Lição 04 – 22 de janeiro de 2023 – Editora BETEL
O Servo que age com excelência
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Sobre servir
a Deus com excelência
Marcos 5.34. Enquanto a multidão suspirava de alívio ao ver
Jesus partir, outra multidão o esperava de braços abertos em sua volta a
Cafarnaum.
Nesse segundo
grupo, havia duas pessoas especialmente desejosas de ver o Mestre: Jairo, um
homem cuja filha estava à beira da morte, e uma mulher anônima que sofria de uma
doença incurável. Jairo aproximou-se de Jesus primeiro, mas a mulher foi curada
primeiro, de modo que parece apropriado começarmos por ela.
O
contraste entre essas duas pessoas necessitadas é impressionante e revela a extensão
do amor e misericórdia de Cristo. Jairo era um líder importante da sinagoga, enquanto
a mulher era uma anônima, uma pessoa qualquer, mesmo assim Jesus recebeu e
ajudou ambos. Jairo estava para perder uma filha que lhe dera doze anos de alegrias
(Marcos 5.42), e a mulher estava para se ver livre de uma aflição que a
acometia havia doze anos. Uma vez que ocupava um cargo importante na sinagoga,
sem dúvida Jairo era um homem de posses, mas essa riqueza não pôde salvar a
vida de sua filha. A mulher estava falida, pois havia gasto todos os seus bens,
e, ainda assim, ninguém achara uma cura para seu problema. Tanto Jairo quanto a
mulher encontraram as respostas que buscavam aos pés de Jesus (Marcos 5.22 e
33).
A mulher
sofria de uma hemorragia aparentemente incurável e que a destruía lentamente. Podemos
imaginar a dor e a pressão emocional que consumia suas forças dia após dia.
Quando consideramos suas muitas decepções com os médicos e a pobreza que lhe
sobreveio, perguntamo-nos como pôde suportar tanto tempo. Havia, porém, ainda outro
fardo sobre suas costas: de acordo com a Lei, ela se encontrava cerimonialmente
impura, o que limitava grandemente sua vida religiosa e social (Levítico 15.19
a seguir). Que peso enorme essa mulher carregava!
No entanto,
não deixou que coisa alguma a impedisse de aproximar-se de Jesus. Poderia ter
usado várias desculpas para se convencer de que era mais fácil ficar longe dele.
Poderia ter pensado: "não sou
importante o suficiente para pedir ajuda a Jesus!", ou "ele está acompanhando Jairo, não vou
importuná-lo agora". Poderia ter argumentado: "ninguém foi capaz de me ajudar, então por que continuar
tentando?" Ou poderia ter concluído que não era correto procurar Jesus
como último recurso, depois de ter consultado tantos médicos. Porém, deixou de
lado todos os argumentos e desculpas e, pela fé, se aproximou de Jesus.
Como era
essa fé? Fraca, tímida, talvez até um tanto supersticiosa. Imaginava que precisava
tocar nas vestes de Jesus para poder ser curada (ver Marcos 3.10; 6.56). Tinha ouvido
falar de outras pessoas que haviam sido curadas por Jesus (Marcos 5.27), de
modo que resolveu tentar chegar até o Salvador. Dessa vez, não ficou
decepcionada: Jesus honrou sua fé, fraca como era, e curou seu corpo.
Vemos
aqui uma lição importante. Nem todos têm o mesmo nível de fé, mas Jesus responde
à fé, por mais fraca que seja. Quando cremos, ele compartilha seu poder conosco,
e algo acontece em nossa vida. Havia muitos outros naquela multidão que estavam
perto de Jesus e que o comprimiam, mas que não experimentaram milagre algum,
pois não tinham fé. Uma coisa é esbarrar em Jesus, outra bem diferente é crer
nele.
A mulher
planejava desaparecer no meio da multidão, mas Jesus virou-se e a deteve. Com
todo carinho, extraiu dela um testemunho maravilhoso do que o Senhor havia
feito. Por que Jesus tornou pública essa cura? Por que simplesmente não
permitiu que a mulher permanecesse incógnita?
Em primeiro
lugar, ele o fez para o bem dela, pois desejava ser para ela algo mais do que
um "curandeiro": desejava
ser também seu Salvador e amigo. Queria que contemplasse seu rosto, sentisse
seu carinho e ouvisse suas palavras de incentivo. Quando Jesus terminou de
falar, a mulher experimentou algo maior do que a cura física. O Senhor a chamou
de "filha" e a enviou para casa
com uma bênção de paz (Marcos 5.34). A injunção: "Fica livre do teu mal" vai muito além da restauração do
corpo. Jesus também lhe deu cura espiritual!
