Lição 04 – 23 de janeiro de 2022 – Editora BETEL
O pecado e suas consequências
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Sobre o pecado e
suas consequências
O profeta Isaías comparou a invasão do inimigo com a raspagem da cabeça e
da barba de um homem (Is 7.20), de modo que Ezequiel usou essa figura em seu
quarto "sermão prático". A raspagem podia ser parte de um
ritual de purificação (Nm 6.5; 8.7), mas os judeus deveriam ter cuidado com a
maneira como cortavam o cabelo e a barba (Lv 19.27; Dt 14.1), especialmente os
sacerdotes (Lv 21.5, 6). Quando Ezequiel, um sacerdote, raspou em público a
cabeça e a barba, o povo deve ter ficado estarrecido. Contudo, foi necessário
usar medidas extremas a fim de chamar a atenção deles para que pudessem compreender
a mensagem. A raspagem da cabeça e da barba constituía um sinal de humilhação e
de grande tristeza e pranto, e era assim que o Senhor se sentia sobre a destruição
iminente de Jerusalém e do santo templo. Ao usar uma espada e não uma navalha,
Ezequiel tornou a mensagem ainda mais dramática: um exército se aproximava, e
suas espadas "raspariam" o povo da terra.
O Senhor havia ordenado ao profeta que pesasse o cabelo com cuidado e que
o dividisse em três partes. Uma parte ele queimou no "tijolo do
cerco" para simbolizar o povo que morreu de fome e de pestilência em Jerusalém.
A segunda parte foi cortada em pedacinhos com a espada, simbolizando aqueles
que foram mortos pelos soldados babilônios. A terceira parte foi lançada ao vento,
retratando os judeus dispersos entre os gentios e os exilados levados para a Babilônia.
No entanto, antes de Ezequiel lançar o cabelo ao vento, tomou uma pequena porção
dele e escondeu-a na aba de sua veste, um símbolo do cuidado especial de Deus
com um remanescente do povo que voltaria à terra. Em sua aliança, o Senhor
prometeu poupar um remanescente (Lv 26.36-39), pois Israel ainda tinha um
trabalho a realizar no mundo. No entanto, Ezequiel 5.4 indica que qualquer um
que fosse poupado não deveria ter por certa sua segurança, pois era possível
que mais fogo viesse do juízo de Deus sobre Jerusalém. Essa profecia cumpriu-se
nos dias seguintes ao cerco da cidade, quando judeus inocentes foram mortos por
criminosos (Jr 40 - 44).
Em Ezequiel 5.5, 6, o Senhor explicou por que permitiria que seu povo
escolhido sofresse e morresse de modo tão vergonhoso nas mãos dos babilônios.
No que se referia a seus propósitos eternos, Jerusalém era sua cidade e o
centro das nações (Ez 38.12). "A salvação vem dos judeus" (Jo
4.22). Israel era um povo privilegiado, mas os privilégios implicam
responsabilidade e prestação de contas. O dia do juízo tinha chegado e não havia
como escapar. Israel foi chamada para ser luz para os gentios, para conduzi-los
ao verdadeiro Deus vivo (Is 42.6; 49.6), mas, em vez disso, seguiram os
caminhos perversos dos gentios e tornaram-se pecadores maiores que seus
vizinhos.
O Senhor tirou algumas conclusões ou aplicações reveladoras desse fato
(Ez 5.7-11). Deus castigaria Israel abertamente, à vista das ações cujas
práticas perversas os judeus seguiram. Isso não apenas serviria de disciplina para
Israel, como também seria uma advertência para os gentios de que o Deus de
Israel é um Deus de justiça. Apesar de anteriormente ter favorecido seu povo,
Deus se voltaria contra os judeus, o que nos faz lembrar da assadeira de ferro
que Ezequiel colocou entre seu rosto e a cidade de Jerusalém (Ez 4.3). Os
líderes haviam profanado o templo com seus ídolos, um tema sobre o qual ainda
ouviremos mais nas profecias de Ezequiel. O Senhor respondeu removendo seu
favor e recusando-se a ter piedade de seu povo em seu momento de maior
angústia. A frase: "e não te pouparei" em 5.11 pode ser
traduzida por: "eu mesmo te rasparei", o que nos leva de volta
ao quarto "sermão prático" de Ezequiel.
