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Lição 07 - 4º trimestre 2022 - Os dons de elocução

Lição 07 – 13 de novembro de 2022 – Editora BETEL

Os dons de elocução

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Sobre os dons de elocução

1 Coríntios 14. “Edificação”- Essa era uma das palavras prediletas de Paulo, originária, evidentemente, do vocabulário dos arquitetos. Edificar significa "construir". Esse conceito também não é estranho à imagem do "corpo" da igreja.

Vemos, portanto, uma sobreposição de imagens, pois o corpo de Cristo também é o templo do Deus vivo. Paulo escolheu o termo edificar com sabedoria.

O erro dos coríntios era enfatizar a edificação pessoal e esquecer a igreja. Desejavam desenvolver-se, mas não estavam interessados em colaborar para o desenvolvimento de seus irmãos e irmãs em Cristo.

Por certo, essa atitude prejudicava não apenas outros cristãos, mas também os que agiam desse modo. Afinal, somos todos membros do mesmo corpo, e, em última análise, nós mesmos somos afetados pela maneira de nos relacionarmos com os demais membros da comunidade cristã. "Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti" (1 Coríntios 12.21). Se um dos membros do corpo fica enfraquecido ou sofre uma infecção, afeta os outros.

Paulo percebeu que a igreja negligenciava a profecia e dava uma ênfase inapropriada ao dom de línguas. Não devemos imaginar o profeta do Novo Testamento como uma pessoa que prenunciava o futuro, pois até mesmo os profetas do Antigo Testamento não se atinham a fazer previsões.

Os profetas recebiam mensagens diretas de Deus, por meio do Espírito Santo, e as comunicavam à igreja, normalmente (mas nem sempre) em uma língua. A profecia não equivalia à "pregação" de hoje, pois os pregadores atuais estudam a Bíblia e preparam suas mensagens. Nenhum pregador de hoje pode afirmar possuir a inspiração direta de Deus.

Paulo contrasta os dons de profecia e de línguas e explica o valor supremo da profecia.

A profecia fala aos homens, as línguas falam com Deus (versículos 1 a 3). "Uma vez que vocês são zelosos quanto aos dons espirituais, pelo menos anseiem pelos melhores dons" - esse é o conselho de Paulo. A profecia era melhor porque edificava a igreja. Oferecia aos ouvintes ânimo e consolo - coisas de que todo mundo precisa.

Infelizmente, algumas traduções referem-se a uma língua estranha em 1 Coríntios 14.2 ("outra língua"), mas o Novo Testamento não diz coisa alguma sobre "línguas estranhas". Desde o começo da igreja, as línguas eram conhecidas e podiam ser identificadas pelos ouvintes (Atos 2.4, 6, 8, 11). Talvez fosse uma língua estranha para os que falavam e para os que ouviam, mas não era desconhecida no mundo (1 Coríntios 14.10-11, 21).

Também é triste que as pessoas tenham a idéia de que as línguas fossem usadas para pregar o evangelho aos incrédulos. Muito pelo contrário. Paulo preocupava-se que o uso excessivo do dom de línguas na igreja convenceria os incrédulos de que os cristãos eram loucos (1 Coríntios 14.23). No Pentecostes, os cristãos falaram em várias línguas sobre "as grandezas de Deus" (Atos 2.11), mas Pedro pregou em aramaico para que todos os seus ouvintes entendessem.

O cristão que fala em uma língua fala com Deus em louvor e adoração; mas o cristão que profetiza compartilha a Palavra com a igreja e contribui para a vida dos ouvintes.

1 Coríntios 14.26-31. Esta seção apresenta duas declarações que devem ser colocadas lado a lado: "Seja tudo feito para edificação" (1 Coríntios 14.26), e "Tudo, porém, seja feito com decência e ordem" (1 Coríntios 14.40). Quando um prédio está sendo construído, é preciso haver um projeto, pois, do contrário, a construção se transformará em caos. Uma igreja enfrentava problemas sérios para construir a casa pastoral até que alguém descobriu que o projeto fornecido à madeireira que preparava o material de construção era diferente do que estava sendo usado pelos empreiteiros. Não é de se admirar que nada se encaixava!

