Lição 01 – 02 de janeiro de 2022 – Editora BETEL
A chamada do profeta Ezequiel
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Sobre a chamada
do profeta Ezequiel
Assim como Jeremias (1.2), Zacarias (1.1) e João Batista (Lc 1.5),
Ezequiel ("Deus fortalece") foi chamado por Deus do sacerdócio
para servir como profeta. Como porta-voz de Deus para os exilados judeus na terra
da Babilônia, ele os repreenderia por seus pecados e exporia a idolatria deles,
mas também lhes revelaria a glória futura que o Senhor havia lhes preparado.
Ezequiel tinha trinta anos quando foi chamado (Ez 1.1), a idade em que um
sacerdote normalmente começava o ministério (Nm 4.1-3, 23).
Teria sido muito mais fácil para Ezequiel ter permanecido no sacerdócio,
pois os sacerdotes eram tidos em alta consideração pelos judeus, e um sacerdote
podia ler a lei e aprender tudo o que precisava saber para realizar seu
trabalho. Os profetas normalmente eram desprezados e perseguidos. Recebiam suas
mensagens e ordens do Senhor de acordo com o que a ocasião exigia e nunca sabiam,
ao certo, o que aconteceria depois. Era arriscado ser profeta. A maioria das
pessoas não gosta de ouvir sobre seus pecados, preferindo escutar mensagens de
ânimo e não de declarações de juízo.
Jeremias estava ministrando em Jerusalém havia quatro anos quando
Ezequiel nasceu, em 622 a.C., mas enquanto crescia, certamente prestou atenção
ao que Jeremias pregava. É bem provável que Ezequiel e Daniel se conhecessem
antes do cativeiro, apesar de não haver qualquer evidência de que tenham se
encontrado na Babilônia. O ministério profético de Ezequiel foi essencial na
Babilônia, pois não faltavam falsos profetas dando ao povo judeu esperanças
infundadas de uma pronta libertação (normalmente pelo Egito) e de uma volta
triunfal a sua terra (Jr 5.30, 31; 27.1-11; 28.1-1 7). É possível que a visita
do rei Zedequias à Babilônia (Jr 51.59-61) e a chegada da carta de Jeremias para
os exilados (Jr 29) sejam dois acontecimentos que ocorreram no ano em que
Ezequiel recebeu seu chamado. A carta de Jeremias dizia aos judeus que ficariam
setenta anos na Babilônia e que, portanto, deviam assentar-se lá, criar suas
famílias e orar por seus captores. Contudo, Jeremias também anunciou que, a seu
tempo, a Babilônia cairia, uma mensagem que os cativos estavam mais do que ansiosos
para ouvir.
A tarefa mais difícil de um profeta é mudar a mentalidade do povo. Isso
significa arrancar as ervas daninhas da falsa teologia e plantar a boa semente
da Palavra de Deus. Também significa derrubar as estruturas ideológicas frágeis
construídas pelos falsos profetas e edificar construções duradouras sobre os
sólidos fundamentos da verdade (Ez 1.10; 2Co 10.3-6). A fim de prepará-lo para
esse difícil ministério, o Senhor levou Ezequiel a participar de três
experiências profundas.
1. Contemplar a glória do Senhor (Ez
1).
O reino de Judá havia sofrido grandemente nas mãos dos conquistadores
babilônios, e muitos judeus se perguntavam se Jeová ainda era o Deus de Abraão,
Isaque e Jacó (ver Sl 74). Os judeus não eram o povo escolhido de Deus? Jeová
não havia derrotado seus inimigos e lhes dado a terra prometida? Jerusalém não
era sua cidade santa, e Ele não habitava em seu santo templo? No entanto, o
povo escolhido encontrava-se exilado numa terra pagã, sua terra prometida havia
sido devastada, Jerusalém estava nas mãos do inimigo e o templo havia sido
saqueado de seus preciosos tesouros. Eram tempos sombrios para os judeus, e a
primeira coisa que Ezequiel precisava compreender era que, por mais
desalentadoras que fossem as circunstâncias, Deus ainda estava no trono cumprindo
seus propósitos divinos no mundo. A visão de Ezequiel é cheia de mistérios inexplicáveis,
mas uma mensagem é transmitida com clareza e poder: Jeová é o Senhor soberano de
Israel e de todas as nações da Terra.
