Lição 10 – 06 de setembro de 2020 – Editora BETEL
Atravessando a crise com perseverança
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Sobre Jó e a
travessia da crise
Com frequência, alguns perguntam: Será que Jó é um
homem real? Ou, será que o livro de Jó é uma história real? Estas duas
perguntas não precisam receber a mesma resposta.
Que houve um Jó com a reputação de retidão é fato
atestado por uma referência a ele em Ezequiel 14.14. E muito provável que a narrativa
básica do livro tenha sido fundamentada em uma personagem real com esse nome.
Não precisamos com isso, no entanto, presumir que o
livro de Jó está descrevendo um acontecimento histórico do começo ao fim.
Somente por meio de revelação especial o autor poderia ter acesso à informação
concernente às duas cenas no céu descritas nos capítulos 1 e 2. Além disso, é
evidente que o prólogo prepara o terreno para o debate que o autor tem em
mente. O diálogo entre os amigos está em forma poética altamente estilizada,
muito diferente de um debate espontâneo.
Esses e outros fatores têm levado à opinião geral de
que a narrativa básica do livro é uma história antiga de um homem real que
sofreu imensamente. Um autor anônimo usou esse material para discutir o significado
do sofrimento humano e o relacionamento de Deus com ele. Esse autor realizou um
trabalho esplêndido.
As pessoas têm debatido longa e seriamente sobre o
problema e o significado do sofrimento humano. O livro de Jó é o mais destacado
de todos esses esforços registrados na literatura mundial.
A narrativa trata da vida de um homem cujo nome
provê o título do livro. O livro abre com um prólogo em prosa que descreve Jó
como um homem rico e reto. Depois de uma série de calamidades, tudo que ele
tem, incluindo seus filhos, lhe é tirado. A pergunta levantada no prólogo é se
Jó vai conservar sua integridade diante de tamanho sofrimento. Somos informados
que ele saiu vitorioso: “Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios” (2.10).
Além de preparar o terreno para o debate posterior
relacionado ao propósito e ao significado do sofrimento, o prólogo também
apresenta as personagens da trama. Deus é o Javé dos hebreus, que é Senhor do
céu e da terra. Satanás aparece no papel de adversário de Jó. O herói, Jó, é um
cidadão rico da terra de Uz. Ele recebe a visita de três dos seus amigos:
Elifaz, o temanita, Bildade, o suíta e Zofar, o naamatita. Estes três homens
vêm trazer conforto para o seu velho amigo.
A maior parte do livro é composta de diálogos entre
os quatro amigos. Os “confortadores” estão seguros de que o sofrimento de Jó é
causado por algum pecado que seu amigo está escondendo. Eles estão certos de
que humildade e arrependimento vão resolver a situação. Jó, por outro lado,
insiste em que, embora possua as fraquezas normais da raça humana, não cometeu
nenhum pecado que pudesse causar tamanho infortúnio pelo qual está passando.
Ele não concorda com a opinião de seus amigos de que pecado e sofrimento estão
invariável e diretamente ligados como uma sequência de causa e efeito. Parece,
a essa altura, que o autor pretende mostrar que Jó deveria ser o vitorioso na
argumentação contra seus confortadores.
Um jovem espectador chamado Eliú está em silêncio e
não é mencionado no início. Depois de três rodadas de debates com os outros
amigos, ele intervém na discussão. Ele está injuriado com Jó por sua atitude
irreverente em relação à providência de Deus. Ele também está igualmente
indignado com os três amigos pela incapacidade deles de convencer Jó da sua
culpa. Por intermédio de quatro discursos, não respondidos por Jó, Eliú
expressa sua forte oposição no que tange aos sentimentos de Jó e discorda dele
quanto ao significado do sofrimento. Eliú, embora mantenha a posição básica dos
outros conselheiros de Jó, ressalta a providência de Deus em todos os eventos
humanos e o valor disciplinador do sofrimento. Dessa forma, ele exalta a
grandeza de Deus. Diante desse pano de fundo ele afirma que a aflição do homem
contribui para a sua instrução. Se Jó fosse humilde e piedoso, ele perceberia
que Deus o estava conduzindo para uma vida melhor.
