Lição 10 – 05 de dezembro de 2021 – Editora BETEL
O novo homem e sua conduta diante do mundo
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Sobre o novo homem
A partir do versículo 17 do capítulo 4 de sua carta, Paulo nos mostra que
a vida cristã é vivida não só do ponto de vista místico, mas também ético. A
conduta do crente é demonstrada pela espiritualidade dentro da igreja e nos
elementos éticos que dignificam e testemunham a nova vida em Cristo. Por isso,
dentro dos capítulos 4 e 5 de Efésios, nos deparamos com as responsabilidades
espirituais e éticas da vida cristã que contrastam com a vida do mundo.
A palavra "mundo" deve ser entendida dentro do contexto
teológico, e não do gramatical. A palavra "mundo" (no grego kosmos)
indica sistema de governo ou leis. No sentido espiritual, "mundo"
representa o sistema satânico, isto é, o mundo que está sob o comando de
Satanás, conforme diz a Bíblia — "o mundo jaz no maligno".
A vida do crente no mundo deve ser notada pelas características próprias
da "nova vida" (2Co 5.17), as quais se manifestam nas
atitudes, hábitos, linguagem etc. Paulo analisa a fundo essa situação e
apresenta os elementos éticos que se confrontam com o sistema de vida mundano.
A metáfora que encontramos na palavra "andar" expressa o
significado da conduta do cristão no mundo em que vivemos. O verso 17 começa
com uma forma negativa do ato de andar, contrastando com o verso 1, em que
Paulo exorta: "que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados".
"E digo isto, e testifico no Senhor". Paulo repete e reforça a exortação inicial do versículo 1, quando diz: "Rogo-vos,
pois, eu". E um apelo pessoal do apóstolo, porém o faz baseado na ordem
e reconhecimento do senhorio de Jesus: "E testifico [ou digo] no
Senhor". Não é apenas a vontade do apóstolo, mas a do Senhor Jesus. A
expressão "testifico no Senhor" mostra a profunda comunhão
entre o apóstolo e Cristo. Portanto, sob a autoridade d’Ele, Paulo "roga"
e exorta os crentes a um novo andar.
Paulo apresenta, pelo menos, cinco características próprias da vida do
mundo que contrastam com a vida em Cristo Jesus:
1. Primeira característica: "andam... na vaidade do seu
sentido" — v. 17.
A vaidade é própria daqueles que perdem a visão real de Deus na experiência
pessoal e, então, separados de Deus, buscam no seu próprio sentido (mente) a
resposta para o seu vazio interior. A vida humana sem Deus é vazia, por isso
facilmente a vaidade toma posse de corações sem Deus e leva junto a ilusão da
idolatria. Assim, a "vaidade" torna-se um pecado do espírito
do homem, porque anula o Deus verdadeiro e indivisível e o troca por ídolos
ocos, vazios, mortos. No original grego, a palavra "vaidade"
significa "falta de propósito", "vazio", "futilidade".
Portanto, "vaidade do sentido" representa a tentativa do pecado
de subestimar a Deus e, em seu lugar, colocar toda a sorte de deuses mortos.
Essa vaidade é identificada quando há o desregramento de todos os elementos
éticos e a pessoa fica entregue às suas próprias paixões, conforme está escrito
em Romanos 1.21-28. A mente, para os intelectuais modernos, é a rainha do corpo
humano. Sem dúvida, ela é uma das partes mais importantes da vida. Mas a mente,
sob o controle do pecado, é pura vaidade. O crente sob o controle do Espírito
submete sua mente a Ele e recebe a iluminação para compreender o significado da
vida. A mente de homens pecadores fica reduzida à vaidade. A diferença entre o
crente e o mundano é que o crente anda na direção do Espírito, que controla a
sua mente, não havendo lugar para a "vaidade".
2. Segunda característica: "andam... entenebrecidos no
entendimento" — v. 18.
A futilidade e o vazio da mente do pecador ocorrem por faltar-lhe
conhecimento de Deus. A vaidade da mente obscurece o entendimento acerca de
Deus, mas o conhecimento ilumina o entendimento. Sem Cristo, o homem está no
escuro, e as realidades espirituais não podem ser compreendidas, porque a razão
está entenebrecida. Só o Espírito Santo tem o poder de iluminar o entendimento
acerca da obra de Cristo (Jo 14.26; 16.8-11; 2Co 4.3-6). Estar "entenebrecido
no entendimento" significa ter perdido toda a percepção real de Deus (At
26.18; Ef 5.8; 1Ts 5.4,5). O cego perde a percepção visual das coisas.
