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Lição 09 - 4º trimestre de 2022 - Os dons de Cristo para o aperfeiçoamento dos salvos

Lição 09 – 27 de novembro de 2022 – Editora BETEL

Os dons de Cristo para o aperfeiçoamento dos salvos

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Sobre os dons de Cristo

Efésios 4.7, 11. A partir deste versículo, Paulo passa dos elementos comuns a todos os cristãos para a diversidade entre os cristãos. Trata da variedade e da individualidade dentro da unidade do Espírito. Deus concede a cada cristão pelo menos um dom espiritual (1 Coríntios 12.1-12), que deve ser usado para unir e edificar o corpo de Cristo. Devemos fazer uma distinção entre "dons espirituais" e "aptidões naturais". Quando nascemos neste mundo, Deus nos deu certas aptidões naturais, talentos para áreas específicas, como a mecânica, a arte, os esportes ou a música. Nesse sentido, nem todos os seres humanos são iguais, pois alguns são mais inteligentes, fortes ou talentosos do que outros. Mas, na esfera espiritual, cada cristão possui pelo menos um dom espiritual, quaisquer que sejam suas aptidões naturais. Um dom espiritual é uma aptidão divinamente concedida para servir a Deus e aos outros cristãos de modo a glorificar a Cristo e a edificar os irmãos e irmãs na fé.

De que maneira o cristão pode descobrir e desenvolver seus dons? Pela comunhão com outros cristãos na congregação local. Os dons não são brinquedos para nossa própria diversão, mas sim instrumentos para a edificação. Se não forem usados com amor, tornam-se armas de combate, como aconteceu na igreja de Corinto (1 Coríntios 12 a 14). Os cristãos não devem viver isolados, pois, afinal de contas, são membros do mesmo corpo.

Paulo ensina que os dons são concedidos por Cristo por meio do Espírito Santo (Efésios 4.8-10). Cristo subiu ao céu vitorioso para sempre. Vemos aqui a imagem de um conquistador militar levando seus cativos e dividindo os espólios com seus seguidores. Neste caso, porém, os "cativos" não são seus inimigos, mas sim os que lhe pertencem. Os pecadores eram prisioneiros do pecado, mas Satanás foi levado cativo por Cristo. Até mesmo a morte é um inimigo derrotado! Quando veio à Terra, Cristo experimentou as mais profundas humilhações (Filipenses 2.5-11), mas quando subiu ao céu, experimentou a mais elevada exaltação possível. Paulo cita o Salmo 68.18, aplicando a Jesus Cristo um cântico de vitória escrito por Davi (Efésios 4.8).

O Novo Testamento apresenta três listas de dons espirituais: 1 Coríntios 12.4-11, 27-31; Romanos 12.3-8 e Efésios 4.11. Uma vez que essas listas não são idênticas, é possível que Paulo não tenha citado todos os dons que se encontram disponíveis. De acordo com o apóstolo, alguns dons são mais importantes do que outros, mas todos os cristãos são necessários para que o corpo possa funcionar normalmente (1 Coríntios 14.5, 39).

Paulo não cita propriamente os "dons", mas sim os quatro grupos de pessoas que os possuem e que Deus colocou na igreja.

Apóstolos (versículo 11a). Esse termo significa "alguém que foi enviado com uma comissão". Jesus tinha muitos discípulos, mas escolheu doze apóstolos (Mateus 10.1-4). Um discípulo é um "seguidor" ou "aprendiz", mas um apóstolo é um "representante nomeado por Deus". Os apóstolos deveriam dar testemunho da ressurreição (Atos 1.15-22), de modo que precisavam ser homens que haviam visto o Cristo ressurreto pessoalmente (1 Coríntios 9.1-2). Hoje em dia, não existem mais apóstolos no sentido mais estrito do termo no Novo Testamento. Esses homens ajudaram a lançar os alicerces da Igreja, "o fundamento dos apóstolos e profetas" (Efésios 2.20), e uma vez que esses alicerces estavam prontos, os apóstolos deixaram de ser necessários. Deus autenticou o ministério deles por meio de milagres (Hebreus 2.1-4), de modo que não se deve esperar que esses mesmos sinais sejam realizados hoje. É evidente que, em um sentido mais amplo, todo cristão tem um ministério apostólico. "Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio" (João 20.21).