2. Aceitar o dever do Senhor (Ez 2.1-3.3).
Em seguida, o profeta receberia sua comissão oficial como profeta do
Senhor, e Deus lhe disse que uma tarefa muito difícil se encontrava diante de
Ezequiel. Seja criar uma família, lecionar numa classe da Escola Dominical, pastorear
uma igreja ou evangelizar num país distante, temos de aceitar as pessoas como
são antes de conduzi-las àquilo que Deus quer que sejam.
3. Declarar a Palavra do Senhor (Ez
3.4-27).
O que o povo mais precisava era ouvir a Palavra do Senhor. Mesmo antes de
Judá cair, Jeremias os havia advertido a não dar atenção aos falsos profetas,
mas nem os líderes nem o povo obedeceram (Jr 5.30, 31; 6.14; 7.8; 8.10). Deus
havia falado em alto e bom tom por meio da derrota vergonhosa e do cativeiro de
Judá, mas os judeus continuavam apegando-se a palavras enganosas de falsos
profetas na Babilônia (Jr 29.15-32). O coração humano prefere ouvir mentiras
reconfortantes a ouvir verdades que convencem do pecado e que purificam.
Ezequiel proclamou a Palavra de Deus como mensageiro (Ez 3.4-9), sofredor (versículos
10-15), atalaia (versículos 16-21) e sinal (versículos 22-27). Deus deu a Ezequiel
quatro ordens importantes:
Põe-te em pé e ouve (2:1, 2).
Como resultado de ter contemplado a visão magnífica do Senhor, Ezequiel prostrou-se
com o rosto em terra, completamente sobrepujado pela glória do Deus e pela
maravilha de sua obra providencial no mundo. Quem além do Senhor poderia ter um
trono como uma carruagem e mover-se com a velocidade que desejasse? Quem além
do Senhor poderia deslocar-se no meio de um vento tempestuoso e flamejante para
cumprir seus propósitos magníficos?
Ezequiel é chamado de "filho do homem" 93 vezes em seu
livro, título que o Senhor também conferiu a Daniel (Dn 8.17). "Filho
do homem" também é um título messiânico (Ez 7.13) que o Senhor Jesus usou
para si mesmo pelo menos 80 vezes durante seu ministério aqui na Terra.
Contudo, no caso de Daniel e de Ezequiel, o título "filho do
homem" enfatizava o caráter humano e mortal. Ezequiel estava prostrado
com o rosto em terra quando Deus lhe falou, lembrando a seu servo e também a
nós as origens humildes do ser humano, o pó da terra (Gn 1.26; 3.19). "Pois
ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó" (Sl 103:14). Deus
se lembra, mas por vezes nós nos esquecemos.
Há um tempo de prostrar-se em terra em adoração e há um tempo de
levantar-se e de receber ordens (Js 7.6 a seguir). A ordem da Palavra e o poder
do Espírito capacitaram Ezequiel a se colocar em pé, e o Espírito entrou nele e
o fortaleceu. Em várias ocasiões, ele seria levantado pelo Espírito (Ez 2.2; 3.14;
8.3; 11.1, 24; 37.1; 43.5), e Este lhe daria poder especial para realizar suas tarefas
(Ez 3,24; 11.5). O importante era que Ezequiel se colocasse diante do Senhor em
obediência e que ouvisse sua Palavra.
Vai e fala (versículos 3 a 5).
Os profetas não eram especialistas em predizer o futuro, apesar de isso
ser parte de seu ministério. Antes de tudo, eram proclamadores que anunciavam a
Palavra de Deus ao povo. Às vezes, tinham uma mensagem de juízo normalmente
seguida de uma mensagem de esperança e de perdão. Os judeus precisavam ouvir a mensagem
de Ezequiel, pois eram rebeldes, arrogantes e de coração endurecido. Pelo menos
12 vezes neste livro, os judeus são descritos como "rebeldes".
Haviam se revoltado contra o Senhor e foram obstinados em sua recusa de
submeter-se à vontade dele. Sua rejeição das estipulações da aliança os havia
levado à derrota e à captura pelo exército babilônio. Mesmo no cativeiro,
alimentavam falsas esperanças de que o Egito iria salvá-los ou de que o Senhor
realizaria um grande milagre.
