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Lição 07 - Deus intervém através de Suas ações

  Lição 07 – 14 de fevereiro de 2021 – Editora BETEL 

Deus intervém através de Suas ações 

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Sobre a intervenção de Deus em nossas vidas

Não se esqueça de que Mardoqueu não poderia falar diretamente com a rainha e que, para comunicar-se com ela, precisava enviar mensagens por intermédio de Hataque. Ester não tinha meios de saber pessoalmente como Mardoqueu estava se sentindo, assim como ele não poderia compreender de todo como Ester se expressava. Que grande diferença faz poder conversar face a face e ouvir a voz das pessoas com as quais estamos nos comunicando! Sem dúvida, Hataque foi incumbido de uma grande responsabilidade ao servir de ligação entre duas pessoas aflitas que tinham em suas mãos a salvação do povo judeu.

No capítulo 4, versículos 10 e 11, a resposta de Ester não é uma evasão, mas sim uma explicação. Lembrou Mardoqueu daquilo que ele já sabia: ninguém, nem mesmo a rainha, poderia simplesmente entrar na sala do trono e pedir uma audiência imediata com o rei. Se ela o fizesse, estaria colocando a vida em perigo. O rei da Pérsia não era protegido apenas de ver o sofrimento e de receber más notícias, mas também de interrupções que interferissem com sua rotina.

Essas palavras não foram uma desculpa da parte de Ester, mas sim uma súplica para que Mardoqueu lhe desse alguma orientação. Ele conhecia o protocolo do palácio, era homem e estava a par dos acontecimentos. Ela encontrava-se isolada num harém e não tinha como elaborar o tipo de estratégia necessário para resolver o problema. Além disso, não via o rei havia um mês e poderia ser que, de algum modo, tivesse perdido seu favor. Assuero era imprevisível, e Ester não queria piorar ainda mais a situação.

Possivelmente Mardoqueu não interpretou corretamente a mensagem de Ester. Para ele, pareceu que a rainha estava tentando esconder sua nacionalidade e evitar a responsabilidade de apresentar-se diante do rei. Se ele a tivesse visto e ouvido pessoalmente, é bem provável que a julgasse de outro modo.

Em sua resposta, Mardoqueu lembrou Ester de três fatos extremamente sérios. Em primeiro lugar, disse-lhe que sua posição como residente do palácio não era garantia de que seria poupada da execução. O édito real se referia a "todos os judeus" (Et 3.13), e Hamã tomaria as devidas providências para que até o último dos judeus fosse descoberto e morto, até mesmo os que viviam no palácio. Além disso, é possível que ainda houvesse no palácio servos leais a Vasti que ficariam felizes em ver a rainha Ester ser destronada.

Em segundo lugar, Mardoqueu lembrou-a de que seu silêncio não evitaria que o livramento viesse de algum outro lugar. Ainda que o nome de Deus não seja mencionado, trata-se de uma referência à providência divina.

Sabendo da aliança do Senhor com Abraão (Gn 12.1-3), Mardoqueu acreditava que o povo de Israel seria protegido do extermínio. Porém, advertiu-a de que, mesmo em vindo esse livramento, alguns dos judeus poderiam ser mortos, inclusive Ester.

Por que Deus enviaria "socorro e livramento" ao povo judeu, mas permitiria que Ester e seus parentes fossem mortos? Talvez Mardoqueu visse isso como um castigo pela relutância de Ester em interceder pelo povo.

Saber que se deve fazer o bem e não o fazer é pecado (Tg 4.17). Assim, em vez de proteger- se pelo silêncio, Ester estaria se colocando em perigo ainda maior. Hamã e seus agentes não teriam dificuldades em encontrá-la no palácio e em tirar-lhe a vida.

Mardoqueu enfatizou um terceiro fato: a presença de Ester no palácio não era acidental, pois ela havia sido elevada a rainha "para conjuntura como esta" (Et 4.14). Ele não disse que Deus a havia colocado nessa posição, mas, na verdade, era isso o que sua declaração significava. Se Ester fizesse uma pausa para recapitular sua vida, por certo reconheceria a direção divina ao longo de todo caminho. Se Deus a colocara no trono, tinha com isso um propósito em mente, e esse propósito havia se tornado evidente: ela estava lá para interceder por seu povo.

Isso nos lembra das palavras de José a seus irmãos: "Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida" (Gn 50.20).

