Lição 07 – 14 de agosto de 2022 – Editora BETE
A coerência entre a vida interior e a prática externa
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Sobre a vida
interior
Mateus 6.1-5 – A verdadeira
justiça do reino deve ser aplicada às atividades da vida diária. Essa é a
ênfase do restante do sermão do monte. Jesus associa esse princípio a nossa
relação com Deus na adoração (Mt 6:1-18), com as coisas materiais (Mt 6.19-34)
e com as outras pessoas (Mt 7.1-20).
Jesus também
adverte quanto ao perigo da hipocrisia (Mt 6.2, 5, 16), o pecado de usar a
religião para esconder nossas transgressões. Hipócrita não é quem fica aquém de
seus altos ideais nem quem peca ocasionalmente, pois todos sofremos tais
fracassos. Hipócrita é alguém que usa a religião deliberadamente para esconder
seus pecados e promover o benefício próprio. O termo grego traduzido por
hipócrita significa originalmente "um
ator que usa máscaras".
A
justiça dos fariseus era insincera e desonesta. Praticavam sua religião visando
ao louvor dos homens e não à recompensa de Deus. A verdadeira justiça deve vir
do interior. Cabe a cada um avaliar a sinceridade e a honestidade de seu
compromisso cristão. Neste capítulo, Jesus aplica essa avaliação a quatro áreas
distintas da vida.
Dar
esmolas aos pobres, orar e jejuar eram disciplinas importantes na religião dos
fariseus. Jesus não condenou essas práticas, mas advertiu que era preciso ter
uma atitude interior correta ao realizá-las. Os fariseus usavam as esmolas como
forma de obter o favor de Deus e a atenção dos homens - duas motivações
erradas. Não há oferta, por mais generosa que seja, capaz de comprar de Deus
(Ef 2.8, 9). Além disso, é tolice viver em função do reconhecimento humano,
pois a glória do homem não dura muito tempo (1Pe 1.24). O que importa é a
glória e o louvor de Deus!
Nossa natureza
pecaminosa é tão sutil que pode corromper até mesmo algo bom, como ajudar os
pobres. Se nossa motivação é receber o reconhecimento humano, então, como os
fariseus, chamaremos a atenção para o que estamos fazendo. Se nosso motivo é
servir a Deus e lhe agradar em amor, realizaremos nossas contribuições sem chamar
a atenção e, assim, cresceremos espiritualmente, Deus será glorificado e outros
serão ajudados. Mas se ofertarmos por motivos errados, privamo-nos das bênçãos
e das recompensas e roubamos a glória de Deus, mesmo que dinheiro ofertado
ajude uma pessoa necessitada.
Isso
significa que é errado ofertar abertamente? Todas as ofertas devem ser
anônimas? Não necessariamente, pois os cristãos da Igreja primitiva sabiam que
Barnabé havia doado o valor recebido da venda de suas terras (At 4:34-37).
Quando os membros da igreja colocavam seu dinheiro aos pés dos apóstolos, não o
faziam em segredo. É evidente que a diferença está na motivação interior, não
no modo como a oferta era realizada. Vemos um contraste no caso de Ananias e
Safira (At 5.1-11), que tentaram usar sua oferta para mostrar aos outros uma espiritualidade
que, na verdade, nenhum dos dois possuía.
Jesus
apresenta quatro instruções para orientar nossa oração.
Devemos orar em particular antes de orar em público. Não é errado orar em público na congregação (1Tm 2.1 a seguir), ao
agradecer o alimento (Jo 6m11) ou, ainda, ao buscar auxílio de Deus (Jo 11.41-42,
At 27.35). Mas é errado orar em público se não temos o hábito de orar em
particular. Aqueles que estão nos observando podem pensar que praticamos a
oração em nossa vida particular. Assim, a oração pública que não tem não passa de
hipocrisia. A palavra quarto também pode ser traduzida por "câmara particular"
e se referir à despensa da casa.
O relato
bíblico mostra Jesus (Mc 1.35), Eliseu (2Rs 4.32 a seguir) e Daniel (Dn 6.1 a
seguir) orando em particular.
Devemos orar com sinceridade. O fato de repetir um pedido não o torna uma "vã repetição",
pois tanto Jesus quanto Paulo repetiram suas petições (Mt 26.36-46; 2Co 12.7-8).
Um pedido torna-se "vã repetição" quando as palavras não refletem um desejo
sincero de buscar a vontade de Deus. A prática de recitar orações memorizadas pode
se transformar em vã repetição. Os gentios usavam orações em suas cerimônias
pagãs (ver 1Rs 18.26).
Todos
nós temos uma oração rotineira à qual sempre voltamos; só quando nos livramos
dela é que podemos começar a orar de fato. Podemos perceber isso não apenas nas
orações particulares, mas também ao realizar reuniões de oração. Deus não
responde a orações insinceras, somente àquelas feitas com fervor, com o coração
contrito, com sinceridade, desnudando-nos espiritualmente diante do Pai.
Devemos orar de acordo com a vontade de Deus. Essa oração, mais conhecida
como "Pai nosso", poderia ser
chamada mais apropriadamente de "oração dos discípulos". Jesus não deu essa oração para ser memorizada e recitada
determinado número de vezes.
Pelo contrário, deu essa oração
para evitar que usássemos de vãs repetições.
Jesus não disse: "orem com estas palavras",
mas sim: "orem desta forma",
ou seja, "usem esta oração como um modelo, não como um substituto".
