Lição 05 – 01 de agosto de 2021 – Editora BETE
Fidelidade, um estilo de vida
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Sobre a fidelidade
ao Senhor
Com base nessa
dificuldade, se faz necessário o exame do contexto em que tal termo aparece
para que seja possível definir qual a melhor tradução. A seguir, entenderemos
um pouco melhor esse conceito.
No Antigo Testamento
a palavra fidelidade pode ser uma tradução possível para o termo hebraico ‘emunah,
que significa “certeza” ou “fidelidade”, como por exemplo, conforme foi
utilizado pelo profeta Habacuque em seu livro (Hc 2.4).
No Novo Testamento a
palavra fidelidade traduz o termo grego pistis, “fidelidade”, “lealdade”
ou “confiabilidade”, em Tito 2.10. Essa palavra grega é amplamente utilizada
pelos escritores neotestamentários, e na maioria das vezes é traduzida
corretamente como “fé”, e o adjetivo pistos geralmente é traduzido como
“fiel”.
Na Epístola aos
Gálatas, o apóstolo Paulo utilizou esse mesmo termo grego para se referir a uma
das virtudes do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22).
Nesse caso, a
palavra “fidelidade”, ao invés de “fé”, é a melhor tradução para o termo grego,
principalmente pela forma com que é apresentada em conexão com as palavras “benignidade”
e “bondade”.
Também vale
ressaltar que o contexto da epístola demonstra a queixa do apóstolo pela falta
de fidelidade que alguns dos gálatas tinham demonstrado (cf. Gl 4.16).
Então, como um
aspecto do fruto do Espírito, a palavra fidelidade se refere, principalmente, a
fidelidade a Deus e ao Evangelho, e, consequentemente, a lealdade de uns para
com os outros.
Alguns intérpretes
também defendem a possibilidade de que em Lucas 18.8, 1 Timóteo 6.11 e 2
Timóteo 2.22 o termo grego também deva ser traduzido como “fidelidade”, já que
essa tradução parece se harmonizar melhor ao contexto de tais passagens.
Embora a palavra
“fidelidade” não apareça explicitamente como uma tradução frequente dos termos
originais bíblicos, a ideia da fidelidade que deve ser característica da
conduta cristã pode ser encontrada por toda a Escritura.
Devemos ser fiéis a
Cristo e ao seu Evangelho, bem como demonstrarmos lealdade e confiabilidade no
trato com o próximo.
A palavra fidelidade
também é empregada em relação a Deus, como por exemplo, em Romanos 3.3. Nessa
passagem, Paulo escreveu sobre a “fidelidade de Deus” que não pode ser anulada
pela infidelidade humana, expressando assim a própria justiça de Deus, ou seja,
a fidelidade de Deus é um conforto para os fiéis ao mesmo tempo em que é ruína
para os infiéis, porque assim como Deus é fiel a suas promessas, Ele também é
fiel aos seus avisos de juízo.
Dessa forma, podemos
entender que a fidelidade é um dos atributos morais de Deus, de modo que tudo
que provém dele é verdadeiro e infalivelmente confiável (Hb 10.23).
A fidelidade como
uma qualidade de Deus está também ligada a outro de seus atributos: a
imutabilidade. Deus é imutável, ou seja, Ele é sempre o mesmo (Ml 3.6; Hb 13.8).
Conforme Tiago escreveu, em Deus “não pode existir variação, ou sombra de
mudança” (Tg 1.17).
Deus não muda seu
ser, seus propósitos eternos, sua palavra e suas promessas (Nm 23.19; Sl 102.26-27).
No Antigo Testamento, por exemplo, encontramos passagens onde Deus é chamado de
“Rocha”, uma expressão metafórica para se referir ao caráter inabalável de Deus
(Dt 32.4,15,18).
Como Deus é
imutável, sua fidelidade nos encoraja e nos conforta, de modo que sempre
podemos confiar que suas promessas nunca falharão, e que sua aliança é
inviolável (Dt 7.9; Ml 3.16; 2Tm 2.13).
A imutabilidade de
Deus é um de seus atributos incomunicáveis, ou seja, um atributo que Ele não
compartilha ou transmite a ninguém, mas a fidelidade como uma qualidade do
caráter divino pode ser refletida na conduta daqueles que são guiados pelo
Espírito, não por seus próprios méritos, mas porque o Espírito Santo produz
neles a virtude da fidelidade (Gl 5.22).
Como resultado
disso, esses homens de fé possuem conduta exemplar, são confiáveis, defendem o
que é correto e justo, e demonstram uma lealdade tal para com a causa do reino
de Deus que, se necessário, enfrentam até mesmo o martírio (Ap 2.10).
