Lição 04 – 23 de outubro de 2022 – Editora BETEL
Batismo
com o Espírito Santo: distinção, evidência, propósito e resultados
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Sobre o batismo
com o Espírito Santo
Atos 2.1-5. O
Pentecostes é o acontecimento mais importante do livro de Atos dos Apóstolos.
Sem ele, o livro nunca teria sido escrito. Foi este grandioso ato de Deus de
derramar Espírito Santo sobre os primeiros crentes que precipitou todos os atos
dos homens autorizados pelo Espírito, sobre os quais podemos ler na história do
início da igreja cristã.
Pentecostes
significa "quinquagésimo", pois se refere a uma festa realizada
cinquenta dias depois da Festa das Primícias (Lv 23.15-22).
O
calendário das celebrações de Israel em Levítico 23 é um esboço do ministério
de Jesus Cristo. A Páscoa retrata sua morte como Cordeiro de Deus (João 1.29; 1
Coríntios 5.7), e a Festa das Primícias representa sua ressurreição dentre os
mortos (1 Coríntios 15.20-23).
Cinquenta
dias depois da Festa das Primícias, observava-se a Festa de Pentecostes, que retrata
a formação da Igreja. Em Pentecostes, os judeus comemoravam a entrega da Lei,
mas os cristãos comemoram a dádiva do Espírito Santo à Igreja.
A Festa
das Primícias era celebrada no dia seguinte ao shabbath após da Páscoa, ou
seja, sempre no primeiro dia da semana (o shabbath é o sétimo dia). Jesus
ressuscitou no primeiro dia da semana e se tornou "as primícias dos que
dormem" (1 Coríntios 15.20). Uma vez que Pentecostes era comemorado
cinquenta dias depois - sete semanas e mais um dia -, então também era
observado no primeiro dia da semana. Os cristãos reúnem-se para adorar no domingo,
o primeiro dia da semana, porque nesse dia o Senhor ressuscitou e, também, nesse
dia a Igreja recebeu o Espírito Santo.
Na Festa
das Primícias, o sacerdote movia um feixe de grãos diante do Senhor, mas em
Pentecostes apresentava dois pães. Em Pentecostes, o Espírito Santo batizou os
cristãos e os uniu em um só corpo. Os cristãos judeus receberam esse batismo em
Pentecostes, e os cristãos gentios, na casa de Cornélio (Atos 10), daí os dois
pães apresentados pelo sacerdote (ver 1 Coríntios 10.1 7). O fato de os pães
serem levedados (conterem fermento) indica a presença do pecado na Igreja, enquanto
ela se encontra na Terra. A Igreja só será aperfeiçoada quando chegar ao céu.
Não se
deve concluir que os milagres de Pentecostes foram decorrentes da reunião de
oração que durou dez dias, nem que devemos orar como eles fizeram a fim de experimentar
"outro Pentecostes". Assim como a morte de Cristo no Calvário,
Pentecostes foi um acontecimento definitivo que não se repetirá. A Igreja pode
ficar novamente cheia do Espírito e, sem dúvida, a oração perseverante é um
elemento essencial do poder espiritual, mas assim como não é cabível pedir
outro Calvário, também não se deve pedir outro Pentecostes.
Ao
estudar os acontecimentos relacionados a Pentecostes, é importante separar os elementos
essenciais dos secundários. O Espírito veio, e o povo ouviu o som de um vento
impetuoso e viu línguas de fogo. O Espírito batizou e encheu os cristãos, e
eles falaram enquanto louvavam a Deus em várias línguas. O Espírito deu poder a
Pedro para pregar e tocou o coração dos ouvintes, de modo que três mil dentre
os presentes creram em Cristo e foram salvos. Vejamos agora cada um desses
ministérios.
