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Lição 10 - A vitória do povo de Deus

  Lição 10 – 07 de março de 2021 – Editora BETEL

A vitória do povo de Deus

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Sobre o servo fiel a justiça de Deus

Quando chegaram aos aposentos de Ester no palácio, nem o rei e nem Hamã sabiam que Ester era judia. É bem provável que Hamã ainda estivesse perturbado com os acontecimentos daquele dia, mas se recompôs e esperou poder desfrutar o banquete. Esse é o sétimo banquete registrado no Livro de Ester.

Se Hamã soubesse a nacionalidade da rainha, ele teria fugido para salvar sua vida ou, então, teria se prostrado com o rosto em terra diante do rei e suplicado por misericórdia. Deus havia advertido Hamã por meio das circunstâncias, de seus conselheiros e de sua esposa, mas o primeiro-ministro havia se recusado a ouvir. "Abominável é ao Senhor todo arrogante de coração; é evidente que não ficará impune." (Pv 16.5).

A longanimidade de Deus levou Hamã a pensar que estava seguro. "Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal." (Ec 8.11). A longanimidade de Deus nos dias de hoje é uma oportunidade para as pessoas se arrependerem (2Pe 3:9), mas nosso mundo perverso acredita que isso significa que Deus não irá julgar os pecadores. "Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão." (1Ts 5:3).

Assuero havia esperado desde o banquete da noite anterior para ouvir a petição de Ester. Assim, quando estava sendo servido o vinho, o rei tocou no assunto. É claro que as palavras "ainda que seja metade do reino" eram uma promessa que não deveria ser considerada literalmente (ver 5.3; Dn 5.16; Mc 6.23). Significava, apenas, que o rei seria generoso e que a pessoa tinha liberdade de lhe dizer o que desejava.

Nas vinte e quatro horas passadas, Ester provavelmente havia ensaiado esse discurso várias vezes e, então, Deus lhe deu forças para fazer seu pedido. Lembre-se de que ela estava colocando a vida em jogo, pois se o rei negasse sua petição, seria o fim.

Ester deixou claro, desde o início, que dependia do favor do rei e que não estava tentando lhe dizer o que fazer. Disse também que seu desejo não era satisfazer os próprios interesses, mas sim agradar o rei.

Usou corretamente de psicologia para tratar de um monarca machista como Assuero. Também foi sábio da sua parte não dizer: - Há um homem em seu reino que planeja destruir todos os judeus!

Concentrou seu pedido no fato de que a vida da rainha estava em perigo e de que o rei precisava tomar uma providência. Podemos supor que Assuero ainda amava sua rainha e não queria que nada de mal lhe acontecesse. Ainda assentado em presença dela e contemplando sua beleza, o rei foi tocado pelas palavras de Ester. Que monstro poderia intentar contra sua rainha? Não apenas a vida da rainha estava em perigo, mas também seu povo corria o risco de ser exterminado. Meu palpite é que essa declaração deixou o rei perplexo. Quem era o povo dela? Ester não era persa? Estava escondendo alguma coisa dele?

Foi então que Ester lembrou o rei do decreto que ele havia aprovado para eliminar todo o povo judeu. Na verdade, suas palavras são quase uma citação literal do decreto (Et 3.1-3). Assuero foi esperto o suficiente para entender que a rainha Ester era judia e que, involuntariamente, ele havia consentido com seu assassinato!

Ester prosseguiu, ressaltando que o rei havia sido pago para publicar aquele decreto (Et 3.9-11). Se tivesse vendido os judeus como escravos, o pagamento poderia ser considerado justo, mas vendê-los para a morte e destruição absoluta era algo que não havia dinheiro que pudesse pagar. De acordo com Ester, se tivesse sido apenas uma questão de escravidão, ela teria permanecido calada. Para que incomodar o rei com algo assim? Porém, um extermínio em grande escala era algo que não se poderia ignorar.

A rainha Ester intercedeu corajosamente por seu povo. Qual foi a reação do rei? "Confia ao Senhor as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos. O Senhor fez todas as coisas para determinados fins e até o perverso, para o dia da calamidade." (Pv 16.3-4).

Procure imaginar, a essa altura da história, o que se passava pela cabeça do rei Assuero. Sem acusá-lo explicitamente, Ester havia envolvido o rei num crime terrível, e, por certo, ele se sentiu culpado. O rei sabia que aprovara aquele decreto de modo impensado.

