabalhar. A promoção de Hamã subiu-lhe à cabeça, e ele se tornou um assassino. Mordecai, judeu devoto, não podia se curvar perante Hamã, e isso deixou o orgulhoso governante com muita raiva. As pessoas do palácio sabiam que Mordecai era judeu (v. 6), mas não sabiam que Ester também tinha a mesma nacionalidade.

Hamã decidiu destruir todos os judeus apenas por causa de sua malignidade em relação a Mordecai. Satanás é o destruidor Apoliom (Ap 9.11). Hamã e seus adivinhos lançaram a sorte (pur em hebraico) para determinar o dia da execução dos judeus, e estipulou-se a data para quase um ano mais tarde! A seguir, Hamã ofereceu-se para conseguir "dez mil talentos de prata" (aproximadamente 25 milhões de dólares) para o rei se ele autorizasse a matança dos judeus. É óbvio que Hamã mentiu ao rei a respeito dos judeus, pois Satanás é mentiroso e assassino. Insensatamente, Xerxes deu a Hamã seu anel e a autoridade para agir, sem perceber que punha em risco a vida de sua rainha. Hamã não perdeu tempo. Escreveu e enviou o decreto naquele mesmo mês (vv. 7,12), em que ordenava que os persas destruíssem, matassem e saqueassem todos os judeus, em toda a extensão do reino. É difícil imaginar como o rei podia em um minuto fazer uma lei que determinava o extermínio de milhões de pessoas e, no momento seguinte, sentar-se à mesa para comer e beber (v. 15). Contudo, os ditadores da história moderna fizeram a mesma coisa.

O judeu que ficava sentado ao portão do rei agora toma a dianteira. Ele é o vaso preparado por Deus para salvar a nação. Mordecai, no mesmo momento, inicia uma lamentação pública bem na frente do portão do rei! Ele não tinha vergonha de seu povo ou de Deus, embora tivesse aconselhado Ester a esconder sua nacionalidade. Sem dúvida, ele se tornou bastante inconveniente quando se sentou ao portão e "clamou com grande e amargo clamor". Ester enviou-lhe algumas roupas novas e sugeriu que parasse com aquilo, mas ele enviou-lhe a explicação para seus atos. No palácio, Ester provavelmente não tinha acesso a todas as políticas e politicagens em andamento e não via o rei havia um mês (v. 11). Mordecai enviou- lhe uma cópia do decreto a fim de que ela percebesse como a situação era desesperadora. Vemos aqui dois tipos de santos: os que estão alegres porque não sabem o que está acontecendo e os que sofrem porque conhecem as marcas do tempo.

No versículo 11, Ester está arrumando desculpas ou apenas explica a situação? Com certeza, ela já percebera que era a única pessoa capaz de salvar os judeus. Lembre-se de que, provavelmente, Ester não sabia nada a respeito do verdadeiro caráter de Hamã. Hamã era o favorito do rei, e ela não tinha motivo para duvidar da sinceridade dele. Mordecai lembrou-a de que ela não escaparia da morte, mesmo estando no palácio. Ele acrescentou: "Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento". Mordecai conhecia a aliança de Deus com Abraão e sabia que o Senhor não permitiria nunca que a nação perecesse.

Temos de admirar a reação sensível e espiritual de Ester: ela pediu oração! Ela sabia que ir à presença do rei podia significar morte, mas apresentou-se como "sacrifício vivo" para fazer a vontade de Deus. "Se perecer, pereci" não é o clamor desesperado de uma mártir, mas o testemunho de uma crente disposta a fazer tudo por seu Senhor. Veja Daniel 3.13-18. Agora, Ester era forçada a revelar seu povo. Você não pode esconder a luz por muito tempo! Ester, no Antigo Testamento, e José de Arimatéia, no Novo Testamento (Jo 19.38-42), eram ambos "crentes em secreto", aos quais Deus levantara em circunstâncias especiais a fim de que desempenhassem um ministério especial. (Em Jo 19.38, a palavra "ocultamente" significa literalmente "secreto". O Senhor o escondera para o objetivo especial de sepultar o corpo de Jesus.)

Não podemos deixar de ver uma aplicação espiritual atual para esses capítulos. Satanás é o destruidor, e milhões de pessoas irão para o inferno, a menos que alguém as salve. Alguns cristãos são como o rei — comem, bebem e desfrutam da vida inconscientes do perigo. Outros, como Mordecai, preocupam- se muito em salvar as pessoas condenadas. E também há as mulheres como Ester que se sacrificam a fim de interceder em favor do perdido. Qual deles você é?

Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus Cristo!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 3º Trimestre de 2020, ano 30 nº 116 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos – Professor – Transformando as adversidades em cenários de milagres e vitórias – Bispo Abner Ferreira.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora CPAD – 2005 – Comentário Bíblico Beacon.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

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