Lição 12 – 21 de março de 2021 – Editora BETEL
Testemunhando a grandeza de Deus
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PRÉ AULA
Sobre a grandeza
de Deus
“Procurai a paz da cidade para onde vos
desterrei." Essa foi a recomendação de Deus ao povo de Judá por intermédio do
profeta Jeremias (Jr 29.7) e, em sua maior parte, foi seguida. Os judeus não
haviam declarado guerra contra os gentios, mas sim os gentios contra os judeus!
O "dia D"
chegou para os judeus, o dia determinado pelo decreto de Hamã para o extermínio
do povo escolhido de Deus no império. Porém, o decreto de Mardoqueu havia
transformado aquele dia de destruição num dia de livramento. Os judeus tinham
permissão de resistir ao inimigo e haviam tido nove meses para se preparar para
o confronto. O povo do império que odiava os judeus esperava uma vitória, mas "sucedeu
o contrário, pois os judeus é que se assenhorearam dos que os odiavam"
(Et 9.1).
Os homens judeus
estavam organizados e armados, prontos para qualquer inimigo que os atacasse e a
suas famílias e tentasse tomar seus bens. Porém, o Senhor lhes havia dado uma
arma ainda mais poderosa que suas espadas, pois "o temor dos judeus
tinha caído sobre eles" (Et 8.17; 9.2). Foi um temor enviado e colocado
por Deus no coração dos gentios para evitar que lutassem com seu povo.
Isso nos lembra da
experiência de Jacó, quando viajou de Siquém para Betel.
"E, tendo eles
partido, o terror de Deus invadiu as cidades que lhes eram circunvizinhas, e
não perseguiram aos filhos de Jacó." (Gn 35.5).
Foi esse mesmo medo
que precedeu Israel ao entrar na Terra Prometida.
"Hoje,
começarei a meter o terror e o medo de ti aos povos que estão debaixo de todo o
céu; os que ouvirem a tua fama tremerão diante de ti e se angustiarão." (Dt 2.25). Raabe
disse aos dois espias israelitas que o temor de Israel havia paralisado as
nações em Canaã (Js 2.8-11; 5.1; 9.24), e foi esse medo que ajudou Israel a
alcançar a vitória. Um dos problemas de nosso mundo de hoje é que "não
há temor de Deus diante de seus olhos." (Rm 3.18). Assim como o Faraó,
as pessoas perguntam: "Quem é o Senhor para que lhe ouça eu a
voz?" (Êx 5.2). Mas será que essas pessoas veem no povo de Deus algo
que as leve a ter o desejo de temer ao Senhor? O povo de Deus demonstra uma
devoção tal que, alguém de fora presente em nossos encontros, "prostrando-se
com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no
meio de vós." (1Co 14.25)?
O temor de Deus
protege os que temem ao Senhor e creem em suas promessas. Os judeus creram no
édito de Mardoqueu e, por isso, se encheram de coragem e não temeram o inimigo;
sua coragem inspirou temor no coração do inimigo (Fp 1.28). Antes de o rei
Josafá sair para a batalha, Deus lhe enviou a seguinte mensagem: "Crede
no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e
prosperareis." (2Cr 20.20). Essas palavras continuam sendo um conselho
sábio a ser seguido.
No entanto, outro
aspecto desse medo ajudou os judeus a serem vitoriosos: o temor que o povo
mostrou ter de Mardoqueu (Et 9.3). O respeito dos príncipes, sátrapas e
oficiais do rei de todo o império por Mardoqueu era tanto que até ajudaram os
judeus a se defender dos persas. Deus havia dado a Mardoqueu seu cargo elevado
e sua excelente reputação, e Mardoqueu usou sua autoridade para fazer a vontade
de Deus.
Os cristãos de hoje
que vivem numa sociedade democrática pluralista não podem assumir um cargo
político a fim de promover a própria fé religiosa e destruir aqueles que
discordam deles. Mardoqueu foi primeiro-ministro de um governo em que sua palavra
era lei. Os cristãos de hoje, porém, podem viver sua fé de tal modo que o poder
de Deus seja visto em sua vida e que o inimigo pense duas vezes antes de
atacar.
No entanto, em vez
de o mundo perverso temer a Igreja, é a Igreja que tem medo do mundo, imitando-o
em tantos aspectos que é difícil fazer distinção entre os dois.
A Igreja de hoje não
é mais "formosa como a lua, pura como o sol, formidável como um
exército com bandeiras." (Ct 6.10). Antes, o povo de Deus é "miserável,
pobre, cego e nu." (Ap 3.17) - a descrição de um prisioneiro de
guerra. Em vez de conquistadores, somos prisioneiros! Não é de se admirar que o
mundo não tenha temor algum do Senhor. "Porque, embora andando na
carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são
carnais." (2Co 10:3, 4).
Sempre que a Igreja
tentou usar as armas deste mundo para lutar suas batalhas, as consequências
foram vergonhosas, para não dizer desastrosas. Mas, ao vestir toda a armadura
de Deus (Ef 6.1) e depender da oração e da Palavra de Deus (At 6.4), o soldado
cristão pode marchar avante com coragem e fé.
