Lição 12 – 18 de setembro de 2022 – Editora BETEL
O chamado para decisão e compromisso
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Sobre a decisão e
o compromisso
Mateus 7.13–17, 20. A
partir deste ponto, temos a última secção do sermão, isto é, conclusão, o
epílogo que faz a aplicação do sermão inteiro;
“Estreita”. A figura dos dois caminhos é comum na literatura primitiva, tanto
judaica como cristã (Didache 1.6; Barnabé 18.20). Muito antes, o “pinax” (tábus) de Cebes, contemporâneo de
Sócrates (400 A.C.) dava uma amostra semelhante.
“Porta”. A palavra grega indica a entrada de um edifício ou a porta do muro de
uma cidade. Seria, portanto, a entrada da cidade. Em relação a todo o espaço ao
redor do edifício ou da cidade, a porta era estreita. Todos eram forçados a
entrar e sair, do edifício ou da cidade, pela porta. É interessante observar aqui
que, no trecho paralelo, em Luc. 13.24, a palavra usada para porta é outra,
pois é a palavra comum que indica a porta de uma casa, isto é, uma porta ainda
mais estreita do que aquela.
“Entrai pela porta...” implica na decisão de seguir certa maneira de viver, o que o indivíduo
começaria a fazer ao entrar num edifício ou cidade; seria a decisão de entrar
para cumprir certos propósitos.
“O caminho”, quer apertado, quer espaçoso, implica numa maneira de viver, isto é, o
caráter geral da vida. Quando entramos num caminho, começamos a caminhar para
chegarmos a certo destino. Depois de tomar a decisão de iniciar (ou entrar) em
determinado tipo de vida, ou seja, depois de entrar pela porta, o indivíduo é
obrigado a fazer a viagem da vida pelo caminho escolhido.
“Caminho espaçoso”. Essas palavras ensinam que o caminho do mundo, dos incrédulos, daqueles
que não são discípulos do reino, é fácil de ser percorrido, pois tem amplo
espaço para receber muitos tipos de pessoas, com inúmeras ideias diferentes
sobre os alvos e valores da vida. As multidões podem palmilhar facilmente por
esse caminho. Talvez parecesse que os fariseus caminhavam por uma estrada
estreitíssima, mas esta apenas fazia parte do caminho espaçoso. Esse caminho é
tão largo que diversos indivíduos podem viajar por ele sem atrapalhar uns aos
outros, e mesmo sem notar os outros viajantes.
“Perdição” é o destino final desse caminho. A palavra inclui a ideia de
desperdício, de perda, e não de aniquilamento (ver Mateus 26.18 e Marcos 14.4).
A “perda” é o destino apontado para o
ser humano incrédulo, e essa perda é a da não conformação à imagem do Filho de
Deus, Jesus Cristo. O plano de Deus é duplicar a pessoa do Filho, criar seres
mais elevados do que os anjos, em inteligência e poder, dando oportunidade de
serviço aos homens crentes, que serão transformados de tal maneira que nem
podemos imaginar como será participar na divindade, 2 Pedro 1.4. Ver notas em
Romanos 8.29 onde há expansões sobre essa idéia. O homem que entra no caminho
espaçoso perde esse destino. Jesus fala aqui do julgamento da eternidade. Ver
nota sobre “inferno”, em Apocalipse
14.11.
“Apertado o caminho”. “Apertado” é boa tradução da
palavra grega, muito melhor do que “estreito”,
conforme aparece em algumas traduções. O caminho que guia a vida passa por
lugares difíceis, entre as rochas, como um caminho no desfiladeiro, nas
montanhas. Mas, por mais apertado que seja, esse caminho não impede a caminhada
dos que viajam por ele, porquanto poucas são as pessoas que andam por ele, e
por isso há bastante espaço. É apertado porque somente aqueles que ouvem e
praticam os ensinamentos de Jesus podem entrar nele, e pode-se entender porque
esse caminho conta com tão poucos viajantes quando consideramos certas coisas
ditas por Jesus, como, por exemplo, “amai
os vossos inimigos”, “não resistais
ao perverso”, “sede vós perfeitos
como perfeito é o vosso Pai celeste”, “não
sereis como os hipócritas”, “não
acumuleis para vós tesouros sobre a terra...mas ajuntai para vós tesouros no
céu”, “Não andeis ansiosos pela vossa
vida”, “buscai em primeiro lugar o
seu reino e a sua justiça” e “não
julgueis”.
