Lição 01 – 03 de abril de 2022 – Editora BETEL
Apocalipse:
o livro da Revelação
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Sobre o livro de
Apocalipse
Não deve haver prejuízo algum para o crédito e a autoridade desse livro o
fato de ele ter sido rejeitado por homens de mentes corruptas, como Cerdom e
Marcião, e questionado por homens de caráter melhor; pois essa tem sido a sina
de outras partes das Sagradas Escrituras, e do próprio Autor das Escrituras. A
imagem e o sobrescrito desse livro são verdadeiramente sagrados e divinos, e o
conteúdo dele, concordante com outros livros proféticos, particularmente Ezequiel
e Daniel. A igreja de Deus em geral o tem recebido, e tem encontrado nele bom
conselho e grande conforto. Desde o começo, a igreja de Deus tem sido abençoada
com profecia. Aquela gloriosa predição do esmagamento da cabeça da serpente foi
o suporte e o apoio da era patriarcal; e as muitas profecias concernentes ao
Messias por vir constituíram o evangelho do Antigo Testamento. O próprio Cristo
profetizou acerca da destruição de Jerusalém, e, aproximadamente na época em
que isso se cumpriu, Ele confiou ao apóstolo João esse livro de revelação, para
transmiti-lo à Igreja como predição dos mais importantes eventos que
aconteceriam a ela até o fim dos tempos, para o incentivo à fé do seu povo e
direcionamento de sua esperança.
É chamado de Revelação (cap. 1.1), porque nele Deus desvela aquelas
coisas que nunca poderiam ter sido escolhidas pelo raciocínio da compreensão
humana, aquelas coisas profundas de Deus que nenhum homem conhece, a não ser o
Espírito de Deus, e aqueles a quem Ele as revela.
O capítulo 1 de Apocalipse é um prefácio geral ao livro todo, e contém:
1. Uma dedicatória, declarando o propósito original dele (vers. 1,2).
2. A bênção apostólica pronunciada sobre todos aqueles que atribuírem o
devido valor a esse livro (vers. 3-8).
3. Uma visão ou aparição gloriosa do Senhor Jesus Cristo ao apóstolo
João, quando lhe transmitiu o conteúdo desse livro (vers. 9-22.21).
O que podemos chamar de pedigree desse livro:
1. Ele é a “Revelação de Jesus Cristo”. Toda a Bíblia é isso; pois
toda a revelação vem por meio de Cristo e está centrada nele; e Deus
especialmente a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, e acerca do seu
Filho. Cristo, como o Rei da Igreja, tem se alegrado até aqui em dar a conhecer
à sua Igreja as regras e métodos com que vai proceder no seu governo; e, como o
profeta da Igreja, Ele tornou conhecidas a nós as coisas que acontecerão depois
desta vida.
2. E uma revelação “...a qual Deus lhe deu”. Embora Cristo seja
Ele mesmo Deus, e como tal tenha luz e vida em si mesmo, não obstante, visto
que Ele mantém a função de mediador entre Deus e os homens, Ele recebe suas
instruções do Pai. A natureza humana de Cristo, embora dotada da maior
inteligência, discernimento e perspicácia, não podia, por meio da razão,
descobrir os grandes eventos, que, não sendo produzidos por causas naturais,
mas totalmente dependentes da vontade de Deus, podiam ser o objeto somente da
presciência de Deus, e precisam vir a uma mente criada somente por meio de
revelação. Nosso Senhor Jesus é o grande curador encarregado da revelação
divina; é a Ele que devemos o conhecimento que possuímos do que devemos esperar
de Deus e do que esperamos de nós mesmos.
3. Essas coisas (revelação) Cristo “...pelo seu anjo as enviou e as
notificou”. Observe aqui a ordem admirável da revelação divina. Deus a deu
a Cristo, e Cristo serviu-se de um anjo para transmiti-la às igrejas. Os anjos
são mensageiros de Deus; eles são espíritos ministradores aos herdeiros da
salvação. Eles são os servos de Cristo; principados e poderes estão sujeitos a
Ele; todos os anjos de Deus são obrigados a adorá-lo.
4. O anjo “...as notificou a João”. Assim como os anjos são os
mensageiros de Cristo, assim os ministros são os mensageiros das igrejas; o que
eles recebem do céu devem transmitir às igrejas. João foi o apóstolo escolhido
para esse serviço. Alguns pensam que ele foi o único que sobreviveu, tendo os
outros selado o seu testemunho com o próprio sangue. Esse deveria ser o último
livro de revelação divina; e por isso foi notificado à igreja pelo último dos
apóstolos. João era o discípulo amado. Ele era, no Novo Testamento, como o
profeta Daniel no Antigo, um homem mui amado. Ele era o servo de Cristo; ele era
um apóstolo, um evangelista, um profeta; ele serviu a Cristo em todos os
ofícios extraordinários da igreja. Tiago era apóstolo, mas não profeta, nem
evangelista; Mateus era apóstolo e evangelista, mas não profeta; Lucas era evangelista,
mas nem profeta nem apóstolo; mas João era as três coisas; e assim Cristo o
chama num sentido elevado “...João, seu servo”.