Porém, não percebeu que aquilo fazia parte de uma conspiração. Assinara a ordem de execução da própria esposa! O rei deveria encontrar um modo de salvar, ao mesmo tempo, a esposa e a honra.

Numa monarquia absolutista, o rei era considerado uma espécie de deus infalível. Por isso, os monarcas da antiguidade mantinham à sua volta um bom grupo de bodes expiatórios - pessoas que poderiam levar a culpa pela ignorância ou incompetência do soberano (hoje em dia, muitos políticos fazem a mesma coisa). Assim, a pergunta do rei, no versículo 5, deixa implícito muito mais do que o desejo de saber quem era o culpado.

O rei também estava à procura de alguém para castigar. Assuero já havia tido uma surpresa ao descobrir a nacionalidade de sua rainha e estava prestes a ter outra: seu oficial mais chegado era o adversário e inimigo que havia tramado aquela conspiração. Ester não revelou que, assim como o rei, Hamã havia acabado de ouvir dos lábios da própria rainha que ela era judia. Assuero concluiu que o crime de Hamã era seu desejo de assassinar a rainha e de que havia decidido fazê-lo exterminando todos os judeus. É possível até que Hamã tivesse participado da conspiração de Bigtã e de Teres que Mardoqueu havia desmascarado - uma conspiração para assassinar o rei! (Et 2.21-23). Assim como Ester, Mardoqueu era judeu!

Agora podemos entender melhor por que Deus orientou Ester a adiar sua súplica: desejava dar a Assuero a oportunidade de descobrir o que Mardoqueu havia feito, que Mardoqueu era judeu e que merecia ser honrado. Se um judeu havia salvado a vida do rei, porque o rei deveria exterminar esse povo?

"O rei, no seu furor, se levantou do banquete do vinho e passou para o jardim do palácio." (Et 7.7). Como observamos anteriormente, Assuero era um homem explosivo (1.12); mas, nessa ocasião, sua ira deve ter ardido mais forte do que nunca. Seu orgulho masculino havia sido ferido, pois julgara mal o caráter de Hamã. Havia feito papel de tolo ao promover Hamã e lhe dar tanta influência.

O rei também havia errado ao aprovar o édito sem averiguar todos os fatos (Pv 18.13). Como resultado, colocara em perigo a vida de dois judeus muito especiais: Mardoqueu, que lhe salvara a vida, e Ester, a esposa querida.

Sem dúvida, o rei andou de um lado para o outro no jardim, esforçando-se ao máximo para controlar a fúria que brotara dentro dele. "O furor do rei são uns mensageiros de morte." (Pv 16.14). "Como o bramido do leão, assim é a indignação do rei." (Pv 19:12).

Não é de se admirar que Hamã ficasse apavorado! Convivera com o rei o suficiente para identificar e interpretar todos os seus humores. Sabia que o rei estava prestes a tornar-se juiz e júri e a declarar uma sentença inescapável.

Porém, no caso de Hamã, ainda restava uma possibilidade remota: a misericórdia da rainha. Talvez conseguisse suscitar sua piedade e pudesse levá-la a interceder por ele. Ester sabia que Hamã era um instrumento do diabo, determinado a destruir o povo judeu. Se tivesse sabido desde o começo que Ester era judia, Hamã poderia ter redigido o édito com astúcia, de modo que a vida da rainha fosse preservada; ainda assim, teria autoridade para aniquilar seu povo. Foi o ódio de Hamã por Mardoqueu, o primo da rainha, que deu início a toda a conspiração (Et 3.5-6), e Ester não tinha intenção alguma de abandonar justamente o homem que significava tanto para ela.

No comentário judaico Soncino sobre o Livro de Ester, o Dr. S. Goldman faz a seguinte declaração reveladora sobre Ester 7.8:

"Como acontece com frequência diante do perigo, o valentão arrogante tornou-se um covarde chorão" (The Five Megilloth [Os cinco Megilloth], p. 228). Com o respaldo do rei, Hamã podia caminhar de um lado para outro cheio de pose, exigir respeito e dar ordens. Mas agora que a ira do rei estava contra ele, Hamã revelou seu verdadeiro caráter. Não era um gigante, mas apenas um homem tacanho, cheio de orgulho e de vangloria! Não havia mais quem pudesse salvar a vida de Hamã.

