Lição 10 – 05 de setembro de 2021 – Editora BETEL
As adversidades não impedem o crescimento do cristão
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Sobre as adversidades
do cristão
A primeira e a segunda epístolas aos Tessalonicenses são duas das mais
antigas escritas por Paulo (é possível que a Epístola aos Gálatas tenha sido
escrita primeiro). Essas duas cartas eram dirigidas a pessoas reais, que
vivenciavam problemas reais, em um meio nada favorável à fé cristã.
É possível identificar-se facilmente com os tessalonicenses, pois hoje se
enfrentam vários problemas parecidos. Uma vez que se entende o contexto, o
motivo e a bênção dessas duas cartas, vemos como são atuais e práticas.
A cidade de Tessalônica ainda existe, mas é chamada hoje de Tessalonique
(conhecida antigamente como Salônica). Cidade comercial e industrial da Grécia,
sua população é a segunda maior do país depois de Atenas. Durante a Primeira
Guerra Mundial foi uma importante base aliada. Na Segunda Guerra, foi dominada
pelo exército alemão, e os cerca de 60 mil habitantes judeus foram deportados e
exterminados.
É uma cidade antiga, que recebeu, inicialmente, o nome de Terma por causa
das várias fontes termais em suas cercanias. Em 315 a.C, seu nome foi mudado
para Tessalônica em homenagem à meia-irmã de Alexandre, o Grande. Quando Roma
conquistou a Macedônia, em 168 a.C., a cidade foi transformada em capital da
província. No tempo de Paulo, havia cerca de 200 mil habitantes no local, a
maioria gregos, além de alguns romanos e de uma forte minoria de judeus. Hoje,
com cerca de 300 mil habitantes, é uma das poucas cidades que restaram da era
apostólica do Novo Testamento.
O doutor Lucas explica como Paulo chegou a Tessalônica e como a igreja
foi fundada (At 17.1-15). Paulo foi à Macedônia em resposta ao
"chamado" de um homem macedônio que lhe pediu: "Passa à
Macedônia e ajuda-nos" (At 16.9). Paulo, Silas, Lucas e Timóteo
passaram primeiro por Filipos, onde levaram Lídia e sua família a Cristo e
fundaram uma igreja. Paulo e Silas foram detidos pelas autoridades sob
acusações falsas, açoitados e presos. Mas Deus os libertou, e puderam dar
testemunho ao carcereiro e levar sua família a Cristo.
Depois de encorajar os recém-convertidos, Paulo e seus amigos partiram de
Filipos (é possível que Lucas tenha ficado lá mais algum tempo) e percorreram
os cerca de 160 quilômetros até a importante cidade de Tessalônica. O fato de
passarem por Anfípolis e Apolônia (At 17.1) sem ministrar nessas cidades não
significa que não se preocupavam com as pessoas desses locais, mas sim que
seguiam a política de Paulo de ministrar nos grandes centros urbanos e, depois,
enviar cristãos desses locais para as cidades menores ao redor.
Paulo havia sido comissionado para levar o evangelho aos gentios (At 9.15;
Ef 3.1-12), mas sempre começava o ministério no meio dos judeus. Na sinagoga
local, reuniam-se pessoas que conheciam e reverenciavam a Lei do Antigo
Testamento, e os ouvintes mostravam-se interessados pela pregação de Paulo,
pelo menos antes das perseguições se iniciarem. Além disso, havia sempre muitos
gentios "tementes a Deus" na sinagoga, e, por meio deles, Paulo podia
passar a testemunhar aos gentios pagãos. Ao acrescentar a esses fatos a
responsabilidade que Paulo sentia pelos judeus (Rm 9.1-3; 10.1), bem como o
princípio histórico de levar o evangelho "primeiro [ao] judeu"
(Rm 1.16), entendemos por que Paulo e seus colaboradores começavam seu trabalho
na sinagoga.
É interessante estudar as palavras que Lucas usa para descrever o
ministério público de Paulo na sinagoga (At 17.2-3). "Arrazoar"
significa "discorrer usando perguntas e respostas". Talvez um
sinônimo apropriado seja "dialogar". "Expor" quer dizer,
simplesmente, "explicar". O apóstolo lia uma passagem das Escrituras
do Antigo Testamento e explicava seu significado com referência a Jesus Cristo
e ao evangelho. "Demonstrar" significa, literalmente, "colocar
ao lado". Paulo lhes apresentava as Escrituras de maneira ordenada,
mostrando-lhes como se harmonizavam. E o verbo "anunciar" também pode
ser traduzido por "pregar". O apóstolo não apenas ensinava as
Escrituras, mas também proclamava a Cristo e instava seus ouvintes a aceitarem
o Salvador pela fé.
É possível aprender muita coisa com a abordagem de Paulo ao evangelismo.
Ele usava a Palavra de Deus e anunciava o Filho de Deus. Partia daquilo que as
pessoas conheciam e as conduzia à verdade do Evangelho (quando pregava aos
gentios, começava com o Deus da criação, uma vez que não tinham conhecimento
algum das Escrituras do Antigo Testamento; ver At 14.8-18; 17:16 a seguir).