Nos versículos 12 a 17, o Senhor explica novamente a atrocidade do juízo
que viria sobre o povo que fosse deixado na cidade e na terra. A peste e a fome
levariam um terço deles; outro terço seria morto pelo exército babilônio, e o
remanescente seria disperso. As frases: "se cumprirá a minha ira"
e "satisfarei neles o meu furor" mostram o que Deus estava
fazendo com seu povo ímpio. "Nosso Deus é um fogo consumidor"
(Dt 4.24; Hb 12.29). Sem dúvida alguma, esses grandes juízos viriam, pois o
próprio Senhor assim havia dito (Ez 5.13). A terra toda seria devastada, e o
povo pereceria de fome e da pestilência que muitas vezes a acompanha bem como
de massacre por soldados inimigos e animais selvagens. Contudo, por piores que
fossem esses juízos, talvez o mais trágico era que Israel deixaria de ser
motivo de glória para o Deus Jeová (v. 14) e se tornaria opróbrio entre as
nações (Dt 28.37; Jr 18.15-17; 48.27; 2Cr 7.19-22).
Jesus Cristo advertiu a igreja de Éfeso de que perderia sua luz caso se
recusasse a se arrepender e a obedecer às instruções do Senhor (Ap 2.6). Como é
triste quando uma igreja local desobedece à Palavra de Deus abertamente e
começa a agir como os incrédulos do mundo! O que resta a uma igreja depois que
ela perde seu testemunho do Senhor?
Ao longo da história do Antigo Testamento, a presença de um "remanescente
fiel" em Israel foi importante para o cumprimento do plano de Deus. A
nação inteira aceitou a aliança de Deus no monte Sinai (Êx 20.18-21), mas a
maioria desobedeceu ao Senhor e morreu no deserto. Nos anos que se seguiram à
chegada do povo à Terra Prometida, o povo entrou num lento declínio espiritual,
e foi o remanescente que orou, obedeceu à Palavra de Deus e permaneceu fiel ao
Senhor. É esse remanescente que terá um papel importante no futuro de Israel Is
1.9; 10.20-23; 11.11, 16; 37.31; Jl 2.32; Mq 2.12; 5.7; Sf 2.4-7; Zc 8.1-8; Ml
3.16; Rm 9.27; 11.5). De acordo com as cartas às sete igrejas da Ásia Menor, há
um remanescente fiel na Igreja de hoje (Ap 2.24; 3.4-6; observe as palavras do
Senhor para os "vencedores").
Capítulo 5, versículo 7: Sois mais
rebeldes do que as nações que estão ao vosso redor. O Pior de Todos. O melhor degenerou-se para ficar o pior. Este versículo
repete a informação do versículo 6, tornando-se a introdução do versículo 8,
onde temos o pronunciamento do julgamento inevitável. Aqui, temos a causa do
julgamento. Os versículos 9 a seguir dão os efeitos. Os pagãos foram
consistentes e constantes, não renunciando à sua religião idólatra; mas os
judeus abandonaram suas tradições e adotaram a idolatria de seus vizinhos, um
ato de grande estupidez, conforme Jr 2.11. Os privilegiados ficaram rebeldes;
os rebeldes ficaram peritos em atos criminosos, violentos e sem-vergonha. Eles
desceram para os esgotos do paganismo, abandonando o templo glorioso de Jeová.
Mais rebeldes. O hebraico literal, aqui, é “enfurecer”, palavra
também usada em Sl 2.1: “... se enfurecem os gentios”. Os judeus, como
um bando de loucos insanos, correram para a idolatria, abandonando sua luz e
privilégios. Ficaram arrogantes e loucos em sua apostasia-idolatria. Desceram à
lama dos pagãos.
