Lição 11 – 12 de junho de 2022 – Editora BETEL
A realidade do milênio
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Sobre a realidade
do milênio
Daniel 7 – O rei Nabonido
era monarca sobre todo o império persa, mas nomeou seu filho, Belsazar,
governante da Babilônia; o primeiro ano de seu reinado foi, provavelmente, 553
a.C. Isso significa que os acontecimentos descritos nos capítulos 7 e 8 antecedem
aqueles descritos nos capítulos 5 e 6 e que Daniel tinha quase 70 anos de idade
quando esses fatos ocorreram. Talvez Daniel tenha organizado seu livro dessa forma
para que os registros de suas interpretações dos sonhos e visões de outros
viessem antes das visões que Deus lhe deu (Dn 7.1, 2; 8.1; 9.20-27; 10.1 a
seguir). Exceto pelo sonho de Nabucodonosor com a grande figura explicado no
capítulo 2, as outras visões em Daniel 2 - 6 não têm aplicação tão ampla quanto
as visões concedidas a Daniel. A visão explicada no capítulo 7 é paralela à visão
que Deus deu a Nabucodonosor no capítulo 2.
Nesta visão,
Daniel aprendeu a respeito de seis diferentes reinos, dos quais, quatro são
reinos deste mundo, um é o de Satanás, e o último é o reino do Messias.
Deus comunicou-se
com Daniel enquanto este dormia ao dar-lhe visões perturbadoras em um sonho
(versículos 1, 2, 15). Durante essa visão, Daniel também participou dos
acontecimentos, pois pôde aproximar-se do anjo e pedir uma interpretação
(versículo 16). Daniel não explica como era possível estar dormindo em sua cama
e, ainda assim, poder falar com um anjo em pé diante do trono do Senhor. Talvez,
como Paulo, não soubesse se estava dentro ou fora de seu corpo (ver Dn 8.2; 2Co
12.1-3).
O mar
agitado é uma figura bíblica frequente usada para as nações do mundo (Is 17.12,
13; 57.20; 60.5; Ez 26.3; Ap 13.1; 17.15). Assim como o mar por vezes fica
tempestuoso, também as nações do mundo às vezes se veem em tumulto e até mesmo
em guerra; assim como as ondas e correntes do mar são imprevisíveis, também o
curso da história mundial está além da capacidade humana de traçar um rumo ou
de fazer previsões. Historiadores como Oswald Spengler e Arnold Toynbee
procuraram sem sucesso encontrar um padrão para a história mundial.
Do ponto
de vista humano, as nações determinam seus próprios destinos, mas os ventos invisíveis
de Deus sopram sobre a superfície da água para realizar a vontade d’Ele a seu tempo.
Se há uma mensagem enfatizada no Livro de Daniel, é que "o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens"
(Dn 4:32).
O anjo
disse a Daniel que as quatro bestas representavam quatro reinos (versículo 17),
a mesma sequência de impérios que Nabucodonosor havia visto em seu sonho
(capítulo 2). Contudo, o rei vira uma estátua enorme e impressionante, feita de
metais valiosos, enquanto Daniel viu feras perigosas que devoravam povos e
nações sem qualquer piedade. Aos olhos humanos, as nações do mundo são como a
estátua enorme de Nabucodonosor, impressionantes e imponentes, mas, do ponto de
vista de Deus, as nações são apenas animais ferozes que atacam e devoram uns
aos outros.
O leão
com asas de águia (versículo 4) representava o império da Babilônia, que na
estátua de Nabucodonosor era a cabeça de ouro (Dn 2.37-38). Nas Escrituras, a
Babilônia é identificada tanto com o leão quanto com a águia (Jr 4.7, 13;
48.40; 49.19-22; 50.17; Ez 17.3, 12; ver também Hc 1.6-8). A descrição do leão
sendo erguido para ficar em pé como um homem e, depois, recebendo um coração
humano nos lembra de como Deus humilhou o rei Nabucodonosor e fez com que vivesse
sete anos como um animal (Dn 4.16, 28-34). Deus disse a Daniel que o império babilônio
cairia.
O urso com
três costelas na boca (versículo 5) simbolizava o império dos medos e persas, que
derrotaram a Babilônia (Dn 5) e é paralelo aos braços e peito de prata na
grande figura (Dn 2.39). O urso se levantou de um de seus lados, pois os persas
eram mais fortes que os medos. Na visão posterior do carneiro com dois chifres
(Dn 8), o chifre mais alto representava os persas (versículos 3, 20).
Os
intérpretes não apresentam um consenso sobre o significado das três costelas
que o urso levava na boca. A melhor explicação é que representavam a Lídia, o
Egito e a Babilônia, nações que os medos e persas haviam conquistado. De fato,
os exércitos do império medo-persa "devoraram
muita carne" ao marchar pelos campos de batalha.