Profetas (versículo 11b). Costumamos imaginar o profeta como aquele que prediz acontecimentos futuros, mas essa não é sua função principal. O profeta do Novo Testamento era uma pessoa que proclamava a Palavra de Deus (Atos 11.28; Efésios 3.5). Os cristãos da Igreja primitiva não tinham Bíblias, e o Novo Testamento ainda não havia terminado de ser escrito. De que maneira, então, as congregações locais poderiam saber qual era a vontade de Deus? O Espírito compartilhava a verdade de Deus com os que possuíam o dom da profecia. Paulo sugere que o dom da profecia era associado à compreensão de "todos os mistérios e toda a ciência" (1 Coríntios 13.2), referindo-se, evidentemente, às verdades espirituais. O propósito da profecia era a "edificação, exortação e consolação" (1 Coríntios 14.3, tradução literal). Os cristãos de hoje não obtêm o conhecimento espiritual diretamente do Espírito Santo, mas sim indiretamente, ao receber a instrução da Palavra por meio do Espírito. Assim como os apóstolos, os profetas tiveram um ministério fundacional na Igreja primitiva (Efésios 2.20).

Evangelistas (versículo 11c). "Portadores das boas-novas". Esses indivíduos viajavam de um lugar para outro pregando o Evangelho e ganhando almas para Cristo (Atos 8.26-40; 21.28). Todos os ministros devem evangelizar, mas isso não significa que todos sejam evangelistas (2 Timóteo 4.5). Os apóstolos e profetas lançaram os alicerces para a Igreja, e os evangelistas edificaram sobre esses fundamentos ao ganhar os perdidos para Cristo. Por certo, na Igreja primitiva, cada cristão era uma testemunha (Atos 2.41-47; 11.19-21), como também devemos ser. Hoje, porém, continuam existindo pessoas que possuem o dom de evangelizar. O fato de um cristão não possuir esse dom não é desculpa para a falta de interesse pela alma dos perdidos e pela negligência no testemunho.

Pastores e mestres (versículo 11 d). O fato de o pronome "outros" não ser repetido entre esses dois termos indica que se trata de um único cargo com dois ministérios. A designação pastor dá a entender que a congregação local é um rebanho de ovelhas (Atos 20.28), e que é responsabilidade desse ministro alimentar e conduzir o rebanho (1 Pedro 5.1-4, em que "presbítero" é outro nome para "pastor"). Ele o faz por meio da Palavra de Deus, o alimento que nutre as ovelhas. A Palavra é a vara que guia e que disciplina as ovelhas. A Palavra de Deus oferece proteção e provisão para a igreja local, e não há entretenimento, comunhão ou qualquer outra atividade religiosa que possa tomar seu lugar.

Efésios 4.11-14. Nesta seção, Paulo olha para a Igreja em dois níveis. Vê o corpo de Cristo constituído de verdadeiros cristãos crescendo gradualmente até atingir a maturidade espiritual, "à medida da estatura da plenitude de Cristo". Mas também vê a congregação local de cristãos ministrando uns aos outros, crescendo juntos e, desse modo, experimentando unidade espiritual.

Os líderes aptos devem "preparar os santos para o trabalho do ministério, visando a edificação do corpo de Cristo" (tradução literal). Os membros da igreja não contratam um pastor e lhe pagam um salário para que ele faça todo o trabalho. Antes, o convidam e seguem sua liderança, enquanto ele, por meio das Escrituras, os prepara a fim de que trabalhem na obra (2 Timóteo 3.13-17). Os cristãos crescem quando se alimentam da Palavra de Deus e ministram uns aos outros. A primeira evidência de crescimento espiritual é a semelhança a Cristo.

A segunda evidência é a estabilidade. O cristão maduro não segue as novidades religiosas que surgem a cada dia. Os charlatões também estão presentes nos meios evangélicos, e seu objetivo é raptar os filhos de Deus e levá-los para suas seitas, mas o cristão maduro reconhece as falsas doutrinas e se mantém afastado delas. Os membros das seitas não tentam ganhar almas para Cristo nem fundam ministérios assistenciais em lugares pobres, pois não têm boas-novas a pessoas vivendo na miséria, Seu grande alvo é o cristão imaturo, o que explica por que tantas seitas estão cheias de pessoas de igrejas locais, especialmente das congregações que não alimentam suas ovelhas com a Palavra de Deus.