O apóstolo ministrou na sinagoga durante três sábados, e o Senhor operou
em poder. Muitos creram em Jesus Cristo e foram salvos, inclusive algumas
mulheres da alta sociedade. Os judeus incrédulos, porém, começaram a se opor a
seu trabalho, de modo que Paulo e seus colaboradores tiveram de deixar a
cidade. Deslocaram-se cerca de 64 quilômetros até Beréia, onde puderam
ministrar com grande eficácia; mas os judeus de Tessalônica os seguiram e
causaram problemas. Então, Paulo partiu para Atenas e, de lá, para Corinto.
Quanto tempo o apóstolo ministrou em Tessalônica? As palavras "por
três sábados" (At 17.2) indicam apenas três semanas ou significam que
ele ministrou esse tempo na sinagoga e, depois, continuou seu trabalho em algum
outro lugar? Sabemos que Paulo ficou na cidade tempo suficiente para receber
duas "ofertas para missões" da igreja de Filipos (Fp 4.16).
Além disso, o apóstolo trabalhou fazendo tendas para se sustentar (1Ts 2.9; 2Ts
3.6-15).
Se Paulo passou apenas três semanas em Tessalônica, com certeza ensinou
aos recém-convertidos os fundamentos da doutrina bíblica. Ao estudar essas duas
cartas, vê-se que quase todas as principais doutrinas da fé cristã são
mencionadas.
Apesar de o ministério de Paulo em Tessalônica não ter sido longo, foi
sólido o suficiente para deixar uma igreja em franco desenvolvimento. Ao partir
para Atenas, Paulo pediu a Timóteo e Silas que permanecessem na cidade ajudando
a nova igreja e que se encontrassem com ele depois. Quando os três voltaram a
se reunir, Paulo enviou Timóteo de volta a Tessalônica para encorajar os
cristãos e para assegurá-los de seu amor e interesse por eles (o apóstolo
tentou voltar em outras duas ocasiões, mas foi impedido de fazê-lo; ver 1Ts 2.17-18).
Quando Timóteo se encontrou com Paulo em Corinto e lhe deu seu relatório sobre
a igreja de Tessalônica, Paulo escreveu a Primeira Epístola aos
Tessalonicenses. A Segunda Epístola aos Tessalonicenses foi escrita pouco tempo
depois.
Por que Paulo escreveu estas duas cartas? Em primeiro lugar, queria
assegurar os tessalonicenses de seu amor e interesse por eles. Afinal, havia
deixado a cidade às pressas durante a noite e não desejava que imaginassem que
os havia abandonado. Além disso, os inimigos de Paulo estavam atacando seu
caráter e dizendo aos recém-convertidos que seu líder era, na verdade, um
charlatão que pregava a religião só para ganhar dinheiro (1Ts 2). Havia, por
toda a Grécia, uma porção de impostores itinerantes que faziam exatamente isso,
e alguns estavam espalhando o boato de que Paulo era um deles. Nesta carta,
Paulo assevera seu amor pelos leitores e sua honestidade ao lhes ministrar.
Ao escrever esta carta, o apóstolo visava outro propósito: desejava
alicerçá-los na fé cristã, especialmente com respeito à volta de Cristo. Ao que
parece, a igreja sofria perseguições terríveis, e períodos como esse costumam
ser propícios para a tentação de fazer concessões indevidas e de desanimar. Ao
lembrar os cristãos da igreja das verdades da fé cristã e daquilo que Deus
havia feito por eles em Cristo, Paulo estimulou-os a manter-se firmes e a dar
continuidade a seu forte testemunho.
Também os estimulou a viver em santidade. É importante lembrar que,
nessas cidades antigas, não faltavam tentações à imoralidade, e a maioria das
pessoas não condenava os pecados sexuais. Esta carta enfatiza a pureza de vida,
conceito que também precisa ser ressaltado nas igrejas de hoje.
Desde o início desta igreja, Paulo a contemplou com alegria e gratidão,
como cristãos dignos deste nome. São exemplares em diversas áreas de sua vida.
O Evangelho chegou até eles pelo ministério de Paulo e de seus colaboradores.
Muitos pregadores e filósofos itinerantes daquela época só estavam interessados
em ganhar dinheiro à custa de pessoas ignorantes. Mas o Espírito Santo usou a
Palavra com grande poder, e os tessalonicenses responderam recebendo tanto a
mensagem quanto os mensageiros. Apesar das perseguições em Filipos, Paulo e
Silas tiveram "ousada confiança em nosso Deus, para [...] anunciar o
evangelho" (1Ts 2.2); e o povo creu e foi salvo. Em momento algum
perderam o anseio pela Palavra de Deus (1Ts 2.13).
A igreja de Tessalônica mostrou-se exemplar em todos os sentidos. Seu
segredo era sua fé, esperança e amor, os três elementos espirituais que motivam
a vida cristã.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus
Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º
Trimestre de 2021, ano 31 nº 120 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – Triunfando sobre as batalhas e adversidades da vida – Aplicando
os princípios bíblicos para prevalecer nas aflições do tempo presente – Bispo
Samuel Cássio Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes
Fernandes.
Editora Vida – 2014
– Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central Gospel
– 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland
Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional
– Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira
Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão
– 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald
- editada com introduções de Art Farstad.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 –
Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 –
Tradução: Susana E. Klassen.
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