Lição 11 – 13 de março de 2022 – Editora BETEL
Um novo Templo e a restauração do culto
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Sobre o novo
Templo e a restauração do culto
Ezequiel, capítulo 43. O profeta, tendo nos dado uma perspectiva do templo místico, a Igreja do
Evangelho, como ele a recebeu do Senhor, para que não parecesse erigido em vão,
passa a descrever, neste capítulo e no próximo, a adoração que deveria ser
realizada nele, mas sob a tipificação dos serviços do Antigo Testamento. Neste
capítulo temos:
1. A glória de Deus enchendo este templo, tomando assim posse dele, versículos
1-6.
2. Uma promessa da continuidade da presença de Deus com o Seu povo sob a
condição de, no retorno deles, continuarem no caminho instituído da adoração, e
abandonarem os ídolos e a idolatria, versículos 7-12.
3. Uma descrição do altar dos holocaustos, versículos 13-17.
4. Instruções para a consagração deste altar, versículos 18-27.
Ezequiel parece aqui se colocar entre Deus e Israel, como Moisés, o servo
do Senhor, fez quando o santuário foi erigido pela primeira vez.
Depois de Ezequiel ter pacientemente feito um levantamento das medidas do
templo de Deus, a maior glória desta terra, lhe é permitido conhecer uma forma
mais elevada, ele é honrado com uma visão das glórias do mundo superior; é dito
a ele: “Sobe aqui”. Ele tinha visto o templo e viu que era muito espaçoso e
suntuoso. Mas até a glória de Deus entrar no templo, ele era apenas como os
cadáveres que ele tinha visto na visão (cap. 37), que não tinham fôlego até que
o Espírito de vida entrou neles. Aqui, portanto, ele vê a casa cheia da glória
de Deus.
Ele tem uma visão da glória de Deus (versículo 2), a glória do Deus de
Israel, o Deus que está em aliança com Israel e a quem eles servem e adoram. Os
ídolos dos gentios não têm glória alguma além daquela que devem ao ourives ou
ao pintor. Mas esta é a glória do Deus de Israel. Esta glória vem “do
caminho do oriente”. Portanto, Ezequiel foi levado “à porta que olha
para o caminho do oriente”, para esperar a manifestação e a aproximação
dela. A estrela de Cristo foi vista no oriente e Ele é aquele outro anjo que
sobe da “banda do sol nascente”, ou oriente, (Apocalipse 7.2).
Porque ele é a estrela da manhã, Ele é o sol da justiça. Ezequiel
observou duas coisas nesta manifestação da glória de Deus:
1. Ele ouviu o poder da palavra de Deus: “A sua voz era como a voz de
muitas águas”, que é ouvida muito longe e impressiona. O ruído de rios em
remoinho é agradável, de um mar rugidor é assustador, (Apocalipse 1.15; 14.2).
O Evangelho de Cristo, em cuja glória Ele brilha, deve ser proclamado em voz alta,
o seu estrondo deve ser ouvido longe. Para alguns ele é cheiro de vida, para
outros, cheiro de morte, dependendo da maneira como vivem.
2. Ele viu o brilho da manifestação da glória de Deus: “A terra
resplandeceu por causa da sua glória”. Deus é luz e ninguém pode suportar o
resplendor da sua luz, ninguém já a viu nem pode vê-la. Observe que a glória de
Deus que brilha na Igreja, brilha no mundo. Quando Deus apareceu para Davi, o
resplendor da Sua presença espalhou as nuvens, (Salmos 18.12). Ezequiel observou
que o aparecimento da glória de Deus a ele era o mesmo que ele tinha visto na
visão que tinha tido quando recebeu a sua comissão pela primeira vez (cap.
1.4), similar à que viu junto ao rio Quebar (v. 3). Pelo fato de Deus ser o
mesmo, Ele se agradou em se manifestar do mesmo modo, porque n’Ele não há
mudança. “O aspecto da visão que vi era (ele diz) como o da visão que eu
tinha visto quando vim destruir a cidade, isto é, quando vim predizer a
destruição da cidade” – ele o fez com tanta autoridade e eficácia, que o
evento atendeu tanto certamente a predição, que poderia se dizer que ele a destruiu.
Como um juiz, em nome de Deus, ele passou uma sentença sobre ela, que foi logo
executada.
Deus se manifestou da mesma maneira quando o enviou para proferir palavras
de terror e quando o enviou para falar palavras de consolação. Porque nos dois
casos, Deus é e será glorificado. “Eu mato e eu faço viver. Eu firo e eu
saro”, (Deuteronômio 32.39). Devemos buscar o livramento da mesma mão que
destruiu. Ele “fez a ferida e a ligará”. Una eademque manus vulnus
opemque tulit - A mesma mão que infligiu a ferida, a curou.
