Lição 02 – 11 de outubro de 2020 – Editora BETEL
Os efeitos da salvação na plenitude humana
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Sobre os
efeitos da salvação na plenitude humana
A doutrina bíblica da salvação é tecnicamente
chamada de soteriologia. Entendida de forma ativa, a salvação é a obra completa
de Deus que consiste em trazer homens do estado de pecado ao estado de glória
através de Jesus Cristo, o Deus homem.
No estado anterior, o homem está espiritualmente
morto e sujeito à ira divina; neste último, ele está sob a graça de Deus, e
experimentando a vida eterna. Entendida de forma passiva, a salvação é um presente
completo a ser desfrutado pelos verdadeiros crentes em Cristo, a oferta de si mesmo
que foi feita por Deus através de seu Filho.
Vários termos que designam a salvação ocorrem frequentemente
ao longo da Bíblia Sagrada. No Antigo Testamento, a raiz mais importante em
hebraico é yasha‘, que significa
liberdade daquilo que prende ou restringe. Portanto, o verbo significa soltar,
liberar, dar comprimento e largura a algo ou a alguém. Os vários substantivos derivados
desta raiz significam tanto o ato de libertar quanto o de resgatar (1Sm 11.9),
além de transmitir o estado resultante de segurança, bem estar, prosperidade (2Sm
23,5; SI 12.6) e de vitória sobre os adversários (2Sm 23.10,12; SI 98.1). O
particípio deste verbo é a palavra traduzida como “Salvador”, moshia‘, da qual vem o nome Josué, e sua
forma grega, Jesus; ambas significam “Yah(weh) salva”.
Na LKX e no NT o verbo grego sozo e seus cognatos,
soter, “salvador" e soteria, “salvação", geralmente traduzem yasha' e
seus respectivos substantivos. Algumas vezes, no entanto, o grupo sôzô é
formado pelas traduções de shalom: “paz" ou “plenitude" e seus cognatos.
Desta forma, soteria pode significar “cura”, “recuperação”, “remédio",
“resgate”, “redenção”, ou “bem estar”. Sozo significa a ação ou o resultado da
libertação ou preservação do perigo, das doenças ou da morte (At 27.20,31,34; Mt
9.22; 14.30; Lc 8.50; 18.42; Hb 5.7), e implica segurança, saúde, e até mesmo
vitória (Ap 12,10; 19.1). No cristianismo, o verbo passou a ser utilizado com o
significado de salvar uma pessoa da condenação eterna, e conduzi-la à vida
eterna (Rm 5.9; Tg 5.20; Hb 7.25). No texto em 2 Timóteo 4.18 este termo
transmite a ideia de levar alguém com segurança ao reino celestial de Cristo.
No NT, o termo soteria só é encontrado em conexão com
Jesus Cristo como Salvador, e não em qualquer sentido físico ou temporal. A
salvação traz a justiça de Deus para o homem, quando este cumpre a condição de
ter fé em Cristo (Rm 1.16,17; 1Co 1.21). A salvação baseia-se na morte de
Cristo para a remissão dos pecados de acordo com os justos requisitos de um
Deus santo e abençoador (Rm 3.21-26). As bênçãos da salvação incluem, basicamente,
a redenção, a reconciliação, e a propiciação. A redenção significa a completa
libertação através do pagamento de um resgate (2 Pe 2.1; G1 3.13; Mt 20.28). A reconciliação
(q.v.) significa que, por causa da morte de Cristo, o relacionamento humano com
Deus foi modificado de um estado de inimizade passando a um estado de comunhão (Rm
5.10). A propiciação significa que a ira de Deus foi retirada através da oferta
de Cristo (Rm 3.25; 1 Jo 4.10).
Quando uma pessoa crê no Senhor Jesus Cristo, ela é
salva (At 16.31), e assim já está justificada, redimida, reconciliada, e limpa
(Jo 13.10; 1Co 6.11). Além disso, a salvação é também progressiva (1Co 1.18) e
o homem precisa da obra santificadora do Espírito no aperfeiçoamento de sua
salvação (Rm 8.13; 2Co 3.18; Fp 2.12). Além disso, a salvação, em sua plenitude,
deverá ser realizada no futuro, quando Cristo voltar (Hb 9.28).
A necessidade da salvação é encontrada na natureza pecaminosa
do homem. A única condição para a salvação é a fé. E esta é tanto um dom de
Deus quanto uma responsabilidade do homem (Ef 2.8; Jo 3.16). A responsabilidade
de um homem salvo é viver uma vida com Deus, separado do mundo, e na antecipação
da futura consumação de sua esperança (Tt 2.12,13).