Ao refletir sobre as palavras de Mardoqueu, podemos aprender algumas verdades fundamentais e importantes para os cristãos de hoje acerca da providência de Deus. A primeira delas é que Deus tem seus propósitos a cumprir neste mundo. Os propósitos de Deus incluem tanto a nação dos judeus quanto as nações dos gentios no mundo. Também incluem a Igreja. Deus trata com indivíduos, mas também com nações. Seus propósitos dizem respeito a reis e a rainhas e também a pessoas comuns, a piedosos e a ímpios. Não existe coisa alguma neste mundo que esteja fora da influência dos propósitos de Deus. Mardoqueu deixou claro que Deus realiza seus propósitos por meio de pessoas. Por motivos que não compreendemos de todo, Deus permite que gente perversa faça coisas perversas no mundo. No entanto, pode trabalhar na vida de incrédulos e, por meio dela, bem como de seu próprio povo, realizar seus propósitos. Apesar de não ser responsável pelos pecados do rei, Deus permitiu que a embriaguez e a insensatez desse monarca levassem à deposição de Vasti.

Usou a solidão do rei para colocar Ester no trono e, no capítulo 6, usará a insônia do rei para recompensar Mardoqueu e começar a derrubar Hamã. Deus é soberano tanto em grandes quanto em pequenas coisas.

A terceira verdade que Mardoqueu enfatizou foi que Deus cumprirá seus propósitos, mesmo que seus servos se recusem a obedecer à sua vontade. Deus poderia salvar seu povo, mesmo que Ester recusasse a vontade dele em sua vida, mas ela sairia perdendo.

Quando pastores e missionários fazem apelos nas igrejas, buscando voluntários para o serviço cristão, às vezes dão a impressão de que Deus está à mercê de seus obreiros, mas isso não é verdade. Se você e eu nos recusarmos a obedecer a Deus, ele pode nos colocar de lado e usar outra pessoa para realizar seu trabalho, enquanto nós perderemos a recompensa e a bênção, ou pode nos disciplinar até que nos sujeitemos a sua vontade. Dois exemplos me vêm à mente. Uma vez que João Marcos deixou o trabalho missionário e voltou para casa (At 13.13; 15.36-41), Deus levantou Timóteo para tomar seu lugar (16.1-3). Quando Jonas fugiu de Deus, o Senhor continuou em seu encalço até que ele obedecesse, mesmo que Jonas não o tenha feito de coração. Quando não se concede a Deus a permissão de dominar, ele predomina mesmo assim e sempre cumpre seus propósitos.

A quarta lição do discurso de Mardoqueu é que Deus não tem pressa - ele cumpre seu plano no devido tempo. Deus esperou até o terceiro ano do reinado de Assuero para remover Vasti do trono. Depois, esperou mais quatro anos (Et 2.16) para colocar Ester no trono. Só no décimo segundo ano do reinado de Assuero (3.7) é que Deus permitiu a Hamã conceber seu plano perverso e decretou que o "dia crítico" para os judeus ainda levaria quase um ano para chegar.

À primeira vista, podemos ficar impacientes com Deus chegando à conclusão de que Ele não estava fazendo coisa alguma. Nos capítulos 1 e 2, um rei embriagado e seus oficiais bajuladores parecem estar no controle. Dos capítulos 3 a 6, quem parece assumir o comando é o perverso Hamã. Mesmo depois que Hamã sai de cena, é o decreto inalterável do rei que dá trabalho para todos. Mas onde está Deus?

Deus nunca está com pressa. Ele sabe o começo, o meio e o fim de todas as coisas e seus preceitos são sempre corretos e oportunos. O Dr. A. W. Tozer comparou os propósitos soberanos de Deus a um transatlântico que parte da América rumo à Inglaterra, atravessando o oceano. As pessoas a bordo do navio têm a liberdade de fazer o que lhes aprouver, mas não têm liberdade de mudar o curso do navio. "Ao percorrer o mar da história, o poderoso transatlântico dos desígnios soberanos de Deus mantém seu curso constante", escreveu o Dr. Tozer. "Deus se desloca imperturbado e desimpedido em direção ao cumprimento dos propósitos eternos determinados em Cristo Jesus antes da fundação do mundo" (The Knowledge of the Holy [O Conhecimento do Santo], p. 118).

A soberania de Deus não é um sinal de fatalismo nem de determinismo cego. Somente um Deus soberano é grande o suficiente para decretar a liberdade de escolha para homens e mulheres e somente um Deus soberano pode cumprir seus propósitos sábios e amorosos neste mundo e até mesmo fazer com que o mal coopere para gerar o bem (Gn 50.20). A pergunta não é: "Será que Deus está no controle do mundo?", mas sim: "Será que Deus está no controle de minha vida?" Estamos cooperando com ele de modo a fazer parte da solução e não do problema?"

Citando novamente o Dr. Tozer: "No conflito moral em andamento ao nosso redor, quem estiver do lado de Deus está do lado vencedor e não tem como ser derrotado; quem estiver do outro lado, está do lado derrotado e não tem como vencer" (p. 119).

Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus Cristo!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 1º Trimestre de 2021, ano 31 nº 118 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos – Professor – Ester – A soberania do poder de Deus na preservação do Seu povo – Bispo Abner Ferreira.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora CPAD – 2005 – Comentário Bíblico Beacon.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.

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