Tratou
dessa mulher em público não apenas para o bem dela, mas também pensando em
Jairo. A filha dele estava à beira da morte, e ele precisava de todo
encorajamento possível. Como se não bastasse a multidão impedindo sua passagem,
ainda haviam sido detidos por aquela mulher! Quando um dos amigos de Jairo
chegou com a notícia de que a menina havia morrido, sem dúvida Jairo sentiu que
tudo estava perdido. As palavras de Jesus à mulher sobre fé e paz devem ter
servido de estímulo não só para ela, mas também para Jairo.
Por fim,
Jesus tornou pública a cura dessa mulher para que ela tivesse a oportunidade de
dar seu testemunho e de glorificar ao Senhor. "Digam-no os remidos do SENHOR, os que ele resgatou da mão do
inimigo [...] Enviou-lhes a sua palavra, e os sarou [...] Rendam graças ao
SENHOR por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens!"
(SI 107.2, 20-21). Por certo, alguns da multidão ouviram as palavras da mulher
e creram no Salvador; quando ela chegou em casa, já sabia o que significava testemunhar
de Cristo.
Marcos 10.42-45. Jesus
continua conduzindo os discípulos a Jerusalém. Ao descrever a jornada do
Salvador até o Calvário, é possível que Marcos tenha meditado na "canção do Servo" em Isaías 42
a 53. "Porque o SENHOR Deus me
ajudou, pelo que não me senti envergonhado; por isso, fiz o meu rosto como um
seixo e sei que não serei envergonhado" (Isaías 50.7).
Não podemos
deixar de admirar a coragem do Servo de Deus ao seguir para o Calvário, e
devemos adorá-lo ainda mais por fazer isso por nós.
E necessário
tentar entender a confusão e o medo dos seguidores de Cristo, pois foi uma
experiência difícil para eles, que de maneira alguma correspondeu a seus planos
e expectativas. Cada vez que Jesus anunciava sua morte, deixava os discípulos
mais perplexos. Nas duas primeiras declarações (Marcos 8.31; 9.31), Jesus lhes
disse o que aconteceria; agora lhes diz onde isso ocorreria na cidade santa de
Jerusalém! Essa terceira declaração inclui o papel dos gentios em seu
julgamento e morte, e, pela quarta vez, Jesus promete que ressuscitará (ver
Marcos 9.9). O Mestre disse a verdade a seus discípulos, mas eles não estavam
em condições de entendê-la.
Quando
consideramos a declaração de Jesus sobre sua morte, ficamos envergonhados ao ver
Tiago, João e a mãe deles (Mateus 20.20-21) pedindo tronos. Como puderam ser
tão insensíveis e egoístas? Pedro havia reagido à primeira declaração
discutindo com Jesus; depois da segunda declaração, a reação dos discípulos foi
discutir entre si quem era o maior (Marcos 9.30-34). Pareciam não perceber o
significado da cruz.
Na verdade,
Salomé e seus dois filhos apropriaram-se da promessa que Jesus havia feito de
que, no reino futuro, os discípulos se assentariam em doze tronos com o Senhor
Jesus. (Ver Mateus 19.28. Uma vez que Marcos escrevia especialmente a gentios, não
incluiu essa promessa.) Foi um grande passo de fé da parte deles reivindicar a
promessa, especialmente quando Jesus havia acabado de lembrar a todos que
estava prestes a morrer. Os três estavam de acordo (Mateus 18.19) e tinham a
Palavra de Jesus para encorajá-los, de modo que não havia motivo para Jesus
negar o pedido.
Exceto
por uma coisa: pediram com egoísmo, e Deus não responde a orações egoístas (Tiago
4.2-3). Se o faz, é apenas para nos disciplinar e nos ensinar a orar de acordo
com sua vontade (Salmo 106.15; 1 João 5.14-15). Tiago, João e Salomé não
perceberam que as respostas de oração têm um preço. A fim de atender a esse
pedido, Jesus teria de sofrer e morrer. Por que deveria pagar tamanho preço
apenas para que pudessem desfrutar de seus tronos? É assim que se glorifica a
Deus?
