Lição 10 – 06 de dezembro de 2020 – Editora BETEL
O perigo da crise emocional no exercício do poder
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O ser humano nasce com essa energia natural que chamamos de poder. Desde
o choro intenso da criancinha, no contato com o mundo externo, começa um desejo
ou uma luta para vencer e dominar este mundo agressivo, como a delimitar o seu
lugar, e, somente vem a se acalmar quando passa a se alimentar na mãe que a
acolhe com ternura. Porém esta luta inconsciente continua nas sequentes
experiências do recém-nascido.
Ser de relações, o ser humano, a pessoa humana ao se relacionar com
aquilo que está à sua volta vai tomando poder de seu espaço físico, do espaço
global, e, quando, não é educado por outras pessoas vai tomando poder também
das pessoas.
O ensino dos pais e da escola auxiliam a pessoa a se posicionar em suas
relações, aprendendo a acolher o outro que carrega consigo a mesma a energia de
poder, de desejo de dominar.
A construção de uma sociedade implica o encontro de pessoas, com seus
dons e desejos de poder, domínios, com seus ideais e ideologias.
Aqui aparecem os grandes conflitos, o domínio de grupos, etc. Os partidos
políticos têm, em seus objetivos, o poder, o domínio e a imposição de seus
projetos sociais, de suas ideologias. Quantas divergências, quanto ódio e guerras
vêm surgindo na história da humanidade por causa dos conflitos de poder.
Neste contexto está o conceito humano de poder. O ser humano tem em sua
essência esta energia que faz parte de sua identidade, de sua realização, seu
lugar de relação.
Também, o cristão, ser humano como o seu semelhante, tem dentro de seu
ser de relação o poder. Contudo, algo novo entrou em seu ser como essência de
sua relação. É o conceito cristão do poder que difere de outros nas relações
interpessoais e comunitárias.
Mas, qual seria o conceito cristão de poder? É a Pessoa de Jesus Cristo
quem nos ensina, realmente, como entender o poder, esta energia que está em
cada coração humano.
Jesus exorciza o conceito de poder no mundo. A Redenção da humanidade do
pecado com a fundação do Reino de Deus inova o conceito de poder.
O Mistério da Encarnação do Verbo é evento de despojamento. A Palavra de
Deus vem até nós despojada: Jesus Menino! O Menino Jesus causou medo no
poderoso Rei Herodes.
Em outra ocasião, quando Jesus, ensinava na sinagoga, em Nazaré, os
ouvintes ficaram escandalizados com suas palavras. Conduziram-no à força até um
alto monte de onde queriam lançá-lo no precipício.
Jesus, naquele momento, passou entre a multidão revoltada e nada fizeram
com ele. O poder dos fortes, um grande grupo de revoltados, não conseguiu
vencer o poder do poder não violento.
Os milagres de Jesus não foram realizados com exibição de força ou um
show de poder dos fortes da sociedade de seu tempo. Porém, revelou uma novidade
absoluta, o poder do Amor.
Jesus falava com autoridade, diziam os ouvintes. Porém, autoridade que
gerava vida, conversão, acolhimento.
Outros que estavam arraigados na mentalidade do poder de domínio e
opressão dos fracos não aceitavam aquele não violento que falava com
autoridade. A autoridade do mundo não gera vida, mas opressão, morte. A
autoridade, o poder de Jesus eram diferentes.
Jesus fazia diferença revelando algo diferente, com autoridade, gerando
vida e esperança. Jesus acaba exorcizando o poder que escraviza e descortina
algo novo para realização do ser humano nas relações interpessoais. A partir
dessa pequena introdução, tentemos conceituar o poder mundano e a tentação que
ele gera:
A palavra grega peirosmon usada de forma negativa conceitua a
tentação como estímulo ou indução a um ato que satisfaça a carne, ainda que
seja antiético, inapropriado ou contradiga as Escrituras. De acordo com o
Apóstolo Tiago cada um é tentado e atraído pela sua própria concupiscência (Tg
1.14).
As tentações são comuns a todos os seres humanos. O maior e mais perigoso
inimigo do homem é ele próprio. A própria carne e a natureza pecaminosa se levantam
como um inimigo vicioso e enganoso.
A disputa pelo poder tem se constituído em uma das vigorosas tentações na
cultura pós moderna. A expressão poder tem origem no latim potere.
Seu significado indica o direito de alguém em deliberar, decidir e mandar.
A faculdade de exercer autoridade, domínio e influência sobre alguém ou sobre
um povo. Este poder pode ser social, político, ideológico, econômico ou
religioso.
O desejo de alcançar poder não é pecado. Pecado é a motivação e a
metodologia equivocada utilizada por alguns na busca ou na manutenção do poder.
No afã de conquistar poder alguns trilham o caminho da inveja, ciúmes,
calúnia, difamação e até homicídio. Estes aspiram ocupar ou manter posições e
cargos a qualquer preço. Sem escrúpulos faltam com a ética e se empenham em
manchar ou desacreditar a reputação do próximo.