O propósito
da oração é glorificar o nome de Deus e pedir ajuda para realizar sua vontade
na Terra. Essa oração não começa com nossos interesses pessoais, mas sim com os
interesses de Deus: o nome de Deus, seu reino e sua vontade. Nas palavras de
Robert Law: "A oração é um
instrumento poderoso não para realizar a vontade do homem no céu, mas para
realizar a vontade de Deus na Terra". Não temos o direito de pedir a
Deus qualquer coisa que desonre o nome dele, que impeça o avanço de seu reino,
ou que seja um empecilho a sua vontade na Terra.
É interessante
observar que todos os pronomes da oração estão no plural, não no singular
("Pai nosso"). Ao orar, é preciso lembrar que somos parte da família
de Deus, constituída de cristãos de todo o mundo. Não temos o direito de pedir
qualquer coisa que prejudique outro membro desta família. Se estivermos orando
segundo a vontade de Deus, de uma forma ou de outra, a resposta abençoará todo
o povo de Deus. Se colocarmos os interesses de Deus em primeiro lugar,
poderemos apresentar nossas necessidades pessoais. Deus se preocupa com nossas
necessidades e as conhece antes mesmo de nós as levarmos a Ele (Mt 6:8). Se Ele
já sabe, então por que orar? Porque a oração é o caminho que Deus determinou para
suprir essas necessidades (ver Tg 4.1-3). A oração nos prepara para usar
corretamente a resposta. Quando conhecemos nossa necessidade e a expressamos a
Deus, confiando que ele a proverá, faremos melhor uso da resposta do que se
Deus a impusesse sobre nós sem que a tivéssemos pedido.
E
correto orar pelas necessidades diárias, por perdão e por orientação e proteção
contra o mal. "E não nos deixes cair
em tentação" não significa que Deus tenta seus filhos (Tg 1.13-17).
Com essas palavras, estamos pedindo a Deus para nos guiar de modo a não nos
desviarmos de sua vontade nem nos envolvermos em situações de tentação (1Jo 5.18),
ou mesmo em situações em que tentaremos a Deus, levando-o a nos resgatar
miraculosamente (Mt 4.5-7).
Devemos orar com espírito de perdão. Neste "apêndice" da
oração, Jesus expande a última
frase de Mateus 6.12: "assim
como nós temos perdoado aos nossos devedores", uma lição que
repete a seus discípulos
posteriormente (Mc 11.19-26). Jesus não
está ensinando que os cristãos só merecem
o perdão de Deus se perdoarem os
outros, pois isso seria contrário à sua graça e misericórdia. No entanto, se experimentamos, verdadeiramente, o perdão de Deus,
devemos compartilhá-lo, pois como diz a Palavra do Senhor: “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” Romanos 3.23.
O
primeiro passo para superar a hipocrisia é ser honesto com Deus em nossa vida
particular. Não devemos jamais orar sem sinceridade, pois, se o fizermos,
nossas orações não passarão de palavras vazias. Nossa motivação deve ser
agradar somente a Deus, sem nos importar com o que os outros dizem ou fazem.
Devemos cultivar nosso coração em segredo. Alguém disse bem que: "A parte mais importante da vida cristã
é aquela que somente Deus vê". Quando a reputação se torna mais
importante do que o caráter, transformamo-nos em hipócritas.
Muitas
pessoas têm gastado tempo e dinheiro tentando perder peso. Alguns frequentam
reuniões semanais e seguem um plano de dieta. Isso é diferente do jejum sobre o
qual lemos na Bíblia (Mateus 6.16-18). A única coisa em comum é a ideia de “fechar a boca”.
Os
profetas do Antigo Testamento jejuavam; Jesus e seus discípulos também. O jejum
deveria ser levado em conta por todos os seguidores de Cristo: ricos ou pobres,
aqueles que têm abundância de alimento e aqueles que têm necessidade. Jesus não
disse “se” você jejuar, mas sim “quando” jejuar. Nossa vida egoísta e
bem-sucedida pede disciplina, sacrifício e um tempo com Deus.
Jejuar é
um meio de auto avaliação e de experiência profunda com a presença e o poder de
Deus (Joel 2.12-14).
O jejum
deve ser feito de maneira sensata e em segredo. Deus promete que o jejum com
propósito e regado pela oração terá efeito positivo na caminhada com Ele.
Portanto, quando jejuarmos, devemos fazê-lo em silêncio e com alegria. Nosso
Pai Celestial nos recompensará. Devemos permitir que Deus nos traga cada vez
mais perto dele. Sem dúvida, seremos mais gratos pelo nosso alimento e
estaremos mais dispostos a compartilhar com pessoas que passam por necessidade.
Um
resumo desta aula, que aborda um tema tão relevante quanto nosso interior,
nossa atitude espiritual para com o Senhor Deus, longe da presença de outras
pessoas e com o único objetivo de criar um relacionamento sincero com nosso Pai
Celestial, se pauta na sinceridade de coração, na disposição sincera de nos
desnudarmos espiritualmente diante de Deus e refletirmos nossa atitude interior
em nosso dia-a-dia, ao nos relacionarmos com os irmãos, ao nos tornarmos
exemplos vivos da transformação sofrida pela presença de Cristo em nós diante
do mundo e dos incrédulos, em nossa disposição para ajudar, para socorrer, para
dar amparo material e espiritual a tantos necessitados que há no mundo, afinal,
“os campos já estão brancos” resta-nos
ceifar, como nos orientou o Mestre querido!
Uma
semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º
Trimestre de 2022, ano 32 nº 124 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – Sermão do Monte – A ética, os valores e a relevância
dos ensinos de Jesus Cristo – Bispo Abner Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo
Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD –
2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo
Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento -
William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento –
Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento –
Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.
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