Lição 01 – 03 de outubro de 2021 – Editora BETEL
O maravilhoso propósito da salvação
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Sobre a carta aos
Efésios
A Carta aos Efésios já tem sido apresentada por vários teólogos e
estudiosos do Novo Testamento como sendo a rainha das epístolas paulinas, tanto
por sua beleza expressa quanto pela sublimidade espiritual na qual coloca o
crente que a lê. Não havia uma circunstância específica nem qualquer
controvérsia que provocasse a necessidade dessa carta. Ela é abrangente e com
sentido universal, porque se tem a impressão de que Paulo a escreveu para todas
as igrejas locais que resultaram de seu trabalho missionário. Como disse certo
escritor, "ela tem uma qualidade quase meditativa".
Éfeso era uma próspera cidade, perto de porto marítimo na Ásia Menor. Era
uma colônia romana na costa ocidental e constituía-se rota obrigatória de
caravanas para o Oriente. De Éfeso, partiam estradas que davam acesso às
grandes cidades pertencentes àquela província. A cidade estava situada a quatro
quilômetros de distância do mar Egeu, junto ao rio Caister, naquele tempo
navegável e com saída para o mar.
Devido à sua posição geográfica, Éfeso era ponto estratégico, no sentido
religioso e territorial. Religiosamente, era uma cidade paga, e destacava-se
nela a imagem do templo de Artêmis, deusa também conhecida como "a grande
Diana dos efésios". A vida cotidiana do povo era grandemente influenciada
pela adoração desse ídolo. A indústria e o comércio, e mesmo o lazer popular,
encontravam em Artêmis sua grande inspiração.
Geograficamente, Éfeso tornou-se ponto estratégico também para o trabalho
missionário de Paulo na Ásia. Hoje, restam apenas ruínas daquela que chegou a
ser uma grande metrópole e capital de província. Ruínas que ficaram como
mostruário, por exemplo, da Via Arcadiana, toda pavimentada de mármore e com
quinhentos metros de extensão; do teatro romano para 25 mil lugares; de um
estádio para jogos; e do templo de Artêmis, entre outros.
Não há uma data específica, mas provável para o período em que foi
escrita a carta. Talvez tenha sido entre 61 e 63 d.C., quando o apóstolo estava
preso em Roma; por isso, a carta é considerada uma das "cartas da
prisão". No ano 64, ocorreu o incêndio de Roma, e, provavelmente, na
primavera de 63, Paulo foi liberto da prisão.
A quem escreveu Paulo essa carta? Foi realmente aos efésios? Ou teria
sido à igreja de Laodicéia, ou quem sabe à de Colossos?
Essa questão tem sido levantada através dos séculos pelos críticos.
Entretanto, os exegetas modernos têm apresentado vários problemas quanto à
destinação da epístola, com base num trecho do primeiro versículo (Ef 1.1) que
diz: "aos que estão em Éfeso" (grifo nosso). O ponto central é
que a expressão "em Éfeso" não se encontra na maioria dos manuscritos
mais antigos, ou seja, Paulo parece ter omitido a localização geográfica de
seus destinatários. Outra dificuldade apontada pelos críticos modernos são dois
textos dentro da epístola que dão a ideia de que Paulo tivesse tido pouca
familiaridade com os efésios. O tom distante com que ele fala sobre ter
"ouvido" acerca da fé de seus leitores (1.15), e sobre o terem eles
"ouvido" falar de seu ministério (3.2), dá a impressão de ter escrito
para outra igreja.
Seria Laodicéia que a recebeu? Essa igreja tem sido apontada por
estudiosos como possível destinatária da carta, uma vez que certa tradição
antiga a identifica como tal.
Alguns eruditos sugerem que os copistas dos manuscritos originais
suprimiram Laodicéia por causa do que está escrito acerca dessa igreja em
Apocalipse 3.14-22, e ainda que outros copistas teriam colocado Éfeso no lugar
por causa da relação íntima que Paulo tinha com esta igreja. Entretanto, não é
provável que tenha havido qualquer alteração; a maior probabilidade seria a de
que a carta tinha um cunho circular, isto é, fora redigida para ser lida em
várias igrejas locais da Ásia Menor próximas a Éfeso. Cremos que o problema em
torno do destinatário não afeta em nada o objetivo teológico e doutrinário da carta.
Assim que iniciamos a leitura da epístola aos Efésios, descobrimos que
ela começa da mesma maneira que as outras cartas do Novo Testamento
reconhecidas como paulinas: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de
Deus, aos santos...”. Mas ao continuarmos a ler defrontamos muitos aspectos
que a fazem sobressair por ser, neles, diferente de todas as outras.
Em primeiro lugar, além do fato de referir-se a Paulo como tendo o
privilégio de ser um ministro do Evangelho da graça de Cristo (3.2-12), de estar
aprisionado em consequência de seu ministério (3.1;4.1; 6.20), e de ter Tíquico
como o portador da carta (6.21), não há qualquer outra referência pessoal, nem
saudações, nem reminiscências, nem recados particulares, tal como em grande
número existem em outras cartas que sabemos serem de Paulo. Além do mais,
aparentemente, não há problemas específicos, sejam de ordem doutrinária, sejam
de ordem prática, que tivessem dado motivo a esta epístola pela necessidade de
serem tratados, fato que ocorre com todas as outras cartas paulinas, as quais
foram escritas para tratar de assuntos específicos e situações reais, conforme
podemos inferir das próprias epístolas.
Sob muitos aspectos, Efésios parece mais um sermão — e em algumas partes
mais uma oração ou uma vigorosa doxologia — do que uma carta escrita para
atender a alguma necessidade especial de determinada igreja ou de um grupo de
igrejas. Parece um sermão sobre o mais excelente e mais amplo de todos os temas
para o cristão — o eterno propósito de Deus, o qual Ele está cumprindo por meio
de Seu Filho Jesus Cristo e vem executando na Igreja e através dela. No
decorrer de toda a epístola, passa-se de um pensamento a outro, sem que haja
referência à situação dos leitores destinatários. Os capítulos 1 a 3 são constituídos
principalmente da elaboração doutrinária do grande tema, e os capítulos 4 a 6
ensinam quais deveriam ser as consequências práticas para a vida e as relações
humanas, desse propósito divino. Não há, entretanto, qualquer divisão definida
entre doutrina e ética, ao contrário, há um entrelaçamento estreito e profundo
entre ambas.
Às vezes tem sido mencionado o fato de haver, nesta epístola, aspectos
doutrinários que não são encontrados em nenhuma outra carta paulina. Quanto à
questão da autoria, será tratada mais adiante, de maneira mais completa. Mas,
sem nos precipitarmos no exame do assunto, diríamos de antemão que temos aqui
todas as grandes doutrinas da fé cristã que encontramos também nas outras
cartas paulinas. Todavia, enquanto que naquelas cartas essas doutrinas são
tratadas na medida em que ajudam a solucionar os problemas específicos com que
o apóstolo se defronta na vida das igrejas às quais ele escreve, aqui elas são
desenvolvidas de modo a servirem de subsídio para expor o grande tema de toda a
epístola: o propósito de Deus em Cristo para Sua Igreja.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus
Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º
Trimestre de 2021, ano 31 nº 120 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – Triunfando sobre as batalhas e adversidades da vida – Aplicando
os princípios bíblicos para prevalecer nas aflições do tempo presente – Bispo
Samuel Cássio Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes
Fernandes.
Editora Vida – 2014
– Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central Gospel
– 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland
Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional
– Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira
Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão
– 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald
- editada com introduções de Art Farstad.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 –
Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 –
Tradução: Susana E. Klassen.
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