Lição 13 – 26 de dezembro de 2021 – Editora BETEL
Revestidos de toda a armadura de Deus
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Sobre o cristão e
a batalha espiritual
Depois de mostrar aos efésios o padrão cristão para os vários aspectos da
vida cotidiana, o apóstolo Paulo conduz-nos para dentro de um ambiente de
guerra. Não se trata de uma guerra comum, física ou política, mas de uma guerra
espiritual, em que se luta com armas espirituais. O apóstolo mostra como
enfrentar e vencer os inimigos nessa batalha, apresentando um equipamento
individual, com o qual, devidamente preparado, o crente pode lutar.
Toda e qualquer batalha requer preparação e estratégia. Ninguém se lança
numa luta despreparado. Essa preparação requer cuidados que se tornam
indispensáveis para o sucesso da batalha.
"No demais, irmãos meus" é uma
frase própria de um relacionamento bem pessoal do apóstolo. O uso das palavras "irmãos
meus" denota uma linguagem tipicamente cristã, porque indica uma
família, a família de Deus. Essa família espiritual não conhece diferenças de cor,
língua, raça ou sangue, mas reúne brancos, negros, amarelos e vermelhos, que
formam uma só família em Cristo, tendo como Pai o nosso grande Deus e Senhor.
"... fortalecei-vos" ou "sede
fortalecidos". A palavra no grego é endunamousthe e significa
fortaleza, tornar-se forte. Outra palavra no grego com o mesmo sentido é krataioomai,
que quer dizer "ser fortalecido", "ser
corroborado". Ninguém poderá entrar numa batalha enfraquecido. O
convite do apóstolo — "fortalecei-vos" — implica na busca de
poder espiritual que capacita o crente a enfrentar os inimigos no campo de
batalha. Paulo sabia que essa luta é renhida e requer força espiritual, por
isso ele induz os crentes à busca de poder.
De que tipo de fortalecimento Paulo fala e qual a sua fonte? Note a
continuação da frase: "fortalecei-vos nos Senhor e na força do seu
poder". Observe que o texto deve ser interpretado espiritualmente. Não
se trata de fortalecimento físico, mas espiritual. O crente por si mesmo e com
suas próprias forças jamais poderá suportar uma guerra espiritual. Inimigos
espirituais são enfrentados com armas espirituais.
"Fortalecei-vos no Senhor"
implica um fortalecimento de nossa posição n’EIe, isto é, no Senhor. Estamos n’Ele,
posicionados n’Ele, como os membros estão no nosso corpo. As mãos e os pés
sustentam o corpo; se uma das mãos ou um dos pés estiver sem força, todo o corpo
sofrerá. As mãos e os pés têm sua posição no corpo, e, para o bem do corpo, cada
mão ou cada pé deve ser fortalecido. Paulo fortalecia sua posição no Senhor e
por isso diz: "Posso todas as coisas naquele que me fortalece".
Donde procede essa força espiritual que capacita o crente a lutar contra
inimigos espirituais? Tal força procede do poder de Deus, como afirma o texto: "e
na força do seu poder". Esse poder e força se encontram na fortaleza
do Senhor.
"Revesti-vos de toda a armadura de Deus". Duas coisas que devem ser conhecidas pelo lutador espiritual se
destacam nesse versículo. Em primeiro lugar, o crente deve conhecer a armadura
de Deus, que é o equipamento pessoal de guerra. O texto inicia com um convite: "Revesti-vos".
A palavra "revestir" dá a ideia de vestir sobre outra
vestimenta, pois o significado da expressão é "vestir de novo".
Entendo que, nessa luta espiritual, é necessário mais que as armas próprias do
crente, que são válidas, mas incapazes de vencer esses inimigos. Por isso, o
convite é: "Revesti-vos" da "armadura de Deus".
Nos versos 14 a 17 temos a especificação das armas defensivas e ofensivas. A
palavra "armadura" está no original grego como panoplia,
que inclui todas as armas; não só um tipo de armamento, mas todas as peças do
armamento. A lição que aprendemos aqui é que o crente, para lutar, precisa
estar devidamente equipado para a luta, isto é, precisa vestir-se com todas as
peças indispensáveis da armadura espiritual — "Revesti-vos de toda a
armadura de Deus". Um equipamento incompleto torna o crente vulnerável
aos ataques satânicos.
Em segundo lugar, o lutador precisa conhecer "as astutas ciladas
do diabo". A expressão "astutas ciladas" pode ser
explicada por outros termos que ajudarão na elucidação do texto. A palavra
grega methodia quer dizer métodos, e "astutas ciladas"
podem ser traduzidas por "métodos artificiosos", isto é, meios
de engano. Portanto, para a methodia de Satanás o crente tem aplanopia
de Deus. Esses artifícios são ciladas perigosas que surgem com ares de
inocência, mas que são preparadas para pegar de surpresa o crente desprevenido,
tanto na esfera física, como moral, material e espiritual.
"Para que possais estar firmes". O verbo "poder" tem uma conotação especial nesse versículo.
Ele tem a ver com a capacitação espiritual para a batalha. Os soldados nas organizações
militares são treinados para a guerra: para a defesa e para o ataque; assim também
ocorre no plano espiritual. A igreja é o quartel general, onde o soldado de
Cristo é preparado e capacitado para a batalha espiritual. Nosso general é
Cristo, e o Espírito Santo é o instrutor que capacita o crente para a batalha.
Não se trata aqui de capacitação intelectual, mas espiritual. Somos capacitados
pela Palavra, isto é, a Palavra é que nos habilita para o combate.
