Lição 08 – 21 de fevereiro de 2021 – Editora BETEL
A ousadia do cristão diante dos infortúnios
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Sobre o cristão e
os infortúnios
Nos últimos anos, a mídia tem se refestelado com reportagens sobre o
comportamento questionável (e, com frequência, ilegal) de pessoas conhecidas,
inclusive atletas, políticos, pregadores, presidentes de instituições
financeiras e até mesmo gente da realeza.
Se toda essa atividade jornalística não serviu para qualquer outra coisa,
pelo menos ressaltou a importância da advertência bíblica: "Sabei que o
vosso pecado vos há de achar" (Nm 32.23).
As pessoas podem conseguir esconder, por algum tempo, suas atividades
vergonhosas, mas a verdade acaba aparecendo e todos ficam sabendo o que se
passa. O culpado, por sua vez, descobre que o mal que fazemos a outros também o
fazemos a nós mesmos.
As palavras do Salmo 7.14-16 me fazem pensar em Hamã: "Eis que o
ímpio está com dores de iniquidade; concebeu a malícia e dá à luz a mentira.
Abre, e aprofunda uma cova, e cai nesse mesmo poço que faz. A sua malícia lhe
recai sobre a cabeça, e sobre a própria mioleira desce a sua violência".
Existe uma lei de retribuição neste mundo, de acordo com a qual a pessoa
que busca perversamente destruir a outros acaba destruindo a si mesma. O
existencialista francês Albert Camus escreveu em sua obra A Queda: "Não
há necessidade de se ficar à espera do julgamento final: ele ocorre todos os
dias".
Ainda que as moendas de Deus trabalhem devagar, trituram completamente;
Ainda que em sua paciência Deus possa aguardar, moe tudo exatamente.
(Friedrich von Logau)
Hamã não sabia, mas quatro forças haviam começado a trabalhar para
destruí-lo.
Ester preocupava-se com o fato de o rei aprovar sua presença e lhe conceder
uma audiência. Se não o fizesse, poderia significar sua execução imediata, e
Ester sabia como o humor do rei era inconstante. Os judeus haviam passado três
dias jejuando e orando, pedindo que Deus interviesse e que os salvasse do
extermínio. Era chegada a hora de Ester entrar em ação.
O que Ester fez está entre os grandes atos de fé das Escrituras e poderia
ter sido registrado em Hebreus 11. Não bastava aos judeus orar e ter fé que
Deus iria operar em seu favor. Era preciso que alguém agisse, pois "a
fé sem obras é morta" (Tg 2.20). No entanto, Ester não estava atuando
com base numa "fé cega". Sabia que Deus havia entrado em aliança com
Israel, prometendo lidar com seus inimigos (Gn 12.1-3). Também sabia que o Deus
de Israel era clemente e que ouviria seu povo, quando se humilhasse e orasse (2Cr
7.14). Além do mais, Deus havia permitido que um remanescente judeu voltasse
para sua terra e reconstruísse o templo. Sem dúvida, não era da vontade de Deus
que perecessem e que seu trabalho fosse interrompido. Ao contrário de Ester, quando
chegamos ao trono da graça, não precisamos ficar imaginando o que nosso Pai
pensa de nós, pois ele sempre ama seu povo e o recebe de braços abertos em sua presença.
Uma das maiores necessidades da igreja de hoje é contar com intercessores
dispostos a orar fielmente pelo mundo perdido e p o r uma igreja que precisa,
encarecidamente, de um reavivamento. "Viu que não havia ajudador algum
e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor" (Is 59.16).
Quando as necessidades são tão prementes e o privilégio de orar é tão
maravilhoso, o Senhor pode muito bem se admirar de que seu povo não busque o
trono da graça.
Como escreveu John Newton:
“Leva grandes petições,
Quando a um Rei te dirigires;
Pois sua graça e poder
São de tais proporções,
Que nunca é demais o que pedires.”
É importante observar que Ester preparou-se para se encontrar com o rei.