O historiador britânico Lord Acton (1834 - 1902) ficou famoso pela frase:
"O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente, de
modo que os grandes homens são quase sempre homens maus".
O norte-americano Abraham Lincoln (1809 - 1865), 16° presidente dos
Estados Unidos afirmou: "Se quiser conhecer verdadeiramente um homem,
dê-lhe poder". Esta verdade pode ser comprovada na trajetória política de
nossa nação e também na liderança de diversas igrejas.
Alguns que já alcançaram o poder não aceitam em hipótese alguma perder os
privilégios. E para se manterem no poder submetem-se a qualquer negociata.
Deixam-se corromper, mentem, manipulam e enganam o povo e os crédulos com falsos
discursos.
Tomados pela soberba e arrogância colocam-se acima da lei e das
Escrituras. Não cumprem a legislação, normas e regulamentos. Desrespeitam os
estatutos, os regimentos internos e afrontam a sã doutrina bíblica.
Usam a máquina do governo ou a força da igreja a bel prazer para obter e
manter vantagens de ordem pessoal. Quase sempre estão rodeados de bajuladores,
defensores de plantão e pseudoprofetas que também são beneficiados pelo sistema
e não querem perder seu quinhão.
A tentação do poder pelo poder deve ser enfrentada e combatida. O cristão
não deve ceder aos seus apelos e caprichos. E ainda, devemos cercear e impedir
o êxito da tentação na vida do próximo. Basta não ser conivente diante da
disputa desonesta por posições ou a corrupta manutenção de cargos das pessoas a
nossa volta. Sejam eles políticos ou líderes religiosos.
Durante uma guerra, muitas vezes há uma longa frente, mas nem todos os
lugares da frente são da mesma importância. Existem alguns lugares
particularmente importantes, e são especialmente bem-fortificados.
Isso também se aplica à guerra espiritual em nossa batalha contra o
pecado. Nesta batalha, há também alguns pontos especialmente importantes. Todo
mundo que se fortalece completamente nesses pontos é sábio e entendido.
O primeiro é o dinheiro.
O segundo é o poder e honra.
O terceiro é a moralidade sexual.
É difícil quebrar a linha de frente de alguém que fez todos os esforços
para fortalecer-se nestas três áreas; ele é praticamente invencível. Todas as
grandes quedas ocorrem em um desses três pontos, e todos os pecados têm suas
linhas diretas de comunicação com um desses três pontos.
Ponto 1: o dinheiro é um fator muito importante. (1Tm 6.10) Isso também
significa tudo o que podemos adquirir por dinheiro, o que é uma quantidade
razoável neste mundo. Se não temos vitória sobre o amor ao dinheiro, não podemos,
por exemplo, ganhar a vitória sobre a raiva. Então, temos raiva ao sermos
roubados.
Ponto 2: Poder e honra também são uma área enorme. Sentir-se ofendido e
insultado se enquadra nesta categoria, e geralmente há muito disso. A
concupiscência da honra é a causa de uma pessoa não poder suportar muito, ou
mesmo não poder suportar nada. Muitas divisões em assembleias são causadas pela
ânsia de poder. Claro, eles dão alguns bons motivos, mas eles realmente
sofreram uma derrota no seu ego. Essa é a verdadeira causa da divisão.
Vale ressaltar que foi nesse ponto que Satanás encenou seu último assalto
a Cristo no momento em que ele foi incessantemente tentado por 40 dias no
deserto. (Lucas 4) As três tentações finais são mencionadas: a primeira
tentação foi provar o poder espiritual d’Ele. Na segunda tentação ele lhe
ofereceu poder terrestre. A terceira tentação era realizar uma obra-prima que
lhe daria uma grande honra.
Ponto 3: a moralidade sexual é o terceiro desses enormes fatores na vida.
Muitos foram mortos nesta parte da frente. Muitos outros grandes homens
tornaram-se pequenos porque não se fortificaram adequadamente e não observaram
o suficiente esse ponto. Mesmo Davi sofreu uma grande derrota neste ponto,
embora ele não tenha sido destruído, mas até o sábio Salomão foi derrotado. E
há muitos pregadores que foram envergonhados neste ponto. Um grande número de
pessoas, porque não têm sido suficientemente cuidadosas nesta área, falharam em
sua fé e falharam em Cristo, buscando uma relação que seja contra a vontade de
Deus.
Muitas pessoas sucumbem às suas luxúrias e desejos nesta área, almas que
de outra forma podem ser dignas de louvor. É importante estar vigilante desde o
início tanto ao que pensamos quanto ao que olhamos.
Se queremos ganhar uma grande e última vitória, se quisermos andar no
poder do Espírito (Lc 4.14), então, como em uma guerra natural, comecemos a
trabalhar propositalmente e cuidadosamente, construindo fortificações extras
nesses três pontos. A partir daí, teremos mais segurança de que a linha de
frente nunca seja violada pelo inimigo.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor
Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º
Trimestre de 2020, ano 30 nº 117 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – A importância da Palavra de Deus para o bem estar do ser humano –
Pr. Isaqueu Mendes de Freitas.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo
Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD –
2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo
Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de
Art Farstad.
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