Espiritualmente, o mundo dos homens pecadores é escuro, sem luz. Só Cristo, que
é a "luz do mundo" (Jo 8.12), e os crentes em Cristo, que são
a "luz do mundo" (Mt 5.14-16), resplandecem mediante a obra do
Espírito Santo. A obscuridade espiritual (trevas) indica a vida alienada de Deus,
pois são pecadores. E seus caminhos são maus, porque "odeiam a
luz" e "amam mais as trevas" (Jo 3.19).
3. Terceira característica: "andam... separados da vida de
Deus" — v. 18.
Na Versão Brasileira, a frase parece mais clara quando diz: "alienadas
da vida de Deus". Nesse mesmo versículo notamos as palavras "entenebrecidos"
e "separados" (alienados), que indicam que o estado anterior
do homem no Éden, antes da queda, era de luz (inverso de entenebrecido) e de
vida (inverso de separado da vida de Deus).
Estar separado da vida de Deus é estar morto espiritualmente. Não é
especificamente vida física, mas vida espiritual. Qual é a razão dessa
alienação do homem em relação a Deus? A sequência do texto dá a resposta: "pela
ignorância que há neles, pela dureza do seu coração". Que podemos
entender nessa resposta? Notemos que ela apresenta duas coisas — "ignorância"
e "dureza de coração".
A ignorância dos gentios resulta da "vaidade do seu sentido",
do "entenebrecimento da mente", da alienação de Deus. A
ignorância espiritual é a falta de conhecimento de Deus e da sua revelação
maior — Jesus Cristo, o Salvador. A Paulo foi revelado o mistério escondido, a
sabedoria de Deus, conforme ele escreveu aos coríntios: "E falamos a sabedoria
de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória,
a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu, porque se a conhecessem, nunca
crucificariam ao Senhor da glória" (1Co 2.7,8). O conhecimento de Deus
não é apenas intelectual, mas implica um conhecimento experimental de Deus
através da aceitação de Jesus Cristo como a revelação máxima de Deus e a
contínua comunhão com Ele, que dá o golpe certeiro na ignorância.
A segunda razão de o homem estar alienado de Deus é a "dureza de
coração", que é um dos pecados que ferem frontalmente a santidade de
Deus. A palavra grega porosis significa dureza, mais especificamente
endurecimento, com o sentido de petrificar. A palavra "coração"
indica a sensibilidade do sujeito. Ter o coração endurecido significa ter perdido
toda a sensibilidade espiritual, em que a consciência é completamente
neutralizada. O homem interior é indicado no verso 18 pela palavra "coração".
Quando o coração endurece, o homem interior (alma e espírito) torna-se
insensível para com Deus. A "dureza de coração" é um dos
pecados do espírito do homem. É a barreira levantada pelo orgulho e a vaidade
que impedem a comunhão com Deus. É a tentativa de o homem colocar-se numa posição
unilateral em relação a Deus.
4. Quarta característica: "havendo perdido todo o
sentimento" — v. 19.
Depois que a consciência é cauterizada e os sentimentos em relação a Deus
são amortecidos, o homem perde a direção e torna-se peregrino e solitário. O
texto é uma continuação do versículo 18 e indica que, depois de ter perdido os
sentimentos naturais para com Deus, o homem fica exposto ao pecado (Rm
1.21-29).
5. Quinta característica: "se entregaram à dissolução" —
v. 19.
Mais uma vez a ausência de sentimentos puros e a neutralização da
consciência mostram o estado atual do homem sem Deus. Visto que "se
entregaram à dissolução", "Deus os entregou à imundície"
(Rm 1.24), isto é, Deus os deixou à mercê de suas próprias paixões. O sentido
da palavra "dissolução" é inversão de valores. Faz parte da
dissolução "toda a impureza" (v. 19). Tudo isso significa uma
prontidão desenfreada para o pecado. Na sequência da frase encontramos: "para
com avidez cometerem toda a impureza". A palavra "avidez",
no original grego, aparece com a ideia de voracidade. Normalmente os
dicionários a apresentam com o significado de desejo imoderado, cobiça, sede,
ansiedade etc. A expressão bíblica "para com avidez cometerem toda a
impureza" indica a razão dessa avidez, que é a busca de uma satisfação
egoísta, própria do pecado. "Toda a impureza" diz respeito a
tudo o que fere a santidade do corpo, da alma e do espírito.