Então o Senhor se manifesta no meio da tempestade. O
pedido insistente de Jó — de que Deus apareça e dê significado ao seu
sofrimento — é finalmente atendido. No entanto, Deus não menciona o problema
individual de Jó, nem trata diretamente dos problemas que ele levantou. Em vez
disso, Ele deixa claro quem Ele é e o relacionamento que Jó, ou qualquer homem,
deveria ter com Ele. Ao ver a glória e o poder de Deus, Jó é desarmado e
humilhado. Quando ele vê Deus em sua verdadeira luz, arrepende-se das suas
palavras e atitudes petulantes.
O epílogo descreve de que maneira o arrependido e
humilhado Jó é restaurado, duplicando a sua prosperidade anterior. Após a
restauração dos amigos e da família, Jó viveu uma vida longa e feliz — na
verdade, mais 140 anos. Então ele morreu, “velho e farto de dias” (42.17).
O que Jó veio a conhecer é que os caminhos de Deus
estão além da capacidade de compreensão do homem. Portanto, Deus não pode ser
censurado nem questionado em nenhuma circunstância da vida.
Mas Jó aprendeu mais. Ele descobriu por experiência
própria que, não importa até que ponto possamos nos afundar na pressão do
sofrimento, a esperança cresce na alma e produz uma fé persistente. A conversa
de Jó com Deus provou que a confiança humilde n’Ele é a única posição razoável
que o homem pode ter. Ele, e somente Ele, é Deus. Ele é plenamente digno de uma
confiança absoluta. Mas essa confiança não fica sem recompensa. Quando Jó
trilhou por esse caminho, ele encontrou a Deus. Ele o viu, o Criador e
Sustentador do universo.
A maioria das pessoas diz que o tema de Jó é a
antiquíssima questão: "Por que um Deus amoroso e justo permite que uma
pessoa piedosa sofra?". Contudo, se essa questão é o tema do livro, ela
não é respondida! O tema mais bem posto é: "Como o justo sofre?". Jó,
em poucos dias, perde seu negócio, seus bens, sua família (exceto sua esposa) e
sua saúde. Seus três amigos imaginam que Jó seja realmente um ímpio que tem um
pecado escondido em sua vida, e o Senhor, na verdade, está disciplinando-o. Jó
insiste em que não conhece nenhum pecado escondido. Assim, seus amigos
continuam argumentando com ele. Por favor, observe que, em 2.3, Deus deixa
claro que não tem nada contra Jó. E em 42.7, o Senhor repreende os três amigos
por não falarem a verdade a respeito dele. Jó não era ímpio, embora ele (como
qualquer pessoa) certamente tenha o que melhorar em sua vida, e, no fim, ele
admite isso (42.1-6).
É verdade que Deus disciplina seus filhos quando
persistem no pecado (Hb 12.1-13), e que essa disciplina é uma evidência de seu
amor. Também é verdade que o perverso tem suas alegrias hoje, mas logo
definhará (SI 37.73). Contudo, nenhum desses fatos satisfaz a necessidade na
vida de Jó. Todavia, o Senhor tem em mente propósitos divinos ao permitir que
Jó sofra. Do princípio ao fim, ele revelou Jó, a Satanás e aos anjos, como o
testemunho de um homem de fé. (Apenas na eternidade saberemos quanto os anjos
aprenderam com a vida dos santos; veja Ef 3.9-10 e 1Pe 1.12) A principal lição
de Jó é esta: Deus é totalmente soberano no tratamento com seu povo e jamais
permite que qualquer coisa venha para a vida do cristão obediente que não seja
para o bem dele e para a glória do Senhor. O Senhor não tem de explicar seus
caminhos para nós. Basta sabermos que ele se importa e nunca erra. Não vivemos
pelas explicações, mas sim pelas promessas. O relato de Jó mostra-nos como o
justo deve sofrer. "Tendes ouvido da paciência de Jó" (Tg 5.11).
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e
na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º
Trimestre de 2020, ano 30 nº 116 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – Transformando as adversidades em cenários de milagres e vitórias –
Bispo Abner Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo
Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD –
2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
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