Lição 02 – 09 de outubro de 2022 – Editora BETEL
A
promessa da vinda do Espírito Santo
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Sobre o derramamento
do Espírito Santo
Atos 2.1. A Igreja primitiva
não tinha nada do que consideramos essencial para o sucesso hoje: propriedades,
dinheiro, influência política, status social, no entanto, ganhou multidões para
Cristo e viu a implantação de inúmeras igrejas por todo o mundo romano. Isso se
deu pelo poder do Espírito Santo que capacitava seu ministério. Os primeiros
cristãos eram pessoas "inflamadas
pelo Espírito de Deus".
Esse
mesmo poder do Espírito Santo encontra-se a nossa disposição hoje para nos
tornar testemunhas mais eficazes de Cristo. Quanto melhor entendermos a forma
como o Espírito operou em Pentecostes, mais capazes seremos de nos relacionar
com ele e de experimentar seu poder. O ministério do Espírito é glorificar a
Cristo na vida e no testemunho do cristão (Jo 16.14), e é isso o que importa.
Atos 2 nos ajuda a entender o Espírito Santo mediante o registro de quatro
experiências na vida da Igreja.
Pentecostes
significa "quinquagésimo",
pois se refere a uma festa realizada cinquenta dias depois da Festa das
Primícias (Levítico 23.15-22). O calendário das celebrações de Israel em
Levítico 23 é um esboço do ministério de Jesus Cristo. A Páscoa retrata sua
morte como Cordeiro de Deus (João 1.29; 1 Coríntios 5.7), e a Festa das
Primícias representa sua ressurreição dentre os mortos (1 Coríntios 15.20-23).
Cinquenta
dias depois da Festa das Primícias, observava-se a Festa de Pentecostes, que
retrata a formação da Igreja. Em Pentecostes, os judeus comemoravam a entrega
da Lei, mas os cristãos comemoram a dádiva do Espírito Santo à Igreja.
A Festa
das Primícias era celebrada no dia seguinte ao shabbath após da Páscoa, ou
seja, sempre no primeiro dia da semana (o shabbath é o sétimo dia). Jesus
ressuscitou no primeiro dia da semana e se tornou "as primícias dos que dormem" (1 Coríntios 15.20). Uma
vez que Pentecostes era comemorado cinquenta dias depois, sete semanas e mais
um dia, então também era observado no primeiro dia da semana. Os cristãos
reúnem-se para adorar no domingo, o primeiro dia da semana, porque nesse dia o
Senhor ressuscitou e, também, nesse dia a Igreja recebeu o Espírito Santo.
Na Festa
das Primícias, o sacerdote movia um feixe de grãos diante do Senhor, mas em
Pentecostes apresentava dois pães. Em Pentecostes, o Espírito Santo batizou os
cristãos e os uniu em um só corpo. Os cristãos judeus receberam esse batismo em
Pentecostes, e os cristãos gentios, na casa de Cornélio (Atos 10), daí os dois
pães apresentados pelo sacerdote (ver 1 Coríntios 10.17). O fato de os pães
serem levedados (conterem fermento) indica a presença do pecado na Igreja,
enquanto ela se encontra na Terra. A Igreja só será aperfeiçoada quando chegar
ao céu.
Não se
deve concluir que os milagres de Pentecostes foram decorrentes da reunião de
oração que durou dez dias, nem que devemos orar como eles fizeram a fim de
experimentar "outro
Pentecostes". Assim como a morte de Cristo no Calvário, Pentecostes
foi um acontecimento definitivo que não se repetirá. A Igreja pode ficar
novamente cheia do Espírito e, sem dúvida, a oração perseverante é um elemento
essencial do poder espiritual, mas assim como não é cabível pedir outro
Calvário, também não se deve pedir outro Pentecostes.
Ao
estudar os acontecimentos relacionados a Pentecostes, é importante separar os elementos
essenciais dos secundários. O Espírito veio, e o povo ouviu o som de um vento
impetuoso e viu línguas de fogo. O Espírito batizou e encheu os cristãos, e
eles falaram enquanto louvavam a Deus em várias línguas. O Espírito deu poder a
Pedro para pregar e tocou o coração dos ouvintes, de modo que três mil dentre
os presentes creram em Cristo e foram salvos.
Atos 2.14-17. Pedro
não pregou em línguas; dirigiu-se ao público em aramaico, uma língua que todos
entendiam. A mensagem foi dada por um judeu a judeus (Atos 2.14, 22, 29, 36),
em um dia santo judeu, falando da ressurreição do Messias judeu que sua nação
havia crucificado. Os gentios presentes ali eram prosélitos do judaísmo (Atos
2.10). Pedro só abriria a porta da salvação aos gentios depois de sua visita a
Cornélio (Atos 10). Em seu sermão, Pedro explicou três coisas.