O
leopardo com quatro asas (versículo 6) representava Alexandre, o Grande, e a
conquista rápida de seu exército, resultando na expansão extraordinária do
reino da Grécia. Esse quarto animal é identificado com o número quatro: quatro
cabeças e quatro chifres (ver Dn 8.8, 21-22). A morte precoce de Alexandre, em
323 a.C., deixou-o sem sucessor, e seu reino foi dividido em quatro partes, que
foram entregues a seus líderes. A Palestina e o Egito foram dados a Ptolomeu I;
a Síria foi governada por Seleuco I; a Ásia Menor e a Trácia foram entregues a
Lisímaco; e a Macedônia e a Grécia foram governadas por Antipater e Cassandro.
O animal
"terrível e espantoso" (versículo 7) representava o império romano,
forte e durável como o ferro e determinado como uma fera em seu ataque. Os
exércitos romanos varreram o mundo antigo derrotando uma nação depois da outra,
e o império chegou a estender-se do oceano Atlântico até o mar Cáspio, a leste,
e do norte da África até os rios Reno e Danúbio, ao norte. O Egito, a Palestina
e a Síria ficaram todos sob domínio romano.
Esse animal
corresponde às pernas de ferro da figura de Nabucodonosor (Dn 2.40-43), mas os
dez artelhos (dez reis, versículos 43, 44) são representados por dez chifres
(Dn 7.7, 24). Com frequência, o chifre é um símbolo de um governante ou da
autoridade do rei (1Sm 2.10; Sl 132.17).
No grande
movimento da história antiga, um império substituiu outro, levando ao estabelecimento
do império romano. As duas visões (caps. 2 e 7) deixam claro que Deus conhece o
futuro e controla a ascensão e queda das nações e dos governantes.
Naquela
época, Daniel vivia no império babilônio, mas sabia que a Babilônia seria tomada
pelos medos e persas, que a Grécia conquistaria a Média e a Pérsia e que Roma acabaria
conquistando tudo. A profecia é a história escrita de antemão.
Os
quatro reinos representados pelos quatro animais já vieram e já passaram.
Contudo, o versículo 12 indica que cada reino continua a existir, de alguma
forma, dentro do reino sucessor que o "devorou".
Daniel, porém, contemplou em sua visão algo que não foi revelado a
Nabucodonosor: o último reino humano na Terra seria terrível, diferente de
todos os reinos anteriores, chegando a ponto de declarar guerra contra Deus!
Trata-se do reino do anticristo, descrito em Apocalipse 13 a 19, um reino
perverso que será destruído quando Jesus Cristo voltar à Terra.
Na visão
de Nabucodonosor, o juízo foi retratado como "uma pedra [...] cortada sem o auxílio de mãos" que rolou
montanha abaixou e destruiu a figura (Dn 2.34, 35, 44, 45).
Daniel
havia visto a ascensão e queda de cinco reinos: dos babilônios, dos medos e persas,
da Grécia, de Roma e do reino de Satanás liderado pelo anticristo. Contudo, o reino
mais importante de todos é aquele que Cristo estabelecerá na Terra para a
glória de Deus, o reino pelo qual os cristãos anseiam cada vez que oram "venha o teu reino" (Mt 6:10).
Podem-se ver dois aspectos do reino nas Escrituras: "o reino de Deus", que é o reino espiritual de Cristo
sobre todos os que Lhe pertencem (Jo 3.1-8; Cl 1.13), e o reino glorioso na
Terra, preparado para o povo de Deus (Mt 16.28; 25.34; 26.29; Lc 22.29).
Esse acontecimento
ocorre antes de o reino do anticristo ser destruído e, provavelmente, é paralelo
a Apocalipse 4 a 5, em que João descreve a sala do trono de Deus. "Ancião de Dias" (Dn 7.9, 13,
22) é um nome dado a Deus para enfatizar seu caráter eterno. Ele é o Deus que
existe desde a eternidade, que planejou todas as coisas e que está colocando seu
plano em ação. A descrição de Deus não deve ser entendida literalmente, pois
Deus não tem corpo, não veste roupas nem possui cabelos brancos. Esses
elementos são simbólicos de sua natureza e caráter: Ele é eterno, santo e
soberano. Em Apocalipse 1.12-20, essas mesmas características são aplicadas a
Jesus Cristo, provando, assim, que Ele é o eterno Filho de Deus.
