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Lição 13 - 2º trimestre 2022 - Um novo céu e uma nova terra

Lição 12 – 19 de junho de 2022 – Editora BETEL 

Um novo céu e uma nova terra

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Sobre o novo céu e a nova terra

Apocalipse 21 – A história humana começa em um jardim e termina em uma cidade bela como um jardim. No tempo do apóstolo João, Roma era uma cidade admirada por muitos, mas Deus a compara a uma meretriz.

"Pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de Deus" (Lc 16.15). A cidade eterna de Deus é comparada com uma linda noiva (Ap 21.9), pois é o lar eterno do povo amado de Deus.

As declarações de Deus registradas em Apocalipse 21.5-6 resumem, apropriadamente, esses dois últimos capítulos: "Eis que faço novas todas as coisas [...] Tudo está feito". O que começou em Gênesis é concluído em Apocalipse.

João apresenta uma descrição tripla dos cidadãos da nova Jerusalém.

São o povo de Deus (versículos 1-5). O primeiro céu e a primeira Terra foram preparados para o primeiro homem e mulher e seus descendentes. Deus dispôs todas as coisas para eles quando os colocou no Jardim. Infelizmente, os primeiros antepassados pecaram e trouxeram a morte e a corrupção ao mundo maravilhoso de Deus. A criação está angustiada e cativa (Rm 8.18-23), e "nem os céus são puros aos seus olhos [de Deus]" (Jó 15.15).

Deus prometeu a seu povo um novo céu e uma nova Terra (Is 65.17; 66.22). A antiga criação deve ser removida, a fim de que a nova criação de Deus seja glorificada. Jesus chama esse acontecimento de "regeneração" da Terra (Mt 19.28), e Pedro o explica como uma purificação e renovação pelo fogo (2Pe 3.10-13). Os estudiosos da Bíblia não apresentam um consenso quanto a esse processo; alguns acreditam que os antigos elementos serão renovados, enquanto outros pensam que serão destruídos e substituídos por uma criação inteiramente nova. O fato de o verbo grego traduzido por novo significar "novo em caráter" (Ap 21.1-5) pode corroborar a primeira alternativa.

A declaração "O mar já não existe" não significa que não existe mais água. Indica apenas que a Terra será organizada de outra maneira no que diz respeito a suas águas. Três quartos do planeta consistem de água, mas não será o caso na eternidade. No tempo de João, o mar representava perigo, tempestades e separação (o próprio João estava em uma ilha quando escreveu este livro!), de modo que, talvez, o apóstolo não esteja apenas dando uma lição de geografia.

Mesmo com esta descrição que as Escrituras apresentam, é difícil imaginar como será a cidade eterna. João a caracteriza como uma cidade santa (ver Ap 21.27), preparada (ver Jo 14.1-6) e bela, como uma noiva no dia de seu casamento, e expande essas características em Apocalipse 21 e 22.

Mas o mais importante sobre a cidade é que Deus habita nela com seu povo. A Bíblia apresenta um registro interessante dos lugares de habitação do Senhor. No início, Deus andava com o homem no jardim do Éden. Então, passou a habitar com Israel no tabernáculo e, posteriormente, no templo. Quando Israel pecou, Deus deixou essas habitações. Então, Jesus Cristo veio à Terra "tabernacular" entre nós (Jo 1.14). Hoje, Deus não vive em templos feitos por mãos humanas (At 7.48-50), mas sim no corpo dos que fazem parte de seu povo (1Co 6.19-20) e na igreja (Ef 2.21-22).

Tanto o tabernáculo quanto o templo tinham um véu que separava os homens de Deus. Esse véu foi rasgado ao meio quando Jesus morreu e, desse modo, abriu um "novo e vivo caminho" para o povo de Deus (Hb 10.19 a seguir). Apesar de Deus habitar nos cristãos por meio de seu Espírito, nem sequer começamos a entender Deus ou a ter comunhão com ele como gostaríamos; mas, um dia, habitaremos na presença do Senhor e desfrutaremos sua companhia para sempre.

A cidade eterna é tão maravilhosa que a melhor maneira que João encontra para descrevê-la é por meio de contrastes - "não haverá", "não existirá". Os primeiros cristãos a ler este livro inspirado devem ter se regozijado em saber que no céu não haverá mais dor, tristeza nem morte, pois muitos dentre esses santos haviam sido torturados ou mortos. A esperança do céu é fonte de ânimo para os cristãos aflitos de todas as épocas.

Cidadãos do céu são um povo saciado (v. 6). As pessoas que vivem em cidades modernas não pensam muito em água, mas essa era uma grande preocupação no tempo de João. Sem dúvida, uma vez que trabalhava nas minas romanas, o próprio apóstolo sabia o que significava ter sede. Os santos torturados ao longo da história certamente se identificaram com essa promessa maravilhosa do Senhor. Água viva gratuita e abundante para todos!

