Lição 03 – 18 de outubro de 2020 – Editora BETEL
Vencendo os mecanismos de defesa da velha natureza
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Sobre a velha
natureza
Em sua epístola aos Romanos, Paulo concluiu que há
dois princípios (ou "leis") que operam na vida do crente após sua
experiência frustrante com a Lei: (1) a lei do pecado e da morte e (2) a lei do
Espírito da vida, em Cristo (veja 8.2). Portanto, ele lida com a presença das
duas naturezas nos filhos de Deus. A salvação não quer dizer que o Senhor muda
ou purifica a velha natureza.
Hoje, a velha natureza do crente é tão perversa e
opõe-se ao Espírito como no dia em que ele foi salvo! A salvação significa que
o Senhor dá uma nova natureza ao crente e crucifica a velha. Agora, o cristão
anseia pela santidade, embora ainda tenha capacidade para pecar. A dinâmica para
o pecado ainda está lá, mas não o desejo por ele.
A lei do pecado e da morte é apenas a velha natureza
em operação; dessa forma, o mal está presente quando o crente quer fazer o bem.
O mal macula mesmo as "coisas boas" que fazemos! Nesse ponto, vemos a
diferença entre a vitória do capítulo 6 e a do 7: no capítulo 6, o crente vence
as coisas ruins da carne, isto é, deixa de fazer o mal de forma deliberada;
mas, no 7, ele triunfa sobre as "coisas boas" que a carne faria em
obediência à Lei. Deus não aceita a carne, pois não há nada de bom nela. "A carne para nada aproveita" (Jo
6.63). Apesar de o Senhor afirmar com
clareza: "O pendor da carne [velha
natureza] [...] não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar"
(8.7), muitos cristãos estabelecem leis para sua vida e tentam disciplinar a
carne em obediência a elas.
A lei do Espírito da vida, em Jesus Cristo,
neutraliza a lei do pecado e da morte. Crescemos em santidade e no servir a
Deus de forma aceitável ao entregar-nos ao Espírito do Senhor que habita em
nós, e não ao submeter-nos a leis exteriores. O capítulo 8, principalmente nos
primeiros dezessete versículos, elabora essa lei (ou princípio). Não podemos
cumprir a justiça da Lei por conta própria, mas o Espírito, por intermédio de
seu poder, faz isso em nós (8.3-4).
Qual a aplicação prática de tudo isso? Não se espera
que em nossa nova posição diante de Deus, de mortos para a Lei, obedeçamos a ele
por esforço próprio. O Senhor não nos escraviza sob a "lei cristã", à
qual devemos obedecer a fim de ser santos. Ao contrário, ele nos dá seu
Espírito Santo que nos capacita a satisfazer as exigências de santidade de
Deus. O cristão pode conseguir a vitória do capítulo 6 e não ser mais escravo da
carne, porém a vida cristã exige mais coisas. Não devemos frutificar para Deus?
Sem dúvida que sim! Todavia, descobrimos como somos falhos no minuto em que começamos
a fazer obras por conta própria, e, infelizmente, muitos cristãos
bem-intencionados param nesse ponto e se transformam em desventuras
espirituais. Deveríamos, antes, aceitar as verdades de Romanos 7: de que, na
verdade, somos falhos; de que a Lei é boa, mas nós somos carnais, e, assim, permitir
que o Espírito opere a vontade de Deus em nossa vida.
Que o Senhor permita que reconheçamos a morte para o
pecado (cap. 6) e para a Lei (cap. 7) a fim de que, pelo Espírito, possamos
desfrutar a abençoada liberdade de ser filhos de Deus e o glorifiquemos com uma
vida santa.
No capítulo 8 de Romanos, alcançamos a culminância da
seção sobre "santificação" (caps. 6 - 8) e encontramos as respostas
para as questões levantadas a respeito da Lei e da carne.
O Espírito Santo domina o capítulo, pois é por intermédio
da habitação dele que vencemos a carne e temos uma vida cristã produtiva.