“Poucos”. As Escrituras não ensinam o universalismo. Pode-se afirmar algo sobre isso
quando se lê passagens como 1 Pedro 3.19 e 4. Certamente, Cristo tinha uma missão na sua descida a Hades. Isto não quer dizer que todos estarão entre os
eleitos, mas sim, que a missão de Cristo é mais ampla do que é normalmente
pensada em certas partes da igreja hoje.
“Vida”. O Novo Testamento nega que a mera existência seja vida. Paulo escreveu:
“... para nós há um só Deus, o Pai, de
quem são todas as cousas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus, Cristo,
pelo qual são todas as cousas, e nós também por ele” (1 Coríntios 8.6). A
vida, portanto, não consiste apenas na existência física, mas de determinado
“tipo de vida” espiritual de que todos participam, por causa da alma eterna de
cada um. A vida começa em Deus, continua em Deus e tem como alvo a Deus e a
Cristo, que é o Senhor da vida. A vida só é autêntica quando vivida em Cristo,
quando sofre transformações à imagem de Cristo, participando da vida do além,
outorgada por Ele, a nova criação que terá seu clímax quando os seres humanos
se tornarem superiores aos anjos, investidos de maior poder, domínio,
inteligência e capacidade, a fim de serem motivo de maior glória ao nome de
Deus, como os mais elevados instrumentos de Deus, para alcançar esses alvos.
Essa é a razão mesma da criação, a razão do ministério de Cristo, a razão do
milênio e a razão da eternidade: a transformação do ser humano, preparando-o
para ser semelhante a Cristo e para realizar as obras de Cristo na eternidade.
Isso é “vida”. Poucos encontrarão esse destino e essa vida. Ver notas em Romanos
8.29, que falam sobre os alvos e o destino da personalidade humana.
“Acautelai-vos dos falsos profetas”. Para evitar entrar pela porta larga, que corresponde à religião errada,
o homem deve escolher determinado, tipo de vida, caracterizado pela fé; e
também deve evitar entrar no “caminho
espaçoso”, que é o curso de vida que inclui os anelos da existência
terrena. Precisamos tomar cuidado com aqueles que advogam a vida errada,
ensinando doutrinas pervertidas, os quais encorajam os homens a entrar pela
porta larga, podendo assim caminhar pelo caminho espaçoso. As interpretações em
torno dos “falsos profetas” são:
1. As
autoridades religiosas dos judeus, como os fariseus.
2. Os
impostores, como Judas da Galiléia (ver Atos 5.37).
3. Os
profetas falsos da época cristã (Mateus 24.11-24; ver também os versículos 21 a
23 deste capitulo).
4. O
ensino de Deus é geral, e por isso inclui todas essas idéias. Qualquer
indivíduo que mostre e ensine coisas que façam outros entrarem no caminho
espaçoso. Provavelmente essa é a ideia de Jesus, neste caso. Ver também Atos
20.29, 30 e 2 Pedro 2.1-2.
“Disfarçados em ovelhas”. Vestidos como ovelhas. Aqui há alusão à veste dos profetas, descrita em
3.4 e também em Hebreus 11.37. Todavia, Jesus não fala literalmente de roupas,
mas usa essa expressão a fim de indicar a natureza da ovelha, isto é, que ela é
gentil e mansa. Apresentando-se como ovelha, o lobo consegue intrometer-se entre
elas. Mas come a carne das ovelhas. O profeta falso pode até viver literalmente
das ovelhas (dinheiro), comendo assim a sua carne e vestindo-se com a sua lã. O
“Didache” (ensino dos apóstolos)
refere-se a certas pessoas, intitulando-as comerciantes de Cristo, pois da
religião de Cristo fazem um meio de vida, um meio de ganhar dinheiro, como se
fora qualquer outro negócio. Doutra feita o Senhor Jesus falou desse tipo de
espertalhão; “Todos quantos vieram antes
de mim são ladrões e salteadores” (João 10.8). E mais adiante, no mesmo
capítulo, fala acerca do “mercenário”,
que não é pastor verdadeiro e, por isso mesmo, não cuida das ovelhas.