Os cidadãos celestiais são vencedores (versículos 7-8). O termo "vencedor" é extremamente importante em Apocalipse (2.7, 11, 17, 26; 3.5, 12, 21; ver também 12.11). Conforme João ressaltou em sua primeira epístola, todos os cristãos verdadeiros são vencedores (1Jo 5.4-5), de modo que esta promessa não se aplica apenas a uma "elite espiritual". Uma vez que somos filhos de Deus, herdaremos todas as coisas.

Depois do grande incêndio em Chicago, em 1871, o evangelista Dwight L. Moody voltou a seu bairro para ver o que havia restado de sua casa. Um amigo que passava por lá comentou:

- Alguém me falou que você perdeu tudo.

- Você entendeu mal - replicou Moody.

- O que me restou ainda é muito mais do que aquilo que perdi.

- Como assim? - Perguntou o amigo curioso. - Não sabia que você era tão rico.

Então, Moody abriu a Bíblia e leu Apocalipse 21.7 para ele: "O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus".

Contrastando com os vencedores, Apocalipse 21.8 descreve pessoas vencidas pelo pecado, que se recusaram a crer no Senhor. Qual é seu destino? O lago de fogo! O mundo considera os cristãos "fracassados", mas, na verdade, os não salvos é que são!

Os "covardes" são os que se mostraram temerosos, os que não tiveram coragem de assumir sua fé em Cristo (ver Mt 10.32-33). O termo "abomináveis" significa "contaminados" e se refere aos que se entregaram ao pecado e, desse modo, contaminaram sua mente, espírito e corpo (2Co 7.1). As outras características mencionadas em Apocalipse 21.8 não precisam de qualquer explicação especial, exceto pela observação de que todas elas se aplicam aos seguidores da "besta" (notar Ap 17.4-6; 18.3, 9; 19.2).

A cidade eterna não é apenas o lar da noiva; ela é a noiva! Não é constituída de edifícios, mas sim de pessoas. A cidade que João vê é santa e celestial; ela desce à Terra vinda do céu, onde foi preparada. A descrição de João é estonteante, mesmo considerando o uso extensivo do simbolismo. O céu é um lugar real de glória e de beleza, o lar perfeito para a noiva do Cordeiro.

Observamos anteriormente que a "glória de Deus" manifestou-se em diferentes locais ao longo da história. A glória de Deus habitou no tabernáculo e, em seguida, no templo. Hoje, sua glória habita nos cristãos e em sua Igreja. Essa glória será vista por toda a eternidade na cidade santa de Deus e lhe proverá toda a luz necessária.

A descrição da cidade segue o padrão das cidades que os leitores de João conheciam: tem fundamentos, muralhas e portas. Os fundamentos simbolizam permanência, contrastando com as tendas onde habitavam os "estrangeiros e peregrinos" (Hb 11.8-10; ver também Hb 11.13). As muralhas e portas indicam proteção. O povo de Deus jamais precisará temer qualquer inimigo. Os anjos às portas servirão de sentinelas!

Nesta cidade, os santos da antiga e da nova aliança serão unidos. As doze portas são identificadas com as doze tribos de Israel, e os doze alicerces, com os doze apóstolos (ver Ef 2.20). Contando com a tribo de Levi, na verdade havia treze tribos, e, contando com Paulo, havia treze apóstolos. Ao relacionar as tribos, em Apocalipse 7, João deixa de fora Dã e Efraim, indicando, talvez, que nossa interpretação não deve ser excessivamente literal. João está simplesmente garantindo que todo o povo de Deus estará na cidade (Hb 11.39-40).

O apóstolo mediu a Jerusalém terrena (Ap 11), mas agora, é convidado a medir a cidade celestial. "Quadrangular", em Apocalipse 21.6, significa "equilátera", de modo que a cidade pode ser como um cubo ou pirâmide. Mais importante do que isso, porém, é que essa característica da cidade eterna de Deus indica sua perfeição: nada é desordenado ou desequilibrado.

As medidas são impressionantes! Se considerarmos que um côvado corresponde a aproximadamente 46 centímetros, as muralhas têm mais de 66 metros de altura! Se um estádio corresponde a cerca de 206 metros (as medidas variavam na Antiguidade), então a cidade cobre uma área de aproximadamente 2.500 quilômetros quadrados! Haverá espaço de sobra para todos!

É impossível não ficar fascinados com a construção da cidade. As muralhas são de jaspe, uma pedra cristalina; mas a cidade em si é feita de ouro puro, semelhante a cristal límpido. A luz da glória de Deus resplandecerá por toda a cidade, como se esta fosse um "Santo dos santos" em grande escala.