Podemos resumir o capítulo em três frases: sem condenação, sem obrigação e sem
separação, conforme abaixo:
1. Sem
condenação: o Espírito e a Lei (8:1-4)
Na verdade, esses versículos são a conclusão do
argumento do capítulo 7. Lembre-se que Paulo, no capítulo 7, não tratou da
salvação, mas de como o crente pode fazer alguma coisa boa tendo uma natureza
tão pecaminosa. Como um Deus santo pode aceitar qualquer coisa que façamos, se
não temos nada de bom em nós? Ele teria de condenar todos os pensamentos e todas
as obras! No entanto, "não há condenação", já que a habitação do
Espírito Santo cumpre a justiça da Lei em nós. A Lei não nos pode condenar
porque estamos mortos para ela. Deus não nos pode condenar, pois o Espírito capacita
o crente a "andar no Espírito" e, dessa forma, satisfazer as santas
exigências do Senhor. Que dia glorioso para o crente é aquele em que percebe
que os filhos de Deus não estão sob a Lei, e que o Senhor não espera que façam
"coisas boas" sob o poder da velha natureza. O cristão percebe que a
habitação do Espírito agrada a Deus e ajuda-o a agradá-lo quando compreende que
já não há "nenhuma condenação". Que salvação gloriosa nós temos! Em
Gálatas 5:1, Paulo adverte: "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou.
Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de
escravidão".
2. Sem
obrigação: o Espírito e a carne (8.5-17)
O crente pode ter duas "inclinações" (mentes):
ele pode inclinar-se para as coisas da carne e ser um cristão carnal ("carnal"
significa "da carne"), a quem Deus tem aversão; ou inclinar-se para
as coisas do Espírito e ser um cristão espiritual e desfrutar a vida e a paz
que o Senhor nos oferece.
Apenas o Espírito em operação em nós e por nosso
intermédio agrada a Deus, jamais a carne. O cristão não tem obrigação com a
carne: "Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se
constrangidos a viver segundo a carne" (v. 12). Nossa obrigação é com o
Espírito Santo. É o Espírito que nos condena e mostra que precisamos do
Salvador. É o Espírito que nos concede a fé salvadora, que põe a nova natureza
em nós e que testemunha todos os dias que somos filhos de Deus. Temos um débito
enorme com o Espírito! Cristo nos amou tanto que morreu por nós; o Espírito
ama-nos tanto que vive em nós. Todos os dias, ele suporta nossa carnalidade e
nosso egoísmo e sofre com nossos pecados; todavia, ele nos ama e permanece em
nós como o selo de Deus e o "penhor" ("expectativa", 2Co
1.22) da bênção que nos espera na eternidade.
A pessoa em quem o Espírito não habita não é filha
do Senhor. Paulo chama o Espírito Santo de "espírito de adoção" (v.
15). O Espírito leva-nos a uma vida gloriosa de liberdade em Cristo, enquanto o
viver na carne ou sob a Lei (e pôr-se sob a Lei significa ir em direção ao
viver na carne) leva à escravidão.
Para o crente, liberdade nunca quer dizer autonomia
para fazer o que lhe agrada, pois esse é o pior tipo de escravidão! Antes, a
liberdade do cristão, no Espírito, livra-nos da Lei e da carne a fim de que
possamos agradar a Deus e nos tornar o que ele quer que sejamos. No Novo
Testamento, o termo "adoção" não tem o mesmo sentido de hoje, ou
seja, de pegar uma criança e torná-la um membro legal da família. O sentido literal
da palavra grega é "ocupar o lugar de filho" — o que quer dizer pegar
um menor (da família ou de fora dela) e torná-lo herdeiro legítimo. Todo crente
é filho de Deus por nascimento e seu herdeiro por adoção. Na verdade, somos co-herdeiros
com Cristo; portanto, ele não pode receber sua herança em glória até que
estejamos lá para compartilhá-la com ele. Graças a Deus, o crente não tem
obrigação de alimentar a carne, de mimá-la ou de lhe obedecer; em suma, ele não
tem obrigações com a carne. Em vez disso, temos de "mortificar" as obras
da carne pelo poder do Espírito (v. 13; veja Cl 3.9 a seguir) e permitir que
ele guie nossa vida diária.