A igreja de Corinto tinha problemas específicos com a desordem em seus cultos (1 Coríntios 11.17-23). O motivo não é difícil de determinar: usavam seus dons espirituais para agradar a si mesmos, não para ajudar os irmãos e as irmãs em Cristo. A palavra chave não era edificação, mas sim exibição. Se acreditamos que nossa contribuição para o culto é mais importante do que a de nosso irmão, ficamos impacientes, querendo que ele acabe logo, ou o interrompemos. Acrescentando a isso as dificuldades causadas pelas "mulheres emancipadas" da congregação, podemos entender por que a igreja sofria com essa confusão carnal.

Em 1 Coríntios 14.26, temos um vislumbre do culto na Igreja primitiva. Todos os membros eram convidados a participar conforme o Senhor os dirigia. Um desejava cantar um salmo (Efésios 5.19; Colossenses 3.16). Outro era conduzido pelo Espírito para compartilhar uma doutrina. Alguns recebiam revelações transmitidas em línguas e interpretadas. Sem uma ordem determinada por Deus, jamais haveria edificação.

É importante observar que as pessoas que falavam em línguas eram as que causavam mais problemas, de modo que Paulo dirige-se a elas e dá várias instruções a serem seguidas pela igreja em seus cultos.

Em primeiro lugar, a locução, a interpretação e o julgamento (avaliação da mensagem) deveriam ser feitos de forma ordenada (1 Coríntios 14.27-33). Não mais do que três pessoas falariam em cada reunião, e cada mensagem deveria ser avaliada e interpretada na sequência. Caso nenhum intérprete se apresentasse, o que havia falado em línguas deveria manter-se calado. A admoestação de Paulo à igreja de Tessalônica também se aplica a este caso: "Não apagueis o Espírito. Não desprezeis as profecias; julgai todas as coisas, retende o que é bom" (1 Tessalonicenses 5.19-21). Por que as mensagens deveriam ser avaliadas?

Para determinar se o locutor, de fato, transmitira a Palavra de Deus por meio do Espírito Santo. Poderia acontecer de alguém, sob a influência das próprias emoções, imaginar que Deus falava por seu intermédio.

Era possível a Satanás falsificar uma mensagem profética (ver 2 Coríntios 11.13-14). Os ouvintes deveriam, então, testar a mensagem usando as Escrituras do Antigo Testamento e a tradição apostólica, bem como a orientação pessoal do Espírito ("discernimento de espíritos"; 1 Coríntios 12.10).

Se, enquanto uma pessoa falava, Deus desse uma revelação a outra pessoa, o primeiro locutor deveria se calar, enquanto a nova revelação era transmitida. Sob a direção de Deus, não haveria competição nem contradição nas mensagens. Se, porém, vários locutores estivessem "criando" suas próprias mensagens, haveria confusão e contradição.

Quando o Espírito Santo está no controle, os vários ministros terão domínio próprio, pois o domínio próprio é um fruto do Espírito (Gálatas 5.23). Em determinado congresso um palestrante tinha dificuldade em terminar dentro do horário estabelecido. Ele se estendia quinze ou vinte minutos além de seu tempo, obrigando os outros participantes a condensar a mensagem na última hora. A certa altura, ele se desculpou dizendo: - Você sabe como é, quando o Espírito assume o controle, não podemos nos preocupar com o relógio.

Como resposta, citei 1 Coríntios 14.32: "Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas".

Nosso domínio próprio é uma das evidências de que o Espírito está, de fato, operando em uma reunião de cristãos. Um dos ministérios do Espírito é colocar ordem no caos (Gênesis 1). A confusão vem de Satanás, não de Deus (Tiago 3.13-18). Quando o Espírito está conduzindo, os participantes conseguem ministrar um por vez, de modo que o impacto total da mensagem de Deus seja recebido pela igreja.

De que maneira aplicamos essas instruções à igreja de hoje, uma vez que não há mais em nosso meio profetas como os do Novo Testamento, mas temos as Escrituras completas? Em primeiro lugar, devemos usar a Palavra de Deus para testar as mensagens que ouvimos, pedindo que o Espírito nos oriente. Há falsos mestres espalhados pelo mundo afora e devemos ser cautelosos (2 Pedro 2.1; João 4.1-6). Mesmo mestres e pregadores autênticos não sabem tudo e, por vezes, cometem enganos (1 Coríntios 13.9,12; Tiago 3.1). Cada ouvinte deve avaliar a mensagem e aplicá-la a seu coração.

Uma semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 4º Trimestre de 2022, ano 32 nº 125 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens e Adultos – Professor – A Igreja e o Espírito Santo – A necessidade do avivamento promovido pelo Espírito Santo para os dias atuais – Bispo Oídes José do Carmo.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.

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