Os fundamentos das construções costumam ser subterrâneos, mas não apenas são visíveis, como também belamente adornados de pedras preciosas. Cada fundamento separado terá as próprias joias, criando uma mistura maravilhosa de cores quando a luz de Deus brilhar através delas.

Não se pode afirmar com certeza a cor dessas pedras preciosas e, na verdade, isso não importa. O jaspe, como vimos, é transparente. A safira é azul, e a calcedônia provavelmente é de cor azul-esverdeada. A esmeralda, evidentemente, é verde; o sardônio é semelhante a nosso ônix, uma pedra branca com traços marrons, apesar de alguns estudiosos a descreverem como sendo vermelha e branca.

O sárdio é uma pedra vermelha (descrita, por vezes, como tendo a cor de sangue), e o crisólito é um quartzo amarelo, como aquilo que chamamos hoje de topázio; o berilo é verde, e o topázio é de cor verde-amarelada. Não se sabe, ao certo, a cor do crisópraso; alguns acreditam que seja de tom dourado, enquanto outros o comparam com a cor da maçã verde. O jacinto provavelmente é azul, mas há quem afirme que é amarelo; a ametista é de cor roxa profunda ou vermelha azulada.

Nosso Deus é um Deus de beleza e espalhará beleza em abundância por toda a cidade que está preparando para seu povo. Talvez Pedro tivesse a cidade santa em mente quando escreveu sobre a "multiforme graça de Deus" (1Pe 4.10), pois a palavra traduzida como "multiforme" significa "multicolorida, variegada".

Na Antiguidade, a pérola era considerada uma "joia real", produzida por um molusco como revestimento para um grão de areia que causa irritação na porção interior da concha. Mas as portas de pérola da cidade nunca serão fechadas (Ap 21.25), pois não haverá coisa alguma para entrar e perturbar nem para contaminar seus habitantes.

João observa que a cidade é desprovida de alguns elementos, mas a ausência destes só magnifica sua glória. Uma vez que a cidade toda será habitada pela presença de Deus, não haverá templo. Aliás, no céu não haverá distinção entre "secular" e "sagrado". O Sol e a Lua não estarão presentes, pois o Senhor será a luz da cidade, e nunca haverá noite (ver Is 60.19).

O que faremos no céu por toda a eternidade? Sem dúvida, não apenas louvaremos ao Senhor, mas também o serviremos. "Os seus servos o servirão" (Ap 22.3) são palavras de grande estímulo a nós, pois, no céu, nosso serviço será perfeito. Ao servir ao Senhor na Terra, sempre enfrentamos os obstáculos impostos por pecados e fraquezas; mas todos os impedimentos serão removidos quando chegarmos à glória. Serviço perfeito em ambiente perfeito!

O que será esse serviço? A Bíblia não diz, e também não é preciso saber. Basta saber o que Deus deseja que seja feito hoje. Nossa fidelidade nesta vida é uma preparação para o serviço mais exaltado no céu. Na verdade, alguns estudiosos acreditam que teremos acesso a toda imensidão do universo e que seremos enviados a outros lugares em missões especiais. Mas é inútil especular, pois Deus achou por bem não revelar os detalhes.

No céu, não seremos apenas servos, mas também reis. Reinaremos para todo o sempre! Trata-se de uma referência ao fato de participar da autoridade de Cristo na glória. Como cristãos, estamos assentados com Cristo hoje nos lugares celestiais (Ef 2.1-10); mas, na eternidade, reinaremos sobre os novos céus e a nova Terra. Quanta honra! Quanta graça!

Sem dúvida, é possível fazer inúmeras perguntas interessantes acerca da futura habitação celestial, mas só haverá respostas quando chegarmos ao lar na glória. Na verdade, João encerra seu livro lembrando: uma vez que vamos para o céu algum dia, temos certas responsabilidades a cumprir hoje.

O céu é mais do que um destino: é uma motivação. A consciência de que vamos habitar na cidade celestial deve fazer diferença em nossa vida aqui e agora. A visão da cidade celestial levou os patriarcas a andar com Deus e a servi-lo (Hb 11.10, 13.16). A consciência de que voltaria para o Pai no céu também encorajou Jesus Cristo quando ele encarou a cruz (Hb 12.2). A certeza do céu não deve tornar os salvos acomodados nem descuidados; antes, deve servir de estímulo para que cada cristão cumpra seus deveres espirituais.

Uma semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 3º Trimestre de 2018, ano 28 nº 108 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens e Adultos – Professor – Israel 70 anos – O chamado de uma nação e o plano divino de redenção – Pastor César Pereira Roza de Melo.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen. 

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