Jesus comparou
seu sofrimento e morte iminentes a beber de um cálice (Marcos 14.32-36) e a ser
batizado (Lucas 12.50; ver também Salmos 41.7; 69.2, 15). Seria uma experiência
de grande agonia, e, no entanto, Tiago e João afirmaram estar preparados! Mal
sabiam o que diziam, pois, nos anos que se seguiram, ambos participariam, de
fato, do batismo e do cálice de Cristo. Tiago se tornaria o primeiro dos
discípulos a ser martirizado (Atos 12.1-2), e João sofreria grandes
perseguições.
Uma vez
que seu pedido foi motivado pela sabedoria terrena, não divina, Tiago e João
provocaram a indignação dos outros discípulos e causaram discórdia no grupo (ver
Tiago 3.13 – 4.1). Sem dúvida, os outros se exasperaram por não terem pensando nisso
antes dos dois irmãos. Mais uma vez, Jesus tentou ensinar-lhes o que significa
ser uma "pessoa importante"
no reino de Deus (ver Marcos 9.33-37).
Como tantos
hoje em dia, os discípulos seguiam exemplos errados. Em vez de imitarem a
Cristo, admiravam a glória e a autoridade dos governantes romanos, homens que amavam
a fama e o poder. Apesar de não haver nada de errado em ter grandes aspirações,
devemos ter cuidado com a forma de definir a "grandeza" e os motivos pelos quais desejamos
alcançá-las. Jesus disse: "Quem
quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser
o primeiro entre vós será servo de todos" (Marcos 10.43-44).
Deus mostra
claramente nas Escrituras que todo indivíduo precisa ser um servo fiel antes de
Deus elevá-lo a governante. Foi o que aconteceu com José, Moisés, Josué, Davi,
Timóteo e até mesmo com Jesus (Filipenses 2.1-11). A menos que sejamos capazes
de obedecer a ordens, não teremos o direito de dar ordens. Antes de exercer
autoridade, é preciso saber o que significa estar debaixo de uma autoridade. Se
Jesus Cristo seguiu esse modelo para realizar sua grande obra de redenção,
certamente não há outro modelo a seguir.
Estes
são dois capítulos distintos do evangelho segundo escreveu Marcos, um mostrando
a infinita misericórdia do Senhor Jesus ao curar a mulher do fluxo de sangue e
depois ressuscitar a filha de Jairo. Tanto um como outro, careciam da presença,
do conhecimento, da graça e da misericórdia do Mestre. Precisavam
verdadeiramente conhece-Lo, não somente por vista, mas por experiência real,
espiritual, para sentir o poder e o amor de Deus para com cada um deles, assim
como o Senhor ama a cada um de nós individualmente, sem distinções de quaisquer
espécies. Sejamos nós simples, pobres, necessitados, ou ricos, influentes e
cultos, o Senhor Jesus nos trata da mesma forma, desde que, prostrados aos Seus
pés o adoremos e reconheçamos a Sua Graça infinita! E, sim, atende a nosso
clamor, seja pela mais humilde e obvia razão como a doença que nos aflige, ou
seja pela mais digna e justificável razão: a salvação de nossas almas.
Com relação
ao trecho colhido do capítulo 10, ainda hoje, muitos servos do Senhor Jesus não
enxergam que não é necessariamente neste mundo, nesta presente vida, que
colheremos frutos ou galardões, que obteremos verdadeira recompensa. Por um
motivo muito simples: que tipo de recompensas obteremos ainda em vida? Que tipo
de estímulo nos move atualmente para vivermos de forma dinâmica e produtiva? Saúde?
Ótimo! Prosperidade? Excelente. Paz? Importantíssima. Mas, opinião sincera
deste que vos escreve agora, não tenho outro objetivo maior do que ganhar o
céu. Ser salvo pelo Senhor Jesus, dormir depois desta batalha árdua e acordar
na glória, com a presença do Senhor Jesus! Não há maior recompensa na vida do
cristão que esta! Encontraremos lá os que antes de nós partiram, cearemos com
Ele, que já nos preparou lugar, sim, isto é fantástico e não há nada que
suplante este futuro glorioso. Porém, dentre todos estes detalhes, só um me
importa: ver a face do Senhor, prostrar-me diante de Sua majestade e grandeza e
adorá-lo!
Uma
semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 1º
Trimestre de 2023, ano 33 nº 126 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – Evangelho de Marcos – O Servo e a missão no serviço da
obra de Deus – Pr. Abinair Vargas Vieira.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso
Eronildes Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D.
Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida –
2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão
internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo
Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD –
2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo
Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento -
William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento –
Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento –
Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.
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