Os persas que
atacaram os judeus estavam, na verdade, cooperando com Hamã, o amalequita, o
que fazia deles inimigos de Deus (Et 9.5). Ao matar aqueles que os atacaram, os
judeus estavam apenas destruindo o inimigo, coisa que o rei Saul havia se
recusado a fazer (1Sm 15).
Em Ester 9.5-15,
vemos o relato de Susã, enquanto os versículos 16 e 17 apresentam mais
informações sobre o que ocorreu em outras partes do império. Durante dois dias
de conflito, os judeus mataram 800 dos seus inimigos só em Susã (Et 6, 15). É
impressionante que tantos persas tenham se atrevido a atacar os judeus bem na
cidade do rei, onde Ester e Mordecai viviam. Talvez fossem partidários leais de
Hamã que haviam dependido dele para seu sustento. Estavam irados, pois seu
herói havia sido derrubado e não tinham mais acesso a sua riqueza.
Uma vez que os
judeus não partiram para a ofensiva contra os persas, isso significa que os dez
filhos de Hamã haviam se armado e atacado os judeus. Como resultado, os dez
foram mortos. Os corpos dos filhos de Hamã foram pendurados na forca que o pai
deles havia construído, servindo assim de aviso para o inimigo (no texto das
Escrituras hebraicas, os dez nomes são dispostos na página de modo a formar uma
forca. Na festa de Purim, o leitor da sinagoga pronuncia os dez nomes sem
pausas para respirar, pois os filhos de Hamã morreram todos juntos). Aqueles
dez corpos na forca de Hamã, sem dúvida, evitariam que outros persas atacassem
os judeus e, com isso, salvariam vidas.
Alguns comentaristas
consideram o pedido de Ester nos versículos 12 e 13 como sinal de uma atitude
vingativa da parte da rainha, mas não é o caso. A maior parte dos partidários
de Hamã encontrava-se na capital, onde o povo havia se curvado diante dele e se
beneficiado de seus favores. Uma vez que seria fácil tais pessoas se reunirem e
planejarem sua estratégia, Ester desejava certificar-se de que nenhuma delas
sobreviveria para causar mais problemas. Talvez tivesse recebido alguma
informação confidencial de que esses simpatizantes de Hamã tinham planos de
atacar no dia seguinte, levando-a, portanto, a pedir permissão a Assuero para
estender o direito dos judeus de se defenderem. Os judeus em outras partes do
império mataram 75 mil pessoas em um dia, o que mostra quanta gente odiava os
judeus e desejava destruí-los. Com isso, tem-se uma média de 600 pessoas por
província. Uma vez que os judeus constituíam uma minoria muito pequena no
império, sua vitória foi, sem dúvida, um tributo a sua fé e coragem.
O texto afirma três
vezes que os judeus não tomaram quaisquer espólios para si (Et 9.10, 15-16).
Foi ao tomar os espólios do inimigo que o rei Saul perdeu o reino (1Sm 15.12-23),
e os judeus não repetiram esse erro. Não estavam atrás de riqueza. Desejavam
apenas se proteger e vindicar seu direito de viver em segurança no império. É
importante lembrar, também, que os judeus só mataram aqueles que os atacaram
primeiro, de modo que não foram os agressores.
É triste quando uma
nação (ou uma igreja) se esquece de seus heróis e dos acontecimentos
providenciais que a mantiveram com vida. Como é fácil para uma nova geração
crescer e deixar de dar o devido valor aos benefícios que as gerações passadas
lutaram e se sacrificaram para obter! Os judeus não cometeram esse erro. Antes,
estabeleceram a Festa de Purim para lembrar a seus filhos, ano após ano, que
Deus havia salvado Israel da destruição.
Apesar de Purim não
ser uma festa cristã, sem dúvida os cristãos devem se alegrar com seus amigos
judeus, pois todas as bênçãos espirituais que recebemos vieram por intermédio
do povo de Israel. Esse povo deu ao mundo o conhecimento do verdadeiro Deus
vivo, as Escrituras e o Salvador. Os primeiros cristãos foram judeus que creram
em Cristo, como também o foram os primeiros missionários. Jesus foi um judeu
que morreu na Páscoa, uma festa judaica, e ressuscitou dos mortos em outro dia
santo dos judeus, a Festa das Primícias. O Espírito Santo desceu dos céus sobre
um grupo de cristãos judeus em Pentecostes, um dia santo judaico. "A
salvação vem dos judeus" (Jo 4.22). A Igreja não existiria sem os
judeus. Não há nada de errado na tradição que conserva o significado. A Igreja
está sempre a uma geração da extinção, e, se não passarmos adiante a nossos
filhos e netos o que Deus tem feito por nós e por nossos pais, a Igreja morrerá
de apatia e ignorância. "Vinde, filhos, e escutai-me; eu vos ensinarei
o temor do Senhor." (Sl 34.11). É quando a tradição se torna, aos
poucos, tradicionalismo que nos complicamos. Como disse o teólogo Jaroslav
Pelikan: "Tradição é a fé viva dos mortos; tradicionalismo é a fé morta
dos vivos".