O Espírito veio
(versículos 2, 3). O Espírito Santo já estava operando antes de Pentecostes e
havia se mostrado ativo na criação (Gênesis 1.1-2), na história do Antigo
Testamento (Juízes 6.34; 1 Samuel 16.13) e na vida e ministério de Jesus (Lucas
1.30-37; 4.1, 14; Atos 10.38). Duas coisas, porém, não seriam mais as mesmas:
(1) o
Espírito passaria a habitar nas pessoas, não apenas a vir sobre elas; e (2) sua
presença seria permanente, não apenas temporária (João 14.16-17). O Espírito
não poderia ter vindo antes, pois era essencial que Jesus morresse,
ressuscitasse e voltasse ao céu, a fim de que o Espírito fosse concedido (João
7.37-39; 16.7 a seguir). Convém lembrar a sequência do calendário judaico em
Levítico 23: Páscoa, Primícias e Pentecostes.
A vinda
do Espírito foi acompanhada de três sinais maravilhosos: o som de um forte vento,
línguas de fogo e os cristãos louvando a Deus em várias línguas. Tanto no
hebraico quanto no grego, a palavra usada para Espírito também significa
"vento" (João 3.8). O povo não sentiu o vento, mas sim ouviu seu som.
É provável que os cristãos estivessem no templo quando isso aconteceu (Lucas
24.53).
O termo
casa em Atos 2:2 pode se referir ao templo (ver Atos 7.47). As línguas de fogo
simbolizavam o testemunho poderoso da Igreja ao povo. Campbell Morgan lembra
que nossas línguas podem ser "abrasadas" pelo céu ou pelo inferno! (Tiago
3.5-6). A combinação de vento e fogo gera grandes labaredas!
O Espírito batizou (1.5).
O termo grego baptizo tem dois
significados, um literal e outro figurativo. Literalmente, a palavra significa "submergir",
mas seu sentido figurativo é "ser identificado com". O batismo do Espírito
é o ato de Deus pelo qual ele identificou os cristãos com o Cabeça da Igreja, o
Cristo exaltado, e formou o corpo espiritual de Cristo na Terra (1 Coríntios
12.12-14). Em termos históricos, isso ocorreu em Pentecostes; hoje, ocorre
sempre que um pecador crê em Jesus Cristo e nasce de novo.
Quando lemos
sobre o "batismo" no Novo Testamento, devemos usar de discernimento a
fim de entender se o termo deve ser interpretado de modo literal ou simbólico.
Em Romanos 6.3-4 e Gálatas 3.27-28, por exemplo, a referência é simbólica, uma vez
que o batismo com água não leva o pecador a Jesus Cristo. Somente o Espírito Santo
pode fazer isso (Romanos 8.9; 1 Coríntios 12.13; ver Atos 10.44-48). O batismo
com água é um testemunho público da identificação da Pessoa com Jesus Cristo,
enquanto o batismo com o Espírito é a experiência pessoal e particular que
identifica a pessoa com Cristo.
É importante
observar que, em termos históricos, o batismo do Espírito ocorreu em dois
estágios: os cristãos judeus foram batizados em Pentecostes, e os cristãos
gentios foram batizados e passaram a fazer parte do corpo de Cristo na casa de
Cornélio (Atos 10.44-48; 11.15-17; e ver Efésios 2.11-22).
O Espírito encheu
(versículo 4). Ao encher a pessoa, o Espírito lhe dá poder para testemunhar e
servir (Atos 1.8). Não somos exortados a ser batizados pelo Espírito, pois isso
é algo que Deus faz, de uma vez por todas, quando cremos em seu Filho. Porém,
Deus ordena que sejamos cheios do Espírito (Efésios 5.18), pois precisamos de
seu poder constantemente, a fim de servir a Deus com eficácia.
Em Pentecostes,
os cristãos ficaram cheios do Espírito e experimentaram o batismo do Espírito;
depois disso, porém, foram novamente cheios do Espírito em várias ocasiões (Atos
4.8, 31; 9.17; 13.9), mas não receberam outros batismos.
Alguém
pode perguntar: " Que diferença faz usar uma palavra ou outra? O
importante é ter a experiência!" Duvido que os que dizem isso apliquem
esse princípio a outras áreas da vida, como a medicina, a mecânica ou a
culinária. Que diferença faz o farmacêutico aviar uma receita com arsênico ou
aspirina, desde que sejamos curados?