"Mas vós não aprendestes assim a Cristo, se é que o tendes
ouvido". A conduta do crente é palmilhada
pelas verdades expostas nos Evangelhos, os quais apresentam os ensinos de
Cristo. Quando um pecador se toma uma "nova criatura" (2Co
5.17), tudo se transforma na vida dele. Coisas novas são próprias da nova
criatura, por isso o novo andar abrange várias esferas da vida cristã e requer
um novo aprendizado. Esse novo aprendizado tem um tríplice significado.
"Não foi isto que vocês aprenderam a respeito de Cristo" (BLH, Bíblia na Linguagem de Hoje). A declaração do apóstolo "mas
vós não aprendestes assim" indica o velho andar em contraste com o
novo andar, que envolve um novo aprendizado. Aprender de Cristo ou acerca de
Cristo está diretamente relacionado com o discipulado. O discípulo de Cristo aprende
d’Ele e se submete aos seus ensinos. O discípulo é aquele que recebe de seu
mestre e faz exatamente o que aprendeu dele. O novo andar palmilha o caminho
traçado ou aberto pelos ensinos de Cristo: anda nas pisadas do Mestre. Aprender
de Cristo é cultivar e assimilar a doutrina cristã. Esse aprendizado diz respeito
à pessoa, aos atos e aos princípios da doutrina de Cristo. Por isso quem
aprendeu de Cristo não pode praticar os atos próprios da vida pagã e ainda
chamar-se cristão. O verdadeiro cristão vive o que aprendeu da doutrina cristã
que está na Bíblia. Aprender de Cristo tem um sentido mais profundo do que simplesmente
saber acerca de Cristo. Envolve uma experiência pessoal e definida. Diz respeito
a uma mudança radical gerada pela transformação efetuada na obra expiatória da cruz.
Essa experiência leva a pessoa a assimilar não só o conhecimento intelectual
acerca D’Ele, mas a sua natureza e influência espiritual. Envolve a comunhão
com Cristo, que também é uma experiência resultante da nova vida que o crente
recebe, capacitando-o a viver em uma nova dimensão. Por isso deve o crente
despir-se das roupagens da velha vida (2Co 5.17).
"... se é que o tendes ouvido e nele fostes ensinados". Esse "ouvir" expressa a mesma ideia de "aprender"
de Cristo. Significa disposição para saber acerca de Cristo ouvindo d’Ele através
dos ensinadores. Os efésios ouviram de Cristo através dos apóstolos e crentes experimentados,
como se tivessem ouvido o próprio Cristo. O pregador ou ensinador, quando
apresenta a doutrina de Cristo sob a unção do Espírito Santo, interpreta o sentimento,
a força e a graça de Cristo.
Observemos a continuação do texto — "e neles fostes
ensinados" —, que dá a ideia de que Cristo é quem ensina. Ele pode nos
ensinar de várias maneiras a sua doutrina, mas destaquemos pelo menos duas
delas. Ele pode nos ensinar através da leitura e estudo sistemático da sua
Palavra, com o auxílio da oração. Com sua presença real em nosso interior,
seremos guiados a compreender a sua Palavra. Em segundo lugar, Ele pode nos ensinar
através das pessoas que usa para apresentar a sua Palavra.
"... como está a verdade em Jesus". A palavra "verdade" exprime o conteúdo dos ensinos de
Cristo. A verdade pessoal de um pregador pode contrastar com a verdade de Jesus.
A doutrina de Cristo deve ser ensinada de acordo com a verdade de Cristo, que contrasta
com "a vaidade do sentido" (v. 17) dos gentios. A verdade de
Cristo não é meramente um conceito filosófico acerca de Cristo, mas é a
expressão do seu caráter, daquilo que Ele é em si mesmo. Certa vez, Jesus assim
se identificou: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (Jo
14.6). Portanto, o novo aprendizado envolve a assimilação da verdade de Cristo.
Significa reter essa verdade no coração e na mente. Significa aceitar a pessoa
e a doutrina de Cristo.