3. Sem
separação: o Espírito e o sofrimento (8.18-39)
Os crentes, embora sofram no presente, desfrutarão
de glória quando Cristo retornar. Na verdade, graças ao pecado de Adão, toda a
criação (v. 19-21) está sujeita à escravidão do pecado. Cristo libertará toda a
criação dessa escravidão quando, por fim, prender Satanás, e, desse modo, toda
a natureza desfrutará conosco "a liberdade da glória dos filhos de
Deus" (v. 21). Temos uma salvação sensacional: estamos libertos da pena do
pecado, porque Cristo morreu por nós (cap. 5); libertos do poder do pecado,
porque morremos, com Cristo, para a carne (cap. 6) e para a Lei (cap. 7); e, um
dia, seremos libertos da própria presença do pecado, quando a natureza for
libertada da escravidão.
Temos o Espírito de adoção, mas estamos
"aguardando a adoção de filhos, (isto é,) a redenção do nosso corpo" (v.
23). A alma foi redimida, mas não o corpo. Entretanto, aguardamos, em
esperança, pois Deus deu-nos a habitação do Espírito em nós como "primícias"
do que nos espera no futuro.
O Espírito, que nos sela até o dia da redenção (Ef
1.13-14), vivificará nosso corpo se morrermos (v. 11). Nos versículos 22-26,
repare os três "gemidos": (1) toda a criação geme (v. 22); (2) o
crente geme à espera da vinda de Cristo (v. 23); e (3) o Espírito que habita em
nós geme em intercessão por nós (v. 26). Em João 11, observe como Jesus "agitou-se novamente em si mesmo"
ao visitar o túmulo de Lázaro. Como o coração do Senhor está pesado por causa
da escravidão da criação. Cristo pagou um preço alto para libertar-nos.
Paulo salienta que temos o privilégio de orar no
Espírito enquanto, em esperança, passamos por esse sofrimento. Talvez muita de
nossa oração seja da carne — orações longas, belas e "piedosas" que
glorificam o homem e repugnam a Deus (Is 1.11-18). Paulo sugere que talvez a
oração mais espiritual seja um gemido inexprimível do coração! A Bíblia na
Linguagem de Hoje traduziu o versículo 26 desta forma: "Gemidos que não podem ser explicados por palavras". O
Espírito intercede por nós, o Pai examina nosso coração e sabe o que o Espírito
quer e nos concede isso. O Espírito sempre ora de acordo com a vontade do Senhor.
Qual é a vontade de Deus? Que o crente se conforme à imagem de Cristo (v. 29).
Por isso, podemos reivindicar a promessa do versículo 28. No versículo 30,
observe que todos os verbos estão no pretérito: o Senhor chamou os crentes,
justificou-os e glorificou-os. Por que padecer neste mundo se já fomos
glorificados? Nós aguardamos a revelação dessa glória no retorno de Cristo.
Paulo encerra o capítulo com cinco perguntas (v.
32-35) e responde a elas com clareza. Não precisamos nos atormentar a respeito da
vontade do Senhor, pois ele é por nós, não contra nós. A prova disso é que deu
o que tinha de melhor na cruz. Em vista disso, certamente Ele nos dará
graciosamente tudo o que precisarmos. Alguém pode acusar-nos de pecado? Não!
Fomos justificados, e essa posição diante de Deus não muda. Alguém pode
condenar-nos? Não! Cristo morreu por nós e, agora, vive à direita do Pai como
nosso Advogado (intercessor). Alguma coisa pode nos separar do amor do Senhor?
Não! Nem mesmo o demônio ("nem os principados [...] nem os poderes
celestiais" — v. 38). Sem condenação — sem obrigação — sem separação!
"Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio d’Aquele
que nos amou."
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e
na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º
Trimestre de 2020, ano 30 nº 117 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – A importância da Palavra de Deus para o bem estar do ser humano –
Pr. Isaqueu Mendes e Freitas.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo
Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD –
2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo
Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de
Art Farstad.
Ótimo comentários 🙋♀️Deus continue abençoando os irmãos 🙌 sou de Rondônia 🙋♀️ abraço fraterno 🙋♀️🙌🙌
ResponderExcluirExcelentes comentários. Que Deus continue abençoando esse canal de vitória. EBD simplesmente amo. Presbítero Saymon Goianira-Go
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