O que havia acontecido:
o Espírito fora derramado (versículos 14 a 21). A adoração jubilosa dos
cristãos não era resultado de muito vinho; era prova da vinda do Espírito Santo
de Deus para habitar em seu povo. Os judeus ortodoxos não comiam nem bebiam
antes das nove horas da manhã do shabbath ou de outros dias santos e,
normalmente, também não tomavam vinho, a não ser acompanhando as refeições.
Pedro
não disse que Pentecostes era o cumprimento de Joel 2.28-32, pois os sinais e
prodígios prenunciados nessa passagem não ocorreram. Ao ler a profecia de Joel
dentro de seu contexto, vemos que trata de Israel como nação no fim dos tempos,
com relação ao "Dia do Senhor".
O Espírito Santo, porém, conduziu Pedro de modo a encontrar nessa profecia uma
aplicação para a Igreja. Eis suas palavras: "O
que ocorre [aqui, hoje] é o que foi dito por intermédio do profeta Joel".
Para os judeus, tal declaração deve ter parecido absurda, pois acreditavam que
o Espírito de Deus só era dado a uns poucos eleitos (ver Números 11.28-29). No
entanto, lá estavam cento e vinte dos seus compatriotas judeus, homens e
mulheres, desfrutando a bênção do mesmo Espírito Santo que havia dado poder a
Moisés, Davi e os profetas.
Era, de
fato, o começo de uma nova era, os "últimos
dias" nos quais Deus concluiria seu plano de salvação para a
humanidade. Jesus havia consumado a grande obra de redenção e não havia mais
nada a ser feito senão compartilhar as Boas Novas com o mundo, a começar pela
nação de Israel. Seu convite é: "Todo
aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Atos 2.21).
Como havia acontecido: Jesus
estava vivo (versículos 22 a 35). As notícias correm no Oriente, e é provável
que a maioria dos adultos em Jerusalém, quer residentes ou visitantes, soubesse
da prisão, julgamento e crucificação de Jesus de Nazaré. Também tinham ouvido
rumores de uma "declaração oficial" de que os seguidores de Jesus
haviam roubado seu corpo, a fim de fazer as pessoas crerem que ele havia
cumprido sua palavra e ressuscitado dentre os mortos.
Mas
Pedro lhes disse a verdade: Jesus de Nazaré havia, de fato, ressuscitado dentre
os mortos, e sua ressurreição prova que ele é o Messias! Pedro lhes deu quatro
provas da ressurreição de Jesus Cristo de Nazaré e os convidou a crer em Cristo
e ser salvos.
Sua
primeira prova foi a pessoa de Jesus Cristo (versículos 22-24). O público de
Pedro sabia que Jesus era uma pessoa real da cidade de Nazaré e que havia
realizado muitos sinais e milagres (com referência a "Jesus de Nazaré", ver Atos 2.22; 3.6; 4.10; 6.14; 10.38;
22.8; 26.9 e também 24.5). Não havia dúvidas de que a mão de Deus estava sobre
ele. Haviam ouvido suas palavras e observado sua vida. Haviam até mesmo visto
Jesus ressuscitar os mortos e sabiam que seu caráter e conduta eram irrepreensíveis
- nada "se passou em algum lugar
escondido" (At 26.26)!
Era
impossível crer que tal homem tivesse sido derrotado pela morte. Por um lado, a
morte de Jesus foi um crime terrível (Atos 2.23), por outro, foi uma vitória
maravilhosa (At 2.24).
A segunda
prova de Pedro foi a profecia de Davi (versículos 25 a 31). Pedro cita o Salmo
16.8-11, passagem que, obviamente, não se aplicava a Davi, já morto e
sepultado. Uma vez que era um profeta de Deus, Davi escreveu sobre o Messias,
afirmando que sua alma não permaneceria no Hades (o reino dos mortos), nem seu
corpo ficaria na cova onde sofreria decomposição.
A
terceira prova foi o testemunho dos cristãos (versículo 33). Depois de sua
ressurreição, Jesus não apareceu ao mundo todo, apenas para os próprios
seguidores, aos quais incumbiu de testemunhar que ele estava vivo (Atos 1.3,
22). Mas o que dizer da credibilidade dessas pessoas? Eram testemunhas
confiáveis? Sem dúvida! Antes da ressurreição de Cristo, nem os discípulos
acreditavam que Jesus ressuscitaria e eles próprios tiveram de ser convencidos
(Marcos 16.9-14; Atos 1.3). Não tinham coisa alguma a ganhar pregando uma
mentira, pois sua mensagem suscitou oposição oficial e até levou alguns dos
cristãos à prisão e morte. De tempos em tempos, surgem uns poucos fanáticos
dispostos a crer em uma mentira e a promovê-la, mas quando milhares creem em
uma mensagem corroborada por milagres, não é fácil descartá-la. As testemunhas
eram confiáveis.