O significado da palavra "despojar" ou "despojamento"
é despir, desapossar, privar de posse etc. O autor da carta em estudo aconselha
e ordena ao mesmo tempo, dizendo: "... que vos despojeis do velho
homem". Significa tirar toda a roupagem da velha natureza para vestir
a nova roupagem do "novo homem" (v. 24). É o abandono das
vestes do "velho homem", corrompidas pelos desejos do engano.
"... que vos despojeis do velho homem". Diz respeito à velha vida de pecado vivida antes de conhecer a Cristo.
Esse "velho homem" é conhecido por várias designações, como: "velha
natureza", "natureza pecaminosa", "velho
eu", "velha criatura", "homem natural",
"homem carnal", etc. Todas essas designações têm um sentido
espiritual e moral. A grande batalha do crente está no confronto entre duas
forças: o "velho homem" e o "novo homem". Ambas
se chocam, contrastam-se e nunca ficam no mesmo nível. Uma delas sempre está em
posição de superioridade e procura derrotar a outra. A vitória ou a derrota de
uma ou de outra só acontece na morte física. O "novo homem"
deve estar revestido de Cristo para vencer o "velho homem".
Caso contrário, o "velho homem" dominará o "novo",
e as consequências serão desastrosas no plano espiritual.
"... quanto ao trato passado".
Na versão da BLH lemos: "E quanto à antiga maneira de viver".
Entende-se por "trato passado" o procedimento anterior. Diz
respeito à velha conduta que não deve influir na nova maneira de viver, isto é,
na nova vida em Cristo.
A preocupação do autor da carta é quanto às manifestações próprias da
velha natureza que procuram envolver o "novo homem". Por isso,
o "velho homem" deve ser despido para que não venha a
corromper o "novo homem". O "novo homem" vive
para o presente e o futuro. O passado, para o "novo homem",
deixou de existir, pois agora procura alcançar o seu objetivo maior — Cristo. A
"antiga maneira de viver" deve ser revertida em uma nova vida.
"... que se corrompe pelas concupiscências do engano" ou "que está sendo destruído pelos seus maus desejos"
(BLH). Os desejos do "velho homem" são maus porque agem contra
os do "novo homem". Os desejos naturais do homem, próprios de
sua condição física, são legítimos, mas é a corrupção de sua natureza que torna
esses desejos ilegítimos e os leva à destruição moral, física e espiritual.
Assim, esses desejos, antes legítimos, tornam-se armas do engano.
A ideia da frase, tal como está expressa, indica uma corrupção
progressiva — "que se corrompe". O que é que corrompe a velha
natureza? É o engano que se personifica e se caracteriza pelas concupiscências
(desejos fortes), que iludem as pessoas e as fazem pensar que estão agindo bem
ou trazendo algum benefício para si mesmas. Essas concupiscências do engano são
os desejos provocados, os apetites, que, à primeira vista, parecem bons e prazerosos,
mas trazem destruição e morte. São prazeres que corrompem e roubam as forças da
nova vida se não forem detidas pelo sangue de Jesus (1Jo 1.7).
As concupiscências se manifestam para perverter os desejos puros e
legítimos. Elas são forças carnais desordenadas, ilegítimas e impróprias num
ser humano normal, mui especialmente no crente em Cristo. Essas concupiscências
(epithumia, no grego) devem ser repelidas pela nova vida em Cristo (2Co
5.17).
O ato de renovar implica em tornar novo algo que é velho. Renovar é dar
aspecto ou feição de novo a alguma coisa.
A obra de renovação no homem diz respeito à mesma exortação para
despojar-nos do "velho homem". É tomar o "velho
homem" e renová-lo, isto é, fazê-lo de novo. A diferença entre a
renovação que Deus faz e a que o homem quer fazer está no fato de que só Deus pode
mudar o interior de uma pessoa. O texto aqui diz: "... vos renoveis no
espírito do vosso sentido". Três palavras devem ser explicadas aqui: "renoveis",
"espírito" e "sentido". Usemos a tradução da
BLH, que diz: "... seus corações e suas mentes devem ser completamente
renovados".
A palavra "renoveis" já está explicada acima. A palavra "espírito"
dá a ideia da mais elevada intuição espiritual que conduz a mente à compreensão
de alguma coisa. Já a palavra "sentido" diz respeito à mente
ou ao entendimento.
A mente e o espírito, quando dominados pelo "velho homem",
não podem sentir nem compreender claramente certos mistérios espirituais. O
homem espiritual, por sua vez, possui uma nova mente, por isso pode entender
tais mistérios da vida.