O povo judeu era tão rebelde que Deus os chamou de "casa
rebelde" e usou o termo hebraico goy, normalmente reservado para
os gentios! Israel era o povo escolhido de Deus, uma nação especial e, no
entanto, estava se comportando como gentios que não tinham todas as bênçãos e
privilégios que Deus lhes havia concedido. Não eram palavras animadoras para o
jovem profeta, mas ele precisava saber de antemão que seu trabalho seria
difícil. Deus deu uma mensagem parecida a Isaías quando o chamou (Is 6.8-13).
Contudo, quer o povo ouvisse e obedecesse, quer fizesse ouvidos moucos, Ezequiel
devia ser fiel em sua tarefa (1Co 4.2).
Não temas (versículos 6 e 7).
Três vezes no versículo 6, o Senhor admoesta o profeta a não ter medo do
povo e repete essas palavras mais uma vez (Ez 3.9). Havia dado um aviso
semelhante a Jeremias (Jr 1.8), e Jesus deu a mesma advertência a seus
discípulos (Mt 10.26, 28, 31). "Quem, pois, és tu, para que temas o
homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva?" (Is 51.12).
Ezequiel devia proclamar a Palavra de Deus com ousadia, qualquer que fosse a reação
de seus ouvintes. Seu próprio povo poderia ser como sarças e espinhos, e até como
escorpiões, mas isso não devia deter o servo de Deus.
Recebe a Palavra dentro de ti (2.8
– 3.3).
Por ser um sacerdote, Ezequiel sabia que as Escrituras hebraicas
retratavam a Palavra de Deus como um alimento a ser recebido pelo coração e
digerido interiormente. Jó escondeu no seu íntimo a Palavra de Deus (Jó 23.12),
e Moisés exortou o povo de Israel a viver da Palavra de Deus bem como do pão, maná)
que o Senhor supria diariamente (Dt 8.3; ver Mt 4.4). O profeta Jeremias "comeu"
a Palavra de Deus (Jr 15.16), assim como o apóstolo João (Ap 10.8-10). Os
profetas de Deus devem falar de coração ou suas mensagens não serão autênticas.
A mão estendida entregou a Ezequiel o rolo que não continha boas
notícias, pois dos dois lados "estavam escritas lamentações, suspiros e
ais" (Ez 2.10). Talvez contivesse a mensagem registrada nos capítulos 4
a 32, os juízos de Deus sobre Jerusalém e sobre as nações gentias. Deus ordenou
ao profeta que comesse o rolo, cujo sabor era doce como mel (Sl 19.10; 119.103),
embora mais tarde o profeta tenha sentido amargor (Ez 3.14), como aconteceu
também com o apóstolo João (Ap 10.8-11). É uma grande honra ser porta-voz do
Senhor, mas devemos ser capazes de lidar tanto com o doce quanto com o amargo.
Se Ezequiel tivesse ouvido a descrição da dureza de seu povo antes da
visão da glória de Deus, é possível que tivesse sentido mais dificuldade em
aceitar seu chamado. Contudo, tendo visto o trono glorioso do Senhor soberano,
Ezequiel sabia que contava com toda a ajuda de que precisava para obedecer a
Deus. Em seu árduo ministério com os israelitas, Moisés recebeu novo ânimo ao
encontrar-se com Deus no alto da montanha e ver uma demonstração da glória divina,
e o profeta Isaías viu a glória de Cristo no templo antes de iniciar seu
ministério (Is 6; Jo 12.37-41). O profeta Habacuque foi levantado do vale do
desespero para o alto do monte da vitória ao contemplar a glória de Deus na
história de Israel (Hc 3). Antes de Estêvão dar a vida por amor a Jesus Cristo,
ele viu a glória do Filho de Deus no céu (At 7.55-60). A única motivação que nunca
falha é fazer todas as coisas para a glória de Deus.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus
Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 1º
Trimestre de 2022, ano 32 nº 122 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – Ezequiel –O profeta com a mensagem de juízo, arrependimento,
restauração e manifestação da glória de Deus – Pastor Valdir Alves de Oliveira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.
Editora Vida – 2014
- Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.
Editora Vida – 2014
– Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central Gospel
– 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken,
Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional
– Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira
Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão
– 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald
- editada com introduções de Art Farstad.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 –
Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 –
Tradução: Susana E. Klassen.
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