Lição 06 – 07 de agosto de 2022 – Editora BETEL
Os
cuidados com a intenção do coração
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Sobre a intenção
do coração
Mateus 5.21, 22, 44, 45 – Jesus
selecionou seis leis importantes do Antigo Testamento e as interpretou para o povo
à luz da vida nova que veio oferecer. Fez uma alteração fundamental sem, no entanto,
mudar o padrão de Deus: tratou das atitudes e intenções do coração, não apenas
das ações aparentes. Os fariseus diziam que a justiça consistia em realizar
determinadas ações. Jesus diz que o cerne da justiça são as atitudes do
coração.
O mesmo
se aplica ao pecado: os fariseus tinham uma lista de ações exteriores consideradas
pecado, mas Jesus explicou que o pecado provém das atitudes do coração. A ira
sem motivo é homicídio no coração; a lascívia é adultério no coração. A pessoa
que afirma "viver segundo o sermão
do monte" talvez não perceba que é mais difícil seguir esses preceitos
do que os Dez Mandamentos!
Homicídio - Existe
uma ira santa contra o pecado (Ef 4.26), mas Jesus refere-se aqui a uma ira pecaminosa
contra as pessoas. A palavra que usa em Mateus 5.22 significa "ira cultivada, malignidade alimentada
no ser interior". Jesus descreve uma experiência pecaminosa
constituída de vários estágios. Primeiro, a manifestação de uma ira sem motivo.
Depois, a explosão dessa ira em palavras, que põe mais lenha na fogueira e, por
fim, leva à condenação: "Seu tolo,
seu rebelde obstinado!"
A ira pecaminosa
é insensata, pois nos faz destruir em vez de edificar. Tira nossa liberdade e
nos faz prisioneiros. Odiar alguém é cometer homicídio no coração (1 Jo 3.15). Isso
não significa que devemos matar alguém de fato, uma vez que já o fizemos intimamente.
Por certo, os sentimentos pecaminosos não servem de desculpa para ações
pecaminosas. A ira pecaminosa rompe nossa comunhão com Deus e com os irmãos,
mas não faz com que sejamos presos como assassinos. No entanto, não foram poucos
os que se tornaram homicidas por não conseguir controlar seu furor.
A ira deve
ser encarada honestamente e confessada diante de Deus como pecado. Devemos
procurar a pessoa ofendida e colocar as coisas em ordem sem demora. Quanto mais
esperarmos, pior se torna a escravidão! Quando recusamos a reconciliação,
condenamo-nos a uma terrível prisão. (Para mais conselhos a esse respeito, ver
Mt 18.15-20). Alguém disse bem que a pessoa que se recusa a perdoar seu irmão
está destruindo a mesma ponte sobre a qual precisa andar.
Adultério – Jesus assevera
a pureza da lei de Deus e, em seguida, explica que a intenção dessa lei é revelar
a santidade do sexo e a pecaminosidade do coração humano. Deus criou o sexo e
protege essa criação. Tem autoridade para determinar como deve ser usado e para
punir os que se rebelam contra suas leis. Deus não estabeleceu regras para o
sexo porque deseja nos controlar, mas sim porque deseja nos abençoar. Deus
sempre diz "não" para poder
dizer "sim".
A impureza
sexual nasce dos desejos do coração. Mais uma vez, Jesus não está dizendo que
desejos lascivos são a mesma coisa que práticas lascivas e, portanto, que a
pessoa pode aproveitar e cometer adultério de fato, uma vez que já o fez em
pensamento. O desejo e a prática não são idênticos, mas, em termos espirituais,
são equivalentes. O "olhar"
que Jesus menciona não é apenas casual e de relance; antes, é um olhar fixo e demorado
com propósitos lascivos. É possível um homem olhar de relance para uma mulher,
constatar que ela é linda, mas não ter pensamentos lascivos depois disso. O homem
que Jesus descreve olha para a mulher com o propósito de alimentar seus
apetites sexuais interiores, como um substituto para o ato sexual em si. Não é
uma situação acidental, mas um ato planejado.
Como
vencer essas tentações? Pela purificação dos desejos do coração (o apetite conduz
à ação) e pela disciplina das ações do corpo. Claro que Jesus não está falando literalmente
de realizar uma cirurgia, pois isso não resolveria o problema do coração. Em se
tratando dos pecados sexuais, os olhos e as mãos são geralmente os dois grandes
"culpados"; portanto, são
eles que devem ser disciplinados. Jesus diz: "trate o pecado de maneira imediata e decisiva! Não pense num
tratamento gradual. A remoção deve ser radical!" A cirurgia espiritual
é mais importante do que a cirurgia física, pois os pecados do corpo podem
levar ao julgamento eterno. Convém refletir sobre passagens como Colossenses
3.5 e Romanos 6.13; 12.1, 2; 13.14.
Juramentos - Trata-se
do pecado de usar juramentos para reforçar a veracidade de uma declaração. Os
fariseus usavam vários tipos de artifício para esquivar-se da verdade, e o
juramento era um deles. Evitavam usar o nome santo de Deus, mas empregavam
aproximações como a cidade de Jerusalém, céu, terra, ou alguma parte do corpo.
Jesus ensina
que nossas conversas devem ser tão honestas e nosso caráter tão verdadeiro que
não haja necessidade de usar qualquer outro recurso para fazer as pessoas
acreditarem em nós. As palavras dependem do caráter, e juramentos não são capazes
de compensar a falta de caráter. "No
muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente"
(Pv 10.19). Quanto mais palavras alguém usa para nos convencer, mais
desconfiados devemos ficar.
