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Lição 11 - Enfrentando as fornalhas da vida

Lição 11 – 13 de setembro de 2020 – Editora BETEL

Enfrentando as fornalhas da vida

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Sobre o Livro de Daniel

Daniel é um dos livros mais fascinantes e cruciais do AT. Por causa de suas predições, das profecias messiânicas e do exemplo inspirador de separação absoluta da religião apóstata do mundo, Daniel se tornou alvo de ataques dos meios acadêmicos racionalistas e céticos.

O principal questionamento dos críticos é se o livro foi, de fato, escrito por um profeta chamado Daniel no século VI a.C., como afirmam judeus e cristãos conservadores, ou por um autor desconhecido do século II a.C. que registrou acontecimentos históricos (especialmente o cap. 11) como se fossem profecias.

Tendo em vista o grande número de críticas à autoria tradicional de Daniel e a importância de o cristão estar devidamente instruído no estudo desse livro magnífico, apresentaremos aqui considerações mais detalhadas do que na maioria dos outros livros.

O primeiro golpe contra a posição ortodoxa, segundo a qual Daniel foi um profeta verdadeiro que recebeu visões divinas pormenorizadas acerca dos impérios mundiais gentílicos e da vinda do Messias, foi desferido no século III d.C., pelo filósofo anticristão Porfírio.

Suas ideias foram retomadas posteriormente por judeus do século XVII e pensadores do âmbito cristão do século XVIII em diante. Com a propagação do racionalismo, esses conceitos se expandiram e se tornaram ainda mais aceitos em círculos liberais e semiliberais.

Para a crítica moderna, a datação da obra do tempo dos macabeus (c. 167 a.C.) e a rejeição da autoria tradicional de Daniel são proposições inquestionáveis. Esses conceitos, porém, foram construídos sobre uma série de falácias extremamente plausíveis e suposições duvidosas.

Antes de examinar os principais argumentos contra a autoria de Daniel, convém observar as evidências em favor dela:

1. Ao citar o livro, Jesus o atribui especificamente a Daniel (Mt 24.15). Só esse fato é prova suficiente para o cristão devoto.

2. O texto é repleto de nuanças e costumes da antiga Babilônia e Média-Pérsia, e não da Palestina dos macabeus.

3. Judeus e cristãos têm sido abençoados por esse livro há séculos. Apesar de ser possível dizer o mesmo de vários textos não inspirados, a iluminação poderosa do Espírito Santo que observamos em Daniel não é compatível com um texto forjado.

4. Acredita-se que um manuscrito de Daniel encontrado na Caverna 1 de Qumran foi copiado durante a era dos macabeus ou antes dela, indicando que o original é ainda mais antigo.

Os argumentos contrários à autenticidade de Daniel são de ordem linguística, histórica e teológica. De acordo com o argumento linguístico, Daniel não pode ter escrito no século VI a.C., pois o texto contém termos persas e até mesmo gregos, e o aramaico utilizado é, supostamente, característico de um período posterior.

Porém, levando em conta que Daniel viveu e atuou no período medo-perso (década de 530 a.C.), a presença de termos persas aponta justamente para o oposto do argumento liberal. É extremamente improvável que um farsante do século II a.C. na Palestina tivesse tamanho conhecimento da língua persa.

Quanto aos termos em grego, a maioria dos estudantes da Bíblia se espanta quando descobre que são apenas três, todos nomes de instrumentos musicais!

É de conhecimento geral que os nomes de objetos de uma cultura muitas vezes se tornam parte de outra língua muito antes de haver um envolvimento intercultural mais próximo.

É de conhecimento geral que os nomes de objetos de uma cultura muitas vezes se tornam parte de outra língua muito antes de haver um envolvimento intercultural mais próximo. Apesar de o Império Grego ainda não existir quando Daniel escreveu, a cultura e o espírito criativo dos gregos já estavam se propagando pelo mundo. Quanto ao aramaico, Kitchen e Kutscher demonstraram que é, sem dúvida, compatível com o período imperial em que Daniel viveu.

O argumento histórico contra a posição ortodoxa acerca da autoria inclui a alegação de que os judeus colocaram Daniel na terceira seção do AT ("Os Escritos"), não entre os profetas, pois essa seção do cânon já estava fechada quando "Daniel" escreveu.

É mais fácil considerar que Daniel foi um profeta em razão de seu ministério, não de um chamado. Uma vez que, no tocante a sua vocação, ele era estadista, faz sentido não ser colocado junto com os profetas profissionais, como Isaías, Jeremias etc.