Toda batalha tem seu campo de ação e envolve todos os aspectos próprios de
uma guerra, como o lugar de combate, os inimigos, a estratégia, as armas de
defesa e de ataque etc. O campo de batalha espiritual não se limita a alguma
área geográfica e terrena, mas abrange todo e qualquer lugar onde o reino de
Deus esteja. Onde estiver um crente fiel sequer, ali se tornará um campo de
batalha.
O apóstolo declara enfaticamente que essa batalha não é física nem
terrena, mas espiritual. Essa declaração está no versículo 12: "Porque
não temos de lutar contra a carne e o sangue". A expressão "carne
e o sangue" denota a espécie da batalha. Não é luta humana de homens
contra homens, mas é luta espiritual contra inimigos espirituais. A palavra "lugar"
aparece no grego como palé e indica o tipo de luta individual, corpo a
corpo. Paulo usou essa palavra baseado no tipo de luta que havia nos jogos
gregos e, posteriormente, nas arenas romanas, onde os lutadores lutavam corpo a
corpo até a morte de um deles. O que Paulo queria dizer com a expressão "carne
e sangue" é que não se tratava de uma luta carnal ou material.
"... nos lugares celestiais".
Mais uma vez fortifica-se o fato de que se trata de uma luta espiritual, não
terrena. No grego, a frase "nos lugares celestiais" aparece
como en tois epouraniois. Algumas versões preferem "regiões
celestiais". Onde acontece essa batalha? É na Terra ou fora da Terra?
É uma batalha visível ou invisível? Claro que não podemos apontar algum ponto
no espaço ou na Terra nem esperar algum tipo de combate material, porque a
batalha é espiritual, e só os espirituais podem lutar e conhecer esses inimigos,
que são espirituais (1Co 2). Diversas vezes encontramos a expressão "regiões
[lugares] celestiais" na carta aos Efésios.
Esses "lugares celestiais" possuem conotações distintas
em algumas das vezes citadas na carta. A palavra "lugares", no
plural, indica que há mais de um lugar nas regiões celestiais. Nas passagens de
Efésios 1.3 e 2.6, esses "lugares celestiais" indicam a
posição do crente em Cristo. Uma posição elevada, isto é, colocada acima da
vida do mundo. Entretanto, no texto de 6.12, o significado da expressão "lugares
celestiais" é outro. Indica os lugares onde Satanás e suas hostes
habitam e comandam toda a sua guerra contra Deus e contra os remidos do Senhor.
O combate do crente contra as forças do mal é nas "regiões
[lugares] celestiais". Como a batalha é espiritual, resta ao crente
lutar com as armas espirituais contra poderes espirituais. O ataque de Satanás
é contra a nossa posição espiritual. Ele quer nos fazer descer para o plano
carnal e material para dominar sobre nós. Nossa luta "nos lugares celestiais"
é para conservar a nossa posição em Cristo.
Destacam-se alguns inimigos que estão sob o mesmo comando de Satanás.
1. O diabo — versículo 11.
"... astutas ciladas do diabo". Esse versículo identifica pessoalmente o diabo como o inimigo número um
dos remidos. Quem é ele? O diabo é um "querubim" caído (Ez
28.12-17). É o chefe geral de todos os anjos que o acompanharam na sua rebelião
contra Deus. Ele é chamado "o príncipe deste mundo" (Jo
12.31); "o deus deste século" (2Co 4.4). "É o grande
dragão"; "a antiga serpente" etc. Ele é o principal
inimigo do crente nessa batalha. Ele combate pessoalmente e comanda seus
espíritos maus contra o crente.
2. hostes espirituais da maldade — versículo 12.
Essas hostes incluem várias ordens ou classes de espíritos caídos. O
reino de Satanás é organizado em hostes especiais. O texto apresenta basicamente
três categorias de inimigos que são os escalões de Satanás. "... contra
os principados, contra as potestades". São dois tipos de ordens
angelicais de Satanás que designam espíritos que exercem atividades de comando
sobre outros demônios contra os remidos. A expressão "príncipes das
trevas deste século" é a mesma coisa que designar, como está em
algumas versões: "governadores das trevas" ou "dominadores
mundiais das trevas". Eles são espíritos que comandam o
entenebrecimento espiritual (as trevas) neste século.
"Portanto, tomai toda a armadura de Deus". O apóstolo ordena a posse dessas armas com um imperativo: TOMAI. Ele
não ordenou que se fizessem armas, mas que se tomassem as armas existentes. Não
há o que nos possa preocupar. As armas existem e estão à disposição dos
remidos. As armas humanas são frágeis e impróprias para essa batalha espiritual.
"... para que possais resistir no dia mau". O "dia mau" não precisa ser especificamente um dia de
24 horas, mas pode representar aquele dia, ou hora ou minuto em que somos
surpreendidos com doenças, tentações, circunstâncias inesperadas etc. Para que possamos
resistir nesse "dia mau", precisamos estar alerta, tomando
posse das armas espirituais que nos capacitam para a resistência.
"... e, havendo feito tudo, ficar firmes". Depois de havermos superado as dificuldades e termos vestido toda a
armadura de Deus, resta apenas estarmos em pé para o combate. Nossa armadura
espiritual não é para ser exibida, mas para ser usada contra o inimigo. Visto que
o adversário é sagaz e cheio de malícia, o soldado de Cristo não pode
descuidar-se: ele deve "estar firme", isto é, estar em pé com
o sentido de prontidão para qualquer eventualidade de ataque do inimigo.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus
Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º
Trimestre de 2021, ano 31 nº 121 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – Efésios – Uma exposição sobre as riquezas da graça, misericórdia
e glória de Deus – Bispo Abner Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.
Editora Vida – 2014
- Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.
Editora Vida – 2014
– Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central Gospel
– 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken,
Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional
– Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira
Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão
– 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald
- editada com introduções de Art Farstad.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 –
Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 –
Tradução: Susana E. Klassen.
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