O ato de renovar aqui no texto não quer dizer que o "velho
homem" será refeito, mas que o "novo homem" será
continuamente renovado, restaurado, para que não venha a desvanecer-se nunca.
Essa renovação implica a constante manifestação da nova vida num aprimoramento
dia a dia. A palavra espírito aqui diz respeito mais a uma disposição
espontânea da mente para a renovação.
Se renovar o "novo homem" implica em mantê-lo restaurado
e rejuvenescido espiritualmente, revestir o "novo homem" diz respeito
a um novo modo de ser. Deve-se levar em conta o fato de que o "novo
homem" manifesta-se na pessoa que, tendo aceitado Cristo no coração,
tornou-se uma nova criatura. Esse "novo homem" é notado por
suas ações, visto que a velha criatura já não existe. Se não existe, resta tão somente
vestir esse "novo homem" com as roupagens da justiça e da
santidade. No verso 23, a mente deve ser renovada, isto é, vivificada pelo Espírito
Santo. De que modo o "novo homem" é revestido? O próprio texto
responde:
a) "segundo Deus"; b) "criado"; c) "em
justiça e verdadeira santidade".
A primeira resposta — "segundo Deus" — indica que
ninguém, nem instituição humana alguma, poderá fazer um "novo
homem", só Deus. O "novo homem" só existe segundo
Deus, nunca segundo a religião, ou a educação etc.
A segunda resposta está numa palavra — "criado". Na
verdade, essa palavra tem o sentido mais de recriação, ou uma segunda criação.
Não se trata de criação física, mas espiritual (Jo 3.3-6).
A terceira resposta indica o tipo de vida, o novo modo de viver do "novo
homem", que é "em verdadeira justiça e santidade".
Todos os moldes antigos do "velho homem" foram anulados para o
novo molde espiritual. Assim como o "velho homem" é despido, também
o "novo homem" é vestido de novo, não mais com as vestes
velhas, mas com vestes novas. O "novo homem" é o crente
regenerado pelo Espírito Santo que se distingue do "velho homem".
Vestir o "novo homem" não significa colocar vestes novas sobre
o "velho homem", mas fazer tudo de novo.
A palavra "justiça" diz respeito à retidão, que é
própria de Deus, mas que veste o "novo homem", isto é, Deus a
transmite aos regenerados. A palavra "santidade" tem um sentido
moral e espiritual. A santidade é própria de Deus e indica a separação entre
Ele e o pecado, mas o Senhor a transmite pelo Espírito Santo aos fiéis, que d’Ele
recebem vestes de santidade.
O "novo homem" não é uma estátua de mármore, imóvel e
sem vida, mas ele vive para glorificar a Deus. O "novo homem"
difere do "velho homem" e algumas características o destacam.
A expressão "pelo que", no início do verso 25, reúne as
diferenças exigidas pela nova vida. Essas diferenças falam da nova roupagem do "novo
homem".
"Pelo que" são palavras que
exprimem, inicialmente, uma ideia negativa para depois concluir com um ensino
positivo. Os versos 17 a 24 mostram a diferenças entre as obras do crente e as
do gentio, isto é, as obras do novo e as do velho homem.
"... deixai a mentira". O
verbo "deixar" aqui tem a mesma conotação do verbo "despojar"
do verso 22. A mentira não é própria da nova vida. A palavra "mentira"
aparece no grego como pseudo, que pode representar qualquer tipo de
desonestidade ou falsidade proferida ou vivida.
Deixar a mentira implica não só deixar de falar mentiras, mas em deixar a
mentira completamente na conduta do dia a dia, pois há a mentira proferida com
a língua e a mentira vivida nas atitudes diárias. Se o apóstolo ordena o
despojamento do "velho homem", o que significa abandonar todos
os hábitos antigos da velha criatura, isso logicamente inclui a mentira.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus
Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º
Trimestre de 2021, ano 31 nº 121 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – Efésios – Uma exposição sobre as riquezas da graça, misericórdia
e glória de Deus – Bispo Abner Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.
Editora Vida – 2014
- Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.
Editora Vida – 2014
– Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central Gospel
– 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland
Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional
– Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira
Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão
– 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald
- editada com introduções de Art Farstad.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 –
Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 –
Tradução: Susana E. Klassen.
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