Lição 09 – 28 de agosto de 2022 – Editora BETEL
O tesouro no céu, a candeia e a busca do reino
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Sobre a busca do
Reino, o tesouro no céu e a candeia
Mateus 6.19-23 – Aqui
começa a quarta secção do sermão: a dedicação a Deus em religião autêntica
(versículos 19 a 34). Esta secção aborda especialmente o materialismo, em
contraste com a espiritualidade. Constitui o “Manifesto contra o Materialismo” dos ensinos de Jesus. Estes
versículos, que abrangem mais da metade do capitulo, nos ensinam a verdade dos
cuidados de Deus por nós, e, em consequência, o fornecimento para nossas
necessidades materiais. Esse ensino tem passado despercebido, tanto que por
muitas vezes aqueles que não têm riquezas, não as têm somente porque não
encontraram a oportunidade ou a habilidade para adquiri-las, e não porque não
tivessem a vontade de possuídas. O deus mamom
os atrai mais fortemente que o Cristo da Galiléia. E possível que até mesmo
pessoas que não são ricas tenham como deus a mamom. O resumo deste ensino é: — “Buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas
vos serão acrescentadas. ” Mateus 6.33.
Jesus
não alude aqui aos tesouros, mas à acumulação das riquezas propriamente ditas
(a palavra aqui usada pode significar uma ou outra coisa).
Traça. É mencionada porque os tesouros orientais incluíam roupas de grande
valor (Jó 27.16; Isaías 50.9; 51.8).
Ferrugem. Vem de uma palavra genérica que indica diversos agentes que desgastam as
coisas de valor, e não só os objetos de metal.
Escavam (minam). Os gregos chamavam os ladrões de os
que escavam a lama, porque geralmente escavavam as paredes feitas de barro
(lama secada ao sol), a fim de penetrarem em alguma casa. Era mais fácil fazer
buracos nas paredes do que arrombar portas trancadas. Nota-se que os tipos de
tesouro, os lugares onde estes eram acumulados e a maneira de adquirir tais
tesouro, são todos terrenos, mundanos.
Tesouros nos céus. Em contraste com os tesouros da terra, os próprios tesouros celestes, o
lugar onde são acumulados e a maneira de ser adquiridos, tudo é do outro mundo.
Além desses contrastes com os tesouros terrenos, os tesouros nos céus são
eternos e não estão sujeitos aos assaltos dos ladrões.
Nota-se
que, em contraste com outras promessas existentes neste sermão, Jesus não
promete galardão ou tesouro algum nesta terra, e nem mesmo no reino que Ele vai
estabelecer. Tais tesouros estão reservados nos
céus. A maior parte da multidão para a qual falou provavelmente já
compreendera a verdade desse ensino. Os maiores tesouros nos esperam no outro
mundo.
Os
discípulos de Jesus devem ser ricos em boas obras (1 Timóteo 6.18), ricos na fé
(Tiago. 2.5), e são herdeiros das insondáveis riquezas de Cristo (Efésios 3.8).
Essa
verdade também é ilustrada pela história de Henry van Dyke, The Mansion, que narra que um homem
riquíssimo, dono de vasta mansão na terra, ao chegar no céu encontrou uma
minúscula cabana a esperá-lo. Essa cabana representava todos os materiais que
ele enviara à sua frente, para serem utilizados na edificação de sua morada
celeste. Mas um médico pobre, que enquanto na terra costumava vir tratá-lo, ao
chegar ao céu encontrou uma mansão real, e foi-lhe esclarecido que a mesma fora
construída com os materiais que ele enviara à sua frente para serem usados com
esse propósito. De maneira muito real, ainda que não materialista, como nessa
ilustração, construímos nossa própria mansão
no outro lado da existência. Provavelmente compreendemos pouquíssimo do que
está subentendido nessas palavras. O Novo Testamento não ensina a igualdade na
outra vida, entre os salvos, como também não ensina o nivelamento do castigo
para os que estão perdidos.
Porque onde estiver o teu tesouro, aí
estará também o teu coração. Estas
palavras indicam a verdade, dita mais adiante, de que é impossível a alguém
servir a dois senhores: a mamom, que
personifica as riquezas, sendo o deus das riquezas; ou ao Pai Celeste, Deus
(versículo 24).
Finalmente,
temos de declarar nossa preferência e escolha. Lutero disse que o deus de um
homem é aquilo que ele ama. Não é pecado amealhar dinheiro, como vemos em II
Coríntios 12.14, quando visa a segurança do futuro ou o emprego em algo
importante; mas desgastar os pensamentos e as próprias forças para fazer isso,
é pecado. Quando não amamos muito as coisas mundanas, não temos grande cuidado
em aumentá-las, mas importa-nos apenas obter o necessário para a existência. O
que consideramos tesouro é aquilo que atrai a nossa atenção e que nos desgasta
as forças. Paulo escreveu: “...buscai as
coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. ”
(Colossenses 3.1).
A candeia do corpo são os olhos; de
sorte que, se os teus forem bons, todo o teu corpo terá luz. Os versículos 22 e 23 formam uma pequena parábola cuja conexão, dentro do
texto, não é inteiramente clara. Provavelmente essas palavras não significam:
1. O
olho como símbolo da luz ou da inteligência interior de que precisamos para
cumprir bem os nossos deveres (assim interpretou Crisóstomo).
2. Ou
que precisamos preservar a habilidade de receber luz moral e espiritual, assim
como o olho recebe e usa a luz natural para guiar o corpo, a vida física.