“Pelos seus frutos”. Jesus fornece uma ilustração sobre a natureza dos mesmos. A verdadeira
natureza de qualquer coisa, seja uma árvore, seja um homem, finalmente fica
patente.
“Frutos”. Tem recebido três interpretações principais, a saber: Os ensinos dos
profetas falsos, as obras dos profetas falsos, e a combinação dos ensinos e
obras dos profetas falsos. Mas outros intérpretes opinam que Cristo classificou
as instituições dos profetas falsos, como suas escolas e igrejas. Essas
instituições, segundo essa opinião, mostrariam, finalmente, o caráter essencial
dos indivíduos que as estabeleceram. Porém, não é muito provável que Jesus
tenha aludido a isso, nesta passagem, ainda que, sem dúvida, concordaria em que
tais coisas fazem parte dos “frutos”
produzidos por tais indivíduos. Temos como exemplo disso os ebionitas, em seu
fanatismo e ascetismo, e também os gnósticos, em seu antinomianismo. Os
fariseus foram exemplos vivos nos dias de Jesus.
“Espinheiros”. O termo grego indica o nome geral de diversos tipos de plantas que
produziam espinhos. Abrolhos significa, usualmente, um tipo de erva daninha,
que produzia abrolhos. Esse tipo de planta apresenta grande variedade de
formas, pois algumas variedades dão flores que não são muito diferentes das
flores da figueira. A despeito da semelhança das flores de ambas as plantas, os
homens não procuram figos nas plantas baixas (arbustos, e não árvores), e que
produzem abrolhos. Tais plantas eram numerosas na Palestina. Talvez Jesus quisesse
indicar, com as palavras “espinheiros”
e “abrolhos”, o caráter desagradável
dos “falsos profetas”, além do fato
de que os frutos produzidos por eles não têm utilidade.
“Boa”
significa árvore saudável e bem tratada, em contraste com as árvores
maltratadas, bravas, sem cultura alguma.
“Árvore má”. A palavra “má” traduz um
vocábulo grego que pode significar “podre”,
“putrefato”, “estragado”, e assim é indicado por algumas interpretações, como se
Jesus houvesse falado de árvores em péssimas condições, incapazes de produzir
fruto bom. Mas o termo também pode significar simplesmente “má” ou “inútil”, e foi
aplicado a peixes inúteis (ver Mateus 13.48), sem qualquer referência à
putrefação. A palavra também era aplicada ao vinho quando se azedava demais.
Provavelmente, pois, Jesus se referiu às árvores bravas, sem tratamento,
árvores que produzem frutos inferiores, muito ácidos. A regra da natureza é que
todas as coisas produzem segundo a sua própria natureza, seja árvore ou falso
profeta.
É
interessante notar que a palavra traduzida no versículo 20 e no versículo 16
como conhecereis, é uma forma intensiva do verbo, com prefixo preposicional,
que tem o efeito de salientar, e significa conhecer bem. Trata-se do mesmo uso
encontrado no versículo 5 deste capítulo, onde temos a tradução “verás claramente”. Neste último caso, a
palavra “claramente” é uma adição dos
tradutores para indicar que o verbo está na forma intensiva. A palavra «assim»
vem de uma partícula do grego que tem a função de enfatizar, demonstrar, chamar
a atenção. Essas expressões, portanto, implicam em que Jesus falou com grande
segurança e certeza. No fim, os frutos exporão a verdadeira natureza dos falsos
profetas.
Conclui-se
que, até um tipo inferior de vida cristã é mais frutífero e desejável do que a
vida mundana, por mais civilizada, inteligente e honrosa que seja. Muito mais
frutífero ainda é o cristianismo vital, que pode produzir uma vida
caracterizada pelo vigor, pelo conforto, pela amabilidade e pelo bem-estar.
Uma
semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º
Trimestre de 2022, ano 32 nº 124 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – Sermão do Monte – A ética, os valores e a relevância
dos ensinos de Jesus Cristo – Bispo Abner Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo
Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD –
2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo
Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento -
William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento –
Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.
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