5. João deveria transmitir essa revelação à Igreja, a todos os seus
servos. Pois a revelação não era dirigida ao uso dos servos extraordinários de
Cristo, mas a todos os seus servos, os membros da igreja; todos eles têm o
direito aos oráculos de Deus, e todos têm interesse por eles.
Aqui temos o tópico dessa revelação, ou seja, as coisas que em breve hão
de acontecer. Os evangelistas nos dão um relato das coisas que são passadas; a
profecia nos dá um relato das coisas por vir. Esses eventos futuros não são
colocados na mais clara luz em que Deus poderia tê-los colocado, mas na luz em
que Ele considerou mais adequada e em que iriam responder de melhor forma a seus
sábios e santos propósitos. Se tivessem sido preditos de forma tão clara em
todas as suas circunstâncias como Deus as poderia ter revelado, a predição
poderia ter impedido o cumprimento; mas eles são preditos de forma mais obscura,
para gerar em nós uma veneração pela Escritura, e para despertar nossa atenção
e estimular a nossa investigação.
Temos nessa revelação uma ideia geral dos métodos da providência e do
governo divinos na Igreja e em torno dela, e muitas boas lições podem ser
aprendidas por meio disso. Esses eventos (diz-se) foram tais que não só
acontecerão certamente (cap. 22.20), mas brevemente; isto é, iriam começar a
acontecer muito em breve, e o todo seria realizado em pouco tempo. Pois agora
as últimas eras do mundo chegaram.
Aqui há um atestado da profecia (versículo 2). Foi notificada a João, que
fez registro da palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo, e de todas as
coisas que ele viu. E observável que os livros históricos do Antigo Testamento
não têm sempre o nome do historiador prefixado a eles, como nos livros de Juízes,
Reis, Crônicas; mas nos livros proféticos o nome está sempre prefixado, como
Isaías, Jeremias etc. Assim, no Novo Testamento, embora João não prefixasse o
seu nome à primeira epístola, no entanto faz isso nessa profecia; como que para
atestar e responder pela verdade contida nela; e ele nos dá não somente o seu
nome, mas o seu ofício. Ele era um que fazia o registro da palavra de Deus em
geral, e do testemunho de Jesus em particular, e de todas as coisas que ele
via; ele era uma testemunha ocular, e ele não ocultou nada do que viu. Nada do
que está registrado nessa revelação foi sua própria invenção ou imaginação; mas
tudo foi o registro de Deus e o testemunho de Jesus; e, como não acrescentou
nada a ele, assim também não reteve nenhuma parte dos conselhos de Deus.
Nos versículos 3 a 8, temos uma bênção apostólica pronunciada sobre aqueles
que derem a devida honra a essa revelação divina; e essa bênção é dada de forma
mais geral e mais específica.
De forma mais geral, a todos que ou lerem ou ouvirem as palavras da
profecia. Essa bênção parece ter sido pronunciada com o propósito de nos
encorajar a estudar esse livro, e de não nos cansarmos de olhar para ele em
virtude da obscuridade de muitas coisas contidas nele; o esforço do leitor
cuidadoso e atento será retribuído. Observe:
1. É um privilégio abençoado desfrutar dos oráculos de Deus. Essa era uma
das principais vantagens que os judeus tinham sobre os gentios.
2. É uma atividade abençoada estudar as Escrituras; empregam bem o seu
tempo os que investigam as Escrituras.
3. Não é somente um privilégio ler as Escrituras nós mesmos, mas ouvi-las
sendo lidas por outros, que estão qualificados para nos dar o sentido do que leem
e de conduzir-nos à compreensão delas.
4. Não é suficiente para nossa bênção que leiamos ou ouçamos as
Escrituras, mas precisamos guardá-las; precisamos guardá-las na nossa memória,
na nossa mente, nos nossos sentimentos e na prática, e seremos abençoados de
fato.
5. Quanto mais nos aproximarmos do cumprimento das Escrituras, mais
consideração devemos ter por elas. O tempo está chegando, e deveríamos estar
tanto mais atentos quanto mais vemos o dia se aproximando.
Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus
Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 2º
Trimestre de 2022, ano 32 nº 123 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos
– Professor – Apocalipse – Mensagem sobre o triunfo de Cristo, exortação e
promessas ao povo de Deus – Pastor William Barros.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.
Editora Vida – 2014
- Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.
Editora Vida – 2014
– Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central Gospel
– 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken,
Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora CPAD –
2005 – Comentário Bíblico Beacon.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional
– Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira
Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão
– 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald
- editada com introduções de Art Farstad.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 –
Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 –
Tradução: Susana E. Klassen.
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