Que paradoxo! Hamã havia se enfurecido porque um judeu recusava-se a curvar-se diante dele, e agora Hamã se prostrava diante de uma judia, suplicando por sua vida! Quando o rei entrou no aposento e viu a cena, acusou Hamã de tentar molestar a rainha.

Em sua fúria, o rei teria exagerado qualquer coisa que Hamã fizesse; além disso, molestar a rainha era um crime capital. Esqueça a conspiração; todos poderiam ver com os próprios olhos que Hamã era culpado de atacar a rainha. Só por esse crime já merecia morrer.

Depois de escoltar Mardoqueu pela cidade, Hamã havia coberto a cabeça em sinal de humilhação (6.1-2); mas aqui os guardas do rei cobrem o rosto de Hamã, num gesto de preparo para sua execução.

Se Hamã tivesse coberto a cabeça em sinal de verdadeira humildade e de arrependimento, as coisas teriam sido diferentes, mas ele se recusou a dar ouvidos aos avisos do Senhor. Era tão controlado por seu orgulho e maldade que não poderia enxergar os perigos adiante.

"O justo é libertado da angústia, e o perverso a recebe em seu lugar." (Pv 11.8). A forca construída para Mardoqueu num local tão visível mostrou-se conveniente para a execução de Hamã. Assim, o rei a usou para esse fim. Ao que parece, Hamã havia espalhado pelo palácio a notícia de que planejava matar Mardoqueu, pois o servo do rei sabia com que finalidade a forca havia sido construída. Em seu orgulho, Hamã contara vantagem, e suas palavras voltaram não apenas para zombar dele, mas também para ajudar a matá-lo.

No dia anterior, Hamã havia conduzido pela cidade o judeu Mardoqueu vestido em todo esplendor real; antes de sua execução, porém, Hamã foi conduzido pelas ruas com a cabeça coberta e com uma forca à espera dele no fim do percurso. Sem dúvida, sua esposa, Zeres, e seus dez filhos testemunharam a execução, juntamente aos muitos judeus da cidade. Os judeus devem ter se reanimado ao ver seu inimigo, Hamã, sair de cena.

"Não vos enganeis: de Deus não se zomba", advertiu Paulo. "Pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará." (Gl 6.7).

O primeiro-ministro semeou ódio contra Mardoqueu e colheu a fúria do rei. Hamã desejava matar Mardoqueu e os judeus e foi morto pelo rei. "Segundo eu tenho visto, os que lavram a iniquidade e semeiam o mal, isso mesmo eles segam." (Jó 4.8). "O que semeia a injustiça segará males." (Pv 22.8).

Esse princípio imutável de semear e colher é ilustrado ao longo de toda a Bíblia e se aplica tanto a cristãos quanto a não cristãos. Jacó matou um animal e enganou o pai fingindo ser Esaú (Gn 27.1-29), e, anos depois, os filhos de Jacó mataram um animal e mentiram para ele, fingindo que José estava morto (37.31-55). O Faraó ordenou que os bebês hebreus do sexo masculino fossem afogados (Êx 1) e, um dia, seu exército foi afogado no mar Vermelho (Êx 14.15). Sem citar outros tantos exemplos da justa justiça de Deus, devemos nos lembrar, porém, de que essa lei de semear e de colher também se aplica ao que é bom e correto. Se semeamos na carne, colheremos corrupção, mas se semeamos no Espírito, colheremos vida eterna (Gl 6.8). Nenhuma boa ação feita para a glória de Jesus Cristo jamais será esquecida diante de Deus. Nenhuma palavra de amor falada em nome de Jesus jamais será desperdiçada. Se não virmos a colheita nesta vida, então a veremos quando estivermos diante do Senhor. Até mesmo um copo de água fria dado em nome de Cristo será devidamente recompensado (Mt 10.42; 25.31-46).

Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus Cristo!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 1º Trimestre de 2021, ano 31 nº 118 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos – Professor – Ester – A soberania do poder de Deus na preservação do Seu povo – Bispo Abner Ferreira.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora CPAD – 2005 – Comentário Bíblico Beacon.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.

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