Vingança - A lei original
era justa, pois impedia que as pessoas obrigassem o transgressor a pagar um preço
maior do que o merecido por sua ofensa e também evitava a retaliação. Jesus
substituiu a vingança pelo sofrer a perda, em vez de causar sofrimento a
outros. É evidente que ele aplica esse princípio a ofensas pessoais, não em nível
coletivo ou nacional. A pessoa que busca a vingança causa apenas mais
sofrimento a si mesma e ao transgressor, e o resultado é guerra, não paz.
A fim de
"dar a outra face", devemos
permanecer onde estamos e não fugir, uma atitude que requer fé e amor. Também
quer dizer que nós podemos ser feridos, mas é melhor ser ferido por fora do que
danificado por dentro. Significa, ainda, que devemos procurar ajudar o pecador.
Estamos vulneráveis, pois ele pode nos atacar novamente, mas somos vitoriosos,
pois Jesus está do nosso lado, ajudando-nos a construir nosso caráter. De
acordo com os psicólogos, a violência nasce da fraqueza, não da força. O homem
forte é capaz de amar e de sofrer, enquanto o fraco pensa apenas em si mesmo e
fere os outros para se defender. Depois, foge para se proteger.
O amor pelos inimigos - Em
momento algum a lei ensina a odiar os inimigos. Passagens como Êxodo 23.4-5
indicam exatamente o contrário! Para Jesus, nossos inimigos são aqueles que nos
amaldiçoam, nos odeiam e nos exploram. Uma vez que o amor cristão é um ato de nossa
volição, não apenas uma emoção, Deus pode ordenar que amemos nossos inimigos.
Afinal, ele nos amou quando éramos seus inimigos (Rm 5.10). Podemos demonstrar esse
amor abençoando os que nos amaldiçoam, fazendo o bem a eles e orando por eles.
Quando oramos por nossos inimigos, achamos mais fácil amá-los, pois a oração remove
o "veneno" de nossas
atitudes.
Jesus
apresenta vários motivos para essa admoestação: (1). Tal amor é sinal de
maturidade e prova que somos filhos do Pai, e não apenas criancinhas. (2). É
divino, pois o Pai compartilha as coisas boas com aqueles que se opõem a ele.
Mateus 5.45 sugere que nosso amor cria um clima de bênçãos que torna mais fácil
ganhar nossos inimigos e transformá-los em amigos. O amor é como o brilho do
Sol e a chuva que o Pai, em sua infinita misericórdia, manda todos os dias para
ímpios e crentes, para os outros. Nos versículos 46 e 47, Jesus nos exorta a
sermos amorosos e bondosos com nossos semelhantes sem distinção de espécie
alguma, afirmando em outras palavras: "Que
fazem vocês mais do que os outros?". Essa é uma boa pergunta. Deus
espera que vivamos neste mundo num nível bem mais elevado que o dos não
cristãos, que retribuem o bem com bem e o mal com mal. Como cristãos, devemos retribuir
o mal com o bem, considerando isso um investimento de amor.
O termo
perfeito em Mateus 5.48 não significa impecavelmente perfeito, pois isso é
impossível nesta vida (apesar de ser um excelente alvo para nossos esforços);
antes, refere-se a nossa integridade e maturidade como filhos de Deus. O Pai
ama seus inimigos e procura transformá-los em filhos, e devemos auxiliá-lo
nessa tarefa!
Para
nós, humanos, existe uma grande certeza a respeito da perfeição, e é que ela é
um conceito que está muito acima de nós, na verdade, se trata de um ideal
inalcançável para qualquer pessoa. Muitos chegam a fazer uma comparação entre a
perfeição e o horizonte, porque quanto mais um indivíduo anda na direção do
horizonte, mais percebe que ele continua distante. No caso da perfeição é a
mesma coisa, quanto mais tentamos alcançá-la, mais ela parece estar distante de
nós; e isso acontece porque nossa mente não consegue alcançar e compreender o
verdadeiro e concreto conceito de perfeição, porque este pertence unicamente a
Deus, logo, restando a nós apenas o ideal abstrato, subjetivo, de perfeição que
foi difundido a partir do pouco que a humanidade conseguiu captar da perfeição
divina que é por definição muitíssimo superior a nossa e pertence ao Senhor dos
Exércitos que é o único Ser verdadeiramente perfeito, aliás, Deus é a perfeição
absoluta em todos os aspectos e por este motivo todos os seus dons e dádivas
também o são, como está escrito:
"Toda boa dádiva e todo dom
perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem
sombra de variação." Tiago 1.17.
Como a perfeição verdadeira é uma
característica divina, e, portanto, apenas um ser divino pode possuí-la; e
sendo Deus o único ser divino, somente Ele é perfeito. Porém, Cristo deseja que
cada um de nós procure se assemelhar a Ele reproduzindo suas características
mesmo dentro de nossas limitações humanas, ou seja, Deus é amor absoluto, mas
Ele deseja que nós sejamos amor também, mesmo dentro de nossas limitações; e o
mesmo ocorre com a perfeição.
Dentro de cada um de nós,
cristãos, deve aflorar a necessidade de alcançarmos a semelhança com Cristo,
apesar de sabermos ser isso impossível. Mas, a procura por excelência,
perfeição e diligência em tudo o que fizermos, na esperança de alcançar um
padrão mínimo que agrade a Deus, já é um exercício considerável rumo ao que o
Senhor Jesus nos admoesta a fazer no versículo 48, capítulo 5 de Mateus:
“Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está
nos céus.”
Uma
semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º
Trimestre de 2022, ano 32 nº 124 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – Sermão do Monte – A ética, os valores e a relevância
dos ensinos de Jesus Cristo – Bispo Abner Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo
Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD –
2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo
Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento -
William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento –
Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento –
Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.
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