Ele tem uma visão da entrada desta glória no templo. Quando viu esta
glória, Ezequiel caiu sobre o seu rosto (v. 3), como incapaz de suportar o
resplendor da glória de Deus, ou antes, como alguém disposto a glorificá-lo
através de uma adoração humilde e reverente. Mas o Espírito o levantou (v. 5)
quando a glória do Senhor havia entrado na casa (v. 4), para que ele pudesse
ver como a casa estava cheia dela. Para sua grande tristeza, em uma
manifestação similar a esta, ele viu como a glória do Senhor deixou o templo em
virtude de ele ter sido profanado. Agora ele a verá voltar para o templo para a
sua grande satisfação. Veja Ezequiel 10.18,19;11.23.
Observe que, embora Deus possa abandonar o Seu povo por um pequeno
momento, Ele voltará com bondade eterna. A glória de Deus encheu a casa como
havia enchido o tabernáculo que Moisés levantou e o templo de Salomão, (Êxodo
40.34; 1 Reis 8.10). Não temos conhecimento de que a Shekiná tenha
alguma vez se apoderado, dessa maneira, do segundo templo. Portanto, isto deve
ter se cumprido na glória da graça divina que brilha tão intensamente na Igreja
do Evangelho e a enche. Aqui não é mencionada uma nuvem enchendo a casa como
anteriormente, porque nós agora, “com cara descoberta”, contemplamos a
glória do Senhor, na face de Cristo e não como no passado, através da nuvem de
tipos.
Ele imediatamente recebe instruções da glória do Senhor, como aconteceu
com Moisés quando Deus se apoderou do tabernáculo (Levítico 1.1): “E ouvi
uma voz que me foi dirigida de dentro do templo”, v. 6. Tendo a glória de
Deus brilhando na igreja, podemos esperar receber oráculos divinos. “Um
homem se pôs junto de mim”. Não poderíamos suportar ouvir a voz de Deus não
mais que ver a face de Deus, se Jesus Cristo não ficasse junto de nós como
Mediador. Ou, talvez este fosse um anjo criado, pois observamos que quando Deus
começou a falar com Ezequiel, ele se pôs ao lado e cedeu, não tendo mais nada a
dizer.
Este anjo se pôs junto do profeta, como que aprendendo com ele. Porque é
por meio da Igreja que a multiforme sabedoria de Deus é conhecida pelos
principados e potestades, os próprios anjos, que desejam observar estas coisas,
(Efésios 3.10). O homem se pôs junto dele para conduzi-lo para onde ele poderia
receber mais revelações, (Ezequiel 44.1).
Deus aqui, ao retomar a casa, na verdade renova a sua aliança com o seu
povo, Israel, e Ezequiel negocia o termo, como Moisés no passado. Isto será de
grande utilidade para os cativos no seu retorno, tanto para instrução como para
incentivo. Mas isto aponta para mais além, para aqueles que são abençoados com
os privilégios do Templo do Evangelho, para que possam entender como estão
diante dele em seu bom comportamento.
Deus, através do profeta, faz com que se lembrem das suas antigas
afrontas, pelas quais, por muito tempo, eles haviam estado expostos aos sinais
do seu desprazer. Esta condenação lhes é mencionada para abrir espaço para as
consolações que lhes são destinadas. Embora Deus dê e não lance em rosto, cabe
a nós, quando Ele perdoar, recriminarmos a nós mesmos pela nossa conduta
indigna para com Ele. Portanto, que eles agora se lembrem:
1. Que anteriormente haviam contaminado o santo nome de Deus, haviam
profanado e abusado de todas as coisas sagradas pelas quais Ele havia se tornado
conhecido entre eles, v. 7. Pela sua prostituição espiritual, sua idolatria e
pela adoração de imagens (nos altos que haviam levantado), que eles chamavam de
reis (pois este é o significado de Moloque) ou senhores (pois este é o
significado de Baal), mas que eram na verdade os cadáveres dos reis, não só sem
vida e sem utilidade, mas também repugnantes e abomináveis como cadáveres, eles
e os seus reis haviam trazido o desprezo sobre a religião que professavam e
sobre o seu relacionamento com Deus. Eles haviam contaminado o nome de Deus com
as suas abominações. E quais eram elas? Era pôr o umbral deles ao pé do umbral
do Senhor e a ombreira deles junto à Sua ombreira, isto é, acrescentando as
suas próprias invenções às instituições de Deus e exortando todos a lhes obedecerem,
como se tivessem igual autoridade e eficácia, ensinando como doutrinas os
mandamentos dos homens (Is 29.13).
Ou antes, levantando altares para os seus ídolos até mesmo nos átrios do
templo - nenhuma afronta mais insolente poderia ser feita à Majestade divina.
Assim eles levantaram uma parede de separação entre eles e Deus, que
interrompeu a corrente dos Seus favores a eles e deteriorou a aceitabilidade
dos seus serviços a Ele. Veja que afronta os pecadores fazem a Deus, levantando
as suas paredes em oposição às paredes dele e expulsando-o do que é Seu por
direito. E veja como eles prejudicam a si mesmos, porque quanto mais se
aproximam de Deus com os seus pecados, mais distantes se afastam dele. Alguns
dão o seguinte sentido a isso: Embora as suas casas estivessem próximas da casa
de Deus, com os seus umbrais e as suas ombreiras unidas, de forma que eles eram
de certo modo Seus vizinhos, havendo apenas uma parede entre eles e Deus, e
assim poderia se esperar que eles o conhecessem e procurassem para agradá-lo,
no entanto eles não agiam como vizinhos.