A quarta
prova que Pedro apresentou da ressurreição de Cristo foi a presença do Espirito
Santo (versículo 33-35). Pela lógica, se o Espírito Santo está no mundo, Deus
deve tê-lo enviado. Joel prometeu que, um dia, o Espírito viria, e o próprio
Jesus prometeu enviar a dádiva do Espírito Santo a seu povo (Lucas 24.49; João
14.26; 15.26; Atos 1.4). Mas se Jesus estivesse morto, não poderia enviar o
Espírito; logo, se conclui que está vivo. Além disso, não poderia enviar o
Espírito a menos que tivesse voltado para o céu, para junto do Pai (João 16.7);
assim, Jesus subiu ao céu! Para apoiar essa declaração, Pedro cita Salmos 110.1,
afirmação que certamente não se aplicava a Davi (ver Mateus 22.41-46).
A
conclusão de Pedro é, ao mesmo tempo, uma declaração e uma acusação: Jesus é o
Messias, mas vocês o crucificaram! (Atos 2.23). Pedro não apresenta a cruz como
o lugar onde o Substituto Irrepreensível deu a vida pelo mundo, mas sim como o
lugar onde Israel matou o próprio Messias! O povo de Israel cometeu o maior
crime de toda a história! Restava alguma esperança? Sim, pois Pedro oferece
mais explicação que traz boas novas para o coração dos ouvintes.
Por que havia acontecido:
para salvar os pecadores (versículos 36-41). O Espírito Santo usou a mensagem
de Pedro para tocar o coração dos ouvintes. (Em Atos 5.33 e 7.54, vemos outro termo
que sugere ira em vez de convencimento da culpa pelo pecado). Afinal, se eram
culpados de crucificar seu Messias, Deus poderia fazer coisas terríveis com
eles! É importante observar que o povo dirigiu sua pergunta não apenas a Pedro,
mas também aos demais apóstolos, pois os doze participavam do testemunho
naquele dia, e Pedro era apenas um dentre os outros.
Pedro
lhes disse como ser salvos: deveriam se arrepender de seus pecados e crer em
Jesus Cristo. Demonstrariam a sinceridade de seu arrependimento e fé sendo
batizados no nome de Jesus Cristo e, desse modo, se identificariam publicamente
com o Messias e Salvador. Somente pelo arrependimento e pela fé em Cristo
poderiam receber a dádiva do Espírito (Gálatas 3.2, 14), promessa que se
aplicava tanto a judeus como a gentios "que
ainda estão longe" (Efésios 2.13-19).
Infelizmente,
algumas traduções de Atos 2.38 dão a entender que as pessoas devem ser
batizadas a fim de ser salvas, mas não é isso o que a Bíblia ensina. O termo
grego “eis” (traduzido por "para" na oração "para remissão dos vossos pecados")
pode significar "em função de"
ou "com base em". Em Mateus
3.11, vemos que João Batista batizava com base no arrependimento das pessoas.
Atos 2.38 não deve ser usado para ensinar a salvação pelo batismo. Se o batismo
é essencial para a salvação, é estranho que Pedro não diga coisa alguma sobre
isso em seus outros sermões (Atos 3.12-26; 5.29-32; 10.34-43). Aliás, as
pessoas na casa de Cornélio receberam o Espírito Santo antes de serem batizadas
(Atos 10.44-48)! Uma vez que a Bíblia ordena que os cristãos sejam batizados, é
importante ter a consciência limpa e obedecer (1 Pedro 3.21), mas não se deve
considerar o batismo parte da salvação. Se fosse o caso, ninguém em Hebreus 11
seria salvo, pois nenhuma dessas pessoas foi batizada.
Atos 2.40
indica que os apóstolos continuaram a compartilhar da Palavra e a instar o povo
a crer em Jesus Cristo. Olharam para a nação de Israel e viram uma "geração perversa", que se
encontrava sob condenação (Mateus 16.4; 17.17; Filipenses 2.15). Na realidade,
dentro de menos de quarenta anos, Roma viria e destruiria a cidade e o templo e
dispersaria o povo. A história se repetia. Durante os quarenta anos no deserto,
a nova geração "salvou-se"
da geração mais antiga que se rebelara contra Deus. O Senhor estava dando a seu
povo mais quarenta anos de graça e, só naquele dia, três mil pessoas se
arrependeram, creram e foram salvas.
Uma
semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º
Trimestre de 2022, ano 32 nº 124 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – Sermão do Monte – A ética, os valores e a relevância
dos ensinos de Jesus Cristo – Bispo Abner Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo
Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD –
2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo
Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento -
William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento –
Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento –
Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.
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