(Lembre-se de que Rute também se preparou para se encontrar com Boaz; ver o
cap. 3) Caso soubesse que iria se encontrar com o presidente dos Estados Unidos
na Casa Branca ou com a realeza no Palácio de Buckingham, por certo se
prepararia para esse encontro. Assim como Pedro afundando no mar, há ocasiões em
que precisamos correr para a presença de Deus e clamar por socorro. Mas o poder
dessas "orações de emergência" depende de nossa comunhão diária com
Deus, e essa comunhão exige preparo. Preparar-se para orar é tão importante
quanto a oração em si. O rei reconheceu a rainha oficialmente e a convidou a
fazer sua petição. "Muitos propósitos há no coração do homem, mas o
desígnio do Senhor permanecerá" (Pv 19.21). "Como ribeiros de
águas assim é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o seu querer, o
inclina" (Pv 21.1; ver Ed 6.22). O Deus soberano estava no controle.
Por que Ester não informou o rei imediatamente da conspiração perversa de
Hamã? Há pelo menos quatro motivos para isso. Em primeiro lugar, não era a hora
certa. O rei não estava preparado para receber a notícia chocante de que seu
mais alto oficial era um mau-caráter. Enquanto tratava dos negócios do reino,
Assuero poderia ter considerado a acusação de Ester um ato de traição ou, simplesmente,
uma fofoca palaciana. Além disso, não era o lugar certo para interceder. Sem
dúvida havia servos atendendo o rei na sala do trono, e teria sido uma falta de
etiqueta a rainha apresentar sua petição em público. A imagem de uma mulher chorosa
e suplicante diante do trono poderia perturbar o rei e piorar a situação. O
mais apropriado era que conversasse com o rei na privacidade de seus aposentos
e não na sala do trono.
O terceiro motivo era que Ester desejava que Hamã, e somente Hamã,
estivesse presente quando contasse ao rei sobre a trama perversa do seu
primeiro-ministro. Com sua intuição feminina, Ester sabia que, se fosse pego
com a guarda abaixada, Hamã iria, de algum modo, admitir sua culpa e fazer algo
insensato que deixaria o rei enfurecido.
No final, estava certa quanto às duas coisas. Havia, no entanto, um
quarto motivo, do qual nem a própria Ester estava ciente naquela ocasião. Era
preciso que se desenrolasse mais um acontecimento antes de ela poder dividir
seu fardo com o rei, algo que iria ocorrer ainda naquela noite. O rei descobriria
que não havia recompensado Mardoqueu por lhe salvar a vida cinco anos antes, um
deslize que remediaria de imediato.
Honraria Mardoqueu, ao mesmo tempo humilhando Hamã, e essa experiência
prepararia o rei para ouvir a petição de Ester. O banquete de Ester já estava
pronto, de modo que o rei e Hamã tiveram de se apressar para comparecer. Em
resposta às orações, Deus trabalhou no coração do rei de tal modo que ele não
apenas cooperou de bom grado com sua rainha, mas também obrigou Hamã a
colaborar. Essa é a maravilha da providência de Deus.
Quando nós, cristãos, estamos passando por uma tribulação, uma prova,
devemos confiar que o Deus a quem servimos é misericordioso para atender às
nossas petições e nos ajudar na hora certa, porém devemos estar prontos a agir
também sem pestanejar, sem sombra de temor, pois Deus espera de nós ação e fé.
Que sejamos proativos e ousados ao enfrentar as dificuldades que, com certeza,
devemos esperar nesta vida, pois, o Senhor Jesus nunca disse que neste mundo
não teríamos aflições, pelo contrário, nos alertou a respeito (Jo 16.33). Também
nos orientou quanto à vigilância constante e oração perseverante para que
estivéssemos sempre prontos a enfrentar o inimigo de nossas almas (Mt 26.41).
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus
Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 1º
Trimestre de 2021, ano 31 nº 118 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – Ester – A soberania do poder de Deus na preservação do Seu povo –
Bispo Abner Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes
Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão
– 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald
- editada com introduções de Art Farstad.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 –
Tradução: Susana E. Klassen.
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