Lição 09 – 27 de fevereiro de 2022 – Editora BETEL
A visão do vale de ossos secos
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Sobre o vale de
ossos secos
A restauração dos ossos secos
(37.1-14). Esses versículos são provavelmente os
mais conhecidos de toda a profecia de Ezequiel, graças à interpretação
espiritual viva e popular dos ossos secos.
Aqui nos regozijamos com o homem de Deus que tem uma outra visão. Dessa
vez é a respeito de ossos sequíssimos (2). Ele os vê em um vale
(1), mas essa visão tem colocado muitos cristãos no topo do monte,
espiritualmente falando. Os ossos secos representam os israelitas espalhados. A
expressão: “nós estamos cortados” (11) é dramaticamente traduzida da
seguinte maneira: “estamos completamente arruinados” (Berkeley). A
conexão dos nervos ou tendões, o aparecimento da carne (6) e a colocação do
espírito (sopro) por Deus, é uma forma poética de dizer que os israelitas
retornarão para a sua terra amada (12,14).
A figura da abertura das sepulturas feita por Deus e da saída das pessoas
dessas sepulturas (13) deve ser entendida de maneira simbólica. No entanto, o
simbolismo provavelmente não teria sido usado se não tivesse havido, mesmo
naquela época, algum tipo de fé na ressurreição do corpo; a convicção nessa
ressurreição irrompe em completa glória no Novo Testamento (1Co 15).
Se aplicarmos o simbolismo dessa passagem de maneira espiritual, podemos
encontrar uma mensagem evangelística com o seguinte título: “A Visão de
Ezequiel no Vale”.
1) O estado lastimável da pecaminosidade — os ossos secos dos que estão
mortos em pecados e transgressões (1-2).
2) A ocasião da pregação: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor
(4).
3) O poder de Deus em dar vida a ossos secos (5-14).
Vale, ou Planície. Os ossos são os exilados na Babilónia, o remanescente sem esperança de
ressuscitar para o recomeço do Reino de Judá. Quem poderia fazer, de ossos
secos de mortos, novos seres? Essa obra seria tão difícil quanto restaurar
Israel na sua Terra, trazendo uma nação de volta da morte.
O texto informa que o poder de Jeová era suficiente para efetuar essas
duas obras e quaisquer outras. Judá, no cativeiro, perdeu as esperanças, mas o
decreto misericordioso de Ciro mudou sua mente. Eles começaram a pensar que o
que era considerado impossível poderia ser feito. Levou tempo para que o
propósito fosse realizado, mas, no fim, foi cumprido. Levará tempo para trazer
Israel para a restauração do Reino do Messias, mas isso será realizado, afinal.
Ele me levou pelo Espírito. A mão de Yahweh agiu para dar ao profeta a visão dos ossos secos. A mão
poderosa do Senhor levou Ezequiel para certo vale, em visão, naturalmente, o
vale de Ezequiel 3.23, que talvez estivesse na mente do autor quando compôs
este texto. Aquele vale tornou-se um lugar de revelação. O profeta enfrentou
uma cena horripilante da morte. Desastres tinham tomado conta de Judá quando o
exército babilónico a aniquilou. Uma nação inteira tornou-se uma massa de ossos
secos sob os raios do sol implacável que os secava e branqueava. Os ossos
estavam mortos, em todos os sentidos da palavra.
E me fez andar ao redor deles. Ezequiel fez um circuito no vale. Os ossos secos não foram empilhados,
mas espalhados sobre uma área considerável. Assim, o profeta levou algum tempo
para atravessar aquela área. O que ele viu foi uma coisa só: morte e
destruição, inumeráveis ossos dos mortos ressecados e branqueados pelo sol. O
desespero reinava naquele lugar miserável. Não havia nenhum potencial de vida.
Os ataques e cativeiros da Babilônia haviam conseguido a quase extinção de
Judá, e o profeta, vendo o vale, teria dito que a extinção do povo fora
absoluta. Somente a obra especial da graça de Deus poderia reverter aquela
situação. Afinal, a salvação provém da graça, embora exija a cooperação do
homem para aceitá-la.
Acaso poderão reviver estes ossos? Todos nós, de vez em quando, nos encontramos em armadilhas, como aquele
pequeno remanescente cativo na Babilônia. Judá estava absolutamente impotente.
As circunstâncias eram desesperadoras. Às vezes, nós nos vemos em
circunstâncias totalmente além do nosso potencial de modificação. Sim, às
vezes, entramos no vale de ossos secos, um limbo de desolação, sem nenhum raio
de luz. Então, O Senhor Jeová (o Soberano Eterno Deus) entra em cena e opera um
milagre que nos surpreende. “Oh, Senhor, concede-nos tal graça!” Este título
divino é usado 217 vezes neste livro, indicando que há um Soberano que age
neste mundo, modificando as coisas que, supostamente, não podem ser mudadas. A
Providência de Deus é capaz de tudo. O Criador não abandonou Sua criação, mas
está presente para intervir. Realizar obras inesperadas é a Sua especialidade.