Provavelmente isso faz parte do sentido total.
3.
Talvez não esteja em vista somente a idéia comum entre os judeus, que achavam
que o olho mau era símbolo da avareza.
4. O
sentido principal fala da simplicidade, em contraste com a duplicidade.
Provavelmente os fariseus e outras autoridades religiosas deram ensejo a essa
ilustração. Tais homens transformavam a religião em um grande drama mundano,
motivados somente pelos interesses pessoais. Não se pode dizer que nunca
tiveram algum impulso espiritual, mas este sempre surgia mesclado com
considerações individuais. Jesus acabara de dizer a verdade sobre os tesouros na terra e nos céus. Alguns desejam
possuir ambas as coisas, e assim pretendem servir aos dois senhores, ao Deus
dos céus e a mamom, na terra. Tais
indivíduos praticam a duplicidade, e não possuem olhos simples.
Bons.
A tradução mais certa é simples, ou não múltiplos. No grego clássico o
vocábulo era usado para significar simplicidade de propósitos ou de intenção.
(Ver Provérbios 4.25-27). O olho saudável vê uma imagem só, e não duas, como
sucede no caso de certas doenças dos olhos. Assim também, a alma banhada de luz
espiritual vê somente uma imagem, é orientada por um só propósito, serve a um
só Deus, busca as riquezas celestes e não também as terrenas, e serve a um só
código de moral. O olho natural é o órgão que capta a luz e que guia todos os
membros do corpo em suas ações. A alma, a mente simples, recebe luz espiritual
para guiar a vida toda no caminho de Deus.
Olhos...maus. Significa olhos enfermos, não funcionam corretamente, especialmente
(conservando a idéia do vs. anterior) os olhos que não podem captar uma única
imagem, mas sempre enxergam duas imagens distintas. Jesus fala da faculdade
espiritual, utilizando-se do símbolo da visão. Se essa faculdade não for
normal, mas enfermiça e fraca, dificilmente o indivíduo poderá praticar bom
senso espiritual para evitar servir a dois senhores. Os fariseus sofriam dessa
duplicidade espiritual, e o tipo de religião por eles praticado demonstrava que
resultado se pode esperar desse tipo doentio de visão.
Paulo
também lançou mão do termo olho como símbolo
da faculdade espiritual. “...iluminados
os olhos do vosso coração” (Efésios 1.18) disse ele, referindo-se à
iluminação da alma pela ação do Espírito, cujo resultado é dado em seguida; “para saberdes qual é a esperança do seu
chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos, e qual a
suprema grandeza do seu poder para com os que cremos” (Efésios 1.18,19).
Mediante a faculdade espiritual do homem, o Espirito ilumina, mostrando aquilo
que é mais importante para o homem: as riquezas espirituais, o destino do homem
no plano de Deus, e a sua herança em Cristo. Se essa faculdade for fraca,
treinada incorretamente, cheia de sombras, então o homem terá uma idéia
distorcida sobre os propósitos e desígnios da vida.
A luz seja trevas. Há diversas ideias sobre o sentido dessas palavras:
1. Idéia
moderna: expressão forte para indicar a grandeza das trevas espirituais.
2. A luz
seria a mente humana, a faculdade de receber a luz de Deus.
3. O
resto da natureza divina (aquela porção que o homem ainda não perdeu
totalmente) que ainda perdura no homem. Ver João 8.47; 18.37.
4. A
faculdade de raciocinar, que permite receber a luz de Deus e interpretar
corretamente. Provavelmente isso é que Jesus queria indicar, se juntarmos essa
idéia ao testemunho do Antigo Testamento e a outros meios utilizados por Deus
para nos iluminar (por exemplo, a luz). Se esses meios de iluminação forem
transformados em trevas, por meio da natureza pervertida do homem, então as
trevas resultantes serão maiores do que as trevas que usualmente acompanham a
natureza humana que de forma alguma é iluminada. Da mesma maneira que a lei
provoca ao pecado (ver Romanos 5.20), assim também, a luz pervertida produz
trevas ainda mais densas.
A visão
celestial não pode ser cristalina enquanto os nossos olhos não forem límpidos.
O mundo não pode ser novo enquanto não for renovada a nossa visão interior. A
impressão que recebemos de todo o mundo visível depende da qualidade de nossa
visão material. Outro tanto diz respeito à visão íntima de Deus. Possuímos
olhos espirituais com os quais podemos contemplar essa glória.
É
importante frisar que, enquanto o autêntico e esforçado cristão procura
constantemente purificar-se de forma a clarear a visão espiritual, o inimigo de
nossas almas, a cada dia que passa, encontra novos meios de embaçar nossos
olhares através da exposição ostensiva de todos os tipos de símbolos satânicos,
inseridos na cultura do mundo pós-moderno.
Resta a
nós o exercício constante de auto aprimoramento e da disciplina, a busca de
intimidade com o divino através da Palavra de Deus, da presença do Espírito
Santo e da obediência fiel ao Senhor, como armas efetivas de combate contra as
hostes espirituais, para que não deixemos que nossos pés vacilem durante a
nossa caminhada rumo ao céu.
Uma
semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º
Trimestre de 2022, ano 32 nº 124 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – Sermão do Monte – A ética, os valores e a relevância
dos ensinos de Jesus Cristo – Bispo Abner Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo
Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD –
2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo
Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento -
William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento –
Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento –
Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.
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