A visão
do trono de Deus é paralela a Ezequiel 1.15-21, 26, 27. O fogo refere-se à santidade
e juízo do Senhor, e as rodas simbolizam sua obra providencial. "Porque o Senhor, teu Deus, é fogo que
consome" (Dt 4.24; Hb 12.29; ver Sl 97.1-4). Ele é louvado por uma
multidão de santos e de anjos (Dt 33.2; Ap 5.11) enquanto os livros são abertos
e o Senhor faz os preparativos para julgar o mal na Terra. Não importa o que
Satanás ou o anticristo façam na Terra, Deus ainda está no trono e julga.
O trono
terreno do Filho de Deus (versículos 13, 14, 27). "Filho do Homem" é um título conhecido para nosso Senhor
Jesus Cristo. É usado mais de oitenta vezes nos Evangelhos, muitas vezes pelo
próprio Jesus (ver também Ap 1.13 e 14.14). A expressão "as nuvens do céu" nos lembra de sua promessa de voltar
em glória e de reinar sobre a Terra (Mt 24.30; 25.31; 26.64; Mc 13.26 e 14.62;
Ap 1.7).
O Filho
do Homem é apresentado diante do trono do Pai e recebe domínio sobre todas as
nações, o qual jamais terá fim. Trata-se do prelúdio à pedra sendo cortada da montanha,
descendo para destruir os reinos do mundo (Dn 2.34, 35, 44, 45), e de um
paralelo com Apocalipse 5.1-7. O Pai prometeu ao Filho: "Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da
terra por tua possessão" (Sl 2.8). Ao contrário dos quatro reinos
anteriores e do reino do anticristo, o reino de Jesus Cristo jamais poderá ser
removido nem destruído. Esse é o reino verdadeiro, no qual Deus estava pensando
quando disse a Davi que seu trono jamais chegaria ao fim (2Sm 7.13, 16). Ele compartilhará
esse reino com seu povo (Dn 7.27), que reinará com o Senhor (Ap 5.10; 11.15;
20.4). A promessa pactual que Deus fez com Davi (2Sm 7) um dia se cumprirá em
Jesus Cristo. A promessa de Deus de que os descendentes de Davi teriam um trono
e um reino para sempre (2Sm 7.12-13) certamente não se cumpriu com Salomão e
com nenhum de seus sucessores, mas se cumprirá em Jesus Cristo (Lc 1.30-33,
68-79).
Em Apocalipse
20.1-8, o texto diz seis vezes que o reino durará mil anos, daí ser chamado de
reino do milênio, em latim "mil
anos". Nesse tempo, o Senhor cumprirá várias promessas do reino feitas
nas Escrituras do Antigo Testamento. A natureza será liberta da escravidão do
pecado e da corrupção (Is 35; Rm 8.18-25) e haverá paz no mundo (Is 2.1-5; 9.1-7).
Nessa visão
dramática, Daniel vira uma extensa porção da história, começando com o reino da
Babilônia e encerrando com o reino milenar de Cristo na Terra. Para Daniel e
seu povo no exílio, deve ter sido uma grande fonte de consolo e de forças saber
que, um dia, as profecias se cumpririam, e seu Messias reinaria no trono de
Davi.
A Igreja
de Jesus Cristo nos dias de hoje espera pela volta do Salvador, quando será arrebatada
para encontrar-se com ele nos ares (1Ts 4.13-18). Voltaremos com ele para a
Terra, reinaremos com ele e lhe serviremos. "Amém!
Ora, vem, Senhor Jesus!" (Ap 2220).
Qual foi
a reação de Daniel a essa importante revelação? Ficou profundamente perturbado,
e seu rosto empalideceu (Dn 7.28), mas o profeta não disse a ninguém o que o
Senhor havia lhe mostrado. Veremos, em capítulos mais adiante, que depois de receber
uma visão do Senhor, com frequência Daniel ficava doente e não conseguia trabalhar.
Trata-se de algo muito diferente do que acontece com alguns "estudiosos das profecias" de
hoje, o quais, quando acreditam ter descoberto uma verdade importante, vão ao
rádio ou à televisão e contam a todos aquilo que acham que sabem. É perigoso estudar
as profecias apenas para satisfazer a curiosidade ou para dar às pessoas a impressão
de que somos "grandes estudiosos da
Bíblia". Se a verdade divina não tocar nosso coração, então nosso
estudo bíblico será um mero exercício intelectual para alimentar nosso ego.
De acordo
com A. W. Tozer: "A Bíblia não
aprova essa curiosidade da sociedade moderna, que brinca com as Escrituras e
busca apenas impressionar públicos crédulos e ingênuos com o 'espantoso'
conhecimento profético do irmão que está pregando ou ensinando!".
Devo responder
a essas palavras com um mais sincero "Amém!".
Uma
semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º
Trimestre de 2018, ano 28 nº 108 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – Israel 70 anos – O chamado de uma nação e o plano
divino de redenção – Pastor César Pereira Roza de Melo.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo
Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD –
2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo
Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento -
William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento –
Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento –
Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen
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