Os judeus das
províncias terminaram suas lutas no décimo terceiro dia do mês de adar (março)
e passaram o dia seguinte comemorando. Porém, uma vez que os judeus de Susã
ainda estavam se defendendo no décimo quarto dia, só conseguiram celebrar no
décimo quinto dia. No começo, os judeus estavam unidos em sua vitória, mas
separados em sua comemoração. Isso dependeria do lugar onde viviam, na cidade
ou no campo. Mardoqueu, porém, publicou posteriormente uma carta que instruía
todos os judeus a comemorar tanto no décimo quarto quanto no décimo quinto dia
do mês (Et 9.20-22).
Hoje, os judeus
começam a celebração com um jejum no décimo terceiro dia do mês (Et 9.31),
lembrando a data na qual o decreto perverso de Hamã foi publicado (Et 3.12).
Vão à sinagoga e
ouvem a leitura pública do Livro de Ester. Sempre que o nome de Hamã é
mencionado, exclamam: "Que seja amaldiçoado!" ou: "Que seu nome
pereça!"
As crianças levam
consigo um chocalho especial de Purim, chamado "gregar", e o usam
para fazer barulho toda vez que ouvem o nome de Hamã na leitura.
Na manhã do décimo
quarto dia, os judeus voltam à sinagoga, onde a história de Ester é lida
novamente e a congregação participa de orações. A história de Moisés e os
amalequitas (Êx 17.8-16) também é lida. Então, os celebrantes vão para casa,
onde fazem uma refeição festiva com presentes e comidas especiais, sendo que as
comemorações se estendem até o dia seguinte.
Também enviam
presentes e alimentos aos pobres e necessitados para que todos possam se
regozijar juntos.
O nome
"Purim" é o plural do termo babilônio pur, que significa
"sorte". Tem origem no fato de Hamã ter lançado sortes para
determinar o dia em que os judeus deveriam ser destruídos (Et 9.24; 3.7).
Apesar de essa nova festa não ter recebido a sanção divina, os judeus
determinaram que seria comemorada de geração em geração (Et 9.26-28). Observe a
ênfase em ensinar às crianças o significado de Purim, para que a mensagem da
festa não se perdesse nas gerações futuras.
Existe um
patriotismo piedoso que vai além de simples nacionalismo e de orgulho cívico e
que dá glória a Deus pelo que tem feito. Ver a mão de Deus na história e
louvá-lo por sua bondade e misericórdia bem como pedir perdão a Deus por nossos
pecados é, talvez, uma das melhores formas de o patriota cristão comemorar um
feriado nacional. Porém, a comemoração deve ser seguida de dedicação. Nas palavras
do líder político norte-americano Adlai Stevenson: "O patriotismo não é
constituído de erupções breves e frenéticas de emoção, mas sim de dedicação
tranquila e contínua ao longo de toda a vida".
Não apenas o
primeiro-ministro Mardoqueu enviou uma carta com instruções para os judeus do
império, como também a rainha Ester enviou ao povo uma segunda carta em
conjunto com Mardoqueu (Et 9.29-32). Talvez alguns dos judeus das províncias
não desejassem mudar o dia original da comemoração (v. 19), tornando necessário
que tanto a rainha quanto o primeiro-ministro publicassem essa segunda carta de
modo a preservar a paz nacional. Muitas vezes, o povo de Deus derrota o inimigo
e, depois, comemora a vitória lutando entre si!
A segunda carta é
descrita como "palavras amigáveis e sinceras" (v. 30), o que indica
que havia uma divisão entre os judeus que precisava ser reparada. Ester e Mardoqueu
não apenas enviaram cartas, mas também providenciaram para que tudo fosse
escrito num livro (diário?) que Mardoqueu usava como registro pessoal (Et 9.20,
32). É possível que esse livro tenha sido incorporado aos registros oficiais do
império.
A história da
vitória dos judeus sobre seus inimigos foi comemorada numa festa anual,
registrada nas duas cartas oficiais, escrita num diário e, por fim, incluída
nas Escrituras do Antigo Testamento! Uma censura e tanto à nossa sociedade
moderna dos "descartáveis", que se esqueceu de sua história e, como
os atenienses da Antiguidade, passa o tempo discutindo "as últimas
novidades" (At 17.21). O filósofo George Santayana estava certo quando
disse: "Aqueles que não se lembram do passado estão condenados a
repeti-lo".
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus
Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 1º
Trimestre de 2021, ano 31 nº 118 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – Ester – A soberania do poder de Deus na preservação do Seu povo –
Bispo Abner Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes
Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão
– 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald
- editada com introduções de Art Farstad.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 –
Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 –
Tradução: Susana E. Klassen.
A paz do Senhor. Excelente exposição. Que o Senhor continue abençoando-vos.
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