Lição 11 – 11 de setembro de 2022 – Editora BETEL
A relevância do discernimento
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Sobre o
discernimento
Mateus 7.1–5. “Não julgueis”. Essas palavras não
aludem a toda modalidade de julgamento, mas ao julgamento censurador, injusto,
que não pode ser justificado. A maioria dos pais assim nos informa.
Provavelmente Jesus se referiu às atitudes e ações dos fariseus, que censuravam
aos outros em tudo, sem jamais reconhecerem a presença de qualquer defeito
neles mesmos. “Quanto a esta plebe que
nada sabe da lei, é maldita” (João 7.49). Essa era a atitude típica deles.
Paulo ilustra esse ensino no segundo capítulo de Romanos: “Portanto és indesculpável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas;
porque no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas” (2.1). Os versículos
17-29 aludem diretamente ao ‘judeu’
como indivíduo que julga ao gentio, mas que, em realidade, fazia as mesmas
coisas que este. Entre os judeus, os fariseus eram o exemplo mais destacado
desse pecado. “Quanta leviandade,
precipitação, preconceito, malevolência, ignorância, vaidade e egoísmo existem
na maior parte dos julgamentos pronunciados neste mundo” (Lutteroth).
Esse
julgamento é:
1. A
atitude de censura, particularmente
2. A
disposição do homem em esperar e enfatizar sempre qualquer defeito alheio.
Jesus se referia a um espírito egoístico, duro, destituído de amor, cheio de
malícia, que sempre espera o mal e não o bem na humanidade e nos indivíduos. O
julgamento dessa natureza é contrário à lei do amor, que Jesus ilustrara pouco
antes (Mateus 5.38-46). Jesus falava de julgamentos que não são originados nem
pelo amor nem pelo dever. A base psicológica desse tipo de julgamento é o
egoísmo puro. O indivíduo que profere julgamento tenciona eliminar a
possibilidade de outros reconhecerem alguma coisa boa na pessoa criticada, o
que resulta (pelo menos assim espera o crítico) no aumento das qualidades de
sua própria pessoa no conceito alheio.
“Que não sejais julgados”. Provavelmente fala do julgamento pelos homens, ainda que não
exclusivamente esse tipo de julgamento. Deus tem de julgar a ação que quebra a
lei do amor. Os outros logo notam e censuram o homem que assim julga. E este só
pode receber aquilo que insiste em dar. Quem não mostra amor, não recebe amor.
Quem—mostra ódio—atrai ódio. Quem não pode ver coisa boa em outros, não é visto
como pessoa boa. Quem espalha veneno, mostra que está carregado de veneno. Quem
não se mostra misericordioso, não recebe misericórdia dos outros. Mas Deus
também julga: “Bem sabemos que o juízo de
Deus é segundo a verdade, contra os que praticam tais coisas” (Romanos
2.2). “Digo-vos que de toda palavra
frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo”.
(Mateus 12.36). Se as palavras levianas serão levadas a juízo, certamente que
as palavras destrutivas sobre os outros não escaparão ao julgamento.
“Com o critério...com a medida”. Tais palavras se acham no Talmude (Sota, cap. 1). Assim sendo, Jesus
usou aqui, como noutras oportunidades, palavras e ensinos que já eram conhecidos
entre os judeus. Jesus tinha a habilidade especial de tomar e usar o que havia
de melhor nos ensinos, ignorando as muitas superfluidades que enchiam os
comentários das autoridades religiosas dos judeus. Jesus empregou estas com
diferentes conexões em outras ocasiões. Como todo mestre, ele repetiu certos
ensinos, nem sempre com o mesmo sentido exato. Marcos 4.24 diz: “Atentai no que ouvis. Com a medida com que
tiverdes medido, vos medirão também, e ainda se vos acrescentará”. Aqui ele
se refere ao emprego correto de suas palavras, ao esforço para aprender e usar
bem os seus ensinamentos. Lucas, na referência paralela, fala positivamente
(sobre as obras), mostrando que aquele que faz o bem para outras pessoas também
receberá coisas boas de outros: “Dai e
dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos
darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”
(Lucas 6.38). Essas palavras ilustram bem o princípio ensinado por Jesus. Paulo
ilustra esse mesmo princípio, dizendo: “Não
vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também
ceifará” (Gálatas 6.7). Esse princípio se aplica tanto às nossas relações
com os homens como às nossas relações com Deus. Bondade atrai bondade; censura
atrai censura; generosidade atrai generosidade; mesquinhez atrai mesquinhez;
malicia atrai malícia; misericórdia atrai misericórdia; boas obras atraem o
favor de Deus; e o pecado atrai o julgamento. Na defesa de si mesmo é que o
indivíduo censura os que o censuram.