Diversos supostos problemas históricos foram levantados para questionar a autenticidade de Daniel. Todos eles, contudo, foram respondidos de forma coerente por estudiosos conservadores de integridade indiscutível.

Uma vez que aceitamos o ponto de vista ortodoxo de autoria e data, cremos que Daniel foi um dos jovens cativos judeus inteligentes e de boa aparência deportados para a Babilônia por Nabucodonosor quando Jeoaquim era rei de Judá (604 a.C.). Seu nome significa "Deus é meu juiz", e seu caráter e comportamento demonstram que ele fez jus a esse nome.

Quanto à sua ocupação, Daniel foi um estadista de alto escalão nas cortes de Nabucodonosor e Belsazar. Quando a Medo-Pérsia conquistou a Babilônia, ele foi nomeado o primeiro de três presidentes sob o governo de Dario. Daniel também serviu durante o governo de Ciro. Conforme observamos anteriormente, é provável que seja esse o motivo pelo qual o livro que leva seu nome se encontre na seção conhecida como "Os Escritos" do AT hebraico, e não entre "Os Profetas", como em nossa Bíblia.

A partir do capítulo 1º do Livro de Daniel, os fatos se passam na corte de Nabucodonosor, na Babilônia, depois do ataque a Jerusalém no ano terceiro do reinado de Jeoaquim. Nabucodonosor ordenou que seus servos preparassem vários jovens judeus para assistirem em seu palácio como homens de sabedoria e ciência. Entre eles, estavam Daniel, Hananias, Misael e Azarias, que receberam os nomes caldeus de Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abednego. Como parte de sua preparação, os jovens deviam comer das finas iguarias da mesa real e beber do mesmo vinho que o rei. É provável que esses alimentos incluíssem carnes proibidas pela lei do AT, ou talvez estivessem associados ao culto a ídolos.

A partir do capítulo 3, O rei Nabucodonosor fez uma imagem (ou ídolo) de ouro com trinta metros de altura e a colocou no campo de Dura. Ordenou que, ao ouvirem o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da citara, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, todos os homens deveriam se prostrar e adorar a imagem.

Quem não lhe prestasse culto seria lançado na fornalha de fogo ardente. Por serem judeus fiéis, Sadraque, Mesaque e Abednego não adoraram o ídolo, e alguns caldeus os denunciaram ao rei. Nabucodonosor lhes deu a oportunidade de mudar de ideia, mas eles recusaram. Sua certeza de livramento é extraordinária. Mas, mesmo que o Senhor não os livrasse, permaneceriam fiéis a ele. O rei ordenou, portanto, que se acendesse a fornalha sete vezes mais quente do que de costume e que os três judeus fossem lançados dentro dela com todas as vestimentas. A fornalha estava tão quente que os homens que lançaram os três lá dentro morreram. Espantado, Nabucodonosor olhou dentro do fogo e viu quatro homens, os três judeus e um quarto indivíduo, de aspecto [...] semelhante a um filho dos deuses.

A nosso ver, não obstante o modo em que o rei interpretou o que viu, tratava-se, na verdade, do Filho de Deus. Quando o Senhor não nos livra das tribulações, ele nos acompanha ao longo delas. Os judeus escaparam ilesos. O fogo queimou apenas as cordas que os atavam. Semelhantemente, as aflições cumprem os propósitos divinos e nos libertam daquilo que nos prende. Impressionado, Nabucodonosor proibiu todos de falarem contra o Deus dos judeus e fez os três rapazes prosperarem na província da Babilônia, apesar de haverem se recusado a cumprir a palavra do rei.

O episódio acima descrito é prova inegável da fidelidade de nosso Senhor, o Deus Altíssimo, que nos solta das amarras da tribulação e nos coloca assentados entre os príncipes. O fogo da fornalha, de forma metafórica, significa a passagem de uma condição sem possibilidade de escape para um estado posterior mais amadurecido e refinado, onde, do alto da experiência vivida, o cristão pode vislumbrar novas e excelentes oportunidades de continuar glorificando o Nome de Nosso Deus, sendo sal e luz para os povos, conforme nos instruiu o Senhor Jesus Cristo!

Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus Cristo!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 3º Trimestre de 2020, ano 30 nº 116 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos – Professor – Transformando as adversidades em cenários de milagres e vitórias – Bispo Abner Ferreira.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora CPAD – 2005 – Comentário Bíblico Beacon.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento -  William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.

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