Observe que frequentemente a seguinte afirmação se mostra verdadeira:
Quanto mais perto da igreja, mais longe de Deus. Eles estavam, por confissão,
em aliança com Deus, e mesmo assim haviam contaminado o lugar do Seu trono e
das solas dos Seus pés, Seu Templo, onde Ele habitava e reinava. Jerusalém é
chamada de “a cidade do grande Rei” (SI 48.2) e escabelo de Seus pés (SI
99.5; 132.7). Observe que quando as ordenanças de Deus são profanadas, o Seu
nome santo é contaminado.
2. Que por isso Deus contendeu com eles, trazendo-lhes as suas recentes
aflições. Eles não poderiam condená-lo, porque Ele apenas havia trazido sobre
eles o que os seus pecados mereciam: “Por isso, eu os consumi na minha ira”.
Observe que aqueles que contaminam o nome santo de Deus se colocam debaixo do
Seu justo desprazer.
Ele os convoca para se arrependerem e se corrigirem. E para isso, é
necessário que se envergonhem das suas iniqüidades (v. 9): “Agora, lancem
eles para longe de mim a sua prostituição”. Agora que eles sofreram
severamente as consequências por causa disso, e agora que Deus está se voltando
a eles em misericórdia e colocando o Seu santuário novamente entre eles, lancem
para longe os seus ídolos e não tenham mais nada a ver com eles, para que não
percam outra vez os privilégios cujo valor só descobriram quando já não os
tinham. Que eles lancem para longe os seus ídolos, os cadáveres abomináveis dos
seus reis. Que os lancem longe de mim, para que não me sejam uma afronta. Este
foi um conselho oportuno, agora que o profeta tinha o modelo ou o padrão do templo
para colocar diante deles, porquê:
1. Se eles virem este padrão certamente se envergonharão dos seus pecados
(v. 10): Quando eles virem a misericórdia que Deus tem reservado para eles,
apesar de serem totalmente indignos dela, eles se envergonharão da sua conduta
dissimulada para com Ele. Observe que a bondade de Deus a nós deveria nos levar
ao arrependimento, especialmente a uma vergonha penitencial. Que eles mesmos
meçam o modelo e vejam o quanto ele ultrapassa o modelo anterior e com isso
imaginem que grandes coisas Deus tem reservado para eles. E certamente, pensar
no que mereciam devido aos seus pecados fará com que percam a tranquilidade. E
então:
2. Se eles se envergonharem dos seus pecados certamente verão mais do
modelo, v. 11. Se tendo uma visão geral da bondade de Deus eles se
envergonharem de tudo o que fizeram, então que lhes seja feita uma descrição
específica mais distinta do templo. Observe que aqueles que aproveitam o que
vêem e conhecem da bondade de Deus, verão e conhecerão mais dela. E só
estaremos qualificados para os favores de Deus quando estivermos
verdadeiramente humilhados pelas nossas próprias loucuras. “Faze-lhes saber
a forma desta casa”. Deixa-os ver que estrutura imponente ela será. “Faze-lhes
saber... todos os seus estatutos... e todas as suas leis”.
Observe que se tivermos as perspectivas das nossas consolações,
certamente teremos o conhecimento da nossa obrigação. Tendo os privilégios da
casa de Deus, devemos nos familiarizar com as suas leis. Mostra-lhes estes
estatutos para que eles possam guardá-los e cumpri-los. Observe que a nossa
obrigação nos é ensinada para que possamos cumpri-la e assim seremos abençoados
em nossas obras.
Ele promete que eles serão o que deveriam ser, e então Ele será, para
eles, como querem que seja, v. 7.
1. “Os da casa de Israel não contaminarão mais o meu nome santo”.
Isto é puro Evangelho. O preceito da lei diz: Não deveis contaminar o meu
nome. A graça do Evangelho diz: Não contaminareis. Assim aquilo que é
exigido na aliança é prometido na aliança, (Jeremias 32.40).
2. Então “habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre”. E o
mesmo outra vez: “Habitarei no meio deles para sempre” v. 9. Deus nos
garante a sua boa-vontade confirmando em nós a Sua boa obra. Se não
contaminarmos o Seu nome, podemos estar certos de que Ele não nos deixará.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus
Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 1º
Trimestre de 2022, ano 32 nº 122 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – Ezequiel –O profeta com a mensagem de juízo, arrependimento, restauração
e manifestação da glória de Deus – Pastor Valdir Alves de Oliveira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.
Editora Vida – 2014
- Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.
Editora Vida – 2014
– Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central Gospel
– 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken,
Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional
– Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira
Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão
– 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald
- editada com introduções de Art Farstad.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 –
Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 –
Tradução: Susana E. Klassen.
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