Que
diferença faz um mecânico instalar um alternador ou um carburador, desde que o carro
funcione? O Espírito Santo revelou a verdade de Deus por meio de palavras (1 Coríntios
2.12-13), e essas palavras devem ter determinados significados que, por sua
vez, não devem ser alterados. A regeneração não deve ser confundida com a
justificação, nem a propiciação com a adoção. Cada uma dessas palavras é
importante dentro do plano de Deus para a salvação e deve ser definida com
precisão e usada com cuidado.
O
batismo do Espírito significa que pertenço ao corpo de Cristo; a plenitude do Espírito
significa que meu corpo pertence a ele. O batismo é definitivo; a plenitude se renova
e se repete quando cremos em Deus e recebemos mais poder para testemunhar.
O
batismo envolve todos os demais cristãos, pois nos torna um só no corpo de
Cristo (Efésios 4.1-6); a plenitude, por sua vez, é pessoal e individual.
Trata-se de duas experiências distintas que não devem ser confundidas.
O Espírito falou
(versículos 5-13). É importante observar que os cristãos estavam louvando a
Deus e não pregando o evangelho, e que usaram línguas conhecidas, não
"línguas estranhas" (Atos 2.6-8). Lucas cita quinze lugares diferentes
e afirma claramente que os cidadãos desses lugares ouviram Pedro e os outros
declararem as obras maravilhosas de Deus em línguas que podiam compreender.
O termo
grego traduzido por "língua", em Atos 2.6 e 8 é dialektos e se refere à linguagem ou dialeto de um país ou região (Atos
21.40; 22.2; 26.14). A menos que as Escrituras indiquem o contrário, devemos
supor que as outras menções a "falar em línguas" em Atos e 1
Coríntios referem-se a uma experiência semelhante: cristãos louvando a Deus no
Espírito em línguas conhecidas.
Por que
Deus fez isso? Em primeiro lugar, Pentecostes foi uma inversão do julgamento na
torre de Babel, quando Deus confundiu as línguas dos homens (Gênesis 11.1-9). O
julgamento de Deus em Babel dispersou o povo, mas sua bênção em Pentecostes
uniu os cristãos no Espírito. Em Babel, as pessoas não conseguiam entender-se,
mas em Pentecostes, ouviram e compreenderam o louvor a Deus. A torre de Babel
foi criada para exaltar o homem e celebrar seu nome, mas Pentecostes trouxe
louvores a Deus. A construção da torre de Babel foi um ato de rebelião, mas
Pentecostes foi um ministério de submissão humilde a Deus. Um contraste e tanto!
Outro motivo para o dom de línguas foi tornar o evangelho conhecido em todo o mundo.
Deus deseja falar a todas as pessoas na língua de cada um e transmitir a
mensagem da salvação em Jesus Cristo. A ênfase do Livro de Atos é sobre a
evangelização mundial, "até aos
confins da terra" (Atos 1.8).
Ao que parece,
o som do vento atraiu as pessoas para o templo onde os cristãos estavam reunidos,
mas foi o louvor dos cristãos que prendeu sua atenção. Os ouvintes indiferentes
zombaram dos cristãos e os acusaram de estar embriagados, mas outros se
mostraram sinceramente interessados em descobrir o que estava acontecendo. O
povo ficou perplexo (Atos 2.7, 12) e, depois, maravilhado (Atos 2.7).
É interessante
que os escarnecedores tenham acusado os cristãos de embriaguez, pois o vinho é
associado ao Espírito Santo (Efésios 5.18). Paulo faz um contraste entre os dois,
pois quando um homem está cheio de bebida forte, perde o controle de si mesmo e
acaba envergonhado; mas quando uma pessoa está cheia do Espírito, possui
domínio próprio e glorifica a Deus. A bebida forte pode trazer alegria
passageira, mas o Espírito oferece satisfação profunda e alegria duradoura.
Uma semana
abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º
Trimestre de 2022, ano 32 nº 124 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – Sermão do Monte – A ética, os valores e a relevância
dos ensinos de Jesus Cristo – Bispo Abner Ferreira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo
Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD –
2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo
Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento -
William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento –
Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento –
Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.
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