Essas pessoas
compreendem que o fortalecimento que precisam para perseverarem e vencerem as
mais duras aflições dessa vida está fundamentado na fidelidade do Senhor, que é
fiel para perdoar os pecados e purificar da injustiça (cf. 1Co 10.13; 1Ts 5.24;
1Jo 1.9; 1Pe 4.19).
Quando Deus lhe traz
problemas e dificuldades, nem sempre é porque você fez algo errado ou por causa
das circunstâncias normais envolvidas em se viver num mundo perdido que está
amaldiçoado pelo pecado.
Em Daniel 3,
encontramos três jovens judeus que haviam sido levados cativos para a distante
Babilônia, onde suportaram uma tribulação que permitiu a Deus revelar-Se ao
reino gentio mais poderoso da terra.
No segundo ano do cativeiro de
Daniel (603 a.C), o rei Nabucodonosor teve um sonho, sonho este interpretado
por Daniel. O rei sonhou com uma estátua e ele representava a cabeça de ouro da
estátua - o Império Babilônico.
Anos após ele mandou
erigir uma estátua de aproximadamente 30 metros revestida de ouro e determinar
que todos os homens do reino se prostrassem diante dela e a adorassem. Três homens não fizeram isso: os amigos de
Daniel, Ananias, Misael e Azarias. Seus nomes babilônicos eram Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego. Então os caldeus
trouxeram esses homens sob acusações à presença do rei.
Nabucodonosor
perguntou-lhes: "É verdade ... que vós não servis aos meus deuses, nem
adorais a imagem de ouro que levantei?" (Dn 3.14).
“Se não a adorardes,
sereis no mesmo instante, lançados na fornalha de fogo ardente. E quem é o Deus
que vos poderá livrar das minhas mãos?" (Dn 3.15).
Servir a Deus não é
algo que vem com a garantia de que sobreviveremos a todas as adversidades e
sairemos ilesos.
Os três amigos foram
amarrados e jogados na fornalha ardente (o rei ordenou que se acendesse a
fornalha sete vezes mais do que se costumava, conforme Dn 3.19). Todavia, Deus
lhes deu libertação.
Atônito,
Nabucodonosor perguntou: "Não lançamos nós três homens atados dentro do
fogo?". Responderam ao rei: É verdade, oh rei. Tornou ele e
disse: eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do
fogo, sem nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos
deuses" (Dn 3.24-25).
E eles saíram do
meio do fogo sem sequer terem sido chamuscados. O fogo não teve efeito nenhum
sobre eles. Os cabelos deles não estavam queimados, suas roupas não estavam
danificadas, e o cheiro do fogo não se apegou a eles. Deus havia escolhido
protegê-los por intermédio de um anjo do Senhor.
O Mundo foi forçado
a levar Deus em consideração por causa de três jovens judeus que resolveram
adorar apenas a Ele.
Assim como hoje,
esses três heróis da fé não pestanejaram quando confrontados com o sistema do
mundo que quer que adoremos aos seus deuses, que nos adaptemos a seus modos
impuros e corrompidos de viver. Como na época de Daniel e seus três amigos, o
sistema mundano, a nova Babilônia, que de nova nada tem, hoje ainda quer nos
impor seu modo de vida, seus costumes, seus deuses, suas depravações e tudo que
nos possa afastar de nosso Deus Todo-Poderoso.
Estamos cativos, mas
desta vez, não circunscritos a uma cidade ou reino, como Babilônia, mas cativos
no mundo, a grande Babilônia, onde, conforme Daniel descreve, a ciência se
multiplica velozmente e as pessoas correm de um lado para outro, sem destino
certo, sem objetivo nenhum, entregues às suas próprias concupiscências.
É hora de sermos,
mais do que nunca, luz e sal para este mundo, o tempo se aproxima em que o
Senhor Jesus chamará os Seus, nós que somos Igreja aqui na terra. Antes disso,
porém, precisamos, como descrito na lição passada, deixar nossos frutos amadurecidos,
para que mais almas sejam salvas, para que o Evangelho do Senhor Jesus alcance
mais pessoas antes que as profecias finais da Palavra de Deus se cumpram.
Que possamos forçar
o mundo a levar Deus em consideração, a conhecer o poder e a graça imanentes de
Cristo Jesus, assim como esses três jovens judeus fizeram.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus
Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º
Trimestre de 2021, ano 31 nº 120 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – Triunfando sobre as batalhas e adversidades da vida – Aplicando
os princípios bíblicos para prevalecer nas aflições do tempo presente – Bispo
Samuel Cássio Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes
Fernandes.
Editora Vida – 2014
– Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central Gospel
– 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland
Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional
– Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão
– 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald
- editada com introduções de Art Farstad.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 –
Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 –
Tradução: Susana E. Klassen.
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