“Argueiro” . O vocábulo grego assim traduzido sugere poeira, mas provavelmente está
em foco uma lasca, uma pinta, um fragmento qualquer. A idéia é de algo que pode
causar irritação, ainda que pequeno. “Trave”,
nos papiros, é palavra que significa as traves sobre as quais uma casa era
edificada. O uso do exagero entre os orientais se evidencia aqui. O argueiro é
usado para indicar um pecado ou falha pequena da parte de um irmão. A trave simboliza um pecado ou
falha grave da parte do censurador. Aquele que pecou mais gravemente não tinha
o direito de censurar a outrem, ainda que tal julgamento fosse legitimo. Mas o
julgamento assim não é legitimo, porquanto quem julga é pior do que quem está
sendo julgado. Na literatura judaica (Talmude) encontramos ensinos que não
diferem muito disso. A observação de que um indivíduo que tivesse uma “trave” no olho não poderia ter visão
boa para ver o “argueiro” no olho de
outrem, provavelmente tem aplicação nesse ensino. Às vezes o pecado que os
homens mais censuram são os próprios pecados que mais causam problemas aos críticos.
Essa atitude é tão comum que até se pode afirmar que ela faz parte da natureza
humana. Jesus mostrou que não temos o direito de agir dessa maneira. Deus é o
juiz e a ele cabe o julgamento. O amor a si mesmo causa cegueira quanto aos
próprios pecados. O ódio aos outros, ou a simples ausência de amor, leva o
homem a censurar as faltas alheias. E assim, uma vez mais, vemos que a atitude
de crítica quebra a lei do amor.
A
hipocrisia consiste em duas coisas:
1. O
hipócrita não reconhece o seu próprio pecado, que é maior que o pecado alheio.
2. o
hipócrita finge justiça ou interesse espiritual, ordenando que os outros
endireitem suas vidas. Fingir interesse espiritual era a característica mais
notável dos fariseus. A hipocrisia impossibilita que o hipócrita julgue
corretamente. Aquele que tem pecado dificilmente sabe como remover os pecados
alheios, especialmente se os seus próprios são mais graves que os dos outros.
“Hipócrita”. Tal indivíduo é hipócrita não só no conceito de Deus, mas também
subjetivamente, posto que não reconhece em si mesmo a presença do pecado, ou
que está agindo erroneamente. Essa é a maior característica dos hipócritas.
Aqueles que reconhecem os seus pecados podem ser grandes pecadores, mas
usualmente não são hipócritas. O hipócrita sofre de uma doença qualquer nos
olhos da alma. Jesus já aludira a essa enfermidade. Ver Mateus 6.22-23. O homem
precisa de boa visão espiritual para estar qualificado a criticar os outros, mas
Jesus ensinou mais do que isso, isto é, que tal crítica não é direito nem
daqueles dotados de boa visão, quanto menos dos que são os maiores pecadores
(que têm visão espiritual mais distorcida), e ainda menor é o direito dos
hipócritas, que nem ao menos reconhecem os seus próprios pecados. Ninguém pode
ver longe (espiritualmente falando) se não é capaz de ver perto.
“Verás claramente”. Tradução de uma única palavra no grego, que tem a forma intensiva do
verbo. Assim sendo, está em foco não apenas a capacidade de ver, mas de ver
claramente. Aquele que realmente vê com clareza, nem critica nem censura.
Jesus se
interessava pela elevação espiritual dos seus discípulos e preveniu-os a não
buscarem essa superioridade pelo método fácil de desacreditar a outros para
estabelecerem o contraste entre aqueles e sua própria pessoa. Esse método
desprezível sempre foi utilizado pelos fariseus.
“Julgar”. Nossa palavra “criticar” se deriva
do termo grego. Literalmente, significa separar, distinguir, discriminar; mas
aqui (versículo 1) significa crítica injusta, censura prejudicial. Tal ação é própria
dos hipócritas, a quem falta boa visão espiritual.
Jesus
nos disse que devemos examinar nossas motivações e nossa conduta ao invés de
julgar o próximo. As características que nos aborrecem nos outros são
frequentemente as mesmas que temos. Os maus hábitos e comportamentos que a
maioria de nós quer mudar nos outros são os mesmos que estes gostariam de ver
mudados em nós. Você considera fácil ressaltar o número de defeitos dos outros,
enquanto procura desculpas para seus defeitos? Quando estiver pronto para
criticar alguém, verifique se você merece a mesma crítica. Julgue-se primeiro,
então amorosamente perdoe e ajude ao seu próximo.
Uma
semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º
Trimestre de 2022, ano 32 nº 124 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – Sermão do Monte – A ética, os valores e a relevância
dos ensinos de Jesus Cristo – Bispo Abner Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo
Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD –
2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo
Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento -
William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento –
Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento –
Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.
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