A respeito do aspecto escatológico da redenção, Pedro
fala da “salvação já prestes para se revelar no último tempo” (1 Pe 1.5). O
crente recebeu o Espírito Santo como um adiantamento ou como um penhor da sua
salvação (Rm 8.23; Ef 1.13,14). Duas outras bênçãos estão reservadas para o
futuro: a remoção completa da natureza decaída, e o recebimento do corpo da ressurreição.
Paulo refere-se a esta última como “a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23), e
explica que ela nos será concedida por ocasião do retorno de Cristo, quando Ele
removerá a maldição que foi colocada sobre os homens e sobre a natureza após a
queda de Adão. Tanto o AT como o NT falam da remoção da maldição da natureza
(Rm 8.18-23; Is 11.1-16; 65.25) como também da ressurreição (Dn 12.2).
Já, a justificação é um termo (gr. díkaiosis) que se refere ao julgamento
judicial. Não significa tornar reto ou santo, mas anunciar um veredicto
favorável, declarar ser justo. Este significado é patente tanto no Antigo quanto
no Novo Testamento {hebraico tronco hiphil
de sadaq, “declarar justo”; grego dikaioo, “vindicar, inocentar,
pronunciar e tratar como justo”). O ato de “justificar” é contrastado com o ato
de “condenar” (Dt 25.1; 1Rs 8.32; Pv 17,15; Rm 8.33); e assim como condenar é o
meio de tornar alguém ímpio, justificar é o meio de tornar alguém justo.
E esta força declarativa do termo que levanta a
questão; como Deus pode justificar o ímpio? Na justificação que Deus faz dos
pecadores, há um único ingrediente que não aparece em nenhum outro caso de
justificação. Esta característica única é que Deus faz com que a nova relação
declarada por Ele se torne realidade. Esta operação é expressamente declarada
nas Escrituras, e é o ato pelo qual muitos são constituídos como justos (Rm 5.19),
a concessão do dom gratuito da justiça (Rm 5.17), tornando-nos a justiça de
Deus em Cristo (2Co 5.21). É por esta ação que a sentença de condenação sob a
qual repousamos como pecadores é mudada para uma ação de justificação;
“Não há, portanto,
nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). Este ato constitutivo é corretamente
mencionado como a imputação da justiça de Cristo a nós.
Assim, fica patente que a sentença de condenação não
tem nenhuma afinidade com o que é interiormente operado em nós, seja pela
regeneração ou pela santificação, A imputação é o crédito, em nossa conta, de
uma justiça que não é a nossa própria, mas que é, na realidade, baseada na
obediência de Cristo (Fp 3.9; Rm 5.17,19). Ela é, portanto, distinta do perdão
dos pecados, embora o perdão esteja necessariamente incluído nela (At
13.38-39).
Como a natureza da justificação é, desse modo,
mostrada como declarativa, constitutiva e imputativa, reside em nada mais além
do que a obra realizada por Cristo, a fonte da graça gratuita de Deus. Somos
justificados gratuitamente pela graça de Deus “pela redenção que está em Cristo
Jesus” (Rm 3.24). Esta verdade passa à expressão focal na designação “a justiça
de Deus” (Rm 1.17; 3.21,22; 10.3; 2Co 5.21; Fp 3.9). A obra de Cristo foi a obediência
(Rm 5.19; Fp 2.8; Hb 5.8,9). Deste modo, ela foi a justiça (Mt 3.15; Rm
5.17,18,21). Foi operada por Ele como o Deus-homem e é, portanto, uma justiça
com uma propriedade divina, uma justiça de Deus contrastada não só com a injustiça
humana, mas com toda a justiça humana. Somente esta justiça atende ao desespero
da nossa situação pecadora e fica à altura de todas as exigências da santidade
de Deus. Ela não só garante a justificação de Deus, mas ao ser imputada em
nossa conta, exige a nossa justificação.
A graça reina “pela justiça para a vida eterna” (Rm
5.21). Como a justificação é concedida pela graça, ela é recebida pela fé (Rm
1.17; 5.1). A fé é coerente com todas as outras características. Isto é verdade
não apenas pelo fato da fé ser um dom de Deus, mas porque o caráter distinto da
fé consiste em receber a Cristo e permanecer nele para a salvação. É a
qualidade generosa e autoconfiante da fé que a torna o instrumento adequado de
tudo o mais que envolve a justificação. É pela fé que somos justificados e
somente pela fé, embora nunca por uma fé que esteja sozinha.
A justificação é a questão religiosa básica, Nos vem
agora a simples pergunta: Como o homem pode ser justo para com Deus? E ainda a
pergunta mais forte: Como o homem, na condição de pecador, pode tornar-se justo
para com Deus? A resposta é: Através da justificação pela graça, por meio da
fé.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e
na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º
Trimestre de 2020, ano 30 nº 117 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – A importância da Palavra de Deus para o bem estar do ser humano –
Pr. Isaqueu Mendes e Freitas.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo
Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD –
2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.
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