A terceira evidência de maturidade é a verdade combinada com o amor: "seguindo a verdade em amor" (Efésios 4.15). Alguém disse bem que verdade sem amor é brutalidade, mas amor sem verdade é hipocrisia. Há quem pense que, se amamos alguém, devemos proteger essa pessoa da verdade para não a magoar. Uma das marcas da maturidade é a capacidade de compartilhar a verdade com os irmãos e irmãs em Cristo e fazê-lo em amor. "Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém, os beijos de quem odeia são enganosos" (Provérbios 27.6).

Outra evidência de maturidade é a cooperação (Efésios 4.16). Sabemos que, como membros de um só corpo e de uma congregação local, pertencemos uns aos outros, influenciamos uns aos outros e precisamos uns dos outros. Cada cristão, por mais insignificante que pareça ser, tem um ministério a realizar junto a outros cristãos. O corpo cresce quando os indivíduos crescem, e os indivíduos crescem quando se alimentam da Palavra e ministram uns aos outros. Convém observar novamente a ênfase sobre o amor: "suportando-vos uns aos outros em amor" (Efésios 4.2); "seguindo a verdade em amor" (Efésios 4.15); "efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor" (Efésios 4.16). O amor é o sistema circulatório do corpo. De acordo com pesquisas científicas, os bebês que não recebem carinho não crescem normalmente e são mais susceptíveis a doenças, enquanto os bebês que são amados e recebem carinho crescem normalmente e são mais fortes. O mesmo se aplica aos filhos de Deus. Um cristão isolado não pode ministrar a outros nem ser ministrado por eles por meio dos dons.

Assim, a unidade espiritual não é algo que criamos. Antes, é algo que já possuímos em Cristo, que devemos proteger e manter. A verdade une, mas as mentiras dividem. O amor une, mas o egoísmo divide. Assim, "seguindo a verdade em amor", preparemos e edifiquemos uns aos outros, para que todos possamos crescer e nos tornar mais semelhantes a Cristo.

A Bíblia foi escrita não apenas para ser estudada, mas também para ser obedecida, e é por isso que as expressões como, "pois", "portanto" e "por essa razão" são repetidas com tanta frequência na segunda metade de Efésios (4.1, 17, 25; 5.1, 7, 14, 15, 17, 24). Paulo estava dizendo: "Eis o que Cristo fez por vocês. Diante disso, eis o que vocês devem fazer para Cristo". Devemos ser praticantes da Palavra, não apenas ouvintes (Tiago 1.22). O fato de termos sido chamados em Cristo (Efésios 1.18) deve servir de motivação para andarmos em unidade (Efésios 4.1-16). E o fato de termos sido ressuscitados dentre os mortos (Efésios 2.1-10) deve nos motivar a andar em pureza (Efésios 4.17 – 5.17) ou, como Paulo diz em Romanos: "andemos nós em novidade de vida" (Romanos 6.4). Estamos vivos em Cristo, não mortos no pecado; portanto: "[nos despojemos] do velho homem [...] e [nos revistamos] do novo homem" (Efésios 4.22, 24). Vamos tirar nossas vestes de mortos e colocar as vestes da graça!

Com relação aos dons concedidos por Cristo à Igreja através do Espírito Santo, é inegável que, para que esses dons sejam percebidos e desenvolvidos por cada membro do Seu Corpo, é necessário que, como um todo, a congregação esteja em comunhão. Assim como o nosso sangue corre por todos os membros e órgãos de nosso corpo e nos nutre e fortalece, propiciando o seu funcionamento interdependente e harmônico, o Sangue de Jesus e a comunhão com o Espírito Santo são os elos de ligação entre os membros da Igreja e, como um todo a Igreja se alimenta espiritualmente através dessa fraterna união, tão necessária. O desenvolvimento dos dons é, portanto, sujeito à busca constante de cada cristão pelos dons através da alimentação pela Palavra de Deus e da estreita relação de amor fraternal entre os membros da comunidade cristã, na verdade, da Igreja de Cristo como um todo.

Uma semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus Cristo!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 4º Trimestre de 2022, ano 32 nº 124 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens e Adultos – Professor – A Igreja e o Espírito Santo – A necessidade do avivamento promovido pelo Espírito Santo para os dias atuais – Bispo Oídes José do Carmo.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.

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