... não tendes andado nos meus juízos.
Abandonando a Lei de Moisés, adotaram as leis do diabo. Deslizaram para um
paganismo total e sem-vergonha, imitando a conduta de seus vizinhos, já
sujeitos à condenação de Deus. Alguns manuscritos hebraicos trazem, aqui: “não
agiram como as nações”, implicando que os judeus agiram de maneira ainda
pior. A luz do templo se apagou. A presença divina abandonou o lugar e Icabô
foi escrito sobre o portão. Conforme Rm 2.14-15. Ver também Jr 2.11.
Capítulo 5, versículo 8: Eu, eu
mesmo, estou contra ti. Depravação
Espiritual. O versículo 7 evidencia a depravação total em Jerusalém. Jeová
levantara Sua espada e esperava o momento certo para cortar Judá em pedaços. Os
babilônios já estavam às portas. Vendo a destruição que seria efetuada, as
nações diriam: “Aquilo foi justo. Eles abandonaram seu Deus, praticaram a
traição e a depravação”. O povo que gozava do favor de Jeová agora
enfrentaria Sua ira. O texto ilustra um notável exemplo da operação da Lei
Moral da Colheita segundo a Semeadura. Judá tinha sido notável no favor de
Deus, e agora seria notável em sua desgraça ante outras nações. Jeová sempre
fora seu amigo e ajudador, agora tornar-se-ia seu inimigo e destruidor.
Capítulo 5, versículo 13: Assim se
cumprirá a minha ira. Jeová ficaria
satisfeito com o massacre, como se fosse comida de um holocausto; Sua ira se
dissiparia somente por Sua própria violência. Ele é um Deus ciumento (ver Dt
4.24; 5.9; 6.15; 32.16, 21), que agia de acordo com a inspiração da emoção tão
vingadora. Mas o julgamento divino seria refinador, não meramente vingador. O
objetivo era tirar, da escória, uma pequena porção de prata que começaria o
Novo Israel, depois do cativeiro. O texto não fala de julgamento da alma, mas
de julgamento temporal.
Saberão que eu, o Senhor, falei. As
profecias cumpridas comprovam a veracidade do profeta e a realidade de Jeová,
em contraste com deuses falsos, que obviamente não podiam prever o futuro. Ver
este conceito também em Is 41.22-29.
Precognição é uma capacidade natural do homem. Mas profecias de longo
alcance, de eventos mundiais (não meramente pessoais), são outro assunto. De
qualquer maneira, o ofício bíblico do profeta é muito mais do que a mera
capacidade de prever o futuro.
Eu, o Senhor, falei, versículos 15,17. A
sentença é definida por Aquele que é o Juiz do céu e da terra, cujo juízo é
segundo a verdade. Os juízos das suas mãos são segundo os juízos da sua boca.
Falou aquele que pode fazer, porque para Ele nada é impossível. Falou aquele
que fará, porque Ele não é homem para que minta. Falou Aquele a quem nos convém
ouvir e prestar atenção, cuja ipse dixit - palavra ordena a atenção mais
séria e o consentimento mais submisso: E saberão que sou eu, o Senhor, que
tenho falado, versículo 13. Havia aqueles que pensavam que o profeta estava
falando em seu delírio. Mas Deus os fará saber, através do cumprimento das suas
palavras, que o profeta falou no seu zelo. Mais cedo ou mais tarde, sempre fica
provado que a Palavra de Deus é verdadeira.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus
Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 1º
Trimestre de 2022, ano 32 nº 122 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – Ezequiel –O profeta com a mensagem de juízo, arrependimento,
restauração e manifestação da glória de Deus – Pastor Valdir Alves de Oliveira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.
Editora Vida – 2014
- Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.
Editora Vida – 2014
– Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central Gospel
– 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken,
Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional
– Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira
Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão
– 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald
- editada com introduções de Art Farstad.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 –
Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.
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