Profetiza a estes ossos. Yahweh mandou Ezequiel “profetizar sobre os ossos” (o hebraico
literal), significando “o que vai acontecer com eles”. A profecia
carregava com ela o poder do Senhor e, certamente, seria cumprida. Os ossos
secos (Judá na Babilônia) ouviriam logo a palavra de poder que os entregaria à
sua “morte viva”.
A Vida que Vem da Morte. A seção de abertura deste capitulo figura entre as mais importantes da
Bíblia. O pregador voltará a ela repetidamente, porque é rica em sugestões e
porque a inspiração de Deus brilha nela. O que o profeta falou, aconteceu e
pode ser comprovado historicamente, embora na época de seu pronunciamento
esperar a realização da profecia fosse ato de uma imaginação ativa. Mas o fato
é que o Poder de Deus entrou na história e mudou seu curso.
Assim diz o Senhor Deus: Farei
entrar o espírito em vós, e vivereis. O
Senhor Jeová (o Soberano Eterno Deus) coloca Sua força todo-poderosa por trás
de Suas palavras. Como Soberano, no dia da criação, soprou no barro e fez uma
criatura viva, assim agora, soprando sobre os ossos secos, os fará viver. Um
novo ato criativo animará os ossos mortos. O Criador intervém na Sua criação,
um fator principal da doutrina do teísmo. Em contraste, o deísmo ensina que o
Criador (uma força pessoal ou impessoal) abandonou Sua criação ao governo das
leis naturais. Nova vida é o trabalho do Espírito.
Profetizei como ele me ordenara. Este versículo repete, essencialmente, as declarações do versículo 9: o
que foi ordenado naquele versículo é efetuado neste. A profecia que dá vida se
mostrou efetiva. Os esqueletos, juntamente com seus corpos perfeitos, de súbito
se tornaram seres vivos, e os ossos secos foram assim revivificados. Os cativos
se animaram e transformaram-se num vasto exército, pronto a marchar de volta
para Jerusalém. O Novo Israel (histórico) recomeçou tudo e tomou-se um antegozo
de maiores acontecimentos no dia escatológico. O poder revolucionário de Deus
criou e contínua criando. A restauração nacional de Israel apoia as doutrinas
de imortalidade e ressurreição (Conforme Isaías 25.8; 26.10; Daniel 12.2; Oséias
6.2 e 13.14).
A visão da ressurreição dos ossos secos é uma ilustração de um verdadeiro
avivamento. Toda vez que algo está morrendo em nós, precisamos de um avivamento
para fazer reviver o que o Senhor Deus nos dá. O Senhor Deus é o dono da vida e
somente Ele pode trazer o verdadeiro avivamento.
A situação do lugar e dos ossos secos apresenta o diagnóstico da morte
espiritual:
Secura: os ossos estavam sequíssimos, o que demonstra morte há muito tempo
(v.2);
Silêncio: não havia vida ali, então tudo estava muito quieto;
Dureza: os ossos estavam muito endurecidos;
Inércia: nada se movia naquele lugar por causa da morte que imperava;
Estes sintomas de morte mostram a situação do vale onde estava o profeta.
Se você está em meio à sequidão de pessoas frias emocionalmente, em meio à
indiferença do silêncio, à dureza de corações que não se quebrantaram diante do
Senhor e cercado da inércia porque nada acontece e as coisas não mudam, então
você é um profeta no meio do vale de ossos secos.
Por outro lado, se na sua vida você sente que tudo caminha igual, não consegue
se furtar à correria do dia-a-dia para meditar na Palavra de Deus, não tem
tempo para orar, acha maçante o culto na sua congregação, você não está no vale
de ossos secos. Você é parte desses ossos secos.
Os dias estão sendo abreviados, existem guerras e rumores de guerras
acontecendo o tempo todo no mundo, as pessoas estão cada vez mais ansiosas,
frias, calculistas, cauterizadas por tanto assistir às tragédias que assolam nossa
civilização.
Pandemias, autoritarismo, perseguição à fé cristã, críticas exacerbadas
por parte da sociedade a uma conduta ilibada, convites constantes para participar
dessa nova Sodoma e Gomorra que é civilização atual, tentações que nos fazem duvidar
de nossa força e fé, tudo isso pode nos levar a crises, nos abalar no mais profundo
grau de nosso psicológico, tornar-nos doentes física, mental ou espiritualmente,
mas tudo isso, com toda certeza, são sinais de que a volta do Senhor Jesus
Cristo está próxima e precisamos nos achegar a Ele, despirmo-nos de todas as nossas
inúteis vaidades e humildemente retornar ao Primeiro Amor, à Casa do Pai, ao
Coração de Deus através do Senhor Jesus
e de Seu Divino Espírito.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus
Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 1º
Trimestre de 2022, ano 32 nº 122 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – Ezequiel –O profeta com a mensagem de juízo, arrependimento, restauração
e manifestação da glória de Deus – Pastor Valdir Alves de Oliveira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.
Editora Vida – 2014
- Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.
Editora Vida – 2014
– Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central Gospel
– 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken,
Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional
– Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira
Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão
– 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald
- editada com introduções de Art Farstad.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 –
